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1 Júlia Cristine RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA • Constituída de UVA, UVB e UVC. • 95% da radiação UV que chega na superfície da terra é de UVA e 5% de UVB • A quantidade de UVA é constante durante o dia porque é pouco filtrada pela camada de ozônio • A UVB é maior entre 10-14h e tem pico ao 12h, devido a posição do sol e o fato de que é muito absorvida pela camada de ozônio • UVA é 20 vezes mais intensa que a UVB, podendo atravessar vidros comuns • A radiação UVB (onda curta), atinge a epiderme, afetando os queratinócitos. Já a UVA (onda longa), vai penetrar tanto na epiderme, interagindo com os queratinócitos, quanto na derme interagindo com fibroblastos • Os efeitos causados pela radiação podem ser precoces (Eritema, queimadura, bronzeamento, espessamento da epiderme e imunosupressão) e tardios Fotoenvelhecimento e fotocarcinogênese) • Deve-se considerar o acréscimo decorrente da reflexão na neve, na areia e no mar; essa reflexão é bem maior com o UVA do que com o UVB • O FPS protege apenas do UVB. Ele intensifica a resposta de proteção natural da pele. Por ex: Uma pessoa que se queima e forma eritema em 30min de exposição ao Sol, ao usar FPS 10, o tempo de proteção se intensifica 10x, ou seja, 300min para causar um eritema. • PPD é o método mais estudado para proteção dos raios UVA, e deve seguir o nível de FPUVA um terço do FPS. Fototipos (Fitzpatrick) Pele Sensibilidade ao Sol Características I Branca-clara Muito sensível Queima fácil, nunca pigmenta II Branca Muito sensível Queima fácil, pigmenta pouco III Morena-Clara Sensível Queima e pigmenta com moderação IV Morena-escura Pouco sensível Queima pouco, pigmenta V Parda Pouquíssimo sensível Dificilmente queima, pigmenta VI Preta Insensível Nunca queima, pigmenta intensamente TUMORES EPITELIAIS BENIGNOS QUERATOSE SEBORREICA OU SENIL • Aparecimento de lesões verrucosas no tronco, face e membros. • É muito comum • Acomete ambos os sexos a partir da 4ª década de vida • Possui predisposição familiar • Não evolui para malignidade PATOGENIA • Proliferação dos queratinócitos no infundíbulo folicular • Tem origem monoclonal, representando tumores foliculares. • Os queratinócitos produzem citocinas que estimulam 2 Júlia Cristine melanogênese, causando a característica hiperpigmentado das lesões MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Lesões múltiplas em pápulas circunscritas, verrucosas, castanho- claro ao escuro. Coberta por escamas aderentes, graxentas córneas • Normalmente numerosas e localizadas em tronco, pescoço, face e membros • Quando é localizada em áreas intertriginosas, pode causa uma infecção secundária com consequente mau odor e maceração • Queratose seborreica irritada → Ocorre processo de eczematização possivelmente por traumatismo, dificultando o diagnóstico diferencial com carcinoma espinocelular • Sinal de Leser-Trelat → Aparecimento súbito de forma eruptiva de múltiplas lesões. É uma manifestação paraneoplásica HISTOPATOLOGIA • Queratose seborreica clássica → Proliferação exofítica de células basalioides que contém muitos melanócitos e pseudocistos de queratina. As vezes essas células formam cordões que aprisionam a derme, dando aspecto adenoide (queratose reticulada) • Queratose seborreica irritada → Alterações inflamatória e áreas de queratinização que vão simular pérolas córneas do carcinoma espinocelular • Melanoacantoma → Os queratinócitos possuem melanina dos melanócitos que estão dispersos na epiderme, indicando bloqueio de transferência da melanina dos melanócitos para os queratinócitos DIAGNÓSTICO Clínico, usa-se a histopatologia em caso de dúvida DIÁGNOSTICO DIFERENCIAL • Queratoses actínicas → São lesões menos elevadas,secas e as escamas não são graxentas • Nevo pigmentar → Lesão papulosa de superfície e não tem