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LUCIANA DE SOUSA CARBONI PROCESSO DO TRABALHO I – 1º BIMESTRE Miriamcipriani@hotmail.com CLT, CF, CPC, SÚMULAS E OJ’S DO TST. Bibliografias INTRODUÇÃO O processo do trabalho pode ocorrer por rito sumário, rito sumaríssimo e rito ordinário. O que irá definir qual rito irá seguir, será o valor da causa. Até 2 salários mínimos será por rito sumário; quando o valor for até 40 salários mínimos será sumaríssimo; valor superior a 40 salários mínimos será ordinário. 21/08/2020 PRINCÍPIOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Os princípios podem ser utilizados como norma pelo judiciário, quando referidas a essas em sentido lato sensu, visto sua força normativa. Antigamente, o principio só poderia ser utilizado pelo juiz quando houvesse alguma lacuna na norma. O princípio é o que da estruturação, autonomia e constitui a base de um ramo de direito. Assim, a classificação de Isis de Almeida é a mais adequada, pois o autor elenca diversos princípios do processo do trabalho. As regras sempre estão expressa em leis, de maneira positivada. Já os princípios não precisam estar necessariamente expressos. Princípio do dispositivo É um princípio expresso, presente no artigo 2º CPC. Não é absoluto, visto que existem situações em que o processo é iniciado mesmo que o interessado não a tenha provocado. É o que postula pela entrega da prestação jurisdicional por provocação da parte com interesse legitimo da parte, dentro dos termos propostos (essa é regra). As exceções: artigo 39 CLT e 878 CLT. mailto:Miriamcipriani@hotmail.com LUCIANA DE SOUSA CARBONI Existem exceções referentes a esse princípio que não existem mais. Por exemplo, o artigo 856 CLT, pela EC 45, deixou de existir. A exceção aqui dizia que, em conflito que as partes não conseguissem chegar em um denominador comum, o presidente do TRT poderia instaurar o dissídio coletivo, quando houvesse inércia. Atualmente, apenas o MPT, sindicato patronal, sindicato, podem, em conflito que tenha greve em atividade essencial, podem permitir o dissídio coletivo. O presidente não tem mais essa iniciativa pós EC 45. Outra situação de exceção é referente a execução ex ofício do crédito trabalhista, desde que as partes estejam exercendo jus postulandi. Com a reforma trabalhista, será pronunciada a prescrição intercorrente (artigo 11-A CLT), caso a execução não seja promovida no prazo de dois anos do trânsito em julgado da decisão condenatória. Se houver jus postulandi, pode houver a execução ex oficio, ainda hoje. Princípio inquisitivo ou inquisitório Artigo 765 CLT, que confere ao juiz a função de procurar a reunir o material do processo, sem deixar de respeitar o contraditório. Confere ao juiz a liberdade de determinar todos os atos para reunir o material que lhe permite formar convencimento ou não convencimento sobre o caso. Não é um princípio absoluto, visto que a ampla liberdade possui contornos, como o principio do contraditório. Princípio da concentração, oralidade e celeridade processual Artigo 846 a 850 CLT. Pressupõe a realização de todos os atos de audiência de forma verbal, concentrado em uma única sessão, que é chamada de audiência UNA da JT. Por essa disposição legal, todos os atos seriam praticados em uma mesma audiência, verbalmente, na presença do juiz. Atualmente não existe mais a concentração dos atos em uma única sessão, por exceção de rito sumaríssimo que ainda acontecem. Esse fracionamento amplia a eficácia o principio do contraditório e ampla defesa, mesmo que prejudique a celeridade processual. Princípio da eventualidade Artigo 336 CPC. É o que impõe ao réu alegar de uma única vez, toda a matéria com a qual pretende se opor aos pedidos formulados pelo autor, seja a matéria processual ou de mérito, fática ou de direito, com a qual pretende se opor aos pedidos formulados pelo autor. Princípio do contraditório Possui natureza constitucional, que pressupõem a ouvida da parte contra quem se pede a tutela jurisdicional antes de ser prestada, conforme artigo 5º, LIV e LV, CF e artigo 9º CPC. Esse princípio demonstra uma bilaridade da ação, visto que um ato praticado LUCIANA DE SOUSA CARBONI pelo réu refletirá no autor e vice versa, e um ato praticado pelo juiz terá reflexo na esfera de ambos. Exceções: artigo 9º CPC. Tutela de urgência e evidência ocorre sem ouvida da outra parte, pois primeiro a tutela é entregue e depois o juiz ouvirá o réu. É o que a doutrina denomina de contraditório diferido ou adiado para outro momento. 27/08/2020 Princípio da conciliação Esse princípio é o que impõe a submissão dos feitos atribuídos a justiça de trabalho, a tentativa de conciliação. Em 2004 perdeu o status constitucional, mas continua dentro da norma infraconstitucional (Artigo 764 CLT), pela substituição da expressão “conciliar e julgar” para “julgar e processar”. Isso decorre do fato de que a EC45 fez com que existam litigantes na esfera trabalhista que não possam fazer acordo, como a União. Para saber se houve tentativa de conciliação, estará registrado em ata. Caso não esteja, surge a problemática. Existem decisões que entendem que, por não haver conciliação, é caso de nulidade porque é considerado de ordem pública. Existem outras que não considera como tal, pois pode tentar conciliação futuramente, protocolando em petição a tentativa. Artigo 846 e 850 CLT —> impõem ao Juiz o dever de promover a tentativa de conciliação. O termo que for lavrado na conciliação servirá como homologação devida pelo juiz e será irrecorrível (transita em julgado), com exceção de situações em que envolver previdência social. Ou seja, as partes não poderão recorrer, mas a previdência social terá legitimidade para peticionar recorrendo (recurso ordinário), quando o acordo tiver ligação com parcelas de natureza salarial, pois deverá discutir a parte que também lhe é devido. A lei localiza que, em procedimento ordinário, a tentativa de conciliação deve ser feita. Após a produção de todas as provas, as partes apresentam suas alegações finais, o juiz tenta novamente uma conciliação, e se as partes rejeitarem tal tentativa o juiz irá proferir sua sentença. Agora, se as partes fizeram acordo retorna ao artigo 831 CLT. LUCIANA DE SOUSA CARBONI Princípio da lealdade e da boa fé É o que impõe as partes uma conduta processual transparente e leal, com vistas a que se alcance a melhor solução para o caso concreto. Artigo 793-A , 793-B e 793-C. Aspecto punitivo e reparação da vítima do dano. Princípio dos jus postulandi É o que assegura as partes o direito de postular sem representação por advogado. É assegurado as partes cujo litígio deriva da relação de emprego. Perguntas a serem refletidas sobre esse princípio: - O artigo 791 CLT foi revogado pelo artigo 133 CF? A quem se aplica o jus postulandi? Em que extensão pode ser exercido? O jus postulandi pode ser presente em justiça do trabalho e na justiça especial, decidido pelo STF. A parte, quando tem advogado, não poderá a parte intervir oralmente, pois apenas o advogado poderá se dirigir ao juiz, a não ser que lhe seja solicitado. Súmula nº 425 do TST JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. Com a reforma trabalhista, o legislador introduziu o procedimento de jurisdição voluntária que permite levar a homologação da JT o acordo extrajudicial, que não permite exercício do jus postulandi. Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial teráinício por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 1o As partes não poderão ser representadas por advogado comum. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria. * É vedado o exercício dos jus postulandi conforme o artigo 855-B. Princípio do duplo grau de jurisdição Artigo 893 e seguintes da CLT, assegura o direito das partes ao reexame das decisões proferidas pela JT. NÃO É UM PRINCÍPIO ABSOLUTO OU CONSTITUCIONAL (ele é infraconstitucional). Não é absoluto, pois existem decisões que não é possível recurso, como decisão que homologa termo de conciliação. Decisões interlocutória* também não desafiam recursos de maneira imediata. (II) DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS* Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: (Redação dada pela Lei nº 861, de 13.10.1949) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L0861.htm#art893 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L0861.htm#art893 LUCIANA DE SOUSA CARBONI I - embargos; (Redação dada pela Lei nº 861, de 13.10.1949) II - recurso ordinário; (Redação dada pela Lei nº 861, de 13.10.1949) III - recurso de revista; (Redação dada pela Lei nº 861, de 13.10.1949) IV - agravo. (Redação dada pela Lei nº 861, de 13.10.1949) § 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva (decisões de mérito). Súmula nº 214 do TST DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. Quando, porém, a sentença proferida em ação que tramita pelo rito sumário, invoca matéria constitucional, a decisão poderá ser recorrível. Princípio da non reformatio in pejus É o que impede a imposição de mais sucumbência a parte que recorreu do que a sucumbência contida na decisão recorrida. Princípio da preclusão É o que postula pela marcha processual sempre em frente e sem retrocessos. Existe preclusão temporal, preclusão consumativa e preclusão lógica (prática de ato contrario aquele que a lei faculta). 28/08/2020 Características do Processo do Trabalho Não pode trazer principio que rege direito material para solucionar questões probatórias. (Princípio protetor). Jurisdição normativa É a delegação de poderes ao judiciário para que através da via processual crie-se ou modifique-se a norma jurídica, em atividade mista que agasalha autentica manifestação legislativa, (Art. 114, p.2, CF). Ações de dissídio coletivo. A CF atribui a JT a prerrogativa de proferir sentença com caráter de norma (corpo de contrato com efeito de lei). Jus postulandi https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L0861.htm#art893 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L0861.htm#art893 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L0861.htm#art893 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L0861.htm#art893 LUCIANA DE SOUSA CARBONI É a faculdade de requerer em juízo sem a intermediação de advogado (ao contrário do que exige o artigo 103 CPC). O jus postulandi, artigo 791 CLT, não foi derrogado pela CF. Limita-se aos tribunais regionais do trabalho e varas do trabalho. Pena de arquivamento pela ausência do autor em audiência A pena é de mero arquivamento pela ausência do autor em audiência inicial ou uma, artigo 844 CLT. No processo do trabalho o comparecimento a audiência é obrigatório, diferente do processo civil que depende. O efeito, no processo do trabalho, dependerá de qual parte deixou de comparecer e em qual audiência. Na verdade, na lei, é sobre a audiência uma que está prescrito na lei efeitos para a falta, visto que no processo do trabalho, legalmente, só existe audiência una. Como consequência, a previsão legal sobre ausência diz respeito a audiência una. Caso o autor não comparece na audiência, o efeito de sua ausência será o de arquivamento dos autos. Artigo 844 CLT. O arquivamento dos autos corresponde a extinção do feito sem resolução do mérito por falta de interesse de agir, (decisão terminativa do feito, artigo 485, IV, CPC). Artigo 730 CLT, autor pode renovar a instância. Caso seja por motivo relevante, juiz suspenderá o julgamento, designando nova audiência. Caso o réu não compareça, importará revelia, além de confissão quanto a matéria de fato. A revelia é a consequência da ausência de defesa. Irrecorribilidade das decisões interlocutória Das decisões interlocutória não são recorríveis de imediato, mas podem ser hostilizadas por ocasião do ajuizamento do recurso cabível da decisão final. Competência territorial em razão do local da prestação de serviços A competência é determinada pelo local de execução do contrato de trabalho pelo autor, em detrimento do domicílio do réu ou do domicílio do autor, artigo 651 CLT. Excepcionalmente é realizada na competência do domicílio do réu. Autonomia É um ramo autônomo do direito, originado do tronco comum, direito processual, segundo os seguintes critérios doutrinários: - princípios próprios, jurisdição especial, legislação própria, desenvolvimento didático nos cursos jurídicos e vasta produção doutrinária. Justiça do Trabalho É uma justiça especial, competente para conhecer conflitos que tem origem nas relações de trabalho, de natureza individual ou de natureza coletiva, com juízes especializados em questões trabalhistas. Essa justiça especial também tem espaço na Alemanha, no Reino Unido e na República Dominicana. Em países que tal área é LUCIANA DE SOUSA CARBONI discutida na justiça comum, existem varas especializadas, como no Chile, Espanha, Paraguai, Uruguai, Argentina e Peru. A EC 45 aumentou a abrangência material da justiça do