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Há diferentes maneiras não só de se conceber como também de se analisar o fenômeno e a prática educativa. No entanto, optamos por adotar a seguinte categorização e/ou classificação: abordagens tradicional, escolanovista, tecnicista/neotecnicista e crítica. É importante fazer um esforço de articulação entre a teoria e a prática. Nesse sentido, é oportuno verificar como essas abordagens se manifestam no dia a dia da sala de aula, tendo em mente que não significa que, no “chão” da escola ou da universidade, uma tendência superou a outra no tempo e/ou no espaço. Muitas vezes, elas podem conviver ou se hibridizar, sem que o próprio professor tenha muita consciência disso. Ter consciência das características e dos significados das abordagens pedagógicas podem nos ajudar a fazer nossas próprias opções como docentes e a decidir que caminhos seguir nessa tarefa, uma vez que essas tendências implicam visões de mundo, de sujeitos, de educação, de escola, de universidade, de processos de ensino-aprendizagem. Portanto, adotar, intencional e conscientemente, concepções e práticas marcadas por uma ou outra perspectiva pedagógica significa optar por: que educador quero ser, que projeto educativo desejo construir e que sujeitos desejo ajudar a formar. 1. Reconhecer as características gerais das abordagens ou tendências pedagógicas tradicional e escolanovista, buscando identificar os possíveis impactos dessas abordagens na Didática e/ou no processo didático. Antes de começarmos nossos estudos desta aula, precisamos nos questionar a respeito das possíveis formas de concebermos o fenômeno educativo. Você sabe quais são essas formas? De acordo com Mizukami (1986), “há várias formas de conceber o fenômeno educativo. Esse fenômeno, por sua própria natureza, é multidimensional e não há, até o momento, uma única teoria que o explique exaustiva e inequivocamente. [...] Diferentes formas de aproximação do fenômeno educativo podem ser consideradas mediações possíveis historicamente, que permitem explicá-lo, se não em sua totalidade, pelo menos em alguns aspectos. Por isto, elas devem ser analisadas, contextualizadas e discutidas criticamente”. A partir desse pensamento, promoveremos uma reflexão crítica sobre as diferentes teorias que, ao mesmo tempo em que buscam explicar a prática e/ou fenômeno educativo, são orientadoras dessas mesmas práticas e fenômenos. Didática do Ensino Superior Aula 3: Abordagens pedagógicas I Introdução Objetivos Concebendo o fenômeno educativo Buscando a promoção de uma reflexão crítica, optamos por organizar as diferentes abordagens ou tendências em quatro categorias e/ou classificação, sabendo que toda categorização ou classificação é artificial ou arbitrária. Contudo, reconhecemos que essa organização pode nos ajudar em nossa reflexão não só sobre as próprias abordagens/tendências como também sobre a prática e/ou sobre o fenômeno educativo. Dessa forma, apresentaremos quatro abordagens ou tendências: Sabendo que as abordagens, vistas anteriormente, não foram pensadas, de modo específico ou particular, para o espaço universitário, é importante que possamos compreendê-las para conseguirmos fazer transferências e, assim, pensar de um modo mais específico quais seriam os seus impactos na Didática pensada e vivida no meio universitário. Nesta aula, analisaremos duas abordagens. Você consegue identificá-las na imagem abaixo? Autor: Austrian National Library/unsplash.com e monkeybusinessimages/istock.com Para facilitar nosso estudo, apresentamos essas quatro categorias e/ou classificações, levando em conta alguns aspectos que consideramos significativos para melhor compreendê-las e que se referem tanto a questões de natureza geral como aos seus princípios e/ou fundamentos como também alguns de seus estruturantes. Nossa intenção não é esgotar todas as características de cada uma das abordagens ou tendências, mas apresentar algumas que nos ajudarão a refletir sobre Didática de um modo geral e, de modo mais específico, sobre a Didática no âmbito universitário. A abordagem ou pedagogia tradicional – uma concepção e uma prática que persiste ao longo do tempo – sustenta a ideia de que