escamas, cor castanha a preta • Melanoma maligno e epitelioma basocelular pigmentado. Nas formas irritadas, diferenciar com Doença de Bowen e CEC. TRATAMENTO Apenas para fins estéticos • Uso de ácido tricloroacético • Crioterapia com nitrogênio líquido • Aplicação de neve carbônica por cerca de 20s • Lesões mais antigas e verrucosas → Curetagem com eletrocoagulação superficial 3 Júlia Cristine LESÕES EPITELIAIS PRÉ MALIGNAS MELANOSE SOLAR • Melanose solar ou actínica ou lentigo senil • Lesão pigmentar causada por efeitos da radiação UV • Não é considerada uma lesão pré maligna e sim um marcador, visto que o grau de exposição solar é um fator de risco para malignidade PATOGENIA Exposição cumulativa da radiação UV, causa efeitos mutagênicos que aumentam a produção de melanina MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Manchas pequenas de até 1,5cm de cor castanho clara ou escura • Normalmente localizadas em áreas de exposição solar em pessoas de meia idade e idosos, sendo de acordo com o grau de exposição solar e o tipo de pele, ou seja, muito mais frequente em pessoas brancas de pele clara. • Dorso das mãos, punhos, antebraços e face • Normalmente possuem superfície rugosa que é associada com queratose solar HISTOPATOLOGIA • Os cones epiteliais sofrem alongamento e anastomose • Hiperplasia de melanócitos • Alterações degenerativas de colágeno do tipo elastose solar DIAGNÓSTICO É clinico e se necessário, histopatológico para diferenciar de outras lesões. DERMATOSCOPIA Bordas bem definidas e irregulares com alguns pontos em aspecto de roedura com rede irregular no centro da lesão (decorrente dos melanócitos e queratinócitos contendo melanina, localizados nos cones alongados). Em alguns, as lesões são frouxas, lineares e estriadas, lembrando impressões digitais. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Efélides • Lentigo simples • Lentigo maligno • Queratose actínica pigmentada • Queratose liquenoide TRATAMENTO Finalidade estética • Aplicações de neve carbônica ou nitrogênio líquido de 1 a 3 s • Ácido tricloroacético a 30% • Em lesões pouco pigmentadas o ácido retinóico ou hidroquinona (2- 4%), inclusive associados pode ter melhora. • Uso de fotoprotetores durante o tratamento é imprescindível LESÕES EPITELIAIS MALIGNAS CARCINOMA BASOCELULAR • Carcinoma basocelular, Epitelioma basocelular ou basalioma • O mais benigno entre os tumores malignos da pele • Constituído por células que se assemelham às células basais da epiderme • Origina-se de células epiteliais imaturas pluripotentes que perderam a capacidade de diferenciação e queratinização 4 Júlia Cristine normais por vários fatores como por exemplo, a ação crônica do UVB • Denomina-se epitelioma, pois é capaz de originar também de partes do aparelho folicular • Incapaz de originar metástase, com raras exceções • Possui malignidade local, podendo invadir e destruir tecidos adjacentes até mesmo ossos. • É a neoplasia epitelial mais comum (65% dos casos) • Ocorre mais em indivíduos acima dos 40 anos • Exposição à luz solar e tom de pele clara são fatores predisponentes • Raro em afrodescendentes PATOGENIA • Perda dos efeitos inibitórios das vidas patched/hedgehog que são responsáveis em regular a proliferação e destinos das células • As radiações UV causam alterações nos nucleotídeos de dois genes supressores tumorais, o p53 e PTHC. Quando a proteína SHH está ausente, O PTHC se liga à proteína SMO e a inibe. Mutações no gene PTHC o impede de inibir a SMO, que fica livre e é ativada permitindo que a sinalização hedgehog continue. Essa mesma via pode ocorrer por mutações da SMO, causando desregulação da proliferação celular, favorecendo tumores. • Maioria dos carcinomas basocelulares ocorre por anormalidades do PTHC e SMO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Mais comum nos doisterços superiores da