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4 Fisiopatologia da dor em pacientes oncológicos

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Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Curso de medicina
3º ano
Fisiopatologia da dor em pacientes oncológicos
Prof.ª Msc. Camila Amato Montalbano
 -75% dos pacientes com câncer em fase avançada se queixam de dor 
-Moderada ou insuportável em 30 a 50% dos casos. 
-90% dos pacientes: Analgésicos por via oral controlam dor em
-10%: opióides (tramadol, codeína, morfina), bloqueios neurolíticos (gabapentina, pregabalina), entre outros.
DOR ONCOLÓGICA
Relato inferior ao esperado da dor oncológica
Crenças dos pacientes, famílias e profissionais da saúde
Crença de que a dor é inevitável no câncer
Crença de que “bons” pacientes não se queixam da dor
Preocupação de que falar sobre a dor pode distrair o médico do tratamento do câncer
Medo de se viciar em um medicamento
Preocupações sobre a tolerância (isto é, risco de dor incontrolável posteriormente na doença)
Preocupações sobre efeitos colaterais
Preocupação de que dor significa progressão da doença
Medo de injeções
British Pain Society. Cancer pain management. Available at: https://www.britishpainsociety.org/static/uploads/resources/files/book_cancer_pain.pdf. Accessed February 24, 2015.
Observações do palestrante
Embora se saiba que a dor oncológica é menos relatada que o esperado, os motivos para isso são complexos e não muito bem compreendidos. Os fatores contribuintes incluem as crenças dos pacientes, suas famílias e profissionais da saúde.
Este slide lista alguns dos motivos que podem contribuir para o relato da inferior ao esperado da dor.
Referência
British Pain Society. Cancer pain management. Available at: https://www.britishpainsociety.org/static/uploads/resources/files/book_cancer_pain.pdf. Accessed February 24, 2015.
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Prevalência da dor oncológica
Prevalência da dor entre pacientes com câncer1
33 a 50% em pacientes submetidos a tratamento contra o câncer
> 70% em pacientes com doença avançada 
Varia conforme o diagnóstico e o estágio da doença2
1. Goudas LC et al. Cancer Invest. 2005;23(2):182-9; 2. van den Beuken-van Everdingen M et al. Ann Oncol. 2007;18(9):1437-49. 
Observações do palestrante
A prevalência de dor oncológica difere com o tipo e o estágio do câncer e com o tipo de terapia antineoplásica. Até metade dos pacientes submetidos ao tratamento ativo contra o câncer apresentam dor, ao passo que mais de 70% dos pacientes com câncer avançado apresentam dor.
O gráfico neste slide demonstra que a prevalência de dor em pacientes com câncer varia de acordo com o local e o estágio do câncer. Mais da metade dos pacientes submetidos ao tratamento anticâncer apresentam dor. É importante observar que cerca de um terço dos pacientes continua apresentando dor após o tratamento curativo do câncer. 
Referências
Goudas LC, Bloch R, Gialeli-Goudas M et al. The epidemiology of cancer pain. Cancer Invest. 2005;23(2):182-90.
van den Beuken-van Everdingen MH, de Rijke JM, Kessels AG et al. Prevalence of pain in patients with cancer: a systematic review of the past 40 years. Ann Oncol. 2007;18(9):1437-49. 
Deandrea S, Montanari M, Moja L, Apolone G. Prevalence of undertreatment in cancer pain. A review of published literature. Ann Oncol. 2008;19(12):1985-91. 
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Síndromes de dor oncológica nociceptiva
	Origem da dor	Síndromes de dor
	Visceral	Síndrome de distensão hepática
Síndrome retroperitoneal da linha média
Obstrução intestinal crônica
Carcinomatose peritoneal
Dor perineal maligna
Síndrome de dor adrenal
Obstrução uretérica
	Somática	Dor óssea relacionada ao tumor
Dor no tecido conjuntivo relacionada ao tumor
Síndromes de dor paraneoplásicas (por exemplo, cãibras musculares)
Portenoy RK. Lancet. 2011;377(9784):2236-47. 
Observações do palestrante
A dor oncológica nociceptiva pode surgir de fontes viscerais ou somáticas. Este slide lista uma série de síndromes de dor oncológica e se elas são de origem visceral ou somática. 
Referência
Portenoy RK. Treatment of cancer pain. Lancet. 2011;377(9784):2236-47. 
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Dor mista nociceptiva e neuropática no câncer
Rolke R, Birklein F. Der Neurologe und Psychiater. 2010;12:44-48.
Sensibilização periférica e central
 -Zona cinzenta ao redor do câcer: inflamação (prótons (H+), prostaglandinas, fator de crescimento nervoso, ATP ou bradicinina nocicepção). 
-Hiperalgesia , ardor, pressão contuse, sensação de picadas de agulha e alodinia próxima ao cancer (sinais de sensibilização central) 
Dano axonal: degeneração e regeneração
-Dor oncológica neuropáticadano neural direto de fibra nervosa comprimida pelo câncer. 
-As partes distais do nervo uma perda da função sensorial, dormência”.
-Parte proximal das fibras nervosas danificadasdescargas ectópicas das fibras, sensibilização central secundária do sistema nociceptive (Dormência e dor que é projetada para uma área do cérebro. 
Observações do palestrante
Na parte superior do slide, é mostrada dor oncológica nociceptiva. O câncer é rodeado por uma zona cinzenta que representa um ambiente inflamatório, incluindo prótons (H+), prostaglandinas, fator de crescimento nervoso, ATP ou bradicinina. Essas substâncias podem ativar e sensibilizar as terminações nervosas nociceptivas periféricas. Os sinais clínicos de sensibilização periférica podem ser de hiperalgesia a ardor e pressão contusa próxima ao câncer. A sensibilização periférica resulta no aumento da ativação de fibras nervosas, que pode induzir uma sensibilização central secundária do sistema nociceptivo. Os principais sinais clínicos dessa sensibilização central são hiperalgesia com sensação de picadas de agulha e alodinia mecânica dinâmica na área ao redor do câncer.
Na parte inferior do slide, a dor oncológica neuropática ocorre após o dano neural direto de uma fibra nervosa nociceptiva periférica comprimida pelo próprio câncer. As partes distais do nervo danificado mostram degeneração walleriana e uma perda da função sensorial. O principal sinal clínico desse tipo de dor com desaferentação é a “dormência”. Na parte proximal das fibras nervosas danificadas, ocorrem alterações neuroplásicas, incluindo a suprarregulação dos canais de sódio, que pode ser responsável por descargas ectópicas das fibras, originando uma sensibilização central secundária do sistema nociceptivo. Assim, o quadro clínico típico de dor neuropática relacionada ao câncer pode ser descrito como a presença de dormência em uma região do corpo neuroanatomicamente plausível, incluindo dor que é projetada para uma área do cérebro. Observe que as descargas ectópicas proximais são responsáveis pela ativação de áreas cerebrais que são responsáveis pela dor projetada, embora as estruturas neurais periféricas possam estar danificadas nessas áreas corporais após a compressão ou infiltração do câncer.
Referência
Rolke R, Birklein F. Neuropathischer Schmerz bei Tumorerkrankungen. Der Neurologe und Psychiater. 2010;12:44-8.
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Etiopatogenia
80% dos casos de dor:extensão do tumor para ossos, nervos ou vísceras. 
Invasão ósséa: causa mais comum de dor (metástases ósseas ocorrem em 30–70%. 
Dor ao mudar de decúbito é altamente sugestiva de metástase óssea.
Compressão medular: complicação mais temidas e decorrente de fraturas vertebrais.
Etiopatogenia
Tumor de mama e pulmão podem invadir o plexo braquial, por extensão direta ou por aumento dos linfonodos resultando em dor de difícil controle.
Radioterapia: tratamento gera dor do paciente
 A irradiação de estrututras pélvicas pode resultar em retite actínica e dor de difícil controle. 
