Buscar

Crescimento e Avaliação Nutricional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
→ O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e 
aumento do tamanho celular, expresso pelo aumento do tamanho 
corporal. Envolve vários fatores, não só ganho de peso e estatura 
(envolve questões ambientais, genéticas, hormonais e de uma 
programação). 
→ O crescimento é considerado um dos melhores indicadores de 
saúde da criança. 
→ Existe maior vulnerabilidade nos períodos de maior velocidade 
do crescimento. (Vida intrauterina, primeiros 2 anos de vida, e nos 
estirões que ocorrem aos 7 anos e na adolescência – devem ter 
maior vigilância no processo de crescimento) 
→ Primeiros 1000 dias: período mais crítico, sobretudo os 270 dias 
de vida intrauterina. 
Crescimento: 
▪ Representa o desenvolvimento físico; 
▪ É expressão da hiperplasia e hipertrofia celulares; 
▪ É quantitativo: avaliação do peso e altura da criança; 
▪ Um dos indicadores de saúde mais importantes da criança. 
▪ Apresenta faixas de regularidade. 
Desenvolvimento: 
▪ Capacidade de uma criança de realizar tarefas cada vez mais 
complexas (novas habilidades); 
▪ A aquisição de novas habilidades; 
▪ Corresponde ao resultado da interação 
▪ É qualitativo: difícil de medir de forma objetiva; 
▪ Varia de criança para criança, mas mantém o padrão da 
ordem, vai ocorrer da mesma maneira para todas as crianças. 
TIPOS DE CRESCIMENTO: 
▪ CRESCIMENTO GERAL – altura e peso 
▪ CRESCIMENTO NEURAL – SNC e sua mielinização (relacionado 
com o desenvolvimento). 
▪ CRESCIMENTO LINFÓIDE – progressão da imunidade (timo 
(principal órgão linfóides nos bebês), gânglios linfáticos, 
amígdalas, adenoides e folículos linfóides intestinais) 
Obs: As amigdalas e as adenoides só vão ser bem formadas com 
uma média de 1 ano e 4 meses, e toda criança vai ter as amigdalas 
e adenoides um pouco mais hipertrofiadas (se for uma hipertrofia 
exacerbada, deve ser analisado uma conduta). A tendência é que 
na adolescência, esses órgãos deixem de ser hipertrofiados. 
▪ CRESCIMENTO GENITAL – surgimento dos caracteres 
secundários (início da puberdade) 
CRESCIMENTO: 
- A média é que o bebê tenha um ganho de aproximadamente 40 
cm nos primeiros 2 anos (25cm no primeiro ano e 15cm no segundo 
ano). Depois disso, o crescimento é de 5 a 7cm por ano, e no início 
da puberdade vai ter o estirão, crescendo um pouco mais. Nos 
meninos pode ter até um aumento de 12cm por ano no estirão. 
- Agravos e estímulos na vida intrauterina e no primeiro ano de vida 
favorecem o desenvolvimento futuro de doenças. 
* PROGRAMAÇÃO METABÓLICA: Tem que ter um cuidado desde o 
pré-natal, cuidando da alimentação materna, visando um 
crescimento intrauterino dentro de uma faixa de normalidade, pois 
qualquer alteração na fase intrauterina vai repercutir no 
crescimento e desenvolvimento da criança. 
Ganho ponderal precoce e risco de doenças: 
- Ganho ponderal precoce em menores de 3 anos: ↑2 a 3 vezes o 
risco de obesidade na idade escolar e vida adulta (Monteiro 2005) 
- Crianças obesas fazem o seu pico de estirão mais cedo e ficam um 
pouco menor do que seriam se tivessem um crescimento dentro 
da faixa de normalidade (peso e altura normais). 
Como prevenir? 
▪ Vigilância do crescimento (fazer o acompanhamento 
correto da consulta, principalmente no primeiro e segundo 
ano de vida 
▪ Incentivo e promoção do aleitamento materno 
▪ Orientação da dieta complementar 
▪ Estilo de vida saudável 
Obs: Crianças não devem fazer atividades físicas de impacto, pois 
estimula o fechamento precoce das epífises. 
Vigilância do Crescimento: 
▪ Ainda pouco utilizado na prática médica 
▪ Atenção primária: menos de 15% dos domicílios visitados 
tinham anotações de dados antropométricos caderneta 
(PNDS 2006) 
▪ Falta de anotação do estado nutricional em 68% dos 
prontuários de Hospitais Universitários (Os médicos 
precisam se habituar a fazer os registros na caderneta). 
Crescimento: processo complexo e multifatorial 
- Envolve aspectos genéticos, nutricionais, psicossociais e 
hormonais. 
- Lactentes: Pesam mais os fatores ambientais e nutricionais 
(Importância dos 1000 dias para estímulo do crescimento e 
desenvolvimento, inclusive através da nutrição, e a criança deve 
ter um sono regulado, respeitando o horário de pico do GH 
[observar a condição psicossocial da criança]). 
- Maiores 3 anos: Pesam mais os fatores genéticos e hormonais. (O 
segundo estirão vai ser na puberdade, e está relacionada com esse 
pico hormonal). Os fatores ambientais e nutricionais também são 
importantes depois dos 3 anos, mas vão ter uma menor influencia 
nessa faixa de crescimento. 
A avaliação do crescimento na rotina de atenção à criança visa a 
três aspectos fundamentais: 
Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
• Detectar precocemente o que está afetando o crescimento do 
paciente para inferir e obter a sua recuperação; 
• Identificar as variações da normalidade, tranquilizar a criança e a 
família, evitando possíveis intervenções prejudiciais; 
• Identificar problemas que não podem ser curados, mas que 
possam ser minimizados, e prover apoio ao paciente e à família ao 
lidar com as dificuldades. 
COMO REALIZAR AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: 
Anamnese: 
✓ História clínica: Buscar tudo que possa de alguma 
maneira influenciar no crescimento. 
✓ Hábitos alimentares – dia alimentar ou recordatório de 
24h; dinâmica da refeição; lanche escolar (fazer 
recordatório em TODAS as consultas, inclusive com o 
adolescente). 
✓ Hábitos de vida diária – creche, atividade física, hábitos de 
sono, tempo gasto com telas, brincadeiras preferidas, 
exposição regular ao sol (o crescimento ósseo saudável 
está relacionado com essa vitamina D) 
✓ Dinâmica familiar – estrutura da família, qualidade do 
vínculo com pais e irmãos. 
✓ Interrogatório sobre diferentes aparelhos - sucção, 
deglutição, regurgitação, vômitos. 
✓ Antecedentes pessoais: peso e comprimento ao nascer, 
idade gestacional, intercorrências neonatais. 
• Peso ao nascer < 2.500 g: pode ser decorrente de 
prematuridade e/ou déficit de crescimento intra-
uterino (DCIU). → Vai influenciar no seu crescimento 
ao longo da vida. 
• DCIU: maior prevalência de distúrbios nutricionais a 
curto e longo prazo. Idem para prematuros P< 
1000g. 
 
