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Defeitos do Negocio Jurídico

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DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO (arts. 138 ao 165)
1. Vícios do Consentimento: a manifestação da vontade não corresponde à verdadeira intenção do agente: a vontade não é expressa de maneira absolutamente livre (tipos: erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão).
1. Vícios Sociais: manifestação da vontade corresponde à intenção, mas não tem, na realidade, a intenção pura e de boa-fé que enuncia, e sim lesar terceiros (tipos: fraude contra credores e simulação).
* todos os defeitos são anuláveis, com exceção da simulação, que é nula.
1. Erro/Ignorância (arts. 138 ao 144)
- falsa percepção da realidade que leva uma das partes a realizar o negócio: erro causado pelo indivíduo em si (interpreta equivocadamente uma situação fática ou uma lei, que poderia ser percebida por pessoa de diligência normal);
- art. 138: considerado causa de anulabilidade se for essencial/substancial: incide sobre a essência do negócio (ex. um colecionador pretende adquirir uma estátua de marfim, porém compra uma peça feita de material sintético).
- art. 139: hipóteses:
1. error in negotio: refere-se à natureza do negócio, ao objeto ou a alguma qualidade (ex. o colecionador acredita que lhe está sendo entregue a estátua de marfim);
1. error in corpore: o dissenso entre a vontade real e a declarada refere-se à identidade do objeto (ex. o colecionador expressa que quer comprar a estátua de marfim que está diante de si, mas acaba levando a sintética, trocada);
1. quando for o único ou principal motivo do negócio.
- art. 140: falso motivo: só vicia a declaração quando expresso como razão determinante da realização do negócio, ainda que em acontecimento futuro (ex. alugar imóvel para instalar um restaurante, pressupondo que em frente terá uma escola, e isto não ocorre).
- art. 141: transmissão errônea da vontade: anulável nos mesmos casos da declaração direta (ex. telefone: quem transmitiu errado pode vir a responder, ainda que não haja dolo): se a culpa for do emitente, prevalece o negócio.
- art. 142: erro de indicação da pessoa ou coisa não vicia o negócio, se puder identificá-lo.
- art. 143: erro de cálculo: apenas autoriza a retificação da declaração: anula caso o recálculo causar uma surpresa que importe em impossibilidade de cumprir (ex. empréstimo bancário onde as prestações sofrem vários encargos não previstos).
- art. 144: o erro não prejudica a validade se o indivíduo oferecer-se para realizar o negócio em conformidade com a vontade real do agente (ex. antes de anular o negócio, o vendedor entrega ao colecionador a estátua de marfim).
1. Vício Redibitório: garantia legal prevista para os contratos comutativos: se o agente compra algo que vem defeituoso, pode rejeitá-lo, ou exigir abatimento no preço: não é erro (o agente recebe exatamente o que pretendia comprar).
2. Dolo (arts. 145 ao 150)
- ação ou omissão maliciosa de uma das partes visando a induzir outra em erro substancial a fim de tirar proveito para si ou para terceiro na realização do negócio jurídico: o equívoco, aqui, é induzido, diferente do erro, que é espontâneo;
- art. 146: dolo acidental: as manobras utilizadas não têm o poder de alterar o consentimento da vítima, que de qualquer maneira teria celebrado o negócio, embora de outro modo: não anula, apenas obriga a satisfação das perdas e danos.
- art. 147: negócios jurídicos bilaterais: o silêncio intencional de uma das partes sobre fato relevante também constitui dolo.
- art. 148: dolo de terceiro: a manobra é praticada por terceiro não integrante da relação jurídica: ou é anulado (o beneficiário tinha ou poderia ter ciência do dolo) ou o negócio é mantido e o terceiro responde pelos danos causados ao lesado (o beneficiário não sabia).
- art. 149: dolo do representante: legal (o representado é obrigado a responder pela importância do proveito que teve) ou convencional (o representado responde junto ao representante).
- art. 150: dolo bilateral ou recíproco: pune a conduta de ambas as partes que agiram de má-fé, não permitindo a anulação: não pode alegá-lo para anular o negócio, ou pedir indenização.