Lesões de estruturas nervosas como o nervo intercostobraquial, durante as mastectomias, podem resultar em dor crônica.
Multifatorial. 
Percepções dolorosas mistas difíceis de distinguir: nocicepção somática, visceral e dor neuropática. 
Classificação da dor oncológica
Classificação principal
Efeitos diretos do tumor
Efeitos do tratamento
Causas não relacionadas ao câncer
Dor: sintoma mais temido. 
Pensamento sobre à incapacidade física, ao isolamento social e familiar,às preocupações financeiras
Medo da mutilação e de morte 
O não controle da dor: depressão, ansiedade, hostilidade e somatização.
O medo de sentir dor quando há tumor
Aproximadamente 50% dos pacientes portadores de neoplasia maligna apresentam dor em alguma fase da sua doença, elevando-se esse número em 70% em pacientes em estágios avançados. 
Das síndromes dolorosas relacionadas ao câncer:
-62-78% são devidas ao tumor (infiltração, invasão tumoral ou metástases).
-19-28% são devidas a diagnóstico e tratamentos do câncer (iatrogenias, complicações aos métodos diagnósticos e terapêuticos).
-3-10% não estão relacionadas nem ao tumor e nem ao tratamento instituído.
Dor causada pelo próprio tumor
INFILTRAÇÃO ÓSSEA
Causa mais comum de dor no câncer 
Pode ser localmente ou à distância 
Principais: dor por metástases ósseas provenientes do câncer de mama, de próstata e de pulmões. 
Mieloma múltiplo (tumor nos plasmócitos) dor óssea (estimulação nociva nos nociceptores do periósteo) 
Crescimento tumoral  lesões, compressão, tração ou laceração das estruturas nervosas, ocasionando dor isquêmica, dor neuropática periférica ou dor mielopática (nervos coluna).
COMPRESSÃO OU INFILTRAÇÃO DOS NERVOS PERIFÉRICOS
Infiltração ou compressão de troncos, plexos e/ou raízes nervosas pelo tumor, linfonodos e/ou fraturas ósseas metastáticas 
Dor aguda de forte intensidade  plexopatia (patologia nos plexos nervos), radiculopatia (patologia na raiz do nervo na medula) ou neuropatia (mal funcionamento dos nervos periféricos)
Dor em queimação contínua, hiperestesia, disestesia e hipoestesia.
Lipoma dentro do túnel do carpo, causando a compressão do nervo mediano
Tumores de mama, ápice de pulmão e linfomas geralmente (2,5 e 4% dos casos) ocorre comprometimento de plexo branquial –dor no ombro e braço no dermátomo das raízes nervosas de C8-T1.
Tumores de colo uterino, próstata, sarcoma de pelve e metástase de órgãos distantesplexopatia de raízes sacrolombares.
Dor por nocicepção gerado por estímulo nocivo (lesivo) mecânico de alta intensidade pela expansão tumoral e mecanismos de desaferentação (perda ou interrupção das vias sensoriais aferentes) dos nervos e membranas nervosas.
COMPRESSÃO OU INFILTRAÇÃO DOS NERVOS PERIFÉRICOS
a) INFILTRAÇÃO DO NEUROEIXO (SNC) 
-Dor por invasão tumoral na medula espinhal, no encéfalo e em suas meninges. 
-Dor radicular por compressão ou infiltração da medula espinhalalteração motora, sensitiva e autonômica distais ao local da lesão. 
-A compressão medularurgência médica, necessitando de tratamento de radioterapia ou descompressão cirúrgica ao menor sinal de compressão na medula (fraqueza de MMII, diminuição do tato e disfunção dos esfíncteres).  
b) INFILTRAÇÃO E OCLUSÃO DE VASOS SANGUÍNEOS E LINFÁTICOS: 
-Células tumorais podem infiltrar e/ou ocluir os vasos sanguíneos e linfáticos vasoespasmo, linfangite e irritação nos aferentes perivasculares. 