Obs: Na diabetes, os bebês serão GIGs (grandes para a idade 
gestacional), enquanto na hipertensão os bebês serão pequenos 
para a IG (PIG). (isso em relação à condição não controlada da mãe 
durante a gestação) → Ou seja, não pode perguntar só sobre o 
bebê, tem que perguntar sobre a mãe, sobre como foi a gestação, 
etc. A faixa de normalidade do peso de nascimento dos bebês é na 
média de 2.500g até 4kg (dependendo da IG). 
Obs: Tanto bebês GIG quanto PIG tem tendência à obesidade, 
hipertensão, dislipidemias, etc (os extremos são associados a 
alterações metabólicas). 
✓ Antecedentes mórbidos - doenças agudas e crônicas, 
medicamentos que podem interferir no crescimento. 
Obs: Algumas patologias tem particularidades que exigem uma 
curva de crescimento diferente, como por exemplo para bebês 
com síndrome de Down. 
✓ Antecedentes socioeconômicos - ocupação e escolaridade 
dos pais, saneamento, animais domésticos, habitação. 
✓ Antecedentes familiares – ocorrência de obesidade, 
alergias, doenças cardiovasculares, doenças crônicas, etc. 
✓ Antecedentes nutricionais 
• Aleitamento materno, introdução de novos 
alimentos 
• Perguntar sobre utilização de suplementos 
vitamínicos e minerais 
• Perguntar sobre distúrbios alimentares 
Exame físico 
✓ Sinais de carências ou excessos 
Obs: Se a criança estiver em aleitamento materno, tem que 
observar como ela mama (pega adequada). 
✓ Pressão arterial 
✓ Estadiamento puberal 
✓ Antropometria 
✓ Observar a mamada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antropometria: 
• Peso 
- De 0 a 23 meses: Feito em balança mecânica ou eletrônica 
- Maiores de 24 meses: Criança de costas para o medidor da 
balança,ereta, no centro do equipamento, pés juntos, 
descalça, mínimo de roupas, braço estendido ao longo do 
corpo. Deve ficar parada nesta posição até que se complete 
a aferição (Sempre calibrar antes de usar). 
- O peso ao nascer é, em média, de 3.300 g. Crianças 
nascidas com peso menor que 2.500 g são denominadas de 
baixo peso, e entre 2.500 g e 3.000 g, de peso insuficiente. 
• Estatura 
- De 0 a 23 meses: Criança deitada; régua antropométrica. 
Fatores que influenciam o Crescimento 
Intrauterino 
• Agentes infecciosos 
• Má-nutrição materna 
• Uso pela mãe de tabaco e outras drogas 
• Insuficiente irrigação placentária 
• Enfermidades maternas 
 