trabalho, fazendo com que a justiça do trabalho tivesse competência em temas de direito do trabalho além das relações trabalhistas. O conceito de Amauri Mascaro Nascimento leva em consideração as novos empregos da justiça de trabalho, visto que menciona a competência para lides que iniciam na relação de trabalho, e não apenas competência para lides derivadas da relação de emprego. Organização da JT Organiza-se como órgão do Poder Judiciário, artigo 92, IV, CF, com as garantias previstas no artigo 95, CF, que envolvem a vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade de vencimentos. Tal justiça existe desde de 1946 e funcionava dentro do Ministério do Trabalho até 1945, onde era controlada pelo presidente Getúlio Vargas. Já a partir de 1946, passou a ser órgão judiciário e de matéria constitucional. A justiça do trabalho é organizada em três níveis, conforme o artigo 111, CF. Os juízes do trabalho, tribunais regionais do trabalho e tribunal superior do trabalho. Acima do tribunal superior do trabalho é apenas o STF, que recebe em grau de recurso extraordinário as ações trabalhistas. STF exerce poder difuso de constitucionalidade. O juiz dotrabalho é considerado como um órgão e não varas do trabalho. TST É órgão de cúpula da Justiça do Trabalho, com sede em Brasília, e jurisdição em todo território nacional, sendo o único órgão com jurisdição federal/nacional. Possui competência originária para determinados conflitos e recursão para outros. Em instância originária funcionará como órgão de primeiro grau e atuará como órgão recursal em atos de revisão. Ex: se o correios necessitar aplicar dissídio coletivo pelas greves, por ser uma empresa da União, a ação deverá ser proposta no TST como originária, e se necessitar de recurso, também será lá. Composição de 27 ministros, sendo 21 de carreira, 3 membros da classe dos advogados e 3 membros do Ministério Público do Trabalho. O endereçamento da petição para TST, originaria ou recursal, será dirigida para ministros. O TST funciona conforme as regras de seu regimento interno. Na interpretação de direito nacional, quando houver divergência de entendimento nos TRT’s, o TST, no recurso de revista, irá eliminar o dissenso que existe entre os TRT’s em discordância, referente a interpretação de direito nacional. Pois, uma vez que o direito é nacional, não é admissível que em cada região seja feita uma interpretação da lei. Artigo 111-A CLT. TRTS São órgãos regionais, mas não necessariamente estaduais. Também possuem instância originária e instância recursal. Dizer que tais órgãos possuem jurisdição regional, significa que eles podem exercer jurisdição em mais de um estado do Brasil. Exemplo, TRT 10ª Região da Brasília exerce jurisdição em Tocantins. A EC 45/2004 LUCIANA DE SOUSA CARBONI revogou a exigência da CF de que exigia a existência em cada estado da federação o seu próprio TRT. Artigo 115 CLT. Funcionam conforme normas de Regimento Interno, o do Paraná possui 31 desembargadores por decorrência de seu R.I. Tem competência originária e recursal. Juízes do Trabalho São órgãos de primeira instância, criados por lei e de acordo com a necessidade medida pelo volume de ações ajuizadas, sendo necessário um mínimo de 240 reclamações por ano. A psique cria a Vara do Trabalho determina sua jurisdição. Artigo 116 CLT. Em locais onde não houver Vara de Trabalho ou que não sejam alcançados pela jurisdição de VT, esta será exercida pelos Juízes de Direito. Artigo 112 CLT. Competências A jurisdição decorre do “júris dicere”, que é o poder que o Estado avançou para si de dizer o direito, de fazer justiça, em substituição dos particulares, de maneira a monopolizar tal poder. A jurisdição é una e homogênea independente da natureza do conflito que deva por meio dela ser resolvido. Por fundamento de ordem operacional, a jurisdição divide- se pelo critério da competência entre os vários órgãos do poder judiciário, conforme conceito de Carlos Henrique Bezerra Leite. As competências são destrinçadas em: lides derivadas da relação de trabalho mantidas com a administração pública, lides derivadas da relação de trabalho, A competência material da Justiça do Trabalho está fixada pelo artigo 114, I, da CF, com a modificação introduzida pela EC 45/2004. Ainda, processos que são referidos sobre trabalho escravo análogo à escravidão não é de competência da Justiça do Trabalho. Se houver faceta criminal na lide, irá para a justiça comum pois a Justiça do Trabalho não possui competência. Outra exceção que não vai para a Justiça do Trabalho, é referente quando a relação de trabalho também é de consumo, que é quando o destinatário do produto é o consumidor final Ex: Dentista, valor combinado de R$5.000,00 que não foram pagos. O STJ pacificou que é da Justiça Comum a competência. Compete à justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. Os Entes de Direito Público são: Estados Estrangeiros e os Organismos Internacionais, realizam contratações trabalhistas sobre o regime brasileiro. São considerados Estados estrangeiros os países com acreditação no Brasil, através de consulados e embaixadas que contratam trabalhadores no BR. Em 1989, o STF passou a entender que não há imunidade de jurisdição quando se tratar de ação proposta por trabalhador que pratica atos de simples gestão. A decisão do STF foi tomada em Reclamatória Trabalhista contra a antiga República Democrática da Alemanha. LUCIANA DE SOUSA CARBONI Embora o Estado estrangeiro possa ser demandado no Brasil, ele não pode ser executado no Brasil, porque seus bens em território brasileiro são impenhoráveis. O recebimento do crédito é pela via diplomática: Ministério das Relações Exteriores. 416. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. (DEJT divulgado em 14, 15 e 16.02.2012) (mantida conforme julgamento do processo TST-E-RR-61600- 41.2003.5.23.0005 pelo Tribunal Pleno em 23.05.2016) As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional. ADI CELETISTA JT 3395 STF. A Administração pública, quando envolver cargo celetista, será designado para a justiça do trabalho, enquanto estatutário é derivado para a justiça comum. O foro será referente ao cargo: servidor da União é justiça federal e servidor estadual/municipal será justiça estadual. Os litígios envolvendo exercício do direito de greve é direcionado para a justiça do trabalho. Isso porque, a J.T sempre teve competência para processar e julgar os litígios com origem no exercício do direito de greve, envolvendo empregado e empregador. Com a EC 45 continua a ter. A J.T sempre teve competência para julgar a greve, em âmbito de dissídio coletivo o tribunal julgará a greve, dizendo sobre sua legalidade ou ilegalidade. Junto com a EC 45, passou a ser competência da J.T resolver as demais ações de natureza não criminal, envolvendo o exercício do direito de greve, como por exemplo, as ações possessórias (S. 23, vinculante do STF). 