face, lóbulos da orelha e comissuras labiais Não ocorre nas palmas, plantas dos pés e mucosas. EPITELIOMA BASOCELULAR NÓDULO ULCERATIVO • É o tipo clínico mais comum • Pápula rósea, perlada que cresce progressivamente para nódulo, com posterior ulceração central, recoberta por crosta que, se retirada, tem sangramento. • Lesão típica com bordas cilíndricas, translucidas, com formações perláceas FORMA PLANOCICATRICIAL • Extensão em superfície com cicatrização central FORMA TENEBRANTE • Em profundidade com invasão e destruição de musculo, cartilagem, ossos ou outras estruturas. FORMA VEGETANTE • Proliferação central TIPO ESCLEROSANTE • Placa branco-amarelada, escleroatrófica, dura, lisa, bordas mal definidas com presença, as vezes, de telangiectasia • Evolução muito lenta e nunca ulcera SUPERFICIAL OU PAGETOIDE • Lesões múltiplas eritematoescamosas, discretamente infiltradas, bordas irregulares e levemente elevadas • Aspecto semelhante a psoríase, eczema seborreico, lúpus eritematoso • Localização geralmente no tronco PIGMENTADO 5 Júlia Cristine • Forma nódulo-ulcerativa com pigmentação melânica. Assemelha- se com melanoma maligno FATORES DE RISCO PARA DIFICULDADES TERAPEUTICAS E RECIDIVAS • Tumores maiores de 2cm • Margens tumorais mal definidas • Localização na área central da face, nariz, área periocular, região auricular e labial • Doença recidivante • Características histopatológicas: tumores micronodulares, esclerodermiformes, além de invasão perineural ou bascular. • Imunossupressão de qualquer natureza HISTOPATOLOGIA Presença de massa de células basalioides que se dispõem perifericamente em paliçada DIAGNÓSTICO Clínico e confirmado por histopatologia DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL NÓDULO ULCERADOS Queratoacantoma e carcinoma espinocelular SUPERFICIAL Queratose actínica e disqueratose de Bowen ESCLEROSANTE Esclerodermia em placas PIGMENTAR Queratose seborreica e melanoma maligno NODULAR Tumores benignos de anexo, tricoepitelioma, cilindroma e cistos epidérmicos TRATAMENTO Depende da localização, tamanho e profundidade do tumor • Curetagem e eletrocoagulação → Tumores de até 1,5cm na face e tronco • Excisão e sutura → lesões nos membros, particularmente no dorso das mãos. Lesão maiores de 1,5 cm também com margem de segurança de 0,5 cm • Criocirurgia com nitrogênio líquido → Tratamento eletivo para o superficial ou localizado em áreas de cartilagem • Cirurgia micrográfica → Para formas recidivantes e esclerodermiforme. É a remoção cirúrgica de camadas sucessivas do tecido e exame microscópico de congelação da superfície inferior de cada fragmento retirado • Radioterapia → Pouco empregada. Indicação para formas extensas em idosos que não podem cirurgia • Imiquimod → Creme 5% em aplicações diárias ou 5 dias/ semana, com melhor tolerância. Ocorre reação local com eritema, prurido e ulceração. Duração de 6 a 12 semanas. Indicado principalmente nas formas superficiais • Terapia fotodinâmica → Reação química ativada por luz para destruir um tecido alvo. Precisa de um agente fotossensibilizante, uma fonte de luz e oxigênio. A aplicação do fotossensibilizante é feita 3 horas antes da radiação lumínica local. São feitas 2 aplicações com intervalo de 7 dias entre elas. Indicada para formas superficiais 6 Júlia Cristine • Vismodegib (Erivedge) → Uso sistêmico por via oral, inibidor da via hedgehog. Indicado em casos graves com impossibilidade de cirurgia, radioterapia ou outros tratamentos. Contraindicado em gravidez e lactação pois levam a morte fetal e defeitos congênitos. Efeitos colaterais: espamos musculares, alopecia, disgeusia, perda de peso, fadiga, náuseas, diarreia. • Sonidegih PROGNOSE Excelente, pois normalmente o carcinoma basocelular não origina metástase e somente pode ser que ocorra recidiva local
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