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TCC - Ludoterapia A Importancia do Brincar no Desenvolvimento Psicossocial Infantil

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18
CENTRO UNIVERSITÁRIO DR. LEÃO SAMPAIO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
JULIANA GOMES TRAJANO
LUDOTERAPIA: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL INFANTIL
JUAZEIRO DO NORTE-CE
2016
JULIANA GOMES TRAJANO
LUDOTERAPIA: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL INFANTIL
Trabalho de conclusão de curso apresentado a banca examinadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Dr. Leão Sampaio, como requisito para obtenção do grau de Bacharel.
Orientador: Prof. Me. Francisco Francinete Leite Junior
JUAZEIRO DO NORTE-CE
2016
JULIANA GOMES TRAJANO
LUDOTERAPIA: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL INFANTIL
Trabalho de conclusão de curso apresentado a banca examinadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Dr. Leão Sampaio, como requisito para obtenção do grau de Bacharel.
Aprovado em _____/_____/______
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Orientador Prof. Me. Francisco Francinete Leite Junior
________________________________________
Profª Me. Indira Feitosa Siebra de Holanda
____________________________________
Me. Izabela Alves de Oliveira Bezerra
JUAZEIRO DO NORTE-CE
2016
LUDOTERAPIA: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL INFANTIL
Juliana Gomes Trajano[footnoteRef:1] [1: Graduanda em Psicologia pelo Centro Universitário Dr. Leão Sampaio – jgtrajano92@hotmail.com] 
Francisco Francinete Leite Junior[footnoteRef:2] [2: Orientador Professor Mestre Francisco Francinete Leite Junior – francinetejunior@leaosampaio.edu.br] 
RESUMO
O artigo apresentado tem por objetivo discutir a importância do brincar, a partir da ludoterapia, e suas influências para o desenvolvimento psicossocial infantil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de natureza bibliográfica e exploratória realizada frente a uma revisão de literatura científica especializada, optando-se para a análise dos dados uma análise crítica através de uma leitura minuciosa a respeito da temática, considerando os aspectos relevantes de acordo com o objetivo. Dessa forma, iniciando com as contribuições que o brincar dispõe para o desenvolvimento psicossocial, faz-se necessário analisar a ideia de vários autores sobre a temática, o que irá contribuir para uma compreensão da brincadeira como aspecto essencial durante a infância. Para tanto, o brincar é considerado como um meio para a criança desenvolver seu reconhecimento de mundo, através da imaginação e expressão de sentimentos. Portanto, é um meio lúdico estimulador do desenvolvimento infantil. Assim, na ludoterapia, o brincar como também o brinquedo, aparece como uma maneira livre para que a criança possa desenvolver seus aspectos psicossociais, através da criatividade, fantasia e espontaneidade. Conclui-se que o brincar é um elemento indispensável para a criança, pois através deste ocorre a interação com o meio e assim ela reproduz vivências e sentimentos internalizados. A partir da ludoterapia, compreende-se a prática lúdica como forma da criança dar vazão a seus sentimentos, estabelecer relações interpessoais e com o meio, e formar o seu reconhecimento de mundo, desenvolvendo assim o seu psicossocial através de brincadeiras com caráter terapêutico, sendo considerada uma prática essencial para o desenvolvimento infantil.
Palavras-chave: Desenvolvimento Psicossocial, Brincar, Infância, Ludoterapia. 
ABSTRACT 
The presented paper aims to discuss the importance of play, from play therapy, and their influences on child psychosocial development. This is a qualitative research literature and exploratory held before a specialized scientific literature review, opting to data analysis a critical analysis through a close reading of the theme, considering the relevant aspects according to the goal. Thus, beginning with the contributions that the play has to psychosocial development, it is necessary to examine the idea of ​​several authors on the subject, which will contribute to an understanding of the game as an essential aspect during childhood. Thus, the play is considered as a means for children to develop their recognition of the world through imagination and expression of feelings. Therefore, it is a means playful stimulating child development. Thus, in play therapy, play as well as the toy appears as a free way for the child to develop their psychosocial aspects, through creativity, fantasy and spontaneity. We conclude that the play is an indispensable element for the child, because through this is the interaction with the environment and so it reproduces experiences and internalized feelings. From the play therapy, it is understood the playful practice as a child's way to give vent to their feelings, to establish interpersonal and with the environment relationships and obtain the recognition of the world, thus developing their psychosocial through play with therapeutic character, and considered an essential practice for child development.
