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Reações Transfusionais e Sistema ABO 1) ABO: O tipo sanguíneo é determinado por 2 genes, que podem ser: O, A ou B, combinados entre si (OO, AO, OB, AA, BB, AB). Cada pessoa tem um desses 6 genótipos. Uma pessoa com genótipo OO não produz aglutinogênios, enquanto a pessoa OA ou AA produz aglutinogênio tipo A e, neste caso, a pessoa produzirá aglutininas anti-B no seu plasma. -> No nascimento, a quantidade de aglutininas é quase 0 e, após 2-8 meses de vida, o lactente inicia a produção, com pico máximo em 8-10 anos de idade, declinando gradualmente com o passar do tempo. -> P/ transfusão, são estabelecidos: dar preferência para transfusões entre isogrupos e, se necessário entre heterogrupos, seguir o esquema: 2) Sistema rh: -> Raramente as aglutininas se formam de maneira espontânea, mas sim a pessoa precisa ser exposta ao antígeno Rh para que surjam. -> São 6 tipos de antígenos Rh, designados C, D, E, c, d e. Cada pessoa tem 3 pares e qualquer pessoa com o tipo D é denominado Rh-positivo e sem ele é Rh-negativo. 3) HEMOCOMPONENTES E HEMODERIVADOS -> Originados da doação de sangue e são produtos distintos: • Hemocomponentes: gerados a partir do sangue total, por centrifugação, congelamento etc. • Hemoderivados: a partir do fracionameneto do plasma por processos físico-químicos. Nível industrial. 1. Concentrado de Hemácias: (CH) obtido por centrifugação e retirada da maior parte do plasma; também pode ser por aférese. Válido por 35-42 dias e, sem solução aditiva, devem ter entre 65-80% de Ht, já com solução, varia entre 50-70%. 2. Concentrado de Plaquetas (CP): pode ser obtido por uma unidade individual de sangue total ou por aférese, de doador único. Cada CP contém, aprx. 5,5 x 10ˆ10 plaquetas em 50-60ml de plasma. 3. Plasma Fresco Congelado (PFC): porção acelular do sangue, obtida a partir da centrifugação de uma unidade de sangue total (ST). Composto por água, proteínas, carboidratos e lipídios. Pode durar até 12 meses se mantido entre 18-25 graus negativos. Se mantido à menos de -25 graus, vale por 24 meses. 4. Plasma Isento de Crioprecipitado: foi retirado fator VIII, fibrinogênio, fvW, fator XIII e fibronectina). Não contém todos os fatores de coagulação. Mesma validade do PFC e possui volume de 150-200ml. 5. Crioprecipitado (CRIO): fonte concentrada de proteínas plasmáticas (fibrinogênio, fator VIII, fvw, fator XIII e fibronectina). Cada bolsa tem 15mL de crioprecipitado.. Recongelado em 1h e vale por 1 ano. 6. Concentrado de Granulócitos (CG): obtidos por aférese de doador único. Deve conter no mín 1x10ˆ10 granulócitos (basófilos, eosinófilos, mastócitos e neutrófilos) em 200-300mL, incluindo anticoagulante e plasma. Usualmente, também contém leucócitos e plaquetas e 20-50mL de Hm. Armazenado por max 24h. 4) INDICAÇÕES DE TRANSFUSÃO: -> Restaurar ou manter a capacidade de transporte de O2, o volume sanguíneo e a hemostasia. Considerar exames laboratoriais + clínica do paciente. -> Apenas se indicação precisa e sem outra opção. A decisão é compartilhada família-equipe médica- paciente. Considerações: não há contraindicação absoluta à transfusão em pacientes com febre. ë importante reduzir a febre antes, pois esta pode ser sinal de hemólise ou de outro tipo de reação transfusional. - A transfusão não pode exceder 4h. e, caso chegue a este tempo, parar e descartar a unidade. Não deve adicionar nenhuma droga ou fluido ao produto transfundido. 1. CH: recomendada após perda volêmica > 25-30% da volemia total; Ht não é um bom parâmetro, pois só começa a diminuir 1 ou 2h após o início da hemorragia. Deve receber transfusão imediata se: Fc > 100-120bpm, hipotensão arterial, queda de débito urinário, taquipneia, TEC > 2s, alteração nível de consciência. -> Transfusão de CH em anemia normovolêmica: • Hb < 7g/dL existe risco de hipóxia tecidual e comprometimento das funções vitais. Benéfico transfundir. • Hb entre 7-10: indicado de acordo com quadro clínico (Ex: DPOC precisa de Hb > 10). • Anemia aguda: CH alivia sintomas de descompensação clínica relacionados com perda de sangue; • Anemia crônica: CH alivia sintomas da redução de volume de Hm, quando reposição de Fe, ác. fólico, vitamina b foram ineficientes. Dose e Administração: -> Deve difundir a quantidade suficiente para corrigir sinais da hipóxia ou até que níveis de Hb aceitáveis. -> Adulto, estatura média, a transfusão de 1 unidade de CH aumenta a Ht em 3% e Hb em 1g/dl. -> Avaliar resposta terapêutica é feita por uma nova dosagem de Hb ou Ht 1-2h após a transfusão + resposta clínica. 