a realidade é algo externo ao indivíduo, regida pelas leis e regras pré-fixadas, cabendo ao ser humano se ajustar a ela. Além disso, sua possibilidade de transformar a natureza limita-se ao melhor aproveitamento dessas leis e regras. Inserido no mundo, o ser humano (o aluno) receberá informações como um receptor passivo, como uma "tábula rasa”, em que são impressas informações, dados, fatos fornecidos pelo ambiente. No que diz respeito à abordagem tradicional, vejamos o que afirmam dois autores: Mizukami (1986) “O homem vai, assim, se apossando do mundo, na medida em que se confronta com os modelos, as ideias, as aquisições científicas e tecnológicas, os raciocínios e demonstrações e teorias elaboradas através dos séculos.” Snyders (1974) “Não seria exagerado insistir no fundamento da educação tradicional, isto é, na pretensão de conduzir o aluno até o contato com as grandes realizações da humanidade: obras-primas da literatura e da arte, raciocínios e demonstrações plenamente elaborados, aquisições científicas atingidas pelos métodos mais seguros.” Abordagens e tendências pedagógicas Atenção! Abordagem tradicional http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/aula3/img/05abordagensTendencias.png Abordagem ou Pedagogia Tradicional Tem como principais representantes os jesuítas com o seu método pedagógico, expresso na Ratio Studiorum (séc. XVI); Comenius com a sua Didática Magna (séc. XVII); e Herbart, com a sua proposta dos cinco passos formais que favorecem o desenvolvimento da aprendizagem do aluno (séc. XVIII / XIX). Tábula rasa Filosofia. No empirismo mais radical, o estado de absoluto vazio mental anterior a toda experiência. Fonte: Dicionário Caldas Aulete. Vimos que, no caso da abordagem tradicional, é função da educação a transmissão do saber acumulado historicamente, e consequentemente, a perpetuação da cultura. A assimilação das experiências e aquisições das gerações adultas é condição de sobrevivência das gerações mais novas e, até mesmo, da sociedade. Dessa forma, a abordagem tradicional privilegia o ensino humanístico, de cultura geral, em que o aluno é preparado para desempenhar papéis sociais, atingindo, por meio de seu próprio esforço, sua realização pessoal. Autor: Sam Balye/unsplash.com De acordo com Libâneo (1983), “a atuação da escola consiste na preparação intelectual e moral dos alunos para assumir sua posição na sociedade. O compromisso da escola é com a cultura, os problemas sociais pertencem à sociedade”. Vejamos a charge a seguir: Na charge que acabamos de ver, a professora parece concordar com ideia da abordagem tradicional, ou seja, de que cabe à escola a transmissão do saber. E você, o que acha disso? Assim como a professora da charge, você concorda com o que foi afirmado por Libâneo nesta seção? A educação tradicional dá, portanto, ênfase à instrução, entendida como transmissão de conteúdos selecionados, organizados prévia e logicamente. Nesse sentido, a escola é o espaço próprio para a realização Notas Transmissão do saber Atenção! http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/aula3/img/06transmissaoSaber.jpeg da educação. Lugar, principalmente, para a transmissão do saber acumulado historicamente à perpetuação e sistematização da cultura. A escola é também um lugar de preparação do aluno para desempenhar papéis sociais e para a aquisição de normas morais. Por sua vez, a organização do poder na escola é marcada por relações hierárquicas rígidas, o poder é fortemente estruturado e autoritário e os papéis são bem definidos. Para a pedagogia tradicional, o ensino está centrado no professor, que utiliza o modelo frontal, ou seja, a exposição verbal e/ou a demonstração. O professor exerce o papel de mediador entre o educando e o conhecimento, e ele próprio é um modelo a ser imitado. Nesse tipo de abordagem, o professor detém o poder, estabelecendouma relação de autoridade frente ao aluno que deve respeitar, inclusive, as regras de disciplina que lhe são impostas. De uma maneira geral, as diferenças culturais dos sujeitos que participam dos processos de ensino e de aprendizagem – professores e alunos – não são levadas em conta. A ênfase é dada a um padrão preestabelecido e, portanto