Keywords: Psychosocial Development, Playing, Childhood, play therapy.
INTRODUÇÃO
No universo da criança não há fronteiras para delimitar sua imaginação, é através da brincadeira que ela aprende sobre o meio em que vive e o explora, utilizando da criatividade e curiosidade, para compreender as circunstâncias que a cerca. É nessa comunicação lúdica com o ambiente que vive, por intermédio de brincadeiras e ludicidade em geral que a criança cria uma relação 	a meio do real e imaginário, assim, ocorrendo o conhecimento e contribuindo para o desenvolvimento infantil. O processo de desenvolvimento infantil é elaborado em meio a mudanças devido ao crescimento rápido da criança, essas sendo de desenvolvimento fisiológico, físico, cognitivo, entre outras. O estudo presente da um destaque maior para o desenvolvimento de aspecto psicossocial, que engloba a autoestima, autoconceito, assim como, habilidades e atitudes sociais, demonstrando nessa perspectiva a importância do brincar para tal e de que forma as práticas lúdicas contribuem para esse processo.									O brincar é considerada uma atividade séria, de grande importância para o desenvolvimento psicossocial, da mesma maneira que outras necessidades como dormir e comer, é brincando que a criança amplifica potencialidades e capacidades de criar, associar, tem sua sociabilidade e criatividade desenvolvidas (FIGUEIRÓ, 2012).												Dessa forma, o lúdico apresenta um importante papel no desenvolvimento infantil, pois é na brincadeira que a criança reproduz o discurso externo e o internaliza, estruturando seu pensamento. É através da ludicidade que as crianças podem reproduzir muitas das situações que vivenciam em seu cotidiano, utilizando de sua imaginação. Além disso, o lúdico contribui para o desenvolvimento da criança por meio do brincar, aumenta sua independência e estimula o crescimento mental (DALLABONA; MENDES, 2004).									A ludoterapia então, que traz como meio de terapia o brincar, tem como meta auxiliar a criança para que possa se expressar e conhecer a si própria, ajudar a promover ou até recuperar o bem-estar psicológico da mesma por meio de atividades lúdicas. Pode-se dizer que o desenvolvimento da criança surge mediante uma rede de relações sociais, ou seja, ocorre em circunstâncias onde a mesma se relaciona com outras. Por essa perspectiva a ludoterapia se torna de extrema importância para o desenvolvimento social da criança possibilitando que se demonstre de forma a permitir que elabore opiniões sobre si e sobre o mundo social em que está inserida. A ludoterapia concede à criança manifestar seus sentimentos (ansiedades, medos, conflitos), já que na brincadeira ela aprende o correto funcionamento das coisas dentro da sociedade, as regras. (NEOLÁCIO, 2013).		A terapia pelo brincar é importante por utilizar a brincadeira como meio que auxilie no desenvolvimento infantil, oportunizando as crianças o expressar de seus sentimentos e conflitos. Assim, a prática lúdica é essencial para a atividade humana, compreendendo a criança nas situações por ela vivenciadas, contendo seusconhecimentos, imaginação e seu dia a dia.						Contudo, justifica-se a pesquisa com finalidade de contribuir para o âmbito acadêmico de forma significativa sobre a magnitude que o brincar tem para o desenvolvimento psicossocial infantil e desenvolver métodos para que se possam compreender os fatores fundamentais envolvidos na brincadeira que são eficazes para o indivíduo. Levando em consideração sobre esse esclarecimento, mostrando maneiras a ser utilizado e trabalhado, e apontando seus benefícios, além de trazer um maior entendimento sobre a temática apresentada, têm-se as contribuições sociais. E para o âmbito pessoal e consequentemente profissional, o estudo irá favorecer fornecendo maior conhecimento, pois a temática foi selecionada pela afinidade existente para com o trabalho direcionado ao público infantil. Em vista disso, faz-se necessário aprofundar estudos que são aptos de garantir e proporcionar de modo satisfatório elementos que auxiliem para uma compreensão plena sobre a pesquisa com desígnio de abranger a atuação lúdica e a sua importância para o desenvolvimento da criança numa perspectiva psicossocial.		 