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1 Júlia Cristine Eczema (sinônimo de dermatite) significa que microscopicamente, as dermatoses terão espongiose (queratinócitos bem separados entre si. Um edema intercelular). A espongiose pode evoluir para uma liquenificação.(Pele mais espessa) • Sintoma mais comum é o prurido • Fase aguda → Eritema + edema + vesículas • Fase crônica→ Liquenificação • Interação de predisposição genéticas e exposição a fatores exógenos • Vesículas são as lesões elementares mais características • Exógenos→ Dermatite por contato primário e por contato alérgico • Endógenos →Dermatite atópicas e seborreicas DERMATITE ATÓPICA • Doença inflamatória crônica cutânea com muito prurido e recorrente. • Ineficiência e hiper-reatividade da barreira cutânea • 80% dos casos tem outras manifestações atópicas como rinite e asma. (marcha atópica se rinite +asma +dermatite) • A maioria dos pacientes são crianças de até 5 anos. Apenas 2% depois dos 45 anos. Ou seja, é uma doença de infância ETIOLOGIA • Fatores genéticos → HF 70% dos casos. Se ambos os pais forem atópicos, vai para 87% de ocorrência. • Fatores fisiológicos → Prurido exacerba a noite, sudorese piora também. Crianças com hiperatividade • Fatores imunológicos → Aumento de IgE quando houver manifestações respiratórias (esse aumento tem correlação com a gravidade), diminuição seletiva de IgA, depressão imune celular, que aumenta a facilidade de obter infecções bacterianas, lesões mais extensas, etc. • Ocorre colonização do Staphylococcus aureus (Disbiose=desequilíbrio da flora intestinal) em até 90% dos casos. QUADRO CLÍNICO • Prurido intenso, xerose(seca) cutânea, lesões com mais de seis semanas cursando com exacerbações e remissões (40% mantêm até vida adulta), liquenificação da pele • Lactente →Lesões eritematosas papulosas que evoluem pra descamação com exsudato seroso. Afeta principalmente a face, couro, pescoço e superfícies extensoras • Fase infantil→ Lesões vesiculosas com menos exsudação devido pele muito seca e liquenificação residual persistente. Afeta preferencialmente áreas flexoras, nádegas, raiz posterior da coxa, dorso da mão, tornozelo e pescoço. • Fase adolescente/adulto→ Placas mais localizadas e com predomínio de liquenificação. Afeta mais as dobras DIAGNÓSTICO Hanifin e Rajka – Três critérios maiores e três menores CRITÉRIOS MAIORES • Prurido • Típica distribuição e morfologia das lesões • Evolução crônica ou recorrente • História pessoal ou familiar de atopia (asma, rinite ou DA) CRITÉRIOS MENORES • Xerose 2 Júlia Cristine • Prega de Dennie Morgan → Dupla prega • Escurecimento orbital • Sinal de Hertoghe→ Rarefação da parte distal da sobrancelha • Queratose pilar → Aspereza na superfície externa de braços e coxas • Ptiríase alba • RAST positivo, que é o exame de anticorpos IgE específicos, podendo identificar agentes que causam alergia TRATAMENTO • Cuidados gerais→Animais, cortinas, roupas de cama, vestuário, almofadas, brinquedos. Todos de forma de fácil lavagem pra evitar ácaros • Emolientes • Alimentares→Prova de exclusão/inclusão • Corticosteroides→ Tópicos de média e alta potência. Os de alta potencia devem ser evitados em crianças devido possível ação sistêmica • Antibioticoterapia sistêmica → Para formas mais extensas, • Anti-histamínicos sedativos → Devido ao prurido noturno • Imunomoduladores e imunossupressores. DERMATITE DE CONTATO 60% das doenças ocupacionais DERMATITE DE CONTATO POR IRRITANTE PRIMÁRIO (DCIP) • Quando um agente químico produz inflamação na pele quando em contato com a mesma por um tempo e concentração suficientes. • Não tem sensibilização prévia. • Exemplo: Dermatite nas mãos de donas de casa que usam muito sabão em pó. Outro exemplo são as fraldas de bebês (dermatite amoniacal) devido o contato da urina com o ph fecal. • O início e gravidade vão depender da espessura da pele que teve contato, o tempo de contato e a concentração do agente irritante. • Teste de contato nesse tipo de dermatite é negativo • Não tem reconhecimento antigênico • Substancias acidas ou alcalinas • Limita-se a região do contato DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA • Ocorre em pessoas com predisposição genética, que terá uma reação de hipersensibilidade do tipo celular, ou IV. • Necessita de exposição prévia. • As células de Langerhans da pele fagocitam os antígenos da substância estranha que irão cair na corrente linfática e irão para os linfonodos regionais que irão estimular os linfócitos de memória que ficam guardados para uma nova exposição • Cada nova exposição os sintomas são mais precoces e mais graves. • Teste de contato é positivo • Não depende tanto de tempo e concentração • Disseminação das lesões à distância Hapteno → liga-se a proteínas da pele e reage com o sistema imune → Células de Langerhans vão reconhecer e processar o Hapteno levando- o para área paracortical do linfonodo subjacente → linfócitos são sensibilizados → Formação de linfócitos de memória que ficam no gânglio e os que vão para corrente sanguínea → Disseminação da sensibilidade de contato → Segunda exposição ao antígeno → Fase elicitativa - Linfócitos sensibilizados farão aparecer a dermatite em 48 a 72 horas. DIAGNÓSTICO • Ver a morfologia e topografia das lesões • Fazer o teste provocativo ou teste de contato epicutâneo. O teste simula a reação alérgica com a substancia 3 Júlia Cristine irritativa com resultado de 48 a 72 horas. O teste não deve ser feito na fase aguda ou após exposição solar. • O uso de imunossupressores pode causar um resultado falso negativo devido a doença ser reação celular PRINCIPAIS PRODUTOS RELACIONADOS A DERMATITE ALÉRGICA • Dicromato de potássio → Couro, cimento • Formalina →Esmalte de unha. O eczema geralmente se manifesta nas pálpebras • Sulfato de níquel → Bijuteria. CORRELACIONAR COM A CLINICA pois 8 em cada 10 mulheres possuem teste de contato para níquel positivo sem ter manifestações clínicas. TRATAMENTO Lesões localizadas: • Fase exudativa aguda ou subaguda: o Compressas e banhos de permanganato, água boricada; associadas a medicamento antiinflamatórios → Corticoide em creme, metotrexano, fototerapia, ciclosporina, pimecrolimo e tacrolimo. Pode associar aos corticoides sistêmicos se for caso mais grave (Prednisona 1mg/kg/dia em doses decrescentes a partir do controle do quadro) • Fase subaguda: o Corticoides em creme ou sistêmico se for mais extenso • Fase crônica (liquenificada): o Corticoides em pomada ou unguento. Efeito prolongado pode causar atrofia da pele, indução de telangiectasia, ação sistêmica no eixo hipotálamo-hipofisário adrenal, devido sua ação antiproliferativa • Pode-se usar imunomoduladores nas fases prolongadas de dermatite para evitar os efeitos colaterais de uso crônico de corticoide
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