10/09/2020 (III) As ações entre sindicatos, acoes em que entidades sindicais disputam a representação de trabalhadores ou empregadores dentro de uma mesma base territorial. Antes da EC 45, não havia a possibilidade de sindicatos discutirem em juizado sobre sua representação. Ações de cobrança de receitas sindicais são afetas da justiça do trabalho. Ações que envolvem a constituição de entidades sindicais, eleições sindicais, são lides que costumavam ser da competência da justiça comum e passou a ser da justiça do trabalho. (IV) Mandado de Segurança – Habeas Corpus e Habeas Data em matéria trabalhista. A competência funcional depende de quem seja a autoridade coautora (autoridade que viola direito líquido e certo). Por exemplo, caso a autoridade for externa ao poder judiciário em matéria de prova, será da Vara do Trabalho. TRT quando a autoridade for do poder judiciário – a autoridade for juiz do trabalho, juiz de direito investido de jurisdição trabalhista e juiz do próprio TRT. Será do TST quando do ministro do TST, inclusive ato do ministro presidente do TST. Habeas Corpus e Habeas Data, seguem a mesma regra para a fixação da competência funcional. Entretanto, o H.D não possui uma grande utilização, não existe nenhum registrado em Curitiba. LUCIANA DE SOUSA CARBONI (V) Conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista: JT X JT = TRT -> Julgará de quem é competência, devolvendo o processo. JT X JUIZ DE DIREITO INVESTIDO DE JURISDIÇÃO TRABALHISTA = TRT TRT X TRT = TST Todos os demais são resolvidos pelo STJ ou STF. (VI) A competência para as ações de indenização por dano morale material decorrentes das relações de trabalho. O dano moral ou material pode decorrer de acidente de trabalho (incluídas as doenças), do assédio moral, do assédio sexual ou de ao único do empregador. Todas as ações em que se postula dano moral e ou material decorrentes da relação de trabalho são de competência da justiça do trabalho. Até a EC45 não havia disposição estabelecendo a competência da JT para as ações de indenização por danos morais ou materiais, decorrentes da relação de emprego. A partir dos anos 90, o STF passou a entender que as ações de indenização por danos morais decorrentes de acidente/doença eram de competência da JT, enquanto as ações de indenização por danos materiais eram de competência da JC. SÚMULA VINCULANTE. 22 DO STF, A JUSTIÇA DO TRABALHO É COMPETENTE PARA PROCESSAR E JULGAR AS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PATRIMONIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO PROPOSTAS POR EMPREGADO CONTRA EMPREGADOR, INCLUSIVE AQUELAS QUE AINDA NÃO POSSUÍAM SENTENÇA DE MÉRITO EM 1º GRAU QUANDO DA PROMULGAÇÃO DA EC 45. Se não houver sentença de mérito o processo será encaminhado para JT, enquanto os que possuem sentença com resolução de mérito permanece na justiça comum. Princípio do inquisitivo ou do inquisitório, artigo 765, CLT. 11/09/2020 (VII) Trata-se de execução de certidão da dívida ativa, proposta pela união federal contra empresa que é penalizada por descumprir legislação trabalhista. Se descumprir será autuado, e terá 10 dias para apresentar defesa. O título é a CDA. A execução é promovida pela União julgada na justiça do trabalho, uma vez que é matéria trabalhista. Antes da EC 45 demandava na JT: Empregador X empregado Trabalhador x Empregador Avulso Pequena empresas, operação, artigo da construção civil. LUCIANA DE SOUSA CARBONI Ação anulatória de débito fiscal, a empresa demandada toma a iniciativa de processar UF na justiça do trabalho, e enquanto durar a discussão se houve ou não houve divida ativa, ocorre a liminar de que a empresa não pode ser colocada em CDA até ao final do processo, com o julgamento se há a dívida ou não. SÚMULA 424 TST. (VIII) Competência para a execução de contribuição previdenciária sobre o que se pagou de parcelas com natureza salarial na reclamatória trabalhista. Pode ocorrer de ofício. Esta competência passou a ser da JT com a EC 20/1998. Foi mantida pela EC 45. (IX) O rol é meramente exemplificativo, conforme CF. Propriedades da competência material Absoluta é quando o juiz tem competência para julgar aquela matéria ou ele não tem, sendo improrrogável, declarada “ex officio”ou por provocação. Assim, caso seja o caso, o TST pode transferir para justiça comum por ex off. O juiz incompetente deve remeter. Para arguir incompetência material, a forma hábil é através de preliminar de contestação pelo réu, artigo 337 CPC, ou seja, antes da contestação quanto ao mérito. Propriedades da competência territorial Relativa. Ela é uma competência prorrogável, visto que a inércia do réu pode tornar o juiz competente. Nunca será declarada por ex officio, pois o juiz apenas poderá se tornar incompetente caso o réu provocar. Então ocorrerá apenas por provocação. A incompetência relativa deve ser arguida por exceção de incompetência territorial/exceção declinatória de foro/exceção “ex ratinae loci””. Assim, o juiz deverá promover decisão na exceção. Peça separada da contestação. Artigo 651 CLT. 17/09/2020 Continuação da competência territorial... O magistrado pode afastar o artigo 651, capital, I, II e III, CLT mas as partes não. Assim, o foro de eleição dentro da cláusula contratual pode ser declarada nula por ex officio, porque na justiça do trabalho não se elege foro. Artigo 651, caput, contem a regra geral, que determina a competência territorial da vara de trabalho com jurisdição no local de prestação de serviços pelo empregado, seja ele reclamante ou reclamado. A exceção, quando por exemplo o trabalhador trabalha em diversas cidades, como no uber por exemplo, estabelece que o empregado estará subordinado a uma delas. A competência territorial será da VT com jurisdição na localidade a que esteja subordinado. Pode ser uma subordinação meramente de negócio, artigo 651, parágrafo 10. LUCIANA DE SOUSA CARBONI Outra exceção: quando o trabalhador brasileiro deslocado para prestar serviços no exterior. Competência da Justiça do Trabalho