No entanto, para tal estudo, problematiza-se a respeito da ludoterapia: Quais as contribuições que a brincadeira tem para o desenvolvimento psicossocial da criança, a partir de uma revisão da literatura? E a partir desta problemática, se torna importante a contribuição de diversificados autores, na construção da presente pesquisa, uma vez que se busca elucidar eficazmente a valia do brincar no desenvolvimento psicossocial infantil.								O artigo apresentado tem por objetivo geral compreender a relevância que a brincadeira tem para o desenvolvimento psicossocial da criança a partir de uma revisão da literatura, seguindo dos objetivos específicos: discutir a ludoterapia como método de trabalho clínico com crianças; compreender o universo infantil a partir dos elementos lúdicos; e perceber de que maneira se dá o desenvolvimento infantil de caráter psicossocial. 										Esse artigo foi estruturado inicialmente com uma discussão sobre o desenvolvimento infantil em seus aspectos psicossociais relacionando-o com a ludicidade e demonstrando como a prática lúdica auxilia no desenvolvimento de modo geral. Seguindo com uma reflexão sobre o lúdico e o reconhecimento de mundo da criança por meio do brincar, a importância deste para a construção de conceitos, expressão de sentimentos, reflexão, criatividade, ajudando assim a um melhor desenvolvimento psicossocial. Por fim, o artigo traz um estudo sobre a ludoterapia enquanto prática terapêutica, uma terapia que faz uso do brincar visando proporcionar ou restabelecer o bem-estar psicológico da criança, assim auxilia a mesma em seu conhecimento de mundo e em seus conflitos, possibilitando-a um melhor desenvolvimento.
ASPECTOS METODOLÓGICOS
O artigo apresenta uma pesquisa do tipo qualitativo, em que Strauss e Corbin (2008) referem-se a não quantificar os dados utilizados, mas sim interpretar, descobrir relações e concepções nos mesmos sem utilização da matemática, organizando e explanando-os teoricamente, com intuito de adquirir novos conhecimentos. Em conformidade com Gil (2002), uma pesquisa bibliográfica fundamenta-se com base em material que já fora construído, contendo artigos científicos e livros particularmente. Dessa forma os estudos são disciplinados em algum trabalho dessa espécie, porém existem alguns destes ordenados mediante outras fontes de cunho bibliográfico. Enquanto que a exploratória torna a problemática de forma mais explícita, aprimora ideias, de maneira que possa melhor refletir os diversos sentidos relacionados ao estudo. Dessa forma, o artigo compreende uma pesquisa bibliográfica e exploratória de caráter qualitativo, realizada frente a uma revisão de literatura científica especializada.			Para a construção do presente trabalho, foi necessária a seleção de aproximadamente seis artigos científicos publicados sobre a temática trabalhada, através do banco de dados digital Google acadêmico. Além de capítulos de livros com variados autores que explanassem sobre o assunto. Utilizou-se dos seguintes descritores: ludoterapia, criança, desenvolvimento psicossocial, brincar e desenvolvimento infantil. Fizeram-se o uso de artigos científicos e livros que relacionassem o brincar ludoterápico bem como seus benefícios para o desenvolvimento da criança nos aspectos psicossociais, ressaltando a brincadeira como forma terapêutica manuseada através da ludoterapia, estes sendo os critérios de inclusão, assim como também o idioma português e a periodização das últimas três décadas. Artigos e capítulos de livros que analisaram o brincar como sendo relevante para desenvolvimento infantil de caráter cognitivo, o brincar apenas como diversão, desenvolvimento psicossocial na adolescência e fase adulta foram excluídos. Como critério de exclusão também foi utilizado artigos que trabalhavam temáticas não pertinentes e que utilizasse da brincadeira em outras perspectivas que não fossem a abordada no estudo.								Para a análise dos dados optou-se por uma análise crítica que se da a partir de uma leitura criteriosa a respeito do tema trabalhado, levando em consideração os aspectos relevantes de acordo com o objetivo da pesquisa de esclarecer qual a importância da brincadeira para o desenvolvimento psicossocial da criança. Através do material levantado foi necessário fazer uma relação entre o desenvolvimento infantil, as práticas lúdicas e a ludoterapia, a fim de responder a problemática apresentada.