na perspectiva monocultural. Na sua opinião, o modelo frontal e a perspectiva monocultural são fatores positivos ou negativos para o processo de aprendizagem? Para a pedagogia tradicional as tarefas escolares são, quase sempre, padronizadas, enfatizando-se os exercícios, repetições e memorizações. Nesta abordagem, a avaliação tem como finalidade verificar o produto da aprendizagem. Em outras palavras, visa a medir a exatidão e a quantidade da reprodução do conteúdo ensinado. A avaliação se concretiza, pois, principalmente a partir do uso de provas, exames, testes que evidenciam a aquisição dos fatos, dados e informações transmitidas em sala de aula. "A Didática tradicional se resume em dois aspectos: dar a lição e tomar a lição.” Mizukami (1986) A abordagem escolanovista pode ser caracterizada como um movimento amplo e diversificado de reforma ou renovação da escola, em que cada fase da vida do ser humano é completa e importante em si mesma. Segundo Snyders (1974), “contra toda a reserva a respeito dos novos, a juventude vai ser compreendida como um momento de plenitude e de equilíbrio”. O indivíduo deve ser respeitado como sujeito e o ensino orientado no sentido de desenvolver suas aptidões ou capacidades. Isso quer dizer que cada educando se desenvolve segundo suas aptidões e recursos, de acordo com suas próprias ações e seu esforço individual. A escola nova enfatiza o caráter dinâmico do conhecimento que se constrói a partir da atividade humana, ou seja, a partir da experiência do ser humano em contato direto com as coisas, com a natureza. Nesse sentido, o mundo deve ser transformado pela ação do sujeito e é algo a ser dominado pela ciência e tecnologia criadas pela atividade humana. Professor é o modelo Tarefas escolares Abordagem escolanovista Autor: Arthur Krijgsman/pexels.com A pedagogia nova entende que a sociedade é construída a partir do progresso individual e que cada pessoa é responsável pelo seu sucesso ou fracasso social. Em consonância com tais princípios básicos, a pedagogia renovada reconhece o significado próprio da infância, deslocando o aluno para o centro da ação educativa. Nesse sentido, o educando é o sujeito da aprendizagem. De acordo com Snyders (1974), é “uma educação que se incorpora à vida da criança e que, portanto, toma como centro a pessoa da criança”. Dessa forma, a escola nova privilegia os interesses, as aptidões, as tendências e as necessidades da criança. Vejamos uma cena do filme Uma professora muito maluquinha: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Clique no PDF para ver a sinopse. [../downloads/Sinopse_Professora_Muito_maluquinha.pdf] Você notou que os conteúdos de ensino são construídos a partir das experiências dos alunos, em função de seus interesses e necessidades? Nesse modelo pedagógico, é relevante o processo de aquisição de conhecimentos que se faz, ainda, em função da evolução psicológica do aluno. Para a pedagogia nova, o importante é aprender a aprender! Se o importante é aprender a aprender, a finalidade da educação é a de desenvolver os dotes inatos e talentos de cada um, educando na e para a liberdade. De acordo com Libâneo (1983), à escola, na versão renovada “cabe suprir as experiências que permitam ao aluno educar-se num processo ativo de construção e reconstrução do objeto, numa interação entre estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente”. Construção da sociedade Educação é a vida http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/aula3/img/08abordagemEscolanovista.jpeg http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/downloads/Sinopse_Professora_Muito_maluquinha.pdf Na abordagem escolanovista, a educação é a própria vida e a escola deve se organizar para retratá-la. Ou seja, se aprende a fazer fazendo e se aprende a pensar pensando em situações reais. Dessa forma, enfatiza-se o aprender fazendo, valorizando-se a experiência, a pesquisa, o estudo do meio. É dada ênfase ao caráter dinâmico do conhecimento, que se constrói a partir do contato direto dos sujeitos com as coisas, com a natureza. Você conhece as características da prática pedagógica renovada? São elas: Valorização das descobertas, das experimentações, das