brasileira. A competência territorial conforme a jurisprudência é da VT com jurisdição no domicilio do réu. Qual é o direito material que o magistrado aplicará para solver o litígio? O direito brasileiro em detrimento do direito estrangeiro. Assim é em razão do cancelamento da súmula 207 do TST. 18/09/2020 Partes no processo do trabalho Existe a capacidade de ser parte (artigo 1º e 2º CPC), a capacidade processual (artigo 70 CPC e 791 CLT) e a capacidade postulatória (artigo 791 CLT), que é a capacidade de procurar um juízo. O advogado inscrito na OAB, o empregado e o empregador (que tem lides na relação de emprego), pequeno empreiteiro, operário ou artífice. A relação de empregado, que é de direito material, só pode ocorrer a partir dos 16 anos, com exceção da condição de aprendiz, sendo proibida anteriormente. Quem exerce a representação/assistência está estipulado no artigo 793 CLT. Sempre que houver conflito de interesse entre quem assiste/representa e o assistido/representado, será chamado o Ministério Público do Trabalho, prevalecendo a decisão desse. A emancipação só pode ocorrer por vínculo laboral formal, onde é assegurado todos os seguros trabalhistas, não sendo possível a emancipação para trabalho informal. Artigo 5º CC, emancipado não precisa de assistência. Isso decorre do entendimento da doutrina, que encontra como imprescindível que a relação de emprego seja formal, anotação em CTPS e percepção de salário mínimo. Representação por advogado Na justiça do trabalho a representação por advogado é facultativa, conforme o termo do artigo 791 CLT, pois é possível realizar de modo pessoal, tanto o empregado como o empregador. LUCIANA DE SOUSA CARBONI Se o advogado pratica o ato sem ter regularizado sua representação, os atos serão considerados inexistentes. É um requisito intrínseco, sendo um pressuposto processual/recursal. Mandato tácito é aquele que se configura pela presença do advogado em audiência, sem que exista procuração nos autos. Confere poderes da cláusula ad judicia. O mandato tácito possui previsão expressa na CLT artigo 791, parágrafo 3º. Em momento que o juiz consta em ata a presença de advogado, está outorgado o mandato para o advogado em questão (mandato tácito), dando a ele poderes para procurar em juízo. Só outorga poderes da cláusula ad judicia e não da extra judicia. Não há poderes para exigir, demandar, substabelecer, etc. Mandato apud acta: configura-se pela presença do advogado em audiência e nomeação expressa do patrono em ata, sem que exista procuração nos autos. Mas em ata será nomeado como patrono. Confere poderes da cláusula ad judicia, salvo se o constituinte fizer constar os poderes da cláusula extra judicia. A ata da audiência é o mandato, sendo possível a outorga de todos os poderes. Após a interposição do recurso, hoje, é possível apresentar mandato num prazo de 5 dias, estando esse prazo inserido ou não, no prazo recursal. (Súmula 383 TST) Ex: juntei recurso no último dia possível, ainda terei mais 5 dias para apresentar mandato, independentemente de despacho ou intimação do juiz, pois é uma irregularidade devendo o advogado tomar a iniciativa de sana-la. (Artigo 76, parágrafo 2, CPC). Súmula 395 TST. O ato será válido, mesmo que o ato praticado pelo substabelecido não tenha havido poderes para ocorrer, entretanto se houver prejuízo, o advogado que estabeleceusem autorização e o advogado que foi substabelecido, serão responsabilizados perante ao cliente. 24/09/2020 A assistência judiciária está prevista na lei 5584/70, artigo 14, é destinado para o empregado que ganha até 2 salários mínimos. A justiça do trabalho presta esse serviço. Existem três institutos: assistência judiciária, justiça gratuita (artigo 790, parágrafo 3 e 4 da CLT) e honorários advocatícios/assistenciais/sucumbenciais (artigo 791-A CLT). São institutos independentes. No processo do trabalho a assistência é prestada pela entidade sindical a que pertence o trabalhador. A assistência ao empregado é monopólio do sindicato. Quando o empregado admite assistido ele cumpre automaticamente os requisitos para obter benefício da justiça gratuita. A reforma trabalhista determina que o empregado deve demonstre a insuficiência de recursos (antigamente bastava declarar). Na justiça gratuita, o empregado que demanda assistido alcança tal benefício. As demais partes podem requerer o benefício provando a condição de insuficiência financeira. Os honorários devem ser entendidos como uma trajetória que vai se transformando dentro da justiça do trabalho. Existem alguns tipos de honorários que é necessário diferencia-los. (analisar na doutrina). LUCIANA DE SOUSA CARBONI 25/09/2020 A reforma trabalhista restringiu as despesas que são alcançadas pela gratuidade da justiça. Ela não alcança custas quando o trabalhador da causa ao arquivamento, honorários do perito mesmo sendo beneficiário da justiça gratuita e os honorários da sucumbência. Petição Inicial Não são os mesmos requisitos do processo civil. Os requisitos no processo do trabalho estão no artigo 840 CLT. escrita: designação do juízo, qualificação das partes, breve exposição dos fatos, o pedido (certo, determinado e indicação de seu valor), a data e assinatura do seu demandante ou representante. É necessário individualizar o trabalhador pela sua condição de empregado (CTPS e PIS) na qualificação das partes. Quando houver litisconsórcio todos os autores (ativos) e todos os réus (passivo) devem ser qualificados. Na breve narração das fotos deve ser extraído o pedido também. O juiz não pode declarar que petição inicial será inepta e não apta caso haja falha na coesão entre esses dois pontos, pois a lei não exige fundamentação legal ou fundamentação jurídica. Coerência entre o fato narrado e o pedido. O juiz que faz a subsunção a norma, o que justifica pelo princípio do jus postulandi. Pedido certo (qualidade), determinado (quantidade), com identificação de valor (para cada um dos pedidos sob pena de ocorrer inépcia). Aqui ocorre a individualização da pretensão em juízo. Não são requisitos da P.I: Fundamentação jurídica Requerimento para a produção de provas, pois essas são requeridas em audiência, verbalmente, ao juiz, artigo 845 CLT. Requerimento para a notificação citatória do réu, já que é um ato da secretaria da VT, que independe do requerimento do autor na inicial. Essa notificação tem dupla função: a) dar ao réu a ciência de que alguém exerceu contra ele o direito público subjetivo