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Micoplasmose Aviária

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Jéssica Oliveira | Medicina Veterinária 
Micoplasmose Aviária 
Mycoplasma gallisepticum – MG (galinha, peru e codorna) 
Mycoplasma synoviae – MS (galinha, peru e codorna) 
Mycoplasma meleagridis – MM (peru) 
Pode ocorrer a associação dessas bactérias para causar a infecção, o que causa um 
quadro clínico pior. 
1. Etiologia 
São bactérias muito pequenas, não possuem parede celular e membrana nuclear (o que 
causa resistência a antimicrobianos que atuam impedindo a síntese da parede celular. 
ex: betalactamicos – penicilina). Possui uma membrana plasmática trilaminar. 
Formato pleomórfico pela ausência de parede. São cultivados em microaerofilia (aeróbio 
facultativo) com meios enriquecidos (se usa bastante o caldo e a placa frey). Como essa 
bactéria tem muito colesterol e ela precisa pra se proliferar, se utiliza soro suíno ou 
equino no meio. O micoplasma é muito difícil de crescer, então se utiliza antibacterianos 
(penicilina) e antifúngicos na placa, para que não tenha competição. 
As colonicas tem formato de “ovo frito” e só pode se observar isso sobre microscopia, 
porque essa bactéria é muito pequena para se ver a olho nu (só se pode ver uma 
alteração na coloração da placa). Quando se observa as colônias, só pode se dizer que 
é Mycoplasma spp., precisa fazer outros testes laboratoriais para saber qual é a espécie. 
Testes de biologia molecular demonstra que se tem cepas com diferentes graus de 
patogenicidade e virulência. 
Tem a capacidade de evadir do sistema imune e é intracelular facultativo. 
2. Resistencia 
É sensível a maioria dos desinfetantes. Pode ficar viável nas fezes de 1 a 3 dias a 20 
graus e viável na gema do ovo por até 18 semanas a 37 graus. 
3. Epidemiologia 
A distribuição é mundial, a sua fácil disseminação faz com que essa doença esteja na 
listagem da OIE. Os reservatórios naturais para MG e MS são membranas dos tratos 
respiratórios e urogenitais de galinhas e perus e MM trato respiratório e genital dos 
perus. 
Os hospedeiros naturais são galinhas e perus, mas pode ser encontrado em diversas 
aves, como codornas, pavões, patos, gansos, papagaios, periquitos... Mas o quadro 
clínico respiratório é mais comum em galinhas e perus. O animal pode estar infectado 
de forma subclínica, apenas disseminando a bactéria. 
4. Patogênese 
A transmissão pode ser horizontal direta (ave doente em contato com ave infectada) e 
indireta (equipamentos, trânsito de pessoas, poeira, fezes, ar) e vertical (via oviduto e 
sêmen – muito comum em perus) 
A transmissão vertical acontece com o ovo infectado tocando os sacos aéreos 
abdominais, contaminando todo o oviduto e, consequentemente, os futuros ovos que 
serão formados. 
O período de incubação da doença na transmissão horizontal é de 15 a 21 dias e na 
vertical é de 6 a 10 dias. 
A morbidade é alta e a mortalidade é baixa, ocorrendo geralmente quando há a 
associação com outro patógeno, como a E. coli. 
5. Sinais clínicos 
MG e MM: Tosse, estertores traqueais, descarga nasal e respiração difícil (pela leve 
traqueíte e aerossaculite), inchaço dos seios paranasais, espuma nos olhos, olhos 
parcialmente fechados (sinusite), refugo, anorexia com perda de peso e queda na 
postura (porque a ave está doente), diminuição na qualidade da casca do ovo e redução 
nos nascimentos. 
MS: sinais respiratórios que podem estar associados com MG e MM, inchaço nas 
articulações, claudicação, alterações reprodutivas, alteração no topo da casca do ovo. 
Todos os 3 estão associados a queda na produção de ovo, quem tá sendo bastante 
associado a alteração na qualidade da casca é o MS. 
MM: sinais respiratórios em perus, alteração em vértebras cervicais, o que gera uma 
torção no pescoço do animal. 
Lesões macroscópicas: 
Inflamação catarral nas fossas nasais, faringe, traqueia e brônquios; espessamento e 
opacidade dos sacos aéreos (se o mycoplasma invadir sacos aéreos pelo aumento da 
infecção), aerossaculite, pericardite, perihepatite, pneumonia, salpingite e sinovite (se 
houver complicações e outros patógenos associados). Essa tríade de aerossaculite, 
pericardite e perihepatite ocorre geralmente quando se associa a E. coli. 
Lesões microscópicas: 
Hiperplasia das glândulas mucosas (para produzir mais muco e tentar expulsar o 
patógeno) e reações linfofoliculares (chegada de células de defesa), lesões 
inflamatórias em sacos aéreos com reações linfofoliculares, infiltração de células 
mononucleares. 
A histopatologia não fornece grandes informações que por si só fechem o diagnóstico. 
6. Diagnóstico e monitoramento 
Adoção de medidas de monitoramento em estabelecimentos avícolas permanentes 
(avós, matrizes – linhagens puras) e eventuais (poedeiras, corte). Os estabelecimentos 
permanentes não podem ser vacinados, Linhagens puras não podem ter 
mycoplasmose, porque ela pode passar pelo ovo. 
O diagnóstico é iniciado se analisando o histórico das aves e os sinais clínicos. Depois, 
é feita coleta de amostra para fazer um diagnóstico imunológico (Elisa, reação de 
aglutinação e inibição da hemaglutinação, soroaglutinação rápida (coloca o soro da ave 
para reagir com o antígeno de mycoplasma, se aglutinar a ave tem anticorpos)). O 
diagnóstico micoplasmológico é feito com isolamento da bactéria em meio de cultura, 
depois se faz o PCR dessa cultura para saber qual é o tipo de mycoplasma. Outras 
formas de identificar a espécie além do PCR é a identificação da cultura através de 
imunofluorescência indireta e direta, inibição do metabolismo e inibição do crescimento. 
O material coletado para amostra é fragmentos de tecidos lesionados (traqueia, saco 
aéreo), swab de traqueia, saco aéreo e fenda palatina, sangue (sorologia). 
Isolamento é feito através da amostra clínica (podendo ser swab ou fragmento, mas o 
swab é melhor porque tem menos chance de contaminação por outros 
microorganismos). Depois a amostra é colocada em meio de cultura específico (meio 
frey) a temperatura de 36-37 graus em microaerofilia em incubação por 48-72h (o caldo) 
e as placas por até 21 dias. No caldo se observa alteração de cor (normalmente é 
vermelho cereja, quando tem micoplasma vira o meio pra amarelo) e nas placas se 
observa as colônias em forma de ovo frito ao microscópico. 
Na cultura se faz a diluição seriada da amostra de macerado do órgão em diferentes 
caldos de cultura, para diminuir a chance de contaminação que tem no material bruto. 
Depois esses caldos com as diluições são plaqueadas. 
7. Tratamento 
É feito com antimicrobianos que interfere na síntese de aminoácidos. Isso não erradica 
o mycoplasma do plantel, mas diminui a disseminação e os sinais clínicos. Por isso, é 
melhor se fazer a prevenção com medidas de biosseguridade. 
Prevenção e Controle 
Medidas de biosseguridade 
Monitoramento do lote 
Eliminação de portadores 
Não vacinar aves reprodutoras (porque pode passar pro ovo) 
Vacinar poedeiras 
 Vacina inativada oleosa – bacterina 
 Vacinas vivas atenuadas para MG e MS

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