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Taquipneia Transitória do Recém-Nascido

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Mariana Costa Teixeira 
NEONATOLOGIA 
Taquipneia Transitória do Recém-Nascido 
INTRODUÇÃO 
A taquipneia transitória do recém-nascido (RN) é a doença respiratória mais comum no RN a termo ou próximo 
do termo, sendo descrita como um distúrbio autolimitado que ocorre nas primeiras horas de vida. 
Logo após o nascimento, o RN sofre uma sequência de adaptações da vida intrauterina para a extrauterina. A taquipneia 
transitória do RN ocorre nesse momento de transição e tem como gênese um distúrbio na reabsorção da secreção 
pulmonar. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento é a prematuridade tardia (idade gestacional entre 34 e 37 
semanas). 
Dentre os fatores maternos para o desenvolvimento da taquipneia transitória do RN, tem-se: sedação, diabete 
materno, asma, exposição a agentes betamiméticos. 
São também descritos como fatores de risco importantes para o desenvolvimento desse distúrbio: asfixia perinatal, 
parto cesariano eletivo (sem trabalho de parto), macrossomia e sexo masculino. 
 
 
 
PATOGÊNESE 
Na vida fetal, as células epiteliais das vias aéreas produzem e secretam líquido para o lúmen das vias aéreas. Essa 
secreção é dependente de um sistema de transporte ativo de íons por meio das células alveolares tipo II do epitélio 
pulmonar. 
No decorrer da gestação, observa-se o aumento na produção desse líquido, o qual atinge o pico máximo de produção 
próximo ao termo. Após atingir esse pico, é descrito declínio, com consequente redução gradual do líquido nas vias 
aéreas pulmonares, sobretudo no início do trabalho de parto. 
Tal processo é estimulado pela liberação de catecolaminas que ocorre durante o trabalho de parto. Posteriormente, 
observa-se a reabsorção do líquido, que também contribui para a redução no lúmen pulmonar. Ao nascimento, o líquido 
deve ser removido com rapidez para permitir as trocas gasosas. 
Durante o nascimento, a melhora da oxigenação também estimula a reabsorção do líquido pulmonar. Da mesma forma, 
a inflamação pulmonar remove o líquido restante para o interstício, que é reabsorvido pelos grandes vasos e pelo 
sistema linfático. A taquipneia transitória ocorre pela alteração na remoção do líquido das vias aéreas. 
O líquido nas vias aéreas causa colapso bronquiolar, com consequente aprisionamento de ar e hiperinsuflação. Também 
há redução da complacência pulmonar. 
 
 
QUADRO CLÍNICO 
Em recém-nascidos a termo (RNT) ou pré-termo (RNPT) tardio, é possível observar, logo após o nascimento, sinais de 
insuficiência respiratória leve ou moderada: taquipneia, batimento de asa de nariz, retração esternal e diafragmática, 
gemência e cianose. 
Pode intensificar-se nas primeiras horas de vida e descreve-se a duração variável de 12 horas até 3 a 5 dias de vida. 
Sinais de insuficiência respiratória, como taquipneia, batimento de asa de nariz, retração esternal e diafragmática, 
presença de balancim – isto é, incoordenação entre os músculos intercostais e o diafragma, o que causa retração 
esternal e inflação abdominal durante a inspiração – cianose e gemência, a qual pode ou não ser audível sem 
estetoscópio. 
 
DIAGNÓSTICO 
Radiografia 
Hiperinsuflação de campos pulmonares, com horizontalização das costelas; presença de linhas opacificadas nos campos 
pulmonares, cisuras (líquido). 
 
 
Exames Laboratoriais Complementares 
Exames laboratoriais complementares necessários principalmente quando a insuficiência respiratória se prolonga: 
▪ Gasometria – para avaliar a intensidade da insuficiência respiratória. 
▪ Hemograma completo. 
▪ Hemocultura. 
▪ Dosagem de proteína C reativa. 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
É importante fazer o diagnóstico diferencial entre as seguintes moléstias: síndrome de aspiração de mecônio, 
pneumotórax, pneumomediastino, síndrome do desconforto respiratório, pneumonias, sepse neonatal precoce, 
cardiopatias congênitas e asfixia perinatal. 
 
TRATAMENTO 
Cuidados Gerais 
▪ Manutenção da temperatura. 
▪ Monitoração da saturação de oxigênio (oxímetro de pulso). 
▪ Jejum até estabilização hemodinâmica – introdução de dieta após estabilização, preferencialmente 
leite materno por sonda orogástrica, se frequência respiratória (FR) < 60 respirações/minuto para evitar aspiração de 
 
 
dieta. No RN com insuficiência respiratória, a via orogástrica é recomendada em virtude da obstrução das narinas pela 
via nasogástrica. 
▪ Hidratação endovenosa. 
▪ Manutenção da glicemia. 
 
Cuidados Específicos 
▪ Fornecer oxigênio para manter a saturação de O2 (SaO2) em 90 a 92%. 
▪ Pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) – quando já estiver em oxigênio e necessitar de 
fração inspirada de O2 (FiO2) > 40% para manter SaO2 > 90% ou pressão arterial de O2 (PaO2) > 50 mmHg. 
▪ Ventilação mecânica: quando necessitar de CPAP > 6 cmH2O e/ou FiO2 > 0,5 para manter PaO2 > 50 
mmHg ou SaO2 a 90%. Raramente o RN com taquipneia transitória necessita de ventilação mecânica. Quando ocorrer, 
afastar complicações como pneumotórax, infecção e hipertensão pulmonar. 
Vários estudos que avaliam a influência da furosemida sobre a evolução da taquipneia que não demonstraram 
evidências de melhora na evolução deste distúrbio. 
COMPLICAÇÕES 
As principais complicações no curto prazo associadas à taquipneia transitória são: hipoxemia, pneumotórax, infecção e 
hipertensão pulmonar. Em relação a complicações de longo prazo, vários estudos têm demonstrado que os RN que 
tiveram taquipneia transitória no período neonatal têm maior risco para o desenvolvimento de broncoespasmo durante 
a infância.

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