Fatores de risco – Atenção: 
• Baixo peso ao nascer 
• Baixa escolaridade materna 
• Idades maternas extremas (<19 anos e >35 anos) 
• Gemelaridade (pouco espaço) 
• Intervalo intergestacional curto (inferior a dois anos) → 
interfere na nutrição. 
• Criança indesejada 
• Desmame precoce 
• Mortalidade em crianças menores de 5 anos na família 
• Condições inadequadas de moradia 
• Baixa renda e desestruturação familiar 
 
Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
 -Colocar a criança no centro do antropômetro; descalça; cabeça 
sem adereços, com os braços ao longo do corpo, nádegas e 
calcanhares em contato com superfície de apoio, e deve 
pressionar os joelhos e juntar os pés formando ângulo reto 
(Pedir ajuda da mãe para ajeitar a criança para a medição). 
- Maiores de 2 anos: Usar estadiômetro 
- Quando a criança não consegue ficar em pé, pode fazer 
uma estatura estimada, que não é exata, mas ajuda a ter 
uma estimativa (como por exemplo em crianças com 
paralisia cerebral). 
- O pico da velocidade de crescimento em comprimento 
durante o período intrauterino acontece no 2º trimestre da 
gravidez, e o do peso, no último trimestre. 
- Assim, se o recém-nascido (RN) apresenta um 
comprometimento só do peso, é maior a probabilidade de 
o agravo ter ocorrido nos meses finais da gestação, mas se 
houver uma diminuição do comprimento, é bem mais 
provável que o agravo tenha ocorrido há mais tempo. Isso 
tem implicações no crescimento, pois uma lesão crônica 
pode comprometer de forma bem mais acentuada e levar à 
baixa estatura. 
Obs: Crianças com privação psicoafetiva podem ter 
comprometimento em seu crescimento mesmo quando expostas a 
uma dieta ideal. Nesses casos, o quadro clínico é muito semelhante 
à deficiência de hormônio de crescimento (DGH), mas pode- -se ver 
uma aceleração na velocidade de crescimento quando o ambiente 
social é alterado. 
 
• Perímetro cefálico 
- Reflete de forma indireta o crescimento cerebral nos 
dois primeiros anos. 
- Tem um aumento maior (mais intenso) principalmente 
até os 6 meses, mas continua aumentando até 2 anos. 
- No prematuro é a primeira medida que deve apresentar 
aceleração (catch up - acompanhamento) - geralmente 
aos 8 meses de vida. 
- Nascimento: 35cm de PC (alguns pode considerar 32, 
depende da questão familiar) 
- Pontos de referência- proeminência do occipital e 
glabela. 
• Perímetro torácico (usa mais até uns 3 meses de idade) 
- Reflete de forma indireta a adiposidade central. 
- Quando acima do percentil 90 tem boa correlação com 
o desenvolvimento de dislipidemia, hipertensão arterial e 
resistência insulínica. 
- Medida no ponto médio entre a última costela e a crista 
ilíaca. 
 