-A isquemia dor e claudicação. 
-A estase venosa edema nas estruturas supridas por esses vasos, distensão dos compartimentos fasciais e de outras estruturas nociceptivas. 
-Oclusão arterialisquemia e hipóxia com destruição celular.
Oclusão de órgãos dos sistemas digestório, urinário e reprodutivo (estômago, intestino, vias biliares, ureteres, bexiga e útero)obstrução do esvaziamento visceral, contratura da musculatura lisa, espasmo muscular e isquemia
-Dor visceral difusa (tipo cólica), constante, com sensação de peso ou pobremente localizada, referida nas áreas de inervação da víscera comprometida. 
-Vísceras sólidas também podem apresentar quadro álgico por obstrução de seus sistemas ductais.
INFILTRAÇÃO DE VÍSCERAS OCAS OU INVASÃO DE SISTEMAS DUCTAIS DE VÍSCERAS SÓLIDAS 
Síndromes de dor relacionadas ao tratamento contra o câncer
Portenoy RK. Lancet. 2011;377(9784):2236-47. 
Neuropatia periférica dolorosa
Síndrome de Raynaud
Complicações ósseas devido ao uso de esteroides em longo prazo
Plexopatia braquial induzida por radiação
Mielopatia devido a radiação crônica
Enterite e proctite devido a radiação crônica
Síndrome de queimação do períneo
Osteorradionecrose
Síndrome de dor pós-mastectomia
Dor pós-dissecção radical do pescoço
Síndrome de dor pós-toracotomia ou ombro congelado
Dor pós-cirurgia do diafragma pélvico
Dor no coto de amputação
Dor do membro fantasma
Observações do palestrante
Conforme indicado anteriormente, a dor oncológica pode surgir devido à própria neoplasia, devido à terapia antineoplásica ou devido a outra causa não relacionada. Este slide lista a dor oncológica associada a quimioterapia, radioterapia e terapia cirúrgica. 
Referência
Portenoy RK. Treatment of cancer pain. Lancet. 2011;377(9784):2236-47. 
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-Trauma ocasionado em estruturas nervosas durante o procedimento cirúrgico dor persistente além do normal – neuralgia pós-cirúrgica. 
Dores incisionais cicatriciais são frequentes toracotomias, laparotomias, esvaziamentos cervicais e amputações de membros – dor do membro fantasma. 
O tratamento intenso da dor aguda pós-operatória, tanto no procedimento anestésico-cirúrgico, como no pós-operatório imediato, faz diferença para a dor crônica pós-cirúrgica.
DOR PÓS-CIRÚRGICA
Fisiopatologia da Dor no membro fantasma (DMF): 
-Amputação causaria desregulação da rede normal de aferentes nervosos e da transmissão noniceptiva. O “input” normal é substituído por outro ainda desconhecido, mas certamente diferente, que irá fornecer à medula espinal e ao encéfalo a informação necessária para criar o fantasma.
Três teorias: As teorias periféricas assumem que a causa da DMF está nas terminações nervosas junto à lesão. As teorias espinhais atribuem a causa a alterações dentro da medula espinhal, as teorias centrais assumem que a dor fantasma é causada por um mecanismo dentro do encéfalo
 DOR PÓS-QUIMIOTERAPIA: polineuropatias periféricas, causadas por drogas imunossupressoras (transitório ou definitivo). Existem as mucosites induzidas por leucopenias ou irradiação junto com a monilíase do sistema digestório e a esofagogastroduodenite. Podem ocorrer espasmos vesicais e a necrose asséptica da cabeça do fêmur, causadas por corticoides.
DOR PÓS-RADIOTERAPIA: queimaduras cutâneas, neuropatia actínica, mucosite bucal, esofagite, produção de tumores primários de n. periféricos secundários à radiação, obstrução intestinal parcial e infarto ou isquemia intestinal. Após a radioterapia pode ocorrer fibrose de forma lenta e progressiva, ocasionando lesões nas adjacências dos nervos, com dor em queimação e disfunção do sistema somatossensorial.
