Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Experiência de Hawthorne A experiência de Hawthorne foi realizada em 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos (National Research Council), em uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne e sua finalidade era determinar a relação entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários medida através da produção. A experiência foi coordenada por Elton Mayo e colaboradores, e estendeu-se à fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade do pessoal (turnover) e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal. A experiência de Hawthorne foi desenvolvida por Elton Mayo, junto com seus colaboradores, e colocou em xeque a teoria clássica da administração, mecanicista e rígida. Elton é fundador da escola da teoria das relações humanas na administração, que surgiu da necessidade de humanizar a Administração. Em 1927, o Conselho Nacional de Pesquisas decidiu dar início a uma pesquisa na fábrica de Hawthorne da Western Electric Company, responsável pela fabricação de equipamentos e componentes de telefone. O objetivo era analisar a correspondência entre a iluminação dos locais de trabalho e a eficiência das operárias, medida pela produção obtida. Três anos antes: Mayo conduzira uma pesquisa em uma indústria têxtil com elevadíssima rotatividade de pessoal [...] e que havia tentado inutilmente vários esquemas de incentivos salariais. Mayo introduziu um intervalo de descanso, delegou aos operários a decisão sobre horários de produção e contratou uma enfermeira. Em pouco tempo, emergiu um espírito de grupo, a produção aumentou e a rotatividade do pessoal diminuiu (CHIAVENATO, 1979, p.102). O experimento contou com quatro fases. A primeira delas consistiu em observar dois grupos de operárias para desempenhar as mesmas funções sob as mesmas condições de trabalho: o primeiro tinha iluminação variável e o segundo grupo possuía iluminação constante. Os pesquisadores não encontraram relação entre a iluminação e a produtividade, mas sim a existência de uma variável psicológica. Assim, nesta fase eles concluíram que o fator psicológico afetava a eficiência das operárias e, por considerar isto negativo, tentaram isolar este fator do experimento. Na segunda fase, o primeiro grupo contava com seis moças, das quais cinco montavam o equipamento e a sexta era responsável por fornecer as peças necessárias ao trabalho. O segundo contava com um contador de peças que marcava a produção. A pesquisa com o primeiro grupo foi subdividida em doze fases e constatou-se que as moças não temiam a supervisão porque a consideravam branda, ao contrário do grupo dois; o ambiente amistoso aumentava a satisfação no trabalho; tornaram-se amigas; desenvolveram objetivos comuns como aumentar a produtividade. Na terceira fase os pesquisadores deixaram de analisar as condições físicas e priorizaram as relações humanas no trabalho. Em 1928, teve início um programa que https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=National_Research_Council&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Chicago https://pt.wikipedia.org/wiki/Elton_Mayo https://www.infoescola.com/administracao_/teorias-da-administracao/ tinha como objetivo ouvir sugestões e conhecer melhor os sentimentos das funcionárias no trabalho e em 1931 elas já tinham liberdade para falar livremente. A quarta fase consistia na observação da organização informal das operárias e o sistema de pagamento foi organizado de acordo com a produção de cada grupo. Constatou-se uma espécie de solidariedade grupal. Foram estudadas a relação entre a organização criada pelas próprias funcionárias e a formal da fábrica. A experiência de Hawthorne concluiu que: o nível de produção é determinado pela capacidade social do empregador e não a fisiológico; o comportamento do indivíduo se apoia no grupo; as empresas são compostas por grupos sociais informais que definem o comportamento e outros aspectos importantes à produção; a compreensão das relações humanas permite uma atmosfera sadia aos funcionários; a especialização do trabalho não é sinônimo de eficiência, os operários trocam de função para evitar