pesquisas, das atividades lúdicas, ativas e variadas. Reconhecimento da iniciativa da criança. Estímulo do ensino individualizado para atender o ritmo de cada educando, levando-se em conta, desse modo, as suas diferenças individuais, prioritariamente, as de cunho psicológico. Para que seja dada ênfase ao caráter dinâmico do conhecimento, novos e variados métodos e estratégias de ensino-aprendizagem são utilizados, como centros de interesses, métodos de projeto, unidades de experiências. A motivação do aluno é fundamental para que a aprendizagem se realize. Por isso, Snyders (1974) afirma que “na medida em que a criança tem iniciativa no seu trabalho, este irá coincidir com as perguntas no seu espírito. Os seus interesses, ao manifestar-se livremente, poderão ser conhecidos e propostos como base das suas atividades”. Vejamos a charge a seguir: Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=23900 Notou como fica claro que processo de aprendizagem só poderá ser realizado a partir da contribuição do aluno? Na perspectiva escolanovista, a organização espacial da sala de aula deve ser mais flexível e dinâmica, favorecendo diferentes deslocamentos e/ou a movimentação dos alunos. Atenção! Necessidade de iniciativa Atenção! Professor é o orientador http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/aula3/img/09charge3.jpg A prática pedagógica, orientada pela abordagem escolanovista, tem no professor um auxiliar para o desenvolvimento livre e espontâneo da criança. O professor deve organizar, estimular e orientar as atividades infantis. O clima de camaradagem e afeto entre professor e aluno deve gerar um clima harmonioso dentro de sala de aula, além de estimular o diálogo e a constante participação dos alunos em todo o processo de aprendizagem. Segundo Libâneo (1983), até mesmo a disciplina deve ser obtida a partir de um processo de conscientização: “o aluno disciplinado é aquele que é solidário, participante, respeitador das regras do grupo”. Por outro lado, a disciplina ocorre em função do atendimento aos interesses da criança e, é valorizada, enquanto autodisciplina ou autogoverno. Liberdade e autonomia são princípios e/ou atitudes que também devem ser valorizados. Na tendência escolanovista, a avaliação enfatiza o esforço e o êxito de cada aluno, devendo estar o professor sempre pronto para reconhecê-los. O processo é mais importante do que o produto da aprendizagem. Podemos apontar como principais representantes e influências teóricas da abordagem escolanovista autores como: Jean-Jacques Rousseau, Pestalozzi, John Dewey, Ovídio Decroly, Maria Montessori, Édouard Claparède, Célestin Freinet, Jean Piaget, Jerome Bruner e Carl Rogers. No Brasil, integram o movimento de transformação os chamados “pioneiros” da Escola Nova como Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Anísio Teixeira, Lauro de Oliveira Lima. Na introdução da abordagem escolanovista, fizemos uma referência ao fato de que se tratava de uma abordagem ampla e diversificada. Isso quer dizer que optamos por incorporar a essa abordagem uma pluralidade de tendências. A seguir, veremos detalhadamente duas delas: 1) Abordagem cognitivista 2)Abordagem humanista A abordagem cognitivista é relacionada às propostas de Jean Piaget e Jerome Bruner, que têm uma preocupação especial com o estudo dos “processos centrais” do indivíduo, ou seja, com: A organização do conhecimento; O processamento de informações; Os estilos de pensamento ouestilos cognitivos; Os comportamentos relativos à tomada de decisão. Desse modo, Mizukami (1986) afirma que tal abordagem dá ênfase aos processos cognitivos, considerando “as formas pelas quais as pessoas lidam com os estímulos ambientais, organizam dados, resolvem problemas, adquirem conceitos, empregam símbolos”. Atenção! Principais representantes Uma observação final Abordagem cognitivista Destaca-se, na abordagem cognitivista, a capacidade do aluno integrar e processar informações. Além disso, essa abordagem entende que a construção do conhecimento ocorre em uma perspectiva interacionista, quer dizer: o conhecimento é produto da interação sujeito-objeto, isto é, da relação do sujeito com o mundo. Para Piaget (1983) “o conhecimento não