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2. Classificação dos direitos reais: sobre coisa própria e sobre coisa alheia Alienação Fiduciária NA COISA PRÓPRIA Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade (Arts. 1.228 a 1.368) NA COISA ALHEIA (Direitos reais limitados) ► DIREITOS DE GOZO OU FRUIÇÃO II - a superfície (Arts. 1.369 a 1.377) III - as servidões (Arts. 1.378 a 1.389) IV - o usufruto (Arts. 1.390 a 1.411) V - o uso (Arts. 1.412 e 1.413) VI - a habitação (Arts. 1.414 a 1.416) XI - a concessão de uso especial para fins de moradia (Lei 11.481/07) XII - a concessão de direito real de uso (Lei 13.465/17) XIII - a laje (Lei 13.465/17) ► DIREITOS DE GARANTIA VIII - o penhor (Arts. 1.431 a 1.472) IX - a hipoteca (Arts. 1.473 a 1.505) X - a anticrese (Arts. 1.506 a 1.510) - Alienação fiduciária (Arts. 1.361 a 1.368) ► DIREITO À COISA VII - o direito do promitente comprador do imóvel (Arts. 1.417 e 1.418) jus in re propria jura in re aliena ■ Direito real que esperamos estudar, de forma mais aprofundada, a partir do Tema 7, como previsto no Plano de Ensino e Aprendizagem anexado na semana 02 do Blackboard - Lei 4.728/65, Dec.-Lei 911/69, Lei 9.514/97 e Lei 10.931/04 Noções conceituais de Direitos Reais na COISA ALHEIA ■ conjunto de relações jurídicas reais cujo objeto não é a coisa própria, mas, sim, um bem de propriedade de outrem, direitos que, embora tenham autonomia conferida pelo sistema, inclusive classificatória, encontram sua matriz na propriedade, são elementos decorrentes dela ► DIREITOS DE GOZO OU FRUIÇÃO na servidão, por exemplo, em que há o envolvimento de dois imóveis, edificados ou não, pertencentes a donos distintos (coisa alheia), um serve ao outro para torná-lo mais útil, utilidade que deve ser gozada pelo seu titular através do prédio dominante Com eficácia limitativa da propriedade, caracteriza-se a servidão por acompanhar a coisa (princípio da aderência), de modo a vincular, para além dos imóveis (plano primário), os seus titulares (plano secundário), razão por que, mesmo em caso de alienação de um dos bens, em regra, a servidão o acompanha ► DIREITOS DE GARANTIA servem para assegurar uma determinada relação obrigacional, como se dá, por exemplo, na hipoteca, um dos mais importantes direitos reais de garantia, no qual figura, de um lado, o credor hipotecário, em favor de quem é instituída a garantia, a exemplo de uma instituição financeira, e, de outro, o devedor hipotecário, o sujeito que concede o bem em garantia do cumprimento de uma dívida Também tem por característica, típica dos direitos reais, a sequela, de maneira que a garantia hipotecária acompanha o bem gravado, mesmo em caso de alienação IMPORTANTE, quanto à hipoteca e ao direito do promitente comprador (próximo tópico), observar o disposto no enunciado 308 da súmula do STJ ■ Em síntese, conforme consta no Resp 1501549, trata-se de direito à aquisição do imóvel condicionado ao cumprimento da obrigação de pagar a quantia contratualmente estabelecida ► DIREITO À COISA (contrato preliminar especial) não se confunde com o direito de propriedade, pois a promessa de compra e venda, que gera eficácia real, envolve contrato preliminar que tem como objeto um contrato futuro de venda e compra. Na promessa, o promitente vendedor continua titular do domínio, somente transferido ao promitente comprador após a quitação integral do preço, isto é, as partes envolvidas assumem a obrigação de fazer o contrato definitivo de compra e venda, mediante a outorga de escritura de venda do imóvel, após o adimplemento das obrigações financeiras assumidas Constituição e extinção dos Direitos Reais na COISA ALHEIA ■ os direitos reais limitados constituem-se da mesma forma que o direito real na coisa própria (a propriedade), isto é, por FORÇA DE LEI ou em virtude de NEGÓCIOS JURÍDICOS CONTRATUAIS e, até mesmo, de execução forçada ► A AQUISIÇÃO de origem NEGOCIAL dos direitos reais limitados sobre imóveis configura-se com o registro imobiliário e bem assim a sua EXTINÇÃO, mediante averbação do cancelamento do registro (Art. 167, II, 2, da Lei 6.015/73) ► Já a AQUISIÇÃO por sucessão hereditária ou por usucapião dos direitos reais limitados, seja de móveis ou de imóveis, opera-se por