REVISÃO DA LITERATURA
DESENVOLVIMENTO INFANTIL: PENSANDO OS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS 
Quando se fala em desenvolvimento, historicamente se tem o significado de mudanças contínuas durante o crescimento, este pode ser compreendido a partir dos aspectos, cognitivo, que apresenta o pensamento, linguagem, percepções; aspecto físico, que está relacionado a materialidade do corpo e o psicossocial que remete aos sentimentos, personalidade e relações interpessoais. 				O desenvolvimento cognitivo está relacionado a memória, aprendizagem, linguagem, entre outros. Nesse modo, Papalia e Feldman (2013) afirmam que a cultura e o meio implicam na maneira que os pais contribuem para tal desenvolvimento, a partir das brincadeiras e aprendizados que lhes são transmitidos. Nessa perspectiva, Vygotsky (1978 apud PAPALIA; FELDMAN, 2013) contribui com a ideia de que o contexto o qual a criança está inserida culturamente influi para suas interações sociais, auxiliando o desenvolver da cognição. Assim como no desenvolvimento físico, o cognitivo também irá evoluindo com o crescimento da criança, aprimorando melhor a linguagem, apresentando percepções sobre o mundo que a cerca, desenvolvendo a atenção e memória, entre os demais.	No entanto, o desenvolvimento físico envolve o crescimento do cérebro, corpo e capacidades motoras. Ao nascer, a criança não possui o seu sistema neurológico completamente desenvolvido, necessário para o controle do seu corpo. Conforme vai crescendo, seu corpo muda e desenvolve tomando uma forma ereta. Ocorre a maturação e aos poucos ela evolui. Dessa forma o desenvolvimento físico acontece de modo geral para as crianças com relação a suas capacidades sensoriais, motoras e evolução do cérebro e do corpo, a partir da interação do seu amadurecimento e das vivências similares a de seus pais, percebidas por elas (BEE; BOYD, 2011). Estudar sobre esses aspectos e suas inúmeras características é essencial para se conhecer melhor a criança, no entanto, será dado um enfoque maior no desenvolvimento psicossocial infantil.						O desenvolvimento psicossocial é considerado pela relação entre a psique e o contexto social que o caracteriza. Estudos atuais afirmam que a criança a partir dos primeiros momentos de vida já possui a capacidade de expressar sentimentos e reagir às situações causadas por outras pessoas, dessa forma a própria criança contribui para o seu desenvolvimento psicossocial. Portanto, o lado emocional apresentado pela criança colabora para suas interaçõessociais: o chorar, demonstração de raiva ou alegria, entre as demais emoções que ela pode expressar (BERGER, 2013).											Em seus primeiros anos de vida a criança começa a interação com seus cuidadores, que é fundamental para o crescimento psicossocial, emitindo emoções como forma de linguagem para estabelecer uma comunicação entre eles. Segundo Berger (2013), conforme ocorre o crescimento, as relações e emoções infantis se transformam de maneira mais diferenciada, o que antes havia expressão de sentimentos de forma simples, agora aumenta a intensidade, diretividade e rapidez com que apresentam.										Ao mencionar a infância fala-se também em brincadeira, que é algo inerente à criança, isso se dá pelo brincar que a criança exerce frequentemente, e o modo que este atua a contribuir para o desenvolvimento infantil, pois é na brincadeira que acontece as principais modificações para o mesmo, sendo também espaço de mudança para as próximas fases da vida (CORDAZZO; VIEIRA, 2007). Dessa forma, independente da brincadeira utilizada, é no ato de brincar que a criança estimula o tal desenvolvimento. De acordo com Leontiev (1994), é na prática lúdica que ela compreende as relações interpessoais existentes, por meio dessa consegue também perceber seus papéis sociais, suas capacidades e compará-las as demais crianças. 											