a monotonia; os elementos emocionais merecem atenção. A importância da experiência de Hawthorne para a administração No início do século XX, tratar o capital intelectual como o principal ativo das organizações certamente soaria como um devaneio. Entretanto, percebe-se cada vez mais que as organizações investem no capital humano como meio para o sucesso empresarial. De acordo com Thomas (1998), para que o capital humano seja desenvolvido faz-se necessário uma análise aprofundada do contexto organizacional. Para tanto, a organização deve dispor de um desenho organizacional flexível, de uma cultura organizacional democrática e participativa, bem como de um estilo de gestão com base na liderança renovadora. Para que o capital humano seja valorizado nas organizações, discutiu-se muito até se chegar a este alcance de maturidade. O caminho percorrido pela discussão tem sua gênese na experiência de Hawthorne, entre os anos de 1927 a 1932, por meio de uma pesquisa comandada pelo médico e antropólogo Elton Mayo (PARK; BONIS; ABUD, 1997). Mayo e seus colegas pesquisadores iniciaram suas pesquisas a fim de determinar uma possível relação entre a intensidade da iluminação do ambiente de trabalho e a eficiência dos trabalhadores, medida pelos níveis de produção apresentados. Desta forma, tais pesquisadores buscavam utilizar a iluminação como algo que pudesse alterar o sistema fisiológico dos funcionários, o que acarretaria em alteração em seus rendimentos. Não obtendo resultados plausíveis, a pesquisa avançou em um segundo momento e descobriu-se que o fator psicológico era capaz de alterar a produtividade dos funcionários (PARK; BONIS; ABUD, 1997). Ainda segundo Park, Bonis e Abud (1997), Mayo e sua equipe realizaram-se muitas outras pesquisas e, em todas, comprovou-se o domínio do fator psicológico sobre o fisiológico. A decisão de avançar na pesquisa foi crucial para os resultados alcançados, no sentido de buscar o que verdadeiramente estava atrelado ao desempenho dos funcionários (KWASNICKA, 1989). O segundo momento da experiência de Hawthorne durou cinco anos e meio. Foram selecionadas seis funcionárias, sendo cinco montadoras e uma fornecedora de material, que trabalhavam no setor de montagens de relés de telefones. Os pesquisadores isolaram as funcionárias em uma sala separada dos demais funcionários, monitorando a temperatura, umidade da sala, alimentos ingeridos, etc. (PARK; BONIS; ABUD, 1997). Mayo e sua equipe passaram a interferir durante a pesquisa nas condições psicológicas das funcionárias analisadas, alterando o horário e os intervalos de trabalho, assim como o sistema de remuneração, o que possibilitou a análise das mudanças no desempenho das funcionárias (KWASNICKA, 1989). Após o término desta fase da pesquisa observou-se que as mudanças não tiveram significado físicos, mas sim um significado social positivo. O grupo desenvolveu liderança e objetivos comuns (PARK; BONIS; ABUD, 1997). Com o avanço dos resultados, inseriu-se uma entrevista no processo de pesquisa como forma de completar os resultados apresentados e sua relação com o fator psicológico. Park, Bonis e Abud (1997, p. 60) acreditam que: "O resultado do início do programa foi sentido imediatamente: a produtividade dos operários aumentou e a supervisão melhorou. A melhoria dos resultados dos primeiros foi atribuída a um sentimento de importância desencadeado pelo programa. No caso dos superiores, o conhecimento dos interesses dos operários foi o responsável pelas sensíveis mudanças no modo de supervisão". Sendo assim, a experiência desenvolvida por Mayo apontou uma visão mais ampla da organização, identificando problemas relativos à insatisfação e aos conflitoshumanos no trabalho (KWASNICKA, 1989). Para Park, Bonis e Abud (1997) a principal descoberta na fase de entrevista foi a existência de grupos informais e a interferência desse grupo na produção. A experiência de Hawthorne evidenciou que "o incentivo salarial era o fator menos importante na determinação dos rendimentos e que a aceitação social era considerada o fator mais importante" (KWASNICKA, 1989). Essa descoberta demonstrou a existência de divergência em um dos grandes pressupostos da Administração Científica (PARK, BONIS e ABUD, 1997), o homos economicus, no qual Taylor acreditava que somente o incentivo financeiro era capaz de motivar os funcionários a executar as tarefas solicitadas dentro do método adequado (TAYLOR, 1990). Neste sentido, destacam-se vários aspectos relevantes que a experiência de Hawthorne deixou para a Administração. A priori, apontam-se os resultados apresentados, o que fomentou grande discussão sobre o tema. Tal iniciativa despertou o interesse sobre o fator humano nas organizações, visto que o tema pesquisado, independente dos resultados, impulsionou um novo olhar sobre a relação homem versus trabalho. A experiência detectou claramente a presença de três elementos: o trabalho em equipe, liderança e motivação O trabalho em equipe desenvolveu-se e aprimorou-se por meio do conhecimento de que o trabalhador, como ser social, interagia dentro da organização em grupos informais. Tais grupos apresentavam-se de maneira tão forte que interferiam e regiam diretamente no trabalho em equipe (KWASNICKA, 1989). Segundo Abreu (2007, p. 12), com o trabalho em equipe "é possível atingir níveis de crescimento muito acima das metas, utilizando o incentivo e a comunicação adequada". As entrevistas realizadas apontaram outros dois fatores – liderança e motivação. Após as entrevistas com os operários, os líderes eram chamados para ouvirem a opinião de seus liderados sobre ele. Este processo é conhecido como feedback ou retorno e possibilitou as sensíveis mudanças de supervisão apontadas por Park, Bonis e Abud (1997). Em pesquisa realizada pelo Great Place to Work Institute, destaca-se que a confiança sobre a liderança é o maior vínculo dentro do ambiente de trabalho, além de "o comportamento ou ação observada da liderança representar 84% da percepção que as pessoas têm sobre esse vínculo" (RODRIGUES, 2007, p. 98). Desta forma, entende-se que o comportamento da liderança interfere diretamente no vínculo entre os colaboradores e uma organização. Marino e Morgato (2011), em pesquisa realizada pelo Hay Group, apontaram a liderança como o maior fator de retenção de colaboradores nas organizações, representando, novamente, 84% dos pesquisados. Por fim, descobriu-se que o trabalhador não era motivado somente pelo dinheiro, mas que a motivação era alimentada por suas necessidades. Posteriormente, as necessidades foram compreendidas por meios de teorias da motivação, como as de Maslow e Skinner (BOWDITCH; BUONO, 1992). Para que se compreenda que as organizações identificaram que a motivação dos colaboradores relaciona-se diretamente com os resultados organizacionais, aponta-se como empresa enquadrada nessa realidade o Mc Donald's, que conta com políticas de incentivose que aplicam anualmente cerca de 3 milhões de reais em campanhas de incentivos, fato que possibilita retorno em aumento de vendas, desenvolvimento e retenção de pessoas (MARINO, 2007). Não sabe bem por onde começar? A Copastur te mostra como elaborar uma política de incentivo eficiente Patrocinado Muito embora a experiência de Hawthorne tenha sido objeto de inúmeras críticas pelo modo generalista de seus resultados (KWASNICKA, 1989), não há como negar o legado que esta experiência deixou para a ciência chamada Administração. Muito mais que conclusões e soluções apontadas por Mayo, a experiência de Hawthorne https://adclick.g.doubleclick.net/pcs/click?xai=AKAOjssDjJxG-FIcbth8T6vuGE5imrYykqwm2DkViRfpMPyIUJWlGsPM85P1KPCrUSXPj2PXA82GlSLOxcJ0L7eySaQ6mQL1s7domd1jtseKWQXhVlBTO17XuB4jFkW9a8dPLDlwK62OSxzwxAdSnrN5VfrbR3VkXaPIl3oGUgSi5H0kIIkQX8biPYuPnbCoF-cQK9hIuLNs7iMwu5sYILyIkX6a_MKlpBPI7hKiovBrbE6hSYFLlQ&sig=Cg0ArKJSzLvCWl--Rv-7EAE&urlfix=1&adurl=https%3A%2F%2Fwww.copastur.com.br%2Fblog%2Fcomo-elaborar-uma-politica-de-incentivo-aos-funcionarios-eficiente%2F%3Futm_source%3Dworldsense%26utm_term%3Dpol%25C3%25ADticas%2520de%2520incentivos%26utm_campaign%3Dcopastur%26utm_medium%3Dreferral%26utm_content%3Dcreative.desktop.bold