FORÇA DE LEI, não tendo o registro público natureza constitutiva ► CAUSAS COMUNS de EXTINÇÃO: ■ desapropriação ■ cessão do termo de duração (quando se tratar de direito limitado temporário) ■ abandono ■ renúncia ► SITUAÇÕES ESPECÍFICAS de EXTINÇÃO: ■ quando cessa, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade que determinou a constituição da servidão (Art. 1.388, II) ■ não uso da servidão durante 10 anos contínuos (Art. 1.389, III) ■ pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de 30 anos da data em que se começou a exercer (Art. 1.410, III) ■ cessação do motivo de que se originou o usufruto (Art. 1.410, IV) ■ por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no § único do Art. 1.395 (Art. 1.410, VII) OBRIGAÇÕES PROPTER REM FIGURAS HÍBRIDAS OU INTERMEDIÁRIAS DIREITO DE PROPRIEDADE Direito real por excelência CRÉDITO DE QUANTIA CERTA Direito pessoal mais característico Há uma grande variedade de figuras que, à medida que se distanciam dos extremos, tendem a se confundir. Muro comum: Direito real ou obrigação?! DIREITOS REAIS INOMINADOS OBRIGAÇÕES PROPTER REM OBRIGAÇÕES “PROPTER REM” Recaem sobre as pessoas, por força de determinado direito real Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Só existem tais obrigações em razão da situação jurídica do obrigado, de titular do domínio ou de detentor de determinada coisa. São obrigações que, embora atreladas a direitos reais, com eles não se confundem. Enquanto os REAIS REPRESENTAM DIREITOS SOBRE AS COISAS ou nas coisas, as OBRIGAÇÕES PROPTER REM SÃO CONCEBIDAS COMO DIREITOS POR CAUSA DAS COISAS ou advindos das coisas ● Obrigação imposta ao condômino de concorrer para as despesas de conservação da coisa comum (Art. 1.315 do CC) ● Obrigação de não alterar, o condômino, a fachada do prédio (Art. 1.336, III) ● Obrigação de dar caução pelo dano iminente (dano infecto) quando o prédio vizinho estiver ameaçado de ruína (Art. 1.280); ● Obrigação que tem o dono da coisa perdida de recompensar e indenizar o descobridor (Art. 1.234) ● Obrigação de os donos de imóveis confinantes concorrerem para as despesas de construção e conservação de tapumes divisórios (Art. 1.297, § 1º) ou de demarcação entre os prédios (Art. 1.297); ● Obrigação de indenizar benfeitorias (Art. 1.219) etc. ÔNUS REAIS ≠ OBRIGAÇÕES PROPTER REM Ônus reais são obrigações que LIMITAM O USO E GOZO DA PROPRIEDADE, constituindo gravames ou direitos oponíveis erga omnes, como, por exemplo, a RENDA CONSTITUÍDA SOBRE IMÓVEL. Aderem e acompanham a coisa. Por isso se diz que QUEM DEVE É A COISA E NÃO A PESSOA. a) A RESPONSABILIDADE pelo ônus real é LIMITADA AO BEM ONERADO, não respondendo o proprietário além dos limites do respectivo valor, pois É A COISA QUE SE ENCONTRA GRAVADA; na obrigação propter rem, diferentemente, responde o devedor com todos os seus bens, de forma ilimitada, pois é o devedor que se encontra vinculado; a) Os ônus reais desaparecem, perecendo o objeto, enquanto os efeitos da obrigação propter rem podem permanecer, mesmo havendo perecimento da coisa; a) Os ônus reais implicam sempre uma prestação positiva, enquanto a obrigação propterrem pode surgir com uma prestação negativa; a) Nos ônus reais, a ação cabível é de natureza real; nas obrigações propter rem, é de índole pessoal. wellps Highlight wellps Highlight wellps Highlight wellps Highlight wellps Highlight wellps Highlight wellps Highlight wellps Highlight OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL São as que, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, transmitem- se e são oponíveis a terceiro que adquira direito sobre determinado bem. Certas obrigações resultantes de contratos alcançam, por força de lei, a dimensão de direito real. Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, e não constar de registro. § 1o O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos do domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de Imóveis da respectiva circunscrição, quando imóvel. § 2o Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não esteja obrigado a respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário, senão observado o prazo de noventa dias após a notificação.
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