Dessa maneira a ludicidade não deve ser tida apenas como prática para lazer, mas sim como uma atividade que auxilia no desenvolvimento de modo geral e simplifica os processos sociais, a expressão e comunicação da criança. Ao experienciar algumas atividades lúdicas, ela aprende conceitos e desenvolve conhecimento, por meio da eficácia do brincar (AVELAR; TEIXEIRA, 2009).		Aprofundando o ponto de vista sociocultural, dentro da brincadeira o social é que mostra a ação na prática lúdica da criança. Assim fala Vygotsky (1991), que a partir da compreensão que a criança tem sobre o mundo humano e real, irá determinar a escolha das brincadeiras, partindo da ideia de que o brincar sofre influência das relações sociais. Estas então são situações imaginadas pelas crianças em que podem recriar o meio que vivem, fazer no imaginário o que na realidade não é possível. O referido autor ainda acreditava que o contexto social influencia no esforço realizado pela criança para compreender o mundo, tendo como exemplo as perguntas feitas aos mais velhos e as respostas obtidas. Dessa forma, a criança desenvolve o seus aspectos intelectuais por meio dos estímulos de adultos na sociedade. Assim tal desenvolvimento é estimulado através de atividades sociais de interação, em que ocorre a motivação pelos pais possibilitando conhecimento às crianças.
O LÚDICO E O RECONHECIMENTO DO MUNDO ATRAVÉS DO BRINCAR 
O lúdico é um termo que se refere a diversão, que envolve atividades, jogos e brincadeiras de entretenimento proporcionando descontração, sensações espontâneas e de liberdade, ultimamente tem sido estudado de forma significativa por variados pensadores, havendo uma concordância entre eles de que este é parte essencial para o desenvolvimento infantil. É próprio da criança a ação de brincar, dispensando qualquer tipo de regra ou ordem que a mande em busca da brincadeira. O lúdico é algo fundamental à criança. O brincar não traz apenas diversão, mas oferece vários benefícios para o desenvolvimento da mesma. Dessa forma, Cardia (2011) traz a ideia do lúdico como um termo que inclui o brincar, a prática livre, individual e grupal. 									A brincadeira é uma atividade lúdica que através desta a criança experimenta suas formas de ser e pode servir também como linguagem, já que por algumas vezes são incapazes de se expressarem verbalmente. A mesma também pode ser considerada como um lugar de construção e dotado de significação social, onde se permite a criança um extravasar de seus sentimentos e favorece o entendimento de alguns princípios da vida como a divisão, liderança, obediência e colaboração (NEOLÁCIO, 2013). De acordo com Oaklander (1980 apud NEOLÁCIO 2013) “a brincadeira desempenha uma função vital para a criança. É muito mais do que apenas atividade frívola, leviana e prazenteira que os adultos julgam que é”.	Dessa forma, o lúdico ganha destaque por ser considerado como uma atividade que remete entretenimento, pois a brincadeira é algo imanente na criança, é sua forma de reconhecer o mundo, se expressar e refletir, oportunizando um melhor desenvolvimento psicossocial através da criatividade e de suas descobertas. (DALLABONA; MENDES, 2004). Tezani (2006) traz em destaque que para a infância o lúdico é indispensável, pois acredita que a criança necessita por meio da brincadeira, criar, perceber, inventar para que possa desenvolver seu conhecimento sobre o mundo.											É importante ressaltar que é por intermédio do lúdico que a criança descobre como agir, como interagir socialmente, expõe seus sentimentos internalizados, aprende sobre o mundo ao seu redor, pois através da brincadeira seu interesse é incentivado, contribuindo consideravelmente para o seu desenvolvimento. Martini (1994) fala sobre o quão é importante o lúdico na vida da criança, relata que a brincadeira não se trata apenas de uma forma de lazer, passatempo, mas sim algo sério considerado pelas crianças, podendo irritá-las se forem interrompidas, pois do mesmo modo que demonstram seriedade em outras atividades como comer, dormir, estudar, desenvolvem a brincadeira da mesma maneira. No início da vida, a criança brinca com seu próprio corpo, mexendo os pés, escutando barulhos, movimentando seus dedos, realizando assim, seu primeiro contato com o mundo, relacionando-se com ele através do lúdico. Começa a brincar com objetos, tateando-os, desenvolvendo uma relação com os brinquedos, relação esta que terá continuidade em sua infância. O brinquedo (ou o jogo) se torna um meio importante para o desenvolvimento psicossocial da criança, e ainda fornece representações de imagens e abre possibilidades (TARDIVO, 2012).						