de ação (aqui trata-se de citação) LUCIANA DE SOUSA CARBONI b) intimar o réu para comparecer na audiência inicial ou una designada, momento em que poderá oferecer a sua resposta (exceção, contestação e reconvenção), sob pena de revelia. A notificação citatória é cumprida por via postal. Quando não realizada por via postal, será encaminhada por oficial de justiça (aplicação subsidiária CPC). Caso não seja cumprida também, será feita por edital. Legalmente, entre a data da notificação do réu e a data da audiência, deve haver 5 dias, sob pena de irregularidade na notificação. O valor a causa legalmente não é um requisito, mas como é ela que define o rito, a partir do advento da lei 9957/2000, a doutrina passou a entender ser necessário indicar valor a causa na petição inicial para ficar o rito, pois até então era o juiz que atribuía o valor a causa (5584/1970). Existe uma discussão sobre isso, visto essas divergências, entretanto da a entender que o valor da causa entrou como requisito da P.I trabalhista, em razão do Artigo 292, VI, CPC. 01/10/2020 É admissível no processo do trabalho aditar e emenda a petição inicial, previstas no CPC. Elas possuem finalidades distintas. A emenda da inicial é quando a petição inicial precisa ser consertada, enquanto o aditamento é uma alteração para excluir/incluir/alterar pedido. Artigo 329 CPC. O aditamento da inicial é admitido antes da notificação citatório do réu, sendo licito o ator modificar o pedido ou a causa de pedir por simples aditamento (regra). Na realidade, ainda que o réu já tenha sido notificado, o aditamento tem sido permitido desde que haja tempo hábil para o oferecimento da resposta (no mínimo 5 dias antes da data da audiência, conforme artigo 841, CLT). Após o réu ter sido citado, a regra é a de que somente com a sua concordância o pedido pode ser aditado. Para Mauro Schiavi é possível o aditamento sem a concordância do réu, obrigando o juiz a conceder o prazo para o réu complementar a defesa, com adiamento da audiência. A emenda da inicial possui a finalidade de consertar algo que não foi feito com perfeição. Entretanto, devem ser defeitos que não causem a inépcia da petição inicial, que são os vícios como a qualificação incompleta, e outros pontuados no artigo 330 CPC. Súmula 263 TST: nas hipóteses em que a petição inicial padece dos vícios que levam a inépcia , não há prazo para a emenda a inicial. O juiz deve indeferir a inicial sem prazo para emendar. Nas hipóteses em que a P.I não contém os requisitos formais do artigo 841, o juiz deve assinalar o prazo de 15 dias para o autor emendar a inicial, e desde que o autor não o faça, aí sim, indeferir a inicial. Quando existe uma notificação citatória do réu, será encaminhada a notificação sem a cópia da inicial, e terá acesso ao termo. A notificação citatória possui duas finalidades, dar ciência ao réu do exercício do direito de ação pelo autor e intimar para o comparecimento em audiência. A notificação ocorre por via postal. LUCIANA DE SOUSA CARBONI Quem alega que não recebeu a notificação citatória deve provar que de fato não ocorreu. Súmula 16 TST. Quando expedida a notificação citatória, presume-se o seu recebimento em 48 horas. O réu revél deve ser intimada da sentença por via postal, por via de oficial de justiça ou edital. OJ 200 Súmulas do STF 22 e 23, vinculantes Súmulas 16,219,263,383,395,425 ASPECTOS PROCESSUAIS DA REFORMA TRABALHISTA Momento em que os juízes ouvem as partes. Nenhuma audiência pode ter início antes das 8 da manhã ou depois das 18 horas. É uma sessão marcada ou determinada pelo juiz, onde as partes comparecem produzindo atos processuais e decisões. Não pode ultrapassar 5 horas seguidas, salvo matéria urgente. As audiências são públicas, com excessão das que correm em segredo de justiça. Presença do juiz e dos servidores, conforme O artigo 814 CLT, devem estar presentes o juiz e o diretor de secretaria (na prática é o servidor que cuida da parte burocrática). Juiz pode atrasar por 15 minutos, passando disso as partes tem o direito de se retirar exigindo o registro da sua presença e nova intimação, caso o juiz não tenha comparecido no FÓRUM. Casa o juiz ESTEJA NO FÓRUM, as partes devem aguardar, pois caso contrário sofrerão as consequências da ausência. OJ 245 TST - inexiste previsão legal para atraso da parte em comparecimento à audiência. Comparecimento em audiência, nos termos da lei 843 CLT - se a ausência for do autor, os autos serão arquivados, extinção sem resolução de mérito por falta de interesse processual. Caso a ausência seja do réu haverá revelia e confissão quanto a matériade fato. A AUDIÊNCIA QUE DEVE SER COMPARECIDA É A UNA. Obs: reclamatoria plurima é uma ação com litisconsórcio. Artigo 872 CLT é um procedimento especial da justiça do trabalho, em que o sindicato atua como substituto processual da categoria, pleiteando em nome próprio direito alheio (ACT OU CCT). O TST sempre entendeu (súmula 377 TST) pela necessidade do preposto ser empregado o réu, com exceção quando o réu for micro ou pequeno empresário ou empregador doméstico. Caso fosse preposto que não fosse empregado, seria considerado revelia. A lei 844 CLT prevê as consequências pelo descumprimento da obrigação de comparecer enquanto o artigo 843 prevê a obrigação das partes de comparecer em audiência una. LUCIANA DE SOUSA CARBONI Renovar a instância é quando o autor propõe novamente a ação depois de ter dado causa a um arquivamento, visto que não houve julgamento de mérito por falta de interesse processual, sendo uma decisão terminativa do feito. Súmula 122 TST. Consequência da ausência em audiência de instrução/prosseguimento Autor: confissão ficta Réu: confissão ficta Súmula 74 TST - a ausência é comparada com a recusa em depor. Consequência na ausência das partes na audiência de julgamento não há, pois não existe sessão pública de julgamento. 