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Fernanda F. Ferreira - TXI Cardiopatias Congênitas · Circ. Fetal: começa nas ilhotas sanguíneas · Primeiras contrações do tubo cardíaco após a 3ª semana da fecundação · Logo, são definidos: átrio primitivo, bulbo cardíaco e ventrículo primitivo Condiderações gerais: · Os defeitos cardíacos se formam nas 8 primeiras ssemanas de gestação, os cardíacos ocorrem, em geral, nos primeiros dois meses. · Inicidência é menor que 1% · 8-12/1000 nascidos vivos (excetos prematuros) · As CC acianóticas são as mais freq. Quais seriam as causas dos defeitos cardíacos ? ● 85-90% não tem causa conhecida, são consideradasmultifatoriais ● Antecedentes familiares de cardiopatia (pais ou irmãos) aumentam o risco em 3, 4 a 10 vezes ● Medicações durante a gravidez, como anfetaminas lítio, progesterona e estrógeno ● Álcool e drogas levam a CIV, TGA, TF, PCA ● Hidantoína (convulsões) pode levar a EP, EA, CoAo, PCA ● Diabetes na gravidez pode ser relacionada à CIV, PCA, CoAo, TGA ● Filhos de mães com LES ou outras doenças do colágeno, associa-se bloqueio AV e DSAV ● Hipertensão e outras enfermidades que levam a maior risco de prematuridade: PCA ● Infecções maternas no primeiro trimestre: CC complexas ● Infecções maternas no último trimestre (rubéola,citomegalovírus, herpes, coxsackei tipo B e HIV): miocardite e outros processos inflamatórios *CIV: comunicação interventricular; TGA: transposição de grandes artérias; TF: tetralogia de Fallot; PCA: persistência do canal arterial; CoAo: coarctação de aorta FREQUÊNCIA DAS CARDIOPATIAS ● CIV é mais freq., seguido do CIA ● Acianóticas: ↳ CIV 15-20% ↳ CIA 5-10% ↳ PCA 5-10% ↳ CoAo 8-10% ↳ EP 8-12% ↳ EAo 8-12% ↳ DSAV <1% ● Cianóticas: ↳ T4F 10% ↳ TGA 5% Diagnóstico ● Anamnese ↳ ICC ↳ Dificuldade para amamentação ↳ Sudorese cefálica ↳ Desconforto respiratório com ou sem cianose ↳ Taquipneia e dispneia *é na amamentação que vamos perceber mais essas alt. nessas crianças que não diag. Antes amamenta e dorme = possível dificuldade de manter DC em ativ. aval. com ecocardiograma ● Exame físico: ↳ Aspecto físico ↳ Exame do pulso arterial ↳ Aferir PA nos 4 membros ↳ Inspeção do precórdio ↳ Ausculta cardíaca ↳ A FC é tão alta que é difícil até de distinguir entre sopro sistólico e diastólico, é necessário um ouvido treinado *pressão aumentada nos MMSS e diminuída nos MMII ● Cianose: ↳ Quando foi notada pela primeira vez? ↳ Houve piora progressiva? ↳ Relacionada aos esforços ou é constante? ↳ Crises hipoxêmicas com posição de cócoras ↳ Há diminuição da capacidade física ? ● Taquipneia e dispneia: ↳ Quando foi percebida? ↳ Havia infecção pulmonar concomitante? ↳ Apresenta dificuldade de sugar? ↳ Sudorese intensa? ↳ Dificuldade de ganhar peso? *cianóticas comunicação entre D e E 2 sistemas vão mistura seu sangue e a D tem p. de 5-20mmHg e a E pode chegar até a 80mmHg, então o sangue vai do lugar de maior pressão para o de menor pressão ED, a medida que vai aumentando esse fluxo a pressão do AD pode subir tanto que levar a cionose *normofluxo não tem comunicação D e E *cianose só se o sangue venoso for para o território arterial *atresia tricúspide sangue fica no AD *com hiperfluxo: tronco arterial comum No lugar de ter uma aorta e uma a. pulmonar temos apenas um tronco arterial sangue vai para o lugar com menos resist. Que é a pulmonar, que tem menor pressão que perifericamente né Sobrecarga de Volume COMUNICAÇÃO INTERATRIAL ● É a abertura do septo atrial, permitindo a passagem do sangue oxigenado do AE para o AD ● Tipos: ↳ Ostium secundum: fossa oval ↳ Ostium primum: valva tricúspide ↳ Seio venoso ↳ Seio coronário *Comunicação interatrial abertura do septo atrial, permirindo a passagem do sangue oxigenado do AE AD (shunt ED ao nível arterial) *Ostium secundum rel. ao forame oval *seio venoso é bem complexo, pois a v. pulmonar acaba chegando em lugares diferentes Quais são os sintomas ? · Cansaço, sudorose, taquipneia, dificuldade de ganhar peso pelo hiperfluxo pulmonar · Muitas crianças são assintomáticas, só aparece sintomas na 3ª-4ª década