Referenciais Antropométricos: 
• GRÁFICOS TANNER 1966 
• GRÁFICOS SANTO ANDRÉ (IV) – 1975. 
• GRÁFICOS National Center for Health Statistics- NCHS -1978. 
• GRÁFICOS CDC (NCHS) – 2000 
• GRÁFICOS OMS - 2006 
• GRÁFICOS OMS - 2007 (>5anos até 19 anos) 
Obs: Os usados hoje em dia são os da OMS, que estão na caderneta 
Obs: Situações especiais: 
Síndrome de Down: Uso de curvas específicas (recomendado pelo 
Ministério da Saúde e SBP). 
Outras síndromes e encefalopatias crônicas: Utilizar referencial da 
OMS (curso de aprimoramento em nutrologia SBP). 
Encefalopatia crônica: curvas específicas (Manual de Avaliação 
Nutricional da SBP) . 
• Índice de massa corpórea 
Obs: Fome oculta → Nem toda criança que tem um ganho de peso 
adequado ou tem sobrepeso/obesidade que ela é uma criança bem 
nutrida, pois pode ser uma criança que tem uma alimentação 
restrita (ausência de alimentação colorida}. 
• Circunferência abdominal 
• Pregas cutâneas 
• Circunferência do braço 
PREMATURIDADE: 
- Interpretar as medidas antropométricas com base na idade 
corrigida para 40 semanas até 24 meses de idade (peso, estatura e 
PC). 
- Tem um gráfico específico para prematuros, com correção da IG, 
pois o seu crescimento é específico. Não usa o gráfico normal, pois 
o 0 representa a partir de 37-40 semanas, e se o bebê nasceu antes 
disso, tem que usar o outro gráfico. 
REGISTRO DE DADOS: 
Ponto de corte perímetro cefálico (0-2 anos): 
Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
1º Trimestre: 2cm/mês 
2º Trimestre: 1cm/mês 
3º Trimestre: 2cm 
 (12 cm no 1º ano) 
1 ano: 47cm 
Adulto: 57cm 
( 10 cm até vida adulta) 
 
Pontos de corte peso/idade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação do ganho de peso (g/dia): 
- Os lactentes tem um ganho de peso mais acelerado nos primeiros 
6 meses, depois desacelera. (uma média de 30g/dia no primeiro 
trimestre). 
- Se o ganho no primeiro trimestre for de 20g/dia, tem que vigiar 
como está sendo a alimentação do bebê (normalmente é 
aleitamento materno exclusivo, sendo necessário avaliar a pega e 
outros fatores que podem influenciar no ganho de peso, como a 
sucção do bebê, etc). 
- Quando no gráfico o bebê ficar exatamente em cima do ponto de 
divisão pra baixo peso, ele é considerado como baixo peso. 
• Peso Nascimento – 3300g (exemplo) 
• Pode perder até 10% do peso nos 4 a 5 primeiros dias 
• Recupera em torno do 8° ao 10° dia 
• 4°/5º mês dobra 
• 12 meses triplica 
• 2 anos quadruplica 
• Tem ao redor de 10 Kg com 1 ano 
 
 
 
Ponto de corte estatura/idade: 
- Nasce com 50 cm em 
média 
- Ganha 25 cm no 
primeiro ano 
- Ganha cerca de 7 
cm/ano até 4 anos 
(espera-se que com 4 
anos a criança tenha 1 
metro, mas pode variar) 
- Estirão da puberdade: 
• 8 a 9 cm/ano sexo 
feminino. Pico antes da menarca. 
• 10 a 11 cm/ano sexo masculino. Pico antes de G3 e antes de 
atingir voz adulta. 
O crescimento pós-natal pode ser dividido em três fases: uma fase 
de crescimento rápido, mas também de desaceleração rápida que 
vai dos 2,5 anos até os 3 anos; uma fase de crescimento mais 
estável com uma desaceleração lenta, que vai até o início da 
puberdade; e a fase puberal com o estirão caracterizado por um 
crescimento rápido até atingir o pico, com desaceleração posterior 
até atingir a altura adulta. Em algumas crianças, é observado um 
pequeno estirão entre 7 e 8 anos de idade, denominado estirão do 
meio da infância. A criança cresce em torno de 25 cm no primeiro 
ano, sendo 15 cm no primeiro semestre e 10 cm no segundo. No 
segundo ano, cresce de 10 a 12 cm. A partir do terceiro ano, o 
crescimento é entre 5 e 7 cm por ano, de forma oscilante, mas com 
ligeiro decréscimo. Como as medidas são feitas de forma espaçada 
durante muito tempo, considerou-se que o crescimento ocorresse 
de forma contínua, mas atualmente está bem demonstrado que 
ele ocorre com paradas e saltos. 
Avaliação do Crescimento: 
 Relacionar ao padrão da população de referência (ex: 
americanos costumam ser mais alto que brasileiros). 
 Avaliação evolutiva através da velocidade de crescimento 
(intervalo mínimo de 6 meses entre uma aferição e outra). 
 Valorizar a estatura dos pais (percentil dos pais é semelhante 
ao da criança). 
 Estatura alvo (TH): 
 