15/10/2020 Resposta do réu Via da exceção, via da contestação, via da reconvenção são métodos de resposta que o réu pode usufruir para realizar a sua resposta. Pode inclusive ser mais de uma modalidade de espécie de resposta. OBS: Não existe previsão de reconvenção na CLT, sendo portanto a mesma do processo civil, sendo oferecida dentro da contestação. O direito de resposta possui como fundamentos: princípio da inafastabilidade da jurisdição; o contraditório e na ampla defesa; devido processo legal. O momento para apresentação da resposta é em audiência, após a tentativa de conciliação, oralmente, pelo prazo de 20 minutos ou por escrito. HOJE são oferecidas por meio eletrônico. Via das Exceções: artigo 799 e seguintes do CLT. O processo do trabalho admite três espécies de exceção: As respostas em forma de exceção tem sentido de defesa indireta, visto que é uma modalidade de resposta indireta, já que a tentativa do réu é apontar um obstáculo para afastar o juiz da causa ou a causa do juiz, impedindo que o juiz ingresse no mérito. As exceções são dilatórias, ou seja, suspendem o andamento da causa e precisam ser decididas antes do recebimento da contestação. As exceção suspendem o andamento do processo (andamento da causa). Nas questões interlocutória não cabe recurso, com exceções. Procedimento relativo a exceção de incompetência territorial LUCIANA DE SOUSA CARBONI Até a reforma trabalhista, a exceção era apresentada em audiência, no momento para o oferecimento da resposta. Segundo a norma do CPC, a reforma deu nova redação ao artigo 800 CLT, permitindo ao réu que ofereça exceção até cinco dias a contar da notificação e antes da data da audiência inicial ou una. Quando o réu oferece a exceção, imediatamente nasce o direito do contraditório. Exceptio é aquele que responderá a exceção apresentada pelo réu. A decisão terá natureza interlocutória e portanto não desafia recurso imediato, seguindo a regra da irrecorribilidade. Artigo 799 CLT. O QUE NÃO FOR MATÉRIA DE EXCEÇÃO DEVE CONSTAR NA CONTESTAÇÃO. As demais alegações/matérias, serão alegadas como matéria de defesa, ou seja, de contestação (artigo 799, p. 1º). Será terminativa de feito quando acolhendo, determina remessa de autos para vara de TRT distinto (artigo 700 p. 2º). Torna-se imediatamente recorrível na remessa de autos para tribunal regional distinto daquele que se vincula o juízo excepcionado. 16/10/2020 A exceção deve ser realizada antes da audiência em até 5 dias, quando em exceção de competência territorial. As outras duas exceções são mencionadas na audiência. As hipóteses de suspeição ocorrem pela CLT, mas as hipóteses de impedimento a CLT é omissa, sendo utilizadas as hipóteses do CPC. remessa para o TRT analisar Contestação É uma das modalidades de resposta do réu em que insurge por todos os modos legalmente previstos contra a pretensão deduzida pelo autor. Fundamenta-se em dois princípios. princípio da eventualidade artigo 336 CPC. - incumbe ao réu alegar na contestação toda matéria de defesa, expondo as matérias de fato e direito. A parte de especificar provas não cabe ao direito do trabalho, visto que não é fundamental no processo do trabalho. Princípio da impugnação específica artigo 341 CPC. A contestação pode ser dirigida contra a ação ou processo e ou contra o mérito. A contestação contra o processo ou contra a ação, o ataque do réu é sobre o processo e não a lide, pois o seu objetivo é destruir o processo. Artigo 337 CPC. A incompetência relativa continua sendo arguida como exceção dilatória, nos termos do artigo 799 CLT. LUCIANA DE SOUSA CARBONI Duas modalidades de contestação. Na contestação contra o mérito ou contestação indireta do mérito, as preliminares são apreciadas na sentença. O réu reconhece o fato constitutivo mas o opõem outro fato impeditivo, modificativo, extintivo. Artigo 818, inciso II, CLT. Reconvenção Até o advento do Código de Processo Civil 2015 era uma peça separada/autônoma. A CLT é omissa quanto a reconvenção. É a demanda do réu contra o autor no mesmo processo em que está sendo demandado. É o contra-ataque que enseja o processamento simultâneo da ação principal e da ação reconvencional, a fim de que o juiz resolva as duas lides na mesma sentença. Os requisitos para a reconvenção envolve: competência material; compatibilidade nos procedimentos; existência de processos pendentes; conexão. Se houver matéria transitada em julgado na ação principal, não será reconvenção e sim preliminar de contestação. Não cabe reconvenção no processo de reconvenção, para assim não eternizar a lide, como posiciona o doutrinador Marcos Bezerra Leite. 29/10/2020 OBJETO DE PROVAS Os fatos devem ser provados. Os relevantes (importantes para o andamento do processo), pertinentes (dizem respeito ao autor e ou réu, que envolvem a lide) e controvertidos. Não dependem de prova os seguintes fatos: notórios, incontroversos e cuja existência seja legalmente presumida, artigo 374 CPC. A prova recai sobre conteúdo e vigência, artigo 376 CPC. Ex: deverá demonstrar o conteúdo e vigência da convenção coletiva, pois caso contrário o juiz que irá determinar o valor em caso de convenção coletiva de valor de horas extras. Na CLT não há previsão de testemunha, assim são convidadas pelas partes Os fatos devem ser provados, artigo 369. As partes tem o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste código, para provar as verdades dos fatos. O juiz, dependendo da situação, pode indeferir o testemunho quando não tiver necessidade. Conclui-se que se o juiz não interrogar as partes, qualquer delas poderá requerer pelo depoimento recíproco, posição que se encontra fundamento no princípio d ampla defesa e contraditório. A ordem dos depoimentos é: autor, réu, testemunhas do autor e testemunhas do réu. O advogado do autor interrogará o réu e vice-versa, com a finalidade de obter a confissão, pois depoimento que não haja confissão não é prova. Artigo 820 CLT. LUCIANA DE SOUSA CARBONI O magistrado pode definir que novas provas sejam produzidas se assim entender necessário, mas as partes não. 05/11/2020 MEIOS DE PROVAS Provas documentais: tudo aquilo que pode ser transpostos para o processo para demonstrar fato alegado. Antes de indeferir ou deferir a juntada de documentos que não acompanharam a inicial ou contestação, o juiz deve verificar o conteúdodo documento e o momento em que a parte está pedindo, pois se não houve inicio a fase oral, poderá ser admita, desde que seja dada vistas a outra parte, para que ela possa se manifestar e exercer o contraditório. Caso todas as partes já tenham sido ouvidas e uma delas quer juntar novo documento, não poderá ser aceito, pois contra aquele documento não existe mais a possibilidade de produzir provas. Se não foi iniciada a prova oral, junte a documental. Prova testemunhal: Em caso de preposto, ele só poderá ser considerado para testemunha caso tenha deixado de ser empregado do réu, pois caso contrário é considerado parte no processo. Testemunha é a pessoa natural, estranha ao processo, isenta em relação as