O princípio da inserção social da criança se dá por meio do brinquedo, situando-se no mundo, voltando sua atenção inicialmente para objetos mais atrativos, coloridos, passando então para o jogo simbólico, em que criam suas regras e representações. Dessa forma, percebe-se que é no lúdico que a criança assimila, observa melhor o mundo em que está inserida e amplia suas condutas (MARTINI, 1994).											Nessa perspectiva, pode-se dizer que é brincando que a criança desenvolve suas potencialidades, seus limites, vivencia novos hábitos, constrói conceitos e segue adiante para as novas fases, além da interação social. A ludicidade é uma prática indispensável à criança, a brincadeira para esta é um objeto de diversão e que a permite criar e recriar lugares. O brincar é algo que se destaca como essencial para o seu desenvolvimento psicossocial e reconhecimento de mundo. Neolácio (2013) ainda afirma que é através de atividades lúdicas que a criança além de perceber o mundo a qual se insere, ela o constrói a sua maneira, da forma como queria que fosse, expressando suas emoções, preocupações, entre outros sentimentos, tornando assim a brincadeira mais construtiva.
LUDOTERAPIA: UMA TERAPÊUTICA COM CRIANÇAS 
A fase da infância é a fase em que consistem mais fortemente as brincadeiras. Através delas a criança realiza projeções, expressa sentimentos, necessidades, angústias e desejos, é por meio delas também que a criança refaz o seu mundo da maneira desejada, constrói suas regras e reflete suas experiências. Dessa forma, tem-se o lúdico como o modo de maior eficiência para que a criança se expresse, reflita e reconheça o mundo que se insere.					Pensando nesse contexto e na importância que tem o brincar, existe um modo terapêutico que se destina ao público infantil, chamado ludoterapia, palavra esta que tem como significado a terapia pelo brincar, ressaltando que o brincar desenvolvido na ludoterapia, não é o mesmo reproduzido pelas crianças em seu dia a dia, mas sim um brincar com finalidade terapêutica, que tem por objetivo auxiliar ascrianças em seus momentos de dificuldades ou situações difíceis. Outro significado que pode ser atribuído a essa prática é de um vínculo entre a criança e o terapeuta que a realiza, dispondo de materiais lúdicos para que esta possa descobrir e extravasar seus sentimentos, comportamentos, vivências e pensamentos, por intermédio natural do brincar (HOMEM, 2009).							Em acordo com Neolácio (2013), a ludoterapia é considerada uma psicoterapia com objetivo de proporcionar ou recompor, por meio de práticas lúdicas, o bem-estar psicológico do sujeito, além de com uma grande importância fazer parte do desenvolvimento social da criança, permitindo que ela se expresse de maneira que seja atendida as suas necessidades e que tenha um ponto de vista sobre si e sobre o mundo ao qual está incluída. Assim, a terapia pelo brincar possibilita que a criança demonstre seus variados sentimentos, como o medo, angústias, desejos, conflitos, oportunizando a elaboração dos mesmos, já que através do brincar a criança compreende sobre as regras e como funcionam, experimenta o mundo, obtendo dessa maneira elementos que possibilitem o desenvolvimento de atividades melhor estruturadas no futuro.									