Importância da avaliação da dor
Realização da triagem de sinalizadores que exigem investigação imediata, encaminhamento ou tratamento
Identificar e tratar a causa subjacente
Reconhecer o tipo de dor
Determinar a intensidade basal da dor
Forde G, Stanos S. J Fam Pract 2007;56(8 Suppl Hot Topics):S21-30; Sokka T, Pincus T. BMJ Open. 2011;1(1):e000070. 
A dor é um indicador significativo de morbidade e mortalidade
Observações do palestrante
A avaliação adequada de pacientes que apresentam dor é essencial para determinar se estão sofrendo de uma condição que exige tratamento imediato ou encaminhamento. Ela também pode ajudar a garantir o tratamento ideal da dor por meio da identificação da causa subjacente da dor e do reconhecimento do mecanismo fisiopatológico por trás da dor que podem ajudar a orientar a seleção do tratamento. Por fim, a determinação da intensidade basal da dor permite a avaliação futura da eficácia do tratamento para orientar a titulação e a modificação do regime analgésico.
É importante realizar a triagem de sinalizadores que exigem investigação imediata, encaminhamento ou tratamento. A identificação e o tratamento de uma causa subjacente de dor permite o melhor controle da dor. O reconhecimento do tipo de dor ajuda a orientar a seleção de terapias adequadas, ao passo que a determinação da intensidade basal da dorpermite a avaliação da eficácia do tratamento 
Referências
Forde G, Stanos S. Practical management strategies for the chronic pain patient. J Fam Pract. 2007;56(8 Suppl Hot Topics):S21-30.
Sokka T, Pincus T. Poor physical function, pain and limited exercise: risk factors for premature mortality in the range of smoking or hypertension, identified on a simple patient self-report questionnaire for usual care. BMJ Open. 2011;1(1):e000070. 
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O conceito de “total de dor”
Dor
social
psicológica
social
espiritual
social
física
social
Clark D. Soc Sci Med. 1999;49(6):727-36.
TOTAL DE DOR
Observações do palestrante
Dame Cicely Saunders definiu o conceito de dor completa como o sofrimento que envolve todos os esforços físicos, psicológicos, sociais, espirituais e práticos de uma pessoa.
Referência
Clark D. 'Total pain,' disciplinary power and the body in the work of Cicely Saunders, 1958-1967. Soc Sci Med. 1999;49(6):727-36.
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Metas gerais no tratamento da dor
Envolver o paciente no processo de tomada de decisões
Chegar a um acordo sobre metas de tratamento realistas antes de iniciar um plano de tratamento
Farrar JT et al. Pain 2001;94(2):149-58; Gilron I et al. CMAJ 2006;175(3):265-75.
Otimizar o alívio da dor
Melhorar a função
Minimizar os efeitos colaterais
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Observações do palestrante
É importante discutir e chegar a um acordo sobre metas de tratamento realistas antes de iniciar um plano de tratamento. Em casos de dor neuropática, por exemplo, o alívio completo da dor é geralmente um objetivo irrealista e resultará em frustração para o paciente e para o médico. 
Uma redução de cerca de 30 a 50% na intensidade da dor é mais realista, e é clinicamente importante para os pacientes. Com isso em mente, os pacientes precisam aceitar a redução da dor e a melhora da função com efeitos colaterais mínimos aceitáveis como meta do controle da dor. 
Referências
Farrar JT et al. Clinical importance of changes in chronic pain intensity measured on an 11-point numerical pain rating scale. Pain. 2001;94(2):149-58.
Gilron I et al. Neuropathic pain: a practical guide for the clinician. CMAJ. 2006;175(3):265-75.
Terapia não farmacológica
para dor oncológica
Terapias não farmacológicas deverão ser usadas juntamente com farmacoterapias para tratar a condição geral do paciente
Psicoterapia
Psicoterapia
Serviços/apoio social
Observações do palestrante
As três principais formas de terapia não farmacológica que podem ser usadas para o tratamento da dor oncológica são psicoterapia, fisioterapia e serviços e apoio sociais. Observe que terapias não farmacológicas deverão ser usadas juntamente com farmacoterapias para tratar a condição geral do paciente.