 Idade Óssea (IO): método de Greulich e Pyle. (Método 
comparativo através do aparecimento de núcleos de 
ossificação na mão, comparando o raio x do paciente com o 
raio x padrão). 
A maneira mais adequada de avaliar a maturação é por meio da 
radiografia da mão e do punho esquerdos. Não se deve radiografaras duas mãos, pois pode alterar a imagem e distorcer a avaliação. 
Recomendam-se a mão e o punho esquerdos porque tanto a 
avaliação com o atlas de Greulich-Pyle como o método de Tanner 
(TW2) foram elaborados com radiografias desse lado. Com o 
Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
método de Greulich-Pyle, o radiologista compara a radiografia do 
paciente com os modelos apresentados no atlas e avalia com qual 
idade se parece. 
O crescimento estatural tem uma importante relação com a idade 
óssea, visto que a menina cresce até atingir uma idade óssea de 15 
a 16 anos, e o menino, até uma idade óssea de 17 a 18 anos. 
Desvios do Crescimento: 
• Estatura abaixo de -2 DP em relação a média da população 
(abaixo da curva do -2, é desvio de crescimento). 
• Estatura mais de 1 DP abaixo do esperado em relação aos pais 
(os pais estão no escore 0, e se a partir disso a criança estiver 
com -1 desvio padrão, e considerado desvio de crescimento). 
• Crescimento lento quando a velocidade de crescimento for 
inferior ao percentil 25. 
Retardo constitucional de crescimento: 
• Baixa estatura 
• Velocidade de crescimento inferior ao normal 
• Idade óssea atrasada 
• Atraso puberal, o que leva a um período maior de 
crescimento 
• Ausência de restrição de crescimento intrauterino 
• Ausência de doenças que comprometam o crescimento 
Obs: Não é considerado atraso constitucional caso seja associado 
a alguma patologia, como por exemplo síndrome de Down. 
Obs: Pesquisar função tireoidiana e níveis de IGF-1 e IGFBP3, caso 
o atraso não seja ligado aos fatores associados. Se tiver alguma 
alteração desses fatores, tem que corrigir. 
 
Ponto de corte IMC (0 a 5 anos): 
 
Pontos de corte IMC (5 a 19 anos): 
- Não tem mais risco de 
sobrepeso, já considera 
sobrepeso. 
- Vai usar só o IMC.. 
 
 
 
 
 
Importância da avaliação sequencial: 
 Ascendente e escore z acima de +2: orientar alimentação, 
estimular atividade física > 4 anos, retorno com 15 dias. 
 Ascendente e escore entre -2 e -3: Investigar desmame, 
infecções, dentição, alimentação complementar, formas de 
cuidado com a criança e afeto, retorno com 30 dias. 
 Horizontal ou descendente entre +2 e -2: Investigar possíveis 
intercorrências que possam justificar a diminuição da 
velocidade do crescimento e registrá-las na Caderneta, 
retorno para 30 dias. 
 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: 
 Deve ser aplicada rotineiramente em todas as faixas etárias 
 Avaliações sequenciais. 
 Antropometria isolada permite apenas estabelecimento de 
situações de RISCO. 
 Adoção de referenciais e padrões de corte atualizados 
DORES DE CRESCIMENTO: 
 Causa mais comum de dores na infância. 
 Pré-escolares e escolares 35-40%. 
 Teorias: Fadiga, Fatores anatômicos e fatores psicológicos. 
 É uma dor intensa, que mesmo não tendo motivos físicos, é 
real, mas não apresenta repercussões no crescimento. 
Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
 Características: Intensa; Recidivante; Dores em MMII; Curta 
duração; Resolução espontânea ou com massagens; 
Vespertina/noturna. 
 