partes, chamada para depor em juízo sobre fato que tem conhecimento. Para ser testemunha é necessário ter conhecimento pessoal sobre os fatos, sendo necessário ter sido adquirido por meio de um dos 05 sentidos humanos. LUCIANA DE SOUSA CARBONI O limite de testemunhas é para as partes e não para o juiz, que seguindo o princípio do inquisitório pode pedir por mais testemunha. —> Rito ordinário/sumário até 3 testemunhas (cada); rito sumaríssimo até 2 testemunhas (cada); Inquérito para apuração para falta grave de empregado estável, cada parte até 6 testemunhas. Incapazes, impedidos e suspeitos não podem ser testemunhas, mas se necessário podem ser interrogados na condição de informante. Contradita: Artigo 455, 457, CPC e 825 CLT. Questionar a parcialidade da testemunha. Como não há rol de testemunha, só terá conhecimento de quem são elas no momento da audiência, podendo ficar comprometida a prova da contradita no processo do trabalho. Entretanto, como o CPC está sendo cada vez mais aplicado, se as testemunhas convidadas não comparecerem o juiz as intimará, o advogado deverá depositar o rol de testemunha, e se elas não comparecerem, serão conduzidas coercitivamente. Ônus da prova: é o encargo imposto ao autor, ao réu ou a ambos, quanto a demonstração da existência de um fato alegado na petição inicial e na contestação, sobre o qual se estabeleceu a controvérsia e que não foi confessado e nem sobre o qual exista presunção de veracidade. Artigo 373 CPC e 818 CLT. A reforma trabalhista introduziu o sistema dinâmico, pelo qual o juiz pode distribuir o ônus de modo diverso. Gerou uma nova redação para o artigo 818 CLT, permitindo que o juiz possa atribuir de modo diverso o ônus da prova, para aquele que tiver maior aptidão para a fazer. Algumas observações: as regras de distribuição do ônus da prova são regras de julgamento: são aplicadas na sentença, pelo juiz, na fundamentação. Mas o juiz só aplica as regras de distribuição do ônus da prova quando: i – a prova não houver sido produzida; ii – a prova for “dividida”. O ônus da prova é distribuído na sentença, apenas quando a prova dos fatos é uma prova insegura ou dividida (prova documental de ambas as partes, que não trouxe certeza para o juiz). Será definido na instrução. LUCIANA DE SOUSA CARBONI Súmula 443 TST – PRESUNÇÃO RELATIVA DE VERACIDADE SOBRE DISCRIMINAÇÃO – Réu terá o ônus da prova de demonstrar que não houve discriminação. Artigo 765 CLT – princípio do inquisitivo/inquisitório. Segundo Mauro Schiavi a distribuição dinâmica do ônus da prova entre as partes será aplicado quando: i – houver excessiva dificuldade probatória da parte que detém o ônus da prova; ii – houver maior facilidade de produção da prova pela parte contra quem o ônus fora fixado de se desincumbir do encargo. NÃO HÁ NECESSIDADE DA ALEGAÇÃO SER VEROSÍMEIS, BASTA UMA DIFICULDADE POR UMA PARTE E UMA MAIOR FACILIDADE POR OUTRA. —> a distribuição dinâmica é como a inversão do ônus da prova. Súmula 212 TST (Todos os pontos descritos acima são dentro da instrução). 12/11/2020 SENTENÇA Sentença é espécie de decisão, artigo 203, parágrafo 1º, CPC. A sentença já foi ato do juiz que colocava fim ao processo – finalidade - (CPC 1973), ato do juiz que levava a uma das hipóteses do artigo 267 ou 269 do antigo CPC - conteúdo -. Atualmente, 13/11/2020 (Continuação sentença...) A intimação da sentença ocorre em audiência no processo do trabalho. Em situação de réu revél, ocorrerá a intimação da decisão, por primeiramente por via postal, caso não seja efetivo será por meio de oficial de justiça, e caso não surte efeito, será por edital. Além, quando uma das partes não comparece em audiência de instrução, a parte não será intimada. Súmula 197 e 30 TST. Quando o juiz não publica a sentença na data designada, as partes serão intimadas. LUCIANA DE SOUSA CARBONI RECURSOS É o direito que a parte vencida ou terceiro possui de, na mesma relação processual e atendidos os pressupostos de admissibilidade, submeter a matéria contida na decisão recorrida ao reexame, pelo mesmo órgão prolator ou por outro órgão distinto e hierarquicamente superior, com o objetivo de anulá-la ou de reforma-la, total ou parcialmente. Deve-se lembrar que há legitimação de terceiros, parte vencida. Pressupostos recursais O processamento dos recursos está condicionado à observância de determinados requisitos. Os pressupostos subjetivos são pertinentes a pessoa do recorrente, envolvendo legitimidade processual, capacidade processual e interesse. A legitimidade é a habilitação outorgada por lei a pessoa que tenha participado como parte do processo em 1º grau de jurisdição, ainda que revel. Deve-se lembrar que também tem legitimidade a quem não foi partejas pode ser alcançado pela decisão judicial. O interesse sempre é representado pelo binômio utilidade + necessidade no sentido de que somente com a interposição do recurso poderá ser removido o gravame contido na decisão. O interesse está intimamente ligado a sucumbência. Existem cláusulas de irrecorribilidade no processo do trabalho. São as decisões interlocutória, decisão proferida em ação com rito sumário e decisão que homologa conciliação. A adequação significa que existe um recurso adequado e próprio para atacar o ato judicial impugnado, súmula 421 TST. Como no processo civil, o processo do trabalho permite ao juiz receber um recurso por outro (princípio da fungibilidade), desde que: não haja má fé, não haja erro grosseiro, não haja intempestividade. A tempestividade é o direito o recurso dever ser exercitado no prazo legal. Os prazos recursais são de 8 dias úteis. Embargos de declaração 5 dias úteis. As pessoas jurídicas de direito público (U, E, DF, M), autarquias e fundações públicas possuem prazo em dobro (DL 779/1969). LUCIANA DE SOUSA CARBONI A regularidade de representação: se a parte estiver representada por advogado, o mandato deve estar nos autos no momento da interposição do recurso, exceto pelas circunstâncias das súmulas 383 e 395 TST. Preparo: os recursos trabalhistas estão sujeitos ao preparo (depósito recursal e nas custas) sendo que o depósito recursal tem natureza de garantia do juízo, ou seja, só será exigível do réu, quando condenado em obrigação de pagar. Agravo em R.O desafia recurso em revista no TST quando provido. Quando o TST nega provimento ao agravo de instrumento é decisão irrecorrível. ASPECTOS PROCESSUAIS DA REFORMA TRABALHISTA
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