procede, em suas origens, nem de um sujeito consciente de si mesmo nem de objetos já constituídos (do ponto de vista do sujeito) que a ele se imporiam. O conhecimento resultaria de interações que se produzem a meio caminho entre os dois, dependendo, portanto, dos dois ao mesmo tempo, mas em decorrência de uma indiferenciação completa e não de intercâmbio entre formas distintas”. O conhecimento é construído gradual e continuamente, e é essencialmente ativo, uma vez que conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo. Nesse sentido, o ser humano está contínua e progressivamente se reestruturando, progredindo de estágios mais primitivos para estágios mais avançados que não são alcançados por definitivo. O ser humano está constantemente agindo, influenciando e modificando o meio e acaba modificando a si próprio sob a influência dessas transformações. A abordagem humanista dá ênfase às relações interpessoais e ao crescimento que dela resulta. Rogers (1978a) afirma: “nas minhas relações com as pessoas descobri que não ajuda, em longo prazo, agir como se eu não fosse quem sou... Descobri que sou mais eficaz quando me posso ouvir a mim mesmo, aceitando-me, e quando posso ser eu mesmo... Atribuo um enorme valor ao fato de poder permitir-me a mim mesmo compreender uma outra pessoa... Verifiquei que me enriquece abrir os canais através dos quais os outros possam comunicar os seus sentimentos, a sua particular percepção do mundo... É sempre altamente enriquecedor poder aceitar outra pessoa... Quanto mais aberto estou às realidades em mim e nos outros, menos me vejo a tentar a todo o custo remediar as coisas”. A prática pedagógica orientada pela versão humanista centra-se mais no desenvolvimento da personalidade do indivíduo, em seus processos pessoais de construção e organização da realidade e sua possibilidade de atuar de modo integrado. A tendência humanista privilegia a dimensão psicológica, emocional e afetiva do indivíduo. Esse indivíduo está situado no mundo, em permanente processo de descoberta de seu ser, criando a si próprio e devendo ligar- se a outras pessoas e grupos. Ele se descobre como sujeito de significado e valores e através dos quais compreende o mundo. Nesse caso, a existência humana é entendida com um contínuo processo de vir a ser e constitui pressupostos básicos que fundamentam a abordagem humanista. Para Rogers (1978b), é inerente à concepção de ser humano o poder de desenvolver e crescer. Para ele, o ser humano é um ser em transformação e um agente transformador da realidade: “uma abordagem centrada na pessoa baseia-se na premissa de que o ser humano é basicamente um organismo digno de confiança, capaz de avaliar a situação externa e interna, compreendendo a si mesmo no seu contexto, fazendo escolhas construtivas quando aos próximos passos na vida e agindo a partir dessas escolhas”. Em síntese, podemos afirmar que a abordagem escolanovista, com suas diversas nuances, tem como premissa básica colocar o sujeito, no caso mais específico, o aluno no centro do processo do fenômeno e/ou da prática educativa. Portanto, no que se refere à Didática é possível dizer que há um deslocamento de ênfase, ou seja, da ênfase no processo de ensino (tão presente na abordagem tradicional) para a ênfase no processo de aprendizagem. Abordagem humanista Atenção! Atividade proposta Agora que finalizamos a aula, realizaremos uma atividade que ajudará você a ampliar, sistematizar e/ou rever suas aprendizagens. a. Com base no que você estudou nesta aula, faça anotações, indicando as ideias principais. b. Em seguida, monte um quadro, segundo o modelo no PDF abaixo, para a abordagem ou tendência tradicional e outro para a abordagem ou tendência escolanovista. [../downloads/a3_atividade_proposta_modelo.pdf] Clique no PDF para ver a resposta. [../downloads/Chave_resposta_atividade_aula_3.pdf] Para saber mais sobre os assuntos abordados nesta aula, leia o texto: GADOTTI, Moacyr. Histórias das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Editora Ática, Série Educação. 