- As mais frequentes são as dores noturnas recorrentes em 
membros. 
- Trata-se de uma condição benigna, de curso autolimitado, 
presente em alguma fase da vida em cerca de 10% a 20% das 
crianças. Obrigatoriamente deve ser diferenciada de outras causas 
de dor presentes em doenças mais sérias. 
- Geralmente bilateral, nas coxas, panturrilhas, canelas, parte 
posterior dos joelhos. 
- Geralmente se apresenta no fim da tarde ou durante a noite, 
podendo acordar a criança. A dor não está presente pela manhã, e 
pode haver dias ou semanas sem dor. Não se relaciona com a 
atividade física. 
- O diagnóstico de dor do crescimento se baseia em critérios 
clínicos. O início das crises dolorosas geralmente tem início em 
crianças com idade entre 3 e 10 anos. Não há predileção de gênero. 
- As dores surgem à noite ou de madrugada, despertando a criança, 
às vezes tão intensas que a levam ao choro. Na manhã seguinte a 
criança está assintomática e não apresenta nenhuma limitação 
física. O intervalo entre as crises varia de alguns dias, semanas ou 
meses. Há casos em que os pais notam uma relação entre o 
aumento de atividade física e a dor, mas isso não é constante. 
Cerca de 95% referem alívio com massagens enquanto outros, com 
crises mais demoradas, precisam de analgésicos. 
- O exame físico da criança com dor do crescimento é normal. 
Obs: Apenas 20% dos casos de dores de crescimentos são 
unilaterais e merecem investigação detalhada que inclua 
principalmente as causas de dor de origem infecciosa e tumoral 
pois são emergências médicas. 
ADOLESCENTES: 
O início do desenvolvimento puberal é universal e, possivelmente, 
geneticamente determinado, embora possa sofrer influência de 
fatores ambientais, étnicos, nutricionais e emocionais. Doenças 
crônicas também podem retardar o início da puberdade. 
A puberdade feminina inicia-se em média aos 9,7 anos, mais 
precocemente quando comparada aos meninos (10,9 anos). A 
primeira manifestação clínica na menina é o aparecimento do 
broto mamário (telarca) em resposta ao início da produção 
estrogênica pelos ovários. No menino, observa-se como primeira 
manifestação o aumento de volume testicular atingindo 4 mL. 
Nas jovens, a partir do início da puberdade e por ação dos 
esteroides sexuais, começam a ocorrer as modificações corporais 
que vão redundar em um indivíduo com capacidade reprodutiva 
estabelecida. Assim, as meninas, além do aumento das mamas, 
começam a apresentar outras mudanças na forma corporal com 
aumento dos depósitos de gordura na região dos quadris e das 
mamas. A menarca ocorre cerca de 2 anos após o início da 
puberdade (M2), geralmente no estágio M4 de Tanner, portanto, 
em época de desaceleração do crescimento. O crescimento é 
limitado a, em média, 4 a 6 cm nos anos subsequentes. Os ciclos 
iniciais da adolescente podem apresentar certa irregularidade nos 
primeiros 2 a 4 anos (ciclos anovulatórios). Além da ativação 
gonadal e do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, 
o crescimento na adolescência envolve mudanças na composição 
corporal e desenvolvimento dos sistemas cardiovascular e 
circulatório e, na fase final do processo, desaceleração e parada do 
crescimento. No menino, ocorre acentuação do crescimento 
biacromial, aumento da massa muscular, da força e da resistência 
física. A primeira ejaculação ocorre mais tardiamente, quando os 
testículos atingem 10 a 12 mL de volume, algumas vezes durante o 
sono (polução noturna). 
Mais da metade dos meninos 
tem ginecomastia puberal 
transitória, tendendo a 
desaparecer entre 1 e 2 
anos. No final da puberdade 
ocorre alteração no timbre 
da voz pela ação hormonal 
na laringe. 
PUBERDADE FEMININA: 
Telarca: aparecimento do broto mamário (é o 1° sinal); 
Pubarca ou Adrenarca: surgimento dos pelos pubianos; 
Menarca: Primeira menstruação; 
- Surgimento do broto mamário entre 8 e 13 anos; 
- A menstruação ocorre 2 a 2,5 anos depois (broto mamário); 
- A menarca é considerada normal entre 9 e 13 anos, mas caso 
ocorra mais tarde, não é necessariamente patológico 