Essa forma de terapia com atividades lúdicas utiliza o brincar natural da criança para que ela manifeste seus conflitos, através de brincadeiras com objetos a seu alcance, a procura de entender as situações de estresse que vivencia. O ludoterapeuta não deve iniciar crendo que irá modificar a criança, ele deve utilizar sua competência e técnicas para atender as necessidades dela. Assim, tem-se a ludoterapia para crianças da mesma forma que se tem uma psicoterapia para os adultos. Na infância por não ter ainda seus níveis de desenvolvimento consideravelmente desenvolvidos, as crianças podem sentir dificuldades em expor seus sentimentos, compreendê-los e perceber o significado destes em suas vidas. Desse modo, estando em frente a um terapeuta que transmite segurança, que lhes compreende, e manipulando os materiais lúdicos que facilitam a manifestação emocional, obtem-se melhor a exploração de seus sentimentos, suas vivências, pensamentos, o que irá auxiliar na terapêutica. A partir disso, a criança irá encarar os seus conflitos, resolvendo-os ao mesmo tempo em que ela se percebe como um indivíduo com direito a sentir todos esses sentimentos e emoções. O brincar natural da criança é a melhor maneira dela se expressar e se comunicar, ferramenta esta indispensável para a ludoterapia (HOMEM, 2009).						A ludoterapia visa o crescimento da criança nesse processo, de forma a auxiliar em seu desenvolvimento. Durante as sessões ela começa a se sentir mais segura para expor tudo o que sente dentro do ambiente ludoterápico e fora dele também. O que antes a criança dava apenas sinais de seus conflitos, ela agora demonstra de modo mais nítido. Oaklander (1980) fala também sobre a importância que os pais têm em participarem desse processo, julgando necessário seu interesse em presenciar a evolução de seus filhos, proporcionando mudanças favoráveis para eles. No desenvolver da ludoterapia, a criança elabora outras maneiras de enfrentar o mundo, de acordo com suas capacidades.							 O processo ludoterápico, no entanto, deve possibilitar às crianças um local de consentimento, de respeito pelas suas escolhas, porém o ludoterapeuta deverá propor certos limites essenciais para que possa basear a terapia no mundo real e poder conscientizar a criança de suas responsabilidades. A prática lúdica permite à criança uma “autoterapia”, que por intermédio desta ela elabore suas angústias, medos e ansiedades. Assim, é na ludoterapia que a criança irá evoluir o seu potencial e se expressar livremente, reviver através do brincar vivências reais, desenvolver suas capacidades sociais e experimentar novas maneiras de ser (OAKLANDER, 1980).										Nessa perspectiva, é interessante pensar no ludodiagnóstico, este como sendo uma prática projetiva utilizado em observação psicológica especialmente em contextos de psicodiagnóstico infantil, em que a criança possa ficar livre no momento de se expressar. Tal prática faz o uso da brincadeira objetivando, por meio dos brinquedos, a livre expressão de dificuldades que possivelmente esteja vivenciando. Para tanto, o papel do terapeuta não é o de apenas brincar, mas sim compreender as expressões lúdicas apresentadas naquele instante pela criança e poder interpretá-las. Assim o ludodiagnóstico, por ser um método projetivo e expressivo, possibilita o expressar de sentimentos internalizados pela criança (AFFONSO, 2012). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O artigo apresentado procurou desenvolver a partir de estudos bibliográficos a relevância do brincar para o desenvolvimento infantil, destacando o aspecto psicossocial por meio de uma revisão da literatura que pudesse contribuir para uma melhor compreensão sobre a importância da brincadeira no desenvolvimento psicossocial da criança, por intermédio de elementos que auxiliassem esse estudo.	