1996, 4ª edição. Aprenda mais Exercícios de fixação Questão 1 - Para a pedagogia tradicional é função da educação: Transmitir para os alunos o saber acumulado historicamente e, portanto, a perpetuação da cultura. Estimular os alunos a aprender a aprender e, portanto, orientá-lo para a vida. Orientar os alunos a desenvolver pesquisas e, portanto, a fazer descobertas. Preparar os alunos para o trabalho e, portanto, incentivar o aprender fazendo. Questão 2 - Ainda no caso da pedagogia tradicional cabe ao professor: Preocupar-se com as diferenças psicológicas e culturais dos alunos. Conduzir os alunos a buscar informações a partir de seus interesses. Exercer o papel de mediador entre o conhecimento e o educando. Promover o intercâmbio das vivências ou experiências dos alunos. Questão 3 - No que se refere à disciplina na sala de aula, a abordagem escolanovista sugere que as regras ou normas de convivência sejam definidas: Pelo professor que detém o poder em sala de aula. Valorizando a participação do grupo de alunos. Pela direção da escola como responsável geral. Com a autorização da comunidade de pais. Questão 4 - Podemos afirmar que a abordagem escolanovista tem como uma de suas características a: http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/downloads/a3_atividade_proposta_modelo.pdf http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/downloads/Chave_resposta_atividade_aula_3.pdf Nesta aula: Realizamos reflexões sobre as abordagens ou tendências pedagógicas denominadas tradicional e escolanovista (neste segundo caso, um rótulo para diferentes tendências); Tratamos sobre os princípios e as características de cada uma das abordagens que foram enfatizadas. Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos: Princípios e características das abordagens ou tendências pedagógicas denominadas tecnicista/neotecnicista e crítica; Questões relacionadas à incorporação de uma perspectiva intercultural; Aspectos e/ou dimensões relacionadas às diferenças culturais. COMENIUS. Didática Magna. São Paulo: Martins fontes, 2006. GADOTTI, M. Histórias das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Editora Ática, Série Educação, 4ª edição, 1996. LIBÂNEO, J. C. Tendências Pedagógicas na Prática Escolar. In: ANDE / Revista da Associação Nacional de Educação. Ano 3, n. 6. 1983 __________________. Anotações sobre a Questão Pedagógica. Didática e a Política da Educação. In: Coletânea dos Simpósios da III Conferência Brasileira de Educação. São Paulo: Editora Loyola, 1984. KOFF, A. M. N. S. Formação de Professores para a Escola Básica: realidade e perspectivas. Dissertação de Mestrado. Departamento de Educação da PUC-Rio. Rio de Janeiro, 1986. Disponível na Biblioteca Geral da PUC-Rio. MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. Disponível em: http://estudopedagogia.blogspot.com/2011/03/ensino-as-abordagens-do-processo.html [http://estudopedagogia.blogspot.com/2011/03/ensino-as-abordagens-do-processo.html] . PIAGET, J. A Epistemologia Genética. São Paulo: Editora Abril, Coleção os Pensadores, 1983. Rogers, C. Tornar-se Pessoa. Belo Horizonte: Interlivros, 1978a. Valorização da liberdade e autonomia dos alunos. Ênfase no ensino humanístico e/ou de cultura geral. Valorizaçãoda avaliação centrada no produto. Ênfase na preparação moral e intelectual dos alunos. Questão 5 - Podemos afirmar que a abordagem cognitiva (identificada nesta aula como uma das tendências da abordagem escolanovista) tem como uma de suas características enfatizar processos: De ensino, pautados em dinâmicas didático-pedagógicas centradas no professor e na transmissão de conhecimentos, reconhecidos como conhecimentos universais. Afetivos e reconhecer que as relações humanas são relevantes para a seleção dos conhecimentos a serem trabalhados no cotidiano da prática escolar. De planejamento, visando, prioritariamente a incorporação dos saberes e conhecimentos oriundos das experiências cotidianas dos alunos. Cognitivos e reconhecer que a construção do conhecimento se dá numa perspectiva interacionista, ou seja, o conhecimento é produto da relação do sujeito com o mundo. Síntese Próxima aula Referências http://estudopedagogia.blogspot.com/2011/03/ensino-as-abordagens-do-processo.html __________. Sobre o Poder Pessoal. São Paulo: Martins Fontes, 1978b. SNYDES, G. Pedagogia Progressista. Coimbra: Livraria Almedina, 1974.