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Fisiologia da maturidade pulmonar e os critérios de avaliação 1. Desenvolvimento dos brônquios e dos pulmões: ● O broto respiratório (broto pulmonar) se desenvolve na extremidade caudal do divertículo laringotraqueal durante a quarta semana. ● O broto se divide em duas evaginações, sendo: os brotos brônquicos primários e o brotos brônquicos secundários. {e logo os terciários se formam}; ● No início da quinta semana, a conexão de cada broto brônquico com a traqueia aumenta para formar o primórdio do brônquio principal; OBS.O brônquio principal direito embrionário é ligeiramente maior do que o esquerdo e está orientado mais verticalmente ● O brônquio principal subdivide-se em brônquio secundário que forma os ramos lobares, este se divide em segmentares, que originam os intersegmentares; ● No lado direito: brônquio lobar superior suprirá o lobo superior do pulmão, entretanto, o brônquio lobar inferior se subdivide em dois brônquios, o brônquio lobar médio e o brônquio lobar inferior; ● No lado esquerdo: dois brônquios secundários suprem o lobo superior e o lobo inferior dos pulmões. Cada brônquio lobar sofrerá progressivas ramificações. ● Sétima semana: Os brônquios segmentares, 10 no pulmão direito e 8 ou 9 no pulmão esquerdo, começam a se formar. OBS. Os brônquios segmentares, com a massa de mesênquima circundante, formam o primórdio dos segmentos broncopulmonares ● 24ª semana: 17 ordens de segmentos estão formados e os bronquíolos respiratórios se desenvolveram; ● Quando os pulmões se desenvolvem, estes adquirem uma camada de pleura visceral derivada do mesênquima esplâncnico; ● Com a expansão, os pulmões e a cavidade pleural crescem caudalmente para o mesênquima da parede corporal e logo se aproximam do coração. 2. Maturação dos pulmões: ● Divide-se em estágios, sendo: 1. Estágio Pseudoglandular (5ª á 17ª semana): - o pulmão durante o estágio pseudoglandular possui aparência de glândulas exócrinas; -Com 16 semanas, todos os principais componentes dos pulmões estão formados, exceto aqueles envolvidos com as trocas gasosas; -A respiração não é possível. 2. Estágio Canalicular (16ª á 26ª semana): -sobrepõem-se ao estágio pseudoglandular {pois o desenvolvimento do segmento cranial dos pulmões amadurecem mais rápido do que o segmento caudal}; -a luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais tornam-se maiores e o tecido pulmonar torna-se altamente vascularizado; -formação dos ductos alveolares primitivos:cada bronquíolo terminal forma dois ou mais bronquíolos respiratórios, que irão se dividir em três a seis passagens {24ª semana}; - A respiração é possível ao final do período canalicular (26 semanas), pois alguns sacos terminais de parede delgada (alvéolos primitivos) se desenvolvem no final dos bronquíolos respiratórios e o tecido pulmonar está bem vascularizado. 3. Estágio do saco Terminal (24ª semana ao final do período fetal): -Sacos terminais (alvéolos primitivos) se desenvolvem e seu epitélios tornam-se muito finos; -Nesse estágio ocorre um contato íntimo entre o epitélio e as células endoteliais estabelecendo uma barreira hematoaérea, que permite um troca adequada de gases; {necessária para a sobrevivência do feto caso este nasça prematuramente} -Na 26ª semana, os sacos terminais são revestidos principalmente por células epiteliais pavimentosas de origem endodérmica, os pneumócitos tipo I, através dos quais a troca gasosa ocorre; -Dispersas entre as células epiteliais pavimentosas, estão células epiteliais secretoras arredondadas, os pneumócitos tipo II, que secretam o surfactante pulmonar, uma mistura complexa de fosfolipídios e proteínas. Surfactante,a produção começa entre a 20ª a 22ª semana, e graças a ele a uma facilidade na expansão dos sacos terminais por prevenirem a atelectasia (colapso dos sacos durante a expiração). 