de vida Como diag. ? Auscultar de SS suave no foco pulmonar, B2 fixamente desdobrada. RX de tórax, ECG, ecocardiograma e catetrismo. ● Tratamento ↳ A cirurgia não é mais feita com esternotomia total ↳ Existem técnicas endovasculares, tratam mais o ostium secundum, por conta do plano, não faz “quina” com nenhuma outra estrutura, trata-se do CIA mais frequente pode corrigir via endovasc. COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR ● Falha do fechamento septo interventricular com passagem de sangue do ventrículo esquerdo para o ventrículo direito ● Sintomas dependem do tamanho e do grau da resistência pulmonar ● Classificação: Classificado quanto ao tamanho, quanto maior pior é a repercussão e mais hiperfluxo pulmonar promove. Quanto menor o orifício maior é o sopro ↳ Pequena ↳ Moderada ↳ Grande ● CIV pequena: ↳ Assintomática ↳ SS rude, tipo ejetivo, P2 normofonética. ↳ ECG normal ↳ RX normal ● CIV moderada sem hiper-resistência pulmonar: ↳ Assintomática, sopro holossistólico rude/regurgitação, P2 normofonética, pode ter B3. ↳ ECG: hipertrofia do VE ↳ RX: discreto aumento da área cardíaca e circulação da artéria pulmonar aumentada ● CIV grande sem hiper-resistência pulmonar: ↳ Sintomas precoces de ICC ↳ SS suave, holossistólico, P2 normofonética, B3 presente ↳ ECG: hipertrofia biventricular ↳ RX: área cardíaca aumentada e hiperfluxo pulmonar acentuado ● CIV com hiper-resistência pulmonar: ↳ Evolui com fase de congestão pulmonar e ICC ↳ Fase melhora sintomática e após alguns anos dispneia e cianose progressivas ↳ VD palpável, B2 no FP, SS suave ou ausente, P2 hiperfonética. ↳ ECG: hipertrofia ventricular direita acentuada ↳ Rx com circulação pulmonar pobre na periferia e acentuada nos hilos, arco médio abaulado e área cardíaca não aumentada ● Tipos de CIV: ↳ Perimembranosa (75% dos casos): sempre abaixo da valva tricúspide ↳ Muscular: pode estar em qualquer lugar, se estiver mais para baixo deve-se abrir o ventrículo promovendo um infarto no coração ↳ Subaórtica = duplamente relacionada = subarterial ● Tratamento: ↳ Pequenos defeitos fecham espontaneamente com o crescimento, em até 1 ano e meio, senão deve-se pensar em cirurgia. ↳ Defeitos graves requerem cirurgia ↳ Tratamento medicamentoso: digitálicos, diuréticos e reforço de nutrição *regra básica é até que o 1°ano deve fechar espontaneamente, depois disso já planejamos cx. PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL ● Pode permanecer até a 12a semana ● Sintomas semelhantes ao CIV ● Causas: ↳ Muitas crianças não tem causa aparente ↳ Crianças prematuras ↳ Rubéola no primeiro trimestre de gravidez *pressão aórtica e pulmonar fluxo da aorta para pulmonar ↳ Exame físico: pulsos amplos nas 4 extremidades, pressão arterial divergente, ausculta de sopro contínuo na região infraclavicular esquerda, que se torna mais curto com o aumento da pressão pulmonar ↳ ECG: hipertrofia ventricular e atrial esquerda ↳ RX: hiperfluxo pulmonar e aumento da área cardíaca proporcional ao tamanho do canal DEFEITO DO SEPTO ATRIOVENTRICULAR - Sobrecarga de vol. · Defeito complexo consequente a form. defeituosa do coxim endocárdico · Assoc. com a s. de Down · QC e evolutivo é sumelhante a outras condições com amplo fluxo pulmonar e com hipertensão pulmonar do pulmão, pois os vv. Pulmonares contraem na tentativa de diminuir esse fluxo · ↳ ECG: eixo elétrico desviado para esquerda, padrão de sobrecarga direita · ↳ Rx: aumento global da área cardíaca e hiperfluxo pulmonar · ↳ Ecocardiograma: sinal do cisne na via de saída ● Classificação de Rastelli: Leva em conta a ancoração das cordoalhas ↳ DSAV parcial: CIA e defeito na valva mitral (fenda anterior) e eventualmente alteração na valva tricúspide. ↳ DSAV intermediária: CIA com má-formação de mitrale tricúspide sem CIV ↳ DSAV total: CIA, CIV e existe uma valva única que é remanescente das valvas mitral e tricúspide ● Histórico natural: ↳ Insuficiência cardíaca com 1-2 meses ↳ Pneumonias de repetição ↳ Alta mortalidade aos 2-3 anos ↳ Doença obstrutiva vascular pulmonar ●Síndrome de Eisenmenger: complicação das grandes derivações da esquerda para a direita intracardíacas não corrigidas. Pode-se desenvolver aumento da resistência pulmonar ao longo do tempo levando à derivação bidirecional e então derivação da direita para a esquerda. As cavidades intracardíacas tem a mesma pressão sem diferença sistêmico-pulmonar com relação fisiológica 4:1. ↳ DSAC ↳ CIV ↳ CIA ↳ PCA ↳ Tronco arterioso ↳ Transposição das grandes artérias ● Tratamento clínico: ↳ ICC: digoxina, furosemida, captopril ↳ Profilaxia endocardite infecciosa ● Tratamento cirúrgico: ↳ Indicação: 3-8 meses ↳ Mortalidade: 5-10% ↳ O mínimo erro da correção causa insuficiência valvular ↳ O maior problema é que as crianças mamam mal não ganhando peso para ser possível realizar a cirurgia ↳ Complicações: → Insuficiência valva AV esquerda → BAV-T < 5% → Arritmias supraventriculares Sobrecarga de Pressão ● Obstrução ao fluxo de saída ventricular ↳ Estenose válvula pulmonar ↳ Estenose válvula aórtica ↳ Coartação de aorta ● Obstrução ao fluxo de entrada ventricular ↳ Estenose tricúspide ↳ Estenose mitral ↳ Cor triatriatum triatriatum ESTENOSE AÓRTICA ● A estenose aórtica modera pode ser assintomática ● A estenose grave tem fadiga, dispneia, dor precordial tipo angina, tontura, perda da consciência e morte súbita ● Tipos: ↳ Valvar ↳ Supravalvar ↳ Subaórtica trata com comissurotomia COARTAÇÃO DE AORTA ● Estreitamento localizado na aorta descendente abaixo da emergência da artéria subclávia esquerda ● Varia de grau de estreitamento ● Circulação colateral ● Quadro clínico: assintomáticos nos primeiros anos, hipertensão e IC podem aparecer tardiamente ● Tratamento: existe um fio chamado PDF, é sintético de alta resistência, reabsorvível de 3-6 meses, a criança não necessita de reoperação Cardiopatias Cianóticas ● Fluxo sanguíneo pulmonar reduzido ↳ Atresia pulmonar ↳ Atresia tricúspide ↳ Tetralogia de Fallot ↳ Drenagem anômala pulmonar ● Fluxo sanguíneo pulmonar aumentado ↳ Transposição dos grandes vasos ↳ Átrio ou ventrículo único ↳ Truncus arteriosos ↳ Drenagem anômala pulmonar ● RN apresenta cianose sempre excluir cardiopatia congênita grave, pensar em ordem de frequência no primeiro mês de vida: ↳ Transposição dos grandes vasos da base (primeira semana de vida) ↳ Drenagem anômala das veias pulmonares, forma obstrutiva ↳ Atresia tricúspide ↳ Cardiopatias complexas Fluxo sanguíneo pulmonar reduzido TETRALOGIA DE FALLOT ● CIV, obstrução ao fluxo sangue do VD (estenose pulmonar infundíbulo valvar), hipertrofia de VD e dextraposição da aorta ● A gravidade depende do grau de estenose da via de saída do VD que diminui o fluxo pulmonar com desvio do sangue da direita para a esquerda através da CIV ● Diagnóstico ↳ No EF, ausência ou diminuição acentuada do sopro durante a crise hipóxica ↳ Hematócrito acima de 50% *deslocamento da a. pulmonar faz com que ela fique estreita ventriculo fica hipertrófico forma CIV, e dextroposição da aorta ↳ ECG: sobrecarga atrial e ventricular direita ↳ RX: circulação pulmonar diminuída, coração tamanho normal com arco médio escavado e ponta levantada ● Tratamento ↳ Cria-se derivação sistêmico-pulmonar, um canal arterial ↳ Cirurgia de Blalock-Taussig: ↳ A técnica com homoenxerto promove maior sobrevida. ● Diagnóstico diferencial ↳ Atresia tricúspide: o ECG é típico de sobrecarga atrial direita (onda P apiculadas) e sobrecarga do VE, ausência de potenciais à direita. ↳ Truncus arteriosos: saída de um único vaso da base do coração direito, onde se originam as artérias pulmonares e coronárias. Ausculta de sopro continuo no HTD (circulação colateral das artérias brônquicas), sem sopros, estalido e B2 única, ↳ Transposição dos grandes vasos da base com CIV e estenose pulmonar: QC semelhante a TF, porém a cianose é mais precoce ↳ Dupla via de saída do VD em EP: PENTALOGIA DE CANTRELL ● Defeito na porção baixa do esterno ● Defeito na porção anterior do diafragma ● Defeito da parede abdominal supra umbilical ● Defeito no pericárdio diafragmático ● Defeito intracardíaco congênito 2
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