https://adclick.g.doubleclick.net/pcs/click?xai=AKAOjssDjJxG-FIcbth8T6vuGE5imrYykqwm2DkViRfpMPyIUJWlGsPM85P1KPCrUSXPj2PXA82GlSLOxcJ0L7eySaQ6mQL1s7domd1jtseKWQXhVlBTO17XuB4jFkW9a8dPLDlwK62OSxzwxAdSnrN5VfrbR3VkXaPIl3oGUgSi5H0kIIkQX8biPYuPnbCoF-cQK9hIuLNs7iMwu5sYILyIkX6a_MKlpBPI7hKiovBrbE6hSYFLlQ&sig=Cg0ArKJSzLvCWl--Rv-7EAE&urlfix=1&adurl=https%3A%2F%2Fwww.copastur.com.br%2Fblog%2Fcomo-elaborar-uma-politica-de-incentivo-aos-funcionarios-eficiente%2F%3Futm_source%3Dworldsense%26utm_term%3Dpol%25C3%25ADticas%2520de%2520incentivos%26utm_campaign%3Dcopastur%26utm_medium%3Dreferral%26utm_content%3Dcreative.desktop.bold possibilitou que outros pesquisadores pudessem desbravar o vasto caminho de entendimento do fator humano. Pensar em Administração Participativa, no qual os colaboradores são valorizados, empoderados e fazem parte do processo decisório das tarefas do cotidiano (SEMLER, 1988) é enxergar que a experiência de Mayo abriu os olhos da administração para um novo cenário em que é possível depositar confiança nos colaboradores, de modo que eles sejam capazes de apresentar melhores resultados quando são valorizados e assumem autonomia suficiente para tomar decisões. A experiência de Hawthorne demonstrou que o funcionário não é apenas um apêndice da máquina, mas que pode ser influenciado por suas necessidades. Necessidades estas que podem e devem ser supridas pela organização. Conclusões da Experiência de Hawthorne Nível de Produção é Resultante da Integração Social O nível de produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do empregado (como afirmava a Teoria Clássica), mas por normas sociais e expectativas grupais. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo estabelecido. Quanto maior a integração social do grupo, maior a disposição para trabalhar [4] Comportamento Social dos Empregados Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos. Portanto, a administração não pode tratar os empregados um a um, mas sim como membros de grupos e sujeitos às influências sociais desses grupos. A Teoria das Relações Humanas contrapõe o comportamento social do empregado ao comportamento do tipo máquina, proposto pela Teoria Clássica. Recompensas e Sanções Sociais Os precursores da Administração Científica, baseados no conceito de homo economicus, pelo qual o homem é motivado e incentivado por estímulos salariais, elaboravam planos de incentivo salarial, para elevar a eficiência e baixar os custos operacionais. Para a Teoria das Relações Humanas, a motivação econômica é secundária na determinação do rendimento do trabalhador. Para ela, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, de aprovação social e participação nas atividades dos grupos sociais nos quais convivem. Surgindo o conceito de homem social. [5] Grupos Informais Enquanto os clássicos se preocupavam com aspectos formais da organização como autoridade, responsabilidade, especialização, estudos de tempos e movimentos, princípios gerais de Administração, departamentalização etc., os autores humanistas se concentravam nos aspectos informais da organização como grupos informais, comportamento social dos empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação etc. A empresa passou a ser visualizada como uma organizaçãosocial composta de grupos sociais informais. Esses definem suas regras de comportamento, formas de recompensas https://pt.wikipedia.org/wiki/Experi%C3%AAncia_de_Hawthorne#cite_note-4 https://pt.wikipedia.org/wiki/Experi%C3%AAncia_de_Hawthorne#cite_note-5 ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas que cada participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento Relações Humanas As relações humanas são as ações e atitudesdesenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e atitudes das outras com quem mantém contato. A compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma livre e sadia. Importância do Conteúdo do Cargo A especialização não é a maneira mais eficiente de divisão de trabalho.Trabalhos simples e repetitivos tornam-se monótonos e maçantes afetando negativamente a atitude do trabalhador e reduzindo a sua satisfação e eficiência. Ênfase nos Aspectos Emocionais Os elementos emocionais não planejados e irracionais do comportamento humano merecem atenção especial da Teoria das Relações Humanas. Daí a denominação de sociólogos da organização aos autores humanistas.
Compartilhar