4. Estágio Alveolar (Final do período fetal aos 8 anos) -Os pneumócitos tipo I tornam-se tão delgados que os capilares adjacentes projetam-se para os sacos alveolares; -Ao final do período fetal (38ª semana) graças a membrana alveolocapilar {barreira de difusão pulmonar ou membrana respiratória}, os pulmões são capazes de realizar a respiração; - Embora os pulmões não comecem a realizar essa função vital até o nascimento, estes são bem desenvolvidos e, portanto, capazes de funcionar prontamente quando o bebê nasce; -Aproximadamente 95% dos alvéolos maduros desenvolvem- se no período pós-natal; -O desenvolvimento alveolar está, em grande parte, completo aos 3 anos de idade, mas novos alvéolos são acrescentados até aproximadamente 8 anos de idade; - Conforme esses alvéolos aumentam em tamanho, eles se tornam alvéolos maduros. O principal mecanismo para o aumento do número de alvéolos é a formação de septos secundários de tecido conjuntivo que subdividem os alvéolos primitivos existentes; -O desenvolvimento dos pulmões durante os primeiros meses após o nascimento é caracterizado pelo aumento exponencial na superfície da barreira hematoaérea através da multiplicação dos alvéolos e capilares; -Os movimentos respiratórios fetais (MRFs), que podem ser detectados pela ultrassonografia em tempo real, ocorrem antes do nascimento, exercendo força suficiente para causar a aspiração de algum líquido amniótico pelos pulmões. {são essenciais para o desenvolvimento normal dos pulmões}; -Ao nascimento, os pulmões estão aproximadamente com a metade de seu volume preenchido com líquido derivado da cavidade amniótica, pulmões e das glândulas traqueais. {três maneiras de retirar esse líquido, sendo: 1.Através da boca e do nariz por pressão no tórax fetal durante o parto vaginal; 2.Pelos capilares, artérias e veias pulmonares e 3. pelos vasos linfáticos.}; -Três fatores são importantes para o desenvolvimento normal do pulmão: espaço torácico adequado para o crescimento pulmonar, MRFs e volume de líquido amniótico adequado. 3. Oligoidrâmnio e desenvolvimento pulmonar: ● Quando o oligoidrâmnio (quantidade insuficiente de líquido amniótico) é severo e crônico por causa do vazamento ou diminuição na produção do líquido amniótico, o desenvolvimento pulmonar é retardado e pode resultar em severa hipoplasia pulmonar com restrição do tórax fetal; ● Risco aumenta significamente em um quadro de oligoidrâmnio na 26ª semana. 4. Pulmão de recém-nascidos: ● Os pulmões saudáveis a fresco de recém-nascidos sempre possuem algum ar; ● Um pulmão doente, particularmente preenchido por líquido, pode não flutuar. 5. Síndrome da angústia respiratória: {doença da membrana hialina.} ● afeta aproximadamente 2% dos recém-nascidos {sendo aqueles nascidos prematuramente mais suscetíveis.}; ● desenvolvem uma respiração rápida e com dificuldade logo após o nascimento; ● A deficiência do surfactante é a principal causa da SAR; ● Todos os fatores de crescimento e hormônios que controlam a produção do surfactante não foram identificados, mas corticosteróides e tiroxina, que estão envolvidos na maturação dos pulmões fetais, são potentes estimuladores da produção de surfactante. O tratamento materno com glicocorticóides durante a gestação acelera o desenvolvimento pulmonar fetal e a produção de surfactante. Esses achados levaram a uma rotina clínica com uso de corticosteróides (betametasona) na prevenção da SAR em trabalho de parto prematuro. Além disso, a administração de surfactante exógeno (terapia de reposição de surfactante) reduz a severidade da SAR e as chances de mortalidade de neonatos. OBS. Os pulmões são subinflados e os alvéolos contêm um líquido com alto conteúdo proteico que lembra uma membrana vítrea ou hialina.
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