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Trabalho de Embriologia - Fenda Labial

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
FENDA LABIAL
Em seres humanos, quatro pares de arcos faríngeos (ou arcos branquiais) se formam em ambos os lados do intestino anterior da faringe, a partir do 22o dia. Cada arco faríngeo, independentemente de sua posição crâniocaudal, apresenta uma cobertura externa de ectoderma, uma camada interna de endoderma e uma central de mesênquima, derivado do mesoderma paraxial e lateral e do ectomesênquima derivado de células da crista neural. Além disso, cada arco faríngeo possui um elemento de suporte cartilaginoso, uma artéria do arco aórtico e um nervo craniano associado ao arco. Os arcos faríngeos são separados na parte externa pelos sulcos faríngeos (também denominados fendas) e internamente pelas bolsas faríngeas revestidas pelo endoderma. Assim, a face humana é formada entre a 4ª e a 10ª semana pela fusão de cinco proeminências faciais: a proeminência frontonasal (fosseta nasal e a desintegração da membrana orofaríngea), um par de proeminências maxilares, e um par de proeminências mandibulares. 
Durante a 5ª semana, um par de placóides nasais (olfatórios) de ectoderma espessado desenvolve-se na proeminência frontonasal e, então, ocorre uma invaginação para a formação das fossetas nasais e simultaneamente divide a proeminência frontonasal em processos nasais mediais e laterais. Logo, as proeminências maxilares e mandibulares, inicialmente, cercam a cavidade oral primitiva, o estomodeu, o qual é separado do trato gastrointestinal pela membrana orofaríngea (bucofaríngea ou oral). E o fusionamento desses blocos é importante para que a face se forme corretamente. Assim, as células que estão migrando da crista neural irão preencher essas proeminências faciais. E, durante o desenvolvimento normal, os processos nasais mediais se fundem para gerar a ponte do nariz, o filtro e o palato primário; os processos nasais laterais dão origem à lateral do nariz; e os processos maxilares formam a maior parte das bochechas. Ademais, o palato secundário é formado a partir de prateleiras que crescem das saliências maxilares e se fundem em toda a linha média. Os processos mandibulares formam o maxilar inferior. 
Dessa maneira, os primórdios faciais se juntam para formar a face, e por serem um processo precoce e complexo, são vulneráveis a patógenos, como: álcool; anticonvulsivos; excesso de vitamina A (retinol); doenças metabólicas (diabete materna). O espectro de defeitos faciais congênitos conhecidos como fendas faciais — incluindo fenda labial e fenda palatina — resultam da falha de alguns desses processos faciais em crescer e se unir corretamente. Essas fendas são formadas no primeiro arco faríngeo. A fenda labial tem sido relacionada ao subdesenvolvimento do mesênquima da proeminência maxilar e do processo nasal medial, que resultaria em seu contato inadequado. A fenda resultante pode variar em comprimento de um pequeno entalhe na borda avermelhada do lábio, próximo à lateral do filtro, até a fenda que separa por completo a lateral do filtro do lábio e a cavidade nasal. A profundidade da fenda também varia: algumas fendas envolvem apenas o tecido mole do lábio; outras dividem a porção lateral do osso maxilar da região pré‑maxilar (região onde se situam os incisivos) do palato primário. Fendas deste tipo muitas vezes resultam em dentes deformados, ausentes ou supranumerários. As fendas podem também ocorrem entre os processos nasais laterais e a proeminência maxilar (fenda oblíqua), expondo o ducto nasolacrimal, ou entre os primórdios maxilar e mandibular (fendas laterais). 
Embora extremamente raras, as fendas também podem formar‑se ao longo da linha média das duas proeminências mandibulares (fenda mandibular mediana). Conforme as proeminências faciais fundem-se, o epitélio próximo desintegra-se. Os remanescentes destas suturas epiteliais podem resultar em formação de cisto. Estudos apontam que os asiáticos e americanos nativos são mais suscetíveis à fenda labial (1/500 de nascidos vivos), enquanto populações africanas mostram uma menor incidência de fenda labial (1/2.000). A taxa de fenda labial em caucasianos é intermediária em aproximadamente 1/1.000. 
Logo, as fendas labiais são acompanhadas de fendas palatinas ao nível do palato primário, que podem ser unilaterais ou bilaterais. E, há casos em que a fenda labial e palatina completa de um lado dos lados, e também, apenas uma fenda ao nível do palato primário em que não houve fusão dos derivados do processo intermaxilar. Portanto, as fissuras labiopalatinas não são alterações de caráter estético, apenas. São a causa de problemas de saúde que incluem má nutrição, distúrbios respiratórios, de fala e audição, infecções crônicas, alterações na dentição. Da mesma forma, elas provocam problemas emocionais, de sociabilidade e de autoestima. Por isso, o tratamento lábio leporino é longo e só termina com a consolidação total dos ossos da face, aos dezessete, dezoito anos, requerendo uma abordagem multidisciplinar, isto é, a participação de especialistas na área de cirurgia plástica, otorrinolaringologia, odontologia, fonoaudiologia, por exemplo. 
REFERÊNCIAS
1. P. R. Brauer; S. B. Bleyl; P. H. Francis‑West; G. C. Schoenwolf. LARSEN, Embriologia Humana.

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