Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SEMIOLOGIA ABDOMINAL O exame físico abdominal é dividido em 4 etapas: Inspeção; Ausculta; Percussão; Palpação 1. 2. 3. 4. INSPEÇÃO Importante lembrar que o exame físico deve ser feito sempre do lado direito do paciente em decúbito dorsal. Deve-se iniciar observando a pele a procura de manchas, lesões e cicatrizes. Alan Crisan Zocche - t19 Deve-se também classificar quanto ao tipo do abdômen: Plano; Escavado; Globoso; Em avental... OBS: abdômen escavado pode ser sinal de desnutrição INTRODUÇÃO ÓRGÃOS ABDOMINAIS: REGIÕES ABDOMINAIS: SEMIOLOGIA ABDOMINAL ↳Conformação: ↳Assimétrico; ↳Simétrico; ↳Plano; ↳Escavado; ↳Globoso. ↳ Lesão de pele e cicatriz cirúrgica: ↳Presente; ↳Ausente. ↳Cicatriz umbilical: ↳Intrusa; ↳Protrusa. ↳Circulação colateral, peristalse pulsante: ↳Visível; ↳Não visível. ↳Hérnias (manobra de Valsava): ↳Presente; ↳Ausente. Devemos também analisar se há a presença de hérnia visível, com o apoio da manobra de Valsava (pedir para o paciente sobrar o punho fechado e observar se alguma hérnia se torna evidente). Deve-se também observar a presença de circulação colateral, peristalse e pulsações visíveis. Podendo ser do tipo porta ou veia cava inferior. OBS: Hipertensão portal, cirrose alcoólica é a principal causa, tendo como sinais ascite, edema MI, hematêmese, varizes esofágicas e hemorroidas Alan Crisan Zocche - t19 PASSOS PARA INSPEÇÃO SEMIOLOGIA ABDOMINAL Alan Crisan Zocche - t19 AUSCULTA Sempre deve ser feita antes do percussão/palpação, pois esses podem causar o aumento do peristaltismo. Essa etapa da consulta tem como objetivo pesquisar os ruídos hidroaéreos (RHA) e sobro nas artérias abdominais (aorta, artérias renais e artérias ilíacas). Para ouvir os RHA deve-se permanecer durante 30s em cada quadrante e quantas vezes apareceu durante esse tempo. PASSOS PARA AUSCULTA ↳Ruídos Hidroaéreos: ↳Presente; ↳Ausente. ↳ Sopros: ↳Aorta; ↳Artérias renais; ↳Artérias ilíacas. ↳Presente; ↳Ausente. OBS: Íleo paralítico é um doença causada por defeitos ou ausência da motilidade intestinal (peristalse). Isso gera inapetência, obstipação grave, vômitos, obstrução intestinal, que causa muito desconforto para o paciente, além de muita flatulência e risco de peritonite e sepse, visto que o conteúdo intestinal fica paralisado, gerando aumento das microbiota residente. SEMIOLOGIA ABDOMINAL Antes de começar as manobras, é importante perguntar ao paciente se ele está sentindo alguma dor abdominal, se está com a bexiga cheia e se defecou no dia do exame (ou se estar com vontade de ir ao banheiro). Observar as fácies feita pelo paciente durante o exame. A técnica é digito-digital; Sequência é por preferência própria, porém passar por todos quadrantes. Objetivo dessa técnica é hepatimetria (mensuração do tamanho do fígado), percussão do espaço de Traube, a fim de identificar visceromegalia (VCM) e percussão geral para identificar se o som é timpânico (normal) ou maciço. Alan Crisan Zocche - t19 PERCUSSÃO HEPATIMETRIA: Feita usando os dedos para medir o fígado; SINAL DE JOBERT: quando há desaparecimento da macicez hepática ESPAÇO DE TRAUBE: Se localiza entre as linhas axilar anterior e média, no hipocôndrio esquerdo; Deve-se obter um sinal timpânico, porém com a presença de esplenomegalia esse sinal pode se tornar maciço; SEMIOLOGIA ABDOMINAL Alan Crisan Zocche - t19 PASSOS PARA PERCUSSÃO ↳Perguntar antes: ↳Dor abnominal; ↳Bexiga cheia; ↳Evacuação recente. ↳Hepatimetria: ↳Normal (adulto): entre 9cm LMC e 4cm na LME ↳ Pesquisa de macicