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Avanços da educação infantil no Brasil

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
Tarefa: Buscar textos e demais matérias disponibilizadas na web que apontem avanços da 
educação infantil. Elaborar breve síntese, postar no moodle e apresentar esta mesma 
síntese na aula síncrona do dia 09 de março. 
 
No Brasil, durante a primeira metade do século XX, o atendimento em creches era 
essencialmente filantrópico ligado à religião, destinado a filhos de mães solteiras que não 
tinham condições de criá-los, sempre com um caráter compensatório. A ideia 
assistencialista da creche ganha força na década de 30 com reivindicação de médicos e 
sanitaristas e em 1943, a criação da CLT no governo Vargas obriga indústrias a oferecer 
creches para filhos de funcionárias, o que na prática não aconteceu de forma eficiente. 
Durante os governos militares intensifica-se o assistencialismo nas creches com o 
repasse financeiro do Estado à instituições filantrópicas como medidas governamentais 
voltadas aos pobres. Ainda durante a década de 70, a classe média tornou-se adepta à 
escolarização pré-escolar, ofertada em parte por escolas particulares e incentivada pela 
criação da Coordenação de Educação Pré-Escolar pelo MEC. Essa escolarização estava 
ligada a ideia de educação e disponível a classe média, enquanto a creche seguia ligada ao 
assistencialismo e pobreza. 
A partir da década de 80, ​diferentes setores da sociedade voltam os olhares para a 
criança e começam a debater sobre o seu direito a uma educação de qualidade desde o 
nascimento. Foi somente com a Constituição de 1988 que a criança e o adolescente 
foram reconhecidos como sujeitos de direitos e definido o atendimento à criança pequena 
como responsabilidade do Estado para com a Educação. Com sua promulgação, várias 
outras discussões sobre educação foram alavancadas. Logo começam a surgir no país leis, 
estatutos, diretrizes e decretos para garantir o direito constitucional à educação, 
principalmente a creche e pré-escola. 
Antes da constituição de 1988, a função da creche era de assegurar cuidados de 
saúde, alimentação, higiene, proteção e cuidados físicos. Além disso, não havia uma 
profissão específica para esse trabalho, que muitas vezes era voluntário. Após a 
constituição, o caráter assistencialista é substituído pelo caráter educacional. Começa haver 
uma proposta pedagógica em escolas, elaborada com a participação de professores. 
Em 1990, foi homologado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei n.º 
8.069), o qual reafirmou o direito constituinte da criança pequena à educação. Outro marco 
importante surge com a homologação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB) em 1996, onde a Educação Infantil passa a fazer parte do sistema nacional de 
ensino, ficando definida como a primeira etapa da educação básica. Ainda segundo a LDB, 
artigo 29, a educação infantil tem como finalidade "o desenvolvimento integral da criança 
até seis anos de idade em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, 
complementando a ação da família e da comunidade". 
 
Dois anos após a LDB, em 1998, foi publicado o Referencial Curricular Nacional 
para a Educação Infantil (RCNEI), sendo o primeiro material a trazer um fundamento 
pedagógico que começou a modelar critérios para a educação infantil. Sofreu várias críticas 
em relação a sua criação, pois não houve ampla participação de professores e especialistas 
em educação, mas até então não existia nenhuma referência curricular que norteasse a 
práxis docente na educação infantil em todo o território nacional. 
Em 1988, a constituição federal, por meio do art. 214, exigiu a formulação de planos 
nacionais de educação, uma lei que determina metas para cada 10 anos. Então, em 2001 
surge a primeira versão do Plano Nacional de Educação (PNE). O documento tinha como 
um dos objetivos reduzir as desigualdades sociais e regionais no que diz respeito à entrada 
e permanência da criança e do adolescente no ensino público. Porém, nessa versão poucos 
avanços foram alcançados. 
A primeira versão do Plano Nacional de Educação (PNE) determinava a 
necessidade de ter o mínimo de qualidade para a educação infantil. Após mais de 10 anos 
da promulgação da constituição, a educação infantil ainda estava um pouco devagar. Nesse 
contexto, em 2006 foram publicados parâmetros nacionais de qualidade para a educação 
infantil e esses materiais trouxeram subsídio para que isso fosse possível. Dentro dessa 
perspectiva, esses materiais trouxeram experiências e ideias de como essa educação 
precisava estar estruturada para atuar. 
Em 2010, foi publicado as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (DCNEI). 
O documento determina ações e estipula critérios para que propostas pedagógicas sejam 
efetivadas. Um dos avanços presentes na DCNEI, é o fato de colocar a criança no centro e 
se aprofundar em como garantir o que ela tem direito de aprender. Seguindo a definição 
que consta no próprio documento: “As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Infantil articulam-se às Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e reúnem 
princípios, fundamentos e procedimentos definidos pela Câmara de Educação Básica do 
Conselho Nacional de Educação, para orientar as políticas públicas e a elaboração, 
planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares de Educação 
Infantil.”. 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) começou a ser construída em 2015 e foi 
homologada em 2017. É o último documento publicado que traz algumas mudanças na 
educação infantil. A BNCC reforça a ideia da criança como protagonista e institui os 5 
Campos de Experiências e objetivos de aprendizagem baseados nos 6 Direitos de 
Aprendizagem que vão procurar garantir uma educação infantil nas quais as crianças 
possam ter um desenvolvimento integral, considerando: “as formas pelas quais bebês e 
crianças aprendem e constroem significações sobre si, os outros e o mundo social e natural; 
às exigências fundamentais da vida contemporânea e a inserção da Educação Infantil no 
sistema educacional.”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. ​Diretrizes curriculares 
nacionais para a educação infantil​ – Brasília : MEC, SEB, 2010. 
 
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. ​Indicadores da Qualidade 
na Educação Infantil​ – Brasília: MEC, SEB, 2009. 
 
BRASIL. Ministério da Educação. ​Base Nacional Comum Curricular.​ Brasília, 2018. 
 
______. Conselho Nacional de Educação. ​Resolução nº 05/2009​. Define Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. 
 
SILVA, J. R. da. Educação infantil: da constituição de 1988 a BNCC, avanços e entraves! 
EDUCERE​ - Revista da Educação, Umuarama, v. 20, n. 2, p. 371-392, jul./dez. 2020. 
 
PACHECO , J. M. .; SILVA, N. E. . EDUCAÇÃO INFANTIL E A BASE NACIONAL COMUM 
CURRICULAR, DESVENDANDO LIMITES E POSSIBILIDADES. ​Scientia Generalis​, ​[S. l.]​, 
v. 1, n. S1, p. 44–44, 2020. Disponível em: 
http://scientiageneralis.com.br/index.php/SG/article/view/102. Acesso em: 9 mar. 2021. 
 
Barbosa,R. F. M., Del Rio Martins, R. L., & Mello, A. da S. (2019). A EDUCAÇÃO INFANTIL 
NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: AVANÇOS E RETROCESSOS. 
Movimento-Revista De educação​, (10), 147-172. https://doi.org/10.22409/mov.v0i10.536 
 
POLÍTICAS de Educação Infantil: conquistas, embates e desafios na construção de uma 
Pedagogia da Infância. ​Revista educação pública (Cuiabá)​, Cuiabá, v. 27, ed. 66, p. 
771-791, 2008. 
 
BRUNO, M. M. G.; NOZU, W. C. S. Política de inclusão na educação infantil: avanços, 
limites e desafios. ​Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação​, Araraquara, v. 14, 
n. esp.1, p. 687–701, 2019. DOI: 10.21723/riaee.v14iesp.1.12199. Disponível em: 
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12199.