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Diretrizes selecionadas
para o controle da dor oncológica 
	Organização	País de origem	Ano
	Organização Mundial da Saúde1 		1996
	Federação Nacional Francesa de Centros de Luta contra o Câncer [French National Federation of Cancer Centres]2	França	2002
	Rede Escocesa Intercolegiada de Diretrizes (Scottish Intercollegiate Guidelines Network, SIGN)3	Escócia	2008
	RAND Corporation4	EUA	2008
	Comitê de Diretrizes para Controle da Dor Oncológica de Cancer Care Ontario [Cancer Care Ontario’s Cancer-related Pain Management Guideline Panel]5	Canadá	2012
	Sociedade Europeia de Oncologia Médica [European Society for Medical Oncology]6	Europa	2012
	Associação Europeia de Cuidados Paliativos [European Association of Palliative Care]7	Europa	2012
	Rede Nacional Abrangente de Câncer dos EUA [National Comprehensive Cancer Network]	EUA	2014
1. Organização Mundial da Saúde. Organização Mundial da Saúde; 1996. 2. Krakowski I et al. Br J Cancer. 2003;89(Suppl 1):S67-S72; 3. Scottish Intercollegiate Guidelines Network. Control of pain in adults with cancer. A national clinical guideline. Available at: http://www.sign.ac.uk/pdf/SIGN106.pdf. Accessed 20 May, 2015; 4. Dy SM et al. J Clin Oncol. 2008;26(23):3879-85; 5. Cancer Care Ontario. Cancer-related pain management. Available at: https://www.cancercare.on.ca/common/pages/UserFile.aspx?fileId=44127. Accessed 20 May, 2015; 6. Ripamonti CI et al. Ann Oncol. 2012;23 Suppl 7:vii139-54; 7. Caraceni A et al. Lancet Oncol. 2012;13:e58-68; 8. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology (NCCN Guidelines®) Adult Cancer Pain. Version 2.2014. Available at: http://oralcancerfoundation.org/treatment/pdf/pain.pdf. Accessed 20 May, 2015.
Observações do palestrante
Muitas associações nacionais e internacionais desenvolveram diretrizes para o controle da dor oncológica, conforme indicado neste slide.
Referências
World Health Organization. Cancer pain relief. Second edition. With a guide to opioid availability. Available at: http://whqlibdoc.who.int/publications/9241544821.pdf. Accessed February 23, 2015.
Krakowski I, Theobald S, Balp L et al. Summary version of the Standards, Options and Recommendations for the use of analgesia for the treatment of nociceptive pain in adults with cancer (update 2002). Br J Cancer. 2003;89(Suppl 1): S67-S72.
Scottish Intercollegiate Guidelines Network. Control of pain in adults with cancer. A national clinical guideline. Available at: http://www.sign.ac.uk/pdf/SIGN106.pdf. Accessed 20 May, 2015.
Dy SM, Asch SM, Naeim A et al. Evidence-based standards for cancer pain management. J Clin Oncol. 2008;26(23):3879-85.
Cancer Care Ontario. Cancer-related pain management. Available at: https://www.cancercare.on.ca/common/pages/UserFile.aspx?fileId=44127. Accessed 20 May, 2015.
Ripamonti CI, Santini D, Maranzano E et al. Management of cancer pain: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2012;23 Suppl 7:vii139-54.
Caraceni A, Hanks G, Kaasa S et al. Use of opioid analgesics in the treatment of cancer pain: evidence-based recommendations from the EAPC. Lancet Oncol. 2012;13:e58-68. 
NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology (NCCN Guidelines®) Adult Cancer Pain. Version 2.2014. Available at: http://oralcancerfoundation.org/treatment/pdf/pain.pdf. Accessed 20 May, 2015.