Ao longo desse trabalho foram selecionadas pesquisas sobre o tema apresentado que esclareceram sobre o brincar como algo fundamental para o desenvolvimento psicossocial infantil, demonstrando que através do brincar a criança projeta suas experiências, expõe sentimentos e vivencia relações interpessoais, sociais e culturais no instante em que brinca. Ao desenvolver este artigo, o autor da pesquisa buscou entender a brincadeira como elemento essencial a esse desenvolvimento da criança, que diante da construção do artigo percebeu e explorou como o brincar influencia não apenas na infância como um todo, mas também em seus aspectos psicossociais, compreendendo assim a ludoterapia como prática terapêutica que visa realizar intervenções lúdicas com as crianças, com finalidade de auxiliar em seu desenvolvimento psicossocial, ajudando as crianças a compreender seus conflitos e a resolvê-los.							Assim, percebeu-se que o desenvolvimento psicossocial infantil remete ao afetivo, às relações interpessoais e a personalidade, por sua vez conceituado pela relação existente entre a psique e o contexto social. A criança desde os primeiros anos de vida já inicia sua interações sociais, através do choro, expressão de alegria ou raiva, entre outros. De acordo com o crescimento essas interações e expressões aumentam quanto à intensidade, diretividade e rapidez. Quando uma criança realiza atividades lúdicas, ela compreende conceitos e desenvolve demais conhecimentos por intermédio do brincar, auxiliando dessa maneira o seu desenvolvimento psicossocial.	Dessa forma, se fez necessário analisar o brincar como elemento indispensável para a criança, pois através deste ocorre a interação com o meio e assim ela reproduz vivências e sentimentos internalizados. A brincadeira por ser algo inerente à criança permite-a reconhecer o mundo, expressar-se e refletir, desenvolvendo da melhor forma o seu psicossocial por meio de criatividade e descobertas, que são fundamentais para seu desenvolvimento.				Nesse sentido a ludoterapia, tida como a terapia pelo brincar, se apresenta como uma psicoterapia que tem a finalidade de promover ou recompor o bem-estar psicológico da criança, a partir de atividades lúdicas. Dessa forma, sendo de grande importância para o desenvolvimento psicossocial da criança, possibilitando a expressão de seus sentimentos e atendendo as suas necessidades. Ressaltando que o brincar realizado na ludoterapia não é o mesmo praticado pelas crianças em seu dia a dia, este tem um objetivo terapêutico a fim de auxiliá-las em seus conflitos e momento difíceis.											Nesse modo, conclui-se que por meio dos estudos desenvolvidos e pesquisa realizada a respeito da importância do brincar para o desenvolvimento psicossocial da criança a partir da ludoterapia, compreende-se a prática lúdica como forma da criança dar vazão a seus sentimentos, estabelecer relações interpessoais e com o meio e formar o seu reconhecimento de mundo, desenvolvendo assim o seu psicossocial através de brincadeiras com caráter terapêutico, em que oludoterapeuta irá utilizar da ludicidade para que a criança encare e resolva seus conflitos e momentos difíceis. Dessa maneira, o lúdico é considerado uma prática essencial para o desenvolvimento infantil, uma vez que ajuda a criança a desenvolver capacidades e estruturar seu pensamento.					Por fim, o artigo apresentou pesquisas e estudos sobre a ludoterapia e a importância do brincar, ressaltando a relevância desta no desenvolvimento psicossocial infantil.
REFERÊNCIAS 
AFFONSO, R. M. L. et. al. O ludodiagnóstico e as técnicas projetivas expressivas. In: Ludodiagnóstico: investigação clínica através do brinquedo. Porto Alegre: Artmed, 2012. cap. 6. p. 64-68.
BEE, H; BOYD, D. A Criança em Desenvolvimento. 12º Ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
BERGER, K. S. O Desenvolvimento da Pessoa – Da Infância à Terceira Idade. 5º Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. 
CARDIA, J.A.P. A Importância da Presença do Lúdico e da Brincadeira nas Séries Iniciais: Um Relato de Pesquisa. Revista Eletrônica de Educação. Ano V. nº 09, jul./dez. 2011. 
DALLABONA, Sandra Regina; MENDES, Sueli Maria Schmitt. O Lúdico na Educação Infantil: Jogar, Brincar, uma Forma de Educar. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG, Santa Catarina, vol. 1, n. 4, jan-mar, 2004
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