2. CP: indicado em caso de plaquetopenias desencadeadas por falência medular, raro indicado em plaquetopenias por destruição periférica ou alt congênita. -> Por falência medular: doenças hematológicas e/ou quimio e radioterapia. -> Distúrbios associados a alterações da função plaquetária raro precisarem de transfundir CP. Recomendado se pré- procedimentos cirúrgicos ou invasivos. -> Procedimentos cirúrgicos ou invasivos em pctes com plaquetopenia: contagem > 5.0.000 são suficientes. Mas, se neurocirurgia ou oftalmológica, exigido > 80.000. -> Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) e plaquetopenia induzida por heparina: indicado apenas se com sangramentos graves, colocando em risco a vida. Dose e Administração: -> Dose padronizada: 1 CP para cada 7-10kg de peso. Considerar também a contagem de plaquetas desejada, dependendo da presença ou não de sangramento. -> Transfusão Terapêutica (quando deseja > 40.000): adultos > 55kg -> dose mín de 6x10ˆ11 (8-10 u de CP); Adultos entre 15-55kg -> dose mín 3x10ˆ11 (4-6u de CP). -.> Profiláticas (contagem desejada > 25.000): adultos > 55kg -. dose mínima de 4x110ˆ11 (6-8u de CP). 3. PFC: indicado para sangramentos ativos ou risco de sangramento causado por deficiência de múltiplos fatores de coagulação. • Hepatopatias: redução dos fatores de coagulação; raro sangrar sem ser em cirurgia, biópsia, ruptura de varizes esofágicas). • CIVD: todos os fatores de coagulação estão reduzidos. Transfunde PFC apenas se sangramento. -> Sangramento severo causado por anticoagulantes orais antagonistas da vit K ou necessidade urgente de reversão da anticoagulação: • 15-20 ml/kg de PFC em pacientes c/ sangramento importante por anticoagulação oral pode reverter este efeito. Recomendado associar com vitamina K. -> Sangramento ou profilaxia de sangramento por deficiência isolada de fator de coagulação, mas não tem um produto com menor risco de contaminação viral disponível. • Aplicado especialmente p/ def. do fator V. • Brasil: é uma opção p/ def congênita de Fator XI (hemofilia C) -> PTT: usar o PFC como líquido de reposição na plasmaférese terapêutica é tto de primeira linha p/ PTT. -> Dose e Administração: volume depende do peso e condições clínica e hemodinâmica do pcte. 10-20 ml/kg, aumentam 20-30% os níveis dos fatores de coagulação, chegando à hemostasia. 4. Plasma Isento de Crioprecipitado: não tem todos os fatores da coagulação e seu uso pode estar restrito à reposição volêmica na plasmaférese em pacientes com PTT, substituindo o PFC, mas não há evidências de melhores resultados. 5. CRIO: indicado para tto de hipofibrinogenemia congêni-ta ou adquirida, disfibrinogenemia ou def fator XIII. Pode ser útil para tto de sangramento ou em procedimentos invasivos em pacientes urêmicos, visando diminuir o tempo de sangramento. -> Contra-indicado p hemofilia A e Doença de Von Willenbrand. Indicações: Repor • Fibrinogênio em CIVD e graves hipofibrigenemias • Fibrinogênio em hemorragia e def isolada congênita ou adquirida de fibrinogênio, se não dispuser de concentrado; • Fator XIII em hemorragias por este estar deficiente, se não houver o concentrado de FXII industrial purificado. Dose e administração: cada unidade aumenta o fibrinogênio em 5-10mg/dl em um adulto médio sem sangramento -> Nível hemostático é de 70-100mg/dl. Pode-se calcular 1 - 1,5 bolsas de CRIO p/ cada 10kg, para atingir o nível de 100mg/dl de fibrinogênio. 6. Concentrado de Granulócitos: • Neutropenias: transfusão de CG usada em contagem de neutrófilos < 500, com hipoplasia mielóide de recuperação prováve’, mas não nos próximos 5-7 dias e estejam com infecção bacteriana ou fúngica documentada por cultura e sem resposta ao ATB. • Portadores de disfunção de neutrófilos: pacientes com graves defeitos hereditários da função neutrofílica, durante episódios infecciosos que coloquem a vida em risco. Dose e Administração: adultos -> dose utilizada > 2x10ˆ10 granulócitos, iniciada após breve observação clínica do caso e repetida diariamente até que a infecção seja debelada. 5) REAÇÕES TRANSFUSIONAIS: Definidas como toda e qualquer intercorrência consequente à transfusão sanguínea, durante ou após sua administração. -> Podem ser imediatas (até 24h após a transfusão) ou tardias (após 24h) e imunológicas ou não-imunológicas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS AGUDAS • Febre (com ou sem calafrios), associada à transfusão; • Calafrios (com ou sem febre); • Dor no local da infusão, torácica ou abdominal; • Alterações agudas na PA (hipertensão ou hipotensão); • Alterações respiratórias como: dispneia, taquipneia, hipóxia, sibilos; • Alterações cutâneas, como: prurido, urticária, edema localizado ou generalizado; • Náusea, com ou sem vômitos; CONDUTA • Interromper imediatamente a transfusão; • Manter o acesso venoso com solução salina de 0,9%; • Verificar sinais vitais e observar o estado cardiorrespiratório; • Verificar registros, formulários e identificação do receptor. Verificar se o hemocomponente foi corretamente administrado ao paciente desejado; • Avaliar se ocorreu a reação e classifica-la, a fim de adequar a conduta específica; • Avaliar a possibilidade de reação hemolítica, TRALI, anafilaxia, e sepse relacionado à transfusão, situações nas quais são necessárias condutas de emergência
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