24
Cuidado paliativo
O cuidado paliativo deverá ser integrado precocemente na estratégia de tratamento do câncer 
O cuidado deverá ser controlado por uma equipe especializada e multidisciplinar de profissionais de saúde
Deve-se enfatizar a QoL do paciente e de sua família
QoL = qualidade de vida [Quality of Life]
Smith TJ et al. J Clin Oncol. 2012;30(8):880-7; Temel JS et al. N Engl J Med. 2010;363(8):733-42; Girgis A et al. J Oncol Pract. 2013;9(4): 197-202; Parikh RB et al. N Engl J Med. 2013;369(24):2347-51. 
O cuidado paliativo precoce resulta em melhores resultados para o paciente e o cuidador, melhora dos sintomas, qualidade de vida e satisfação do paciente e reduz a sobrecarga do cuidador
Cuidado paliativo tradicional
Prolongamento da vida ou tratamento curativo
Morte
Morte
Diagnóstico
Diagnóstico
Tratamento paliativo precoce
Prolongamento da vida ou tratamento curativo
Tratamento paliativo para tratar os sintomas e melhorar a qualidade de vida
Tratamento paliativo para tratar os sintomas e melhorar a qualidade de vida
Observações do palestrante
O cuidado paliativo deverá ser integrado precocemente na estratégia para tratar o câncer com o cuidado oncológico padrão concomitante. De maneira ideal, o cuidado deverá ser controlado por uma equipe especializada e multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo trabalhadores de saúde aliados. Deve-se enfatizar a qualidade de vida do paciente e de sua família. É importante considerar a família, pois muitos cuidadores vivenciam um sofrimento significativo (por exemplo, físico, psicológico, econômico e social). De modo geral, o cuidado paliativo precoce resulta em melhores resultados para o paciente e o cuidador, melhora dos sintomas, qualidade de vida e satisfação do paciente e reduz o sofrimento do cuidador
Referências
Smith TJ, Temin S, Alesi ER et al. American Society of Clinical Oncology provisional clinical opinion: the integration of palliative care into standard oncology care. J Clin Oncol. 2012;30(8):880-7. 
Temel JS, Greer JA,Muzikansky A et al. Early palliative care for patients with metastatic non-small-cell lung cancer. N Engl J Med. 2010;363(8):733-42.
Girgis A, Lambert S, Johnson C et al. Physical, psychosocial, relationship, and economic burden of caring for people with cancer: a review. J Oncol Pract. 2013;9(4): 197-202.
Parikh RB, Kirch RA, Smith TJ, Temel JS. Early specialty palliative care--translating data in oncology into practice. N Engl J Med. 2013;369(24):2347-51. 
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Mensagens principais
A dor oncológica é uma condição comum 
A dor oncológica afeta gravemente a qualidade de vida de maneira adversa
A dor oncológica constitui um sofrimento significativo para o paciente e sua família
A avaliação cuidadosa é um pré-requisito para o tratamento eficaz da dor oncológica
O tratamento da dor oncológica exige uma abordagem multidisciplinar
A maior parte da dor oncológica câncer pode ser tratada de maneira segura e eficaz 
Um paciente com câncer não precisa sofrer desnecessariamente
Observações do palestrante
Este slide resume as principais mensagens da atividade de aprendizagem “Conheça a dor oncológica”.
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OBRIGADA!!!!!!!!!
montalbano.c@hotmail.com
70645933
020406080
Câncer da cabeça/pescoçoAvançado/metastático/terminalSob tratamento anticâncerApós o tratamentocurativo
% de Pacientes
Chart1
	Câncer da cabeça/
pescoço
	Avançado/metastático
/terminal
	Sob tratamento 
anticâncer
	Após o tratamento
curativo
% of Patients
% de Pacientes
70
64
59
33
Sheet1
		% of Patients
	Câncer da cabeça/
pescoço	70
	Avançado/metastático
/terminal	64
	Sob tratamento 
anticâncer	59
	Após o tratamento
curativo	33

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