(principalmente se a mãe tiver tido uma menarca mais tarde). 
- Surgimento do broto mamário antes dos 8 anos deve ser 
investigado. O surgimento deve ser entre 8 e 13 anos. 
PUBERDADE MASCULINA: 
Aumento do volume dos testículos (é o 1° sinal); 
Surgimento dos pelos pubianos; 
Aumento do pênis em comprimento e espessura; 
Semenarca: 1ª ejaculação com sêmen; 
Surgimento de pelos axilares e faciais; 
Mudança da voz: estimulação androgênica 
- Testículos começam a crescer em torno dos 10 anos, em alguns 
casos aos 9 anos. 
- Testículo esquerdo mais baixo que o direito (a percepção vai ser 
maior) 
Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
- A puberdade masculina pode durar até 14 ou 16 anos. 
FASES DA ADOLESCÊNCIA: 
 PRECOCE ou INICIAL: (10 aos 14 anos) 
As características infantiscomeçam a ser substituídas por outras 
mais maduras; 
 MÉDIA: (15 aos 17 anos) 
A maioria dos jovens nessa faixa etária já completaram suas 
modificações biológicas mais importantes; busca desenvolver sua 
sexualidade; 
 TARDIA: (17 aos 20 anos) 
Emergem os valores e comportamentos adultos e predomina uma 
identidade mais estável; (há uma possibilidade de estender até 24 
anos, por conta da questão mental). 
DESENVOLVIMENTO SEXUAL - ESTÁGIOS DE TANNER: 
- Variam de 1 a 5; 
- Avaliam: 
➢ Pelos Pubianos: (P) 
➢ Mamas: (M) 
➢ Pênis (Genitais): (G) 
Obs: A maturação óssea se correlaciona com o Estádio de Tanner; 
Mamas: 
 M1 Mama infantil, com elevação somente da papila. 
 M2 Broto mamário: aumento inicial da glândula mamária, com 
elevação da aréola e papila, formando uma pequena saliência. 
Aumenta o diâmetro da aréola, e modifica-se sua textura. 
 M3 Maior aumento da mama e da aréola, mas sem separação 
de seus contornos. 
 M4 Maior crescimento da mama e da aréola, sendo que esta 
agora forma uma segunda saliência acima do contorno da 
mama. 
 M5 Mamas com aspecto adulto. O contorno areolar 
novamente incorporado ao contorno da mama. 
Pelos púbicos (sexo feminino): 
 P1 Ausência de pelos pubianos. Pode haver uma leve penugem 
semelhante à observada na parede abdominal. 
 P2 Aparecimento de pelos longos e finos, levemente 
pigmentados, lisos ou pouco encaracolados, ao longo dos 
grandes lábios. 
 P3 Maior quantidade de pelos, agora mais grossos, escuros e 
encaracolados, espalhando-se esparsamente pela sínfise 
púbica. 
 P4 Pelos do tipo adulto, cobrindo mais densamente a região 
púbica, mas ainda sem atingir a face interna das coxas. 
 P5 Pilosidade pubiana igual a do adulto, em quantidade e 
distribuição, invadindo a face interna das coxas. que assume 
tamanho e forma adulta. 
Genitais (sexo masculino): 
 G1 Pênis, testículos e escroto de tamanho e proporções 
infantis. 
 G2 Aumento inicial do volume testicular (>4ml). Pele escrotal 
muda de textura e torna-se avermelhada. Aumento do pênis 
mínimo ou ausente. 
 G3 Crescimento peniano, principalmente em comprimento. 
Maior crescimento dos testículos e escroto. 
 G4 Continua crescimento peniano, agora principalmente em 
diâmetro, e com maior desenvolvimento da glande. Maior 
crescimento dos testículos e do escroto, cuja pele se torna mais 
pigmentada. 
 G5 Desenvolvimento completo da genitália, 
Obs: A avaliação do volume testicular utilizando-se o orquidômetro 
de Prader pode trazer informações importantes, pois, quando está 
abaixo de 3 mL, corresponde normalmente ao estádio 1 e, quando 
está acima de 20, já equivale ao estádio 5. 
Pelos púbicos (sexo masculino): 
 P1 Ausência de pelos pubianos. Pode haver uma leve penugem 
semelhante à observada na parede abdominal. 
 P2 Aparecimento de pelos longos e finos, levemente 
pigmentados, lisos ou pouco encaracolados, principalmente na 
base do pênis 
 P3 Maior quantidade de pelos, agora mais grossos, escuros e 
encaracolados, espalhando-se esparsamente pela sínfise 
púbica. 
 P4 Pelos do tipo adulto, cobrindo mais densamente a região 
púbica, mas ainda sem atingir a face interna das coxas. 
 P5 Pilosidade pubiana igual a do adulto, em quantidade e 
distribuição, invadindo a face interna das coxas que assume 
tamanho e forma adulta.

Outros materiais