3. Coação (arts. 151 ao 155)
- ameaça exercida contra alguém de forma a forçá-lo a realizar o negócio contra sua vontade;
- art. 151: para viciar a declaração, deve incutir ao paciente temor de dano iminente à sua pessoa, à família ou aos bens: se não for alguém da família, o juiz decide se houve coação.
- art. 152: parâmetros de análise das circunstâncias (sexo, idade, saúde, condição, etc.).
- art. 153: não considera coação o exercício normal de um direito (ex. o locatário, tornando-se inadimplente, não pode alegar coação caso o locador lhe processe) nem o simples temor reverencial (receio de desagradar alguém de quem se é economicamente dependente).
- art. 154: coação de terceiro: só é anulável se o beneficiário soube ou devesse saber da coação, respondendo junto ao autor da coação.
- art. 155: se a parte coagida não sabia, subsiste o negócio: só o autor da coação responde.
4. Estado de perigo (art. 156)
- situação em que o sujeito tem a necessidade de salvar a si mesmo ou a outrem (pertencente à família) de dano conhecido pela outra parte, em condição excessivamente onerosa: a declarante expressa a sua vontade sob pressão psicológica;
1. Requisitos:
- perigo de dano grave e atual (ex. o agente, almejando salvar seu filho de doença que necessita de cirurgia urgente, promete uma quantia alta ao médico);
- obrigação excessivamente onerosa: negócio firmado em condições desvantajosas para o agente: visam tirar proveito da situação do declarante;
- a parte contrária tem ciência da situação de perigo e se aproveita: o dano possível pode ser físico ou moral.
- o negócio pode ser convalidado se houver suplemento suficiente ou redução do proveito.
5. Lesão (art. 157)
- o sujeito, por necessidade econômica ou inexperiência, se obriga a uma contraprestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta: o vício se caracteriza pela obtenção de um lucro exagerado pela outra parte, que se aproveita (ex. venda de imóvel por quantia 50% inferior ao valor de mercado, a fim de quitar dívidas);
- a avaliação da desproporção das prestações é feita segundo os valores vigentes à celebração do negócio;
- não se decreta anulação se for oferecido suplemento suficiente ou se a parte favorecida concordar com a redução: a solução procura salvar o negócio, evitando enriquecimento ilícito.
6. Fraude contra Credores (arts. 158 ao 165)
- é a prática de qualquer negócio pelo devedor insolvente ou na iminência de o ser: dispõe de seu patrimônio, com a finalidade de frustrar o direito de seus credores e afastar a responsabilização de seus bens por obrigações contraídas;
- requisito: a existência de dívida antes da prática do ato, mesmo que ainda não vencidas;
- art. 158: os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, praticados pelo devedor já insolvente, poderão ser anulados pelos credores quirografários (aqueles que não possuem preferência).
- art. 159: anulação de contratos onerosos do devedor insolvente: quando a insolvência for notória ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
- art. 161: a ação dos arts. 158 e 159 podem ser realizadas contra o devedor insolvente, a pessoa com quem ele celebrou a estipulação fraudulenta ou terceiros que agiram de má-fé.
- art. 162: pagamento antecipado de dívida: se algum credor quirografário receber o seu crédito do devedor insolvente antes do vencimento, será obrigado a reverter em proveito do acervo de bens a ser partilhado no concurso de credores.
- art. 163: garantia real: constituição de garantia pelo devedor insolvente em favor de determinado credor.
- art. 164: não se inclui, entre os atos negociais passíveis de anulação, os indispensáveis ao custeio do lar e à manutenção das atividades empresariais.
- art. 165: quando anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante é aproveitada no acervo do art. 162.
1. Ação Pauliana ou Revocatória: ação anulatória de atos praticados em fraude contra credores: o prazo para ajuizamento da ação é de 4 anos,a partir da data de realização do negócio que se deseja anular;
- só pode ser ajuizada pelos credores quirografários: os credores com garantia real não possuem legitimidade.
INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO (arts. 166 ao 184)
Classificação
1. Originário: o negócio já nasce nulo ou anulável (ex. um contrato de compra e venda com um menor de 16 anos sem autorização - é nulo desde o início);
1. Sucessivo: a nulidade ou anulabilidade acontece posterior à celebração do negócio.
1. Total: compromete todo o negócio, não se aproveita nada;
1. Parcial: compromete uma parte (ex. uma das cláusulas do negócio é ilícita ou o foro onde será ajuizada a ação é diverso da cidade na qual o indivíduo mora).
NULIDADE (art. 166)
- sanção imposta pela norma jurídica: determina a privação dos efeitos jurídicos do ato praticado, em desobediência ao que se prescreve;
- viola diretamente a ordem jurídica, interesses e normas públicas (leis imperativas), o interesse da coletividade (ex. violação de um dos requisitos de validade);
- não produz qualquer efeito: é como se nunca tivesse existido (originário): a declaração de sua invalidade produz efeito ex tunc: se alguma prestação já foi paga, recebe indenização.
1. Hipóteses
1. celebrado por absolutamente incapaz; 
1. o objeto for ilícito, impossível ou indeterminável (requisitos de validade); 
1. o motivo determinante for ilícito: quando a única motivação de ambas as partes para constituir o negócio foi ilícita (ex. discutir herança de pessoa viva); 
1. não revestir a forma prescrita em lei (ex. se o contrato de compra e venda de um imóvel não for registrado em cartório será nulo, assim como doações de valores altos)
* contrato de locação pode ser feito por WhatsApp;
1. for preterida alguma solenidade exigida por lei; 
1. tiver por objetivo fraudar a lei imperativa (ex. sonegação de imposto : esconder algum bem de ser tributado);
1. quando a lei taxativamente o declarar nulo ou proibir sua prática (hipóteses gerais).
* outros artigos podem trazer hipóteses de nulidade.
- não se convalida: ele não pode ser consertado, não tem como remediar ou voltar atrás.
- art. 168: opera-se de pleno direito: pode ser alegado por qualquer interessado ou pelo MP, quando lhe couber intervir: não é necessário que um indivíduo seja prejudicado nem que pleiteie a nulidade: o negócio já é considerado nulo por si só;
- proibição de suprimento judicial: a nulidade não pode ser suprida pelo juiz, ainda que a requerimento dos interessados.
- art. 169: não é suscetível de confirmação nem convalesce pelo decurso do tempo (imprescritível).
- art. 170: conversão do ato nulo: acarreta nova qualificação do negócio apenas quando verificado que os contratantes pretenderam a celebração de um contrato e tinham ciência da nulidade;
- o negócio nulo não pode prevalecer na forma pretendida pelas partes, mas, como seus elementos são idôneos para caracterizar outro, pode ser transformado em outro de natureza diversa, desde que isso não seja proibido, taxativamente.
ANULABILIDADE
- violação menos grave: viola interesse privado, sendo prejudicial à apenas uma das partes: a razão de ser da lei é a de proteger o interesse privado;
- o negócio jurídico produz efeitos e é válido até que seja decretada a anulabilidade: a anulação impede que efeitos futuros sejam produzidos, não retroagindo; 
1. Hipóteses (art. 171)
1. praticados por relativamente incapazes: sem a devida assistência de representantes (ébrios habituais: proibida doação de todos seus bens, prejudicando sua subsistência);
1. defeitos do negócio jurídico;
1. quando a lei assim o declarar: tendo em vista a situação particular em que se encontra determinado indivíduo.
- art. 172: confirmação: pode ser convalidado (expressa ou tacitamente) pelas partes: se ambas as partes entrarem em um acordo e quiserem continuar com o negócio (ex. do anel de diamantes x anel de safira);
- se a confirmação do negócio prejudicar um terceiro, este precisa ser indenizado: a confirmação retroage à data do ato, tornando válido o negócio desde a sua formação.
- art. 173: confirmação expressa: o ato de confirmação deve conter a substância do negócio e a vontade expressa, não podendo utilizar-se de frases vagas ou imprecisas.
- art. 174: confirmação tácita: quando o negócio já tiver sido parcialmente cumprido pelo devedor (ex. quando o indivíduo sabe do dolo, mas não pleiteia e continua pagando o objeto).
- art. 175: consequências da confirmação: entendimento de que houve renúncia a todas as ações ou exceções de que o devedor dispusesse contra o ato: é irrevogável (não mais será possível anular o ato negocial viciado).
- art. 176: convalidação posterior: quando a anulabilidade resultar da falta de autorização de terceiro, será validado quando e se este a der.
- art. 177: não tem efeito antes de julgada por sentença (respeita as consequências anteriores), nem se pronuncia de ofício (só pode ser arguida pelo interessado ou por seu representante, salvo em casos de solidariedade ou indivisibilidade).
- art. 178: prazo para pleitear: 4 anos: coação (do dia em que esta cessar); demais defeitos (do dia em que se realizou o negócio); ato de incapaz (do dia em que cessar a incapacidade).
- art. 179: quando a lei não dispuser o prazo, são 2 anos, a partir do dia da conclusão do ato.
- art. 180: o menor (de 16 a 18 anos) não pode invocar a proteção legal em favor de sua incapacidade para eximir-se de obrigação ou para anular um ato negocial, se agiu dolosamente escondendo sua idade ou se espontaneamente se declarou maior. 
- art. 181: incapaz não tem o dever de restituir o que recebeu em razão do ato negocial inválido, a não ser que o outro prove que o pagamento feito reverteu em proveito do incapaz (ex. deveria pagar à mãe e pagou ao filho: o pagamento foi errado, mas ele não pode reclamar o dinheiro).
- art. 182: “status quo ante”: quando anulado, as partes são restituídas ao estado de origem, como se o ato nunca tivesse ocorrido (ex. com a nulidade de uma escritura de compra e venda, o comprador devolve o imóvel, e o vendedor o preço): não sendo possível, o lesado será indenizado com o equivalente.
- art. 183: invalidade instrumental: não necessariamente induz a do negócio.
Princípio da Conservação dos Atos e dos Negócios Jurídicos (art. 184):
- nulidade parcial: não prejudica a parte válida, se esta for separável e respeitar a vontade;
- nulidade da obrigação principal: implica a das acessórias (ex. casamento e pacto antenupcial);
- nulidade da obrigação acessória: não necessariamente atinge a obrigação principal.
SIMULAÇÃO (art. 167) (não mais faz parte do capítulo sobre os defeitos)
- declaração enganosa da vontade, visando produzir efeito diverso do expressamente indicado: é produto de um conluio entre contratantes, para lesar terceiro;
- ligada à reserva mental: a diferença é que, na simulação, ambas as partes sabem (ex. casamento para conseguir o visto; atestados médicos falsos; datas erradas em cheques);
1. absoluta: intuito de fraudar a lei: o ato é praticado para não ter eficácia (ex. o sujeito simula com outro a locação de um bem, sem que o contrato exista; o agente emite títulos de crédito em seu desfavor e mostra ao credor que existem dívidas a serem pagas).
1. relativa: intuito de encobrir ato de natureza diversa (negócio dissimulado): as partes pretendem atingir efeitos jurídicos concretos, embora vedados por lei;
ex. pai e filho forjam um contrato de compra e venda de um automóvel quando o pai só está doando o carro: negócio jurídico (compra e venda); negócio dissimulado (doação).
- é nulo o negócio simulado, mas subsiste o que se dissimulou, se for válido na substância e forma.
1. Hipóteses (relativas)
1. por interposta pessoa: quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas das prescritas;
1. por declaração não verdadeira: quando contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
1. por data fictícia: os instrumentos forem antedatados ou pós-datados (ex. cheques).
- pode afetar terceiro de boa-fé: ressalvam-se os direitos deste, que deveser indenizado;
- art. 168: assim como nos negócios nulos, a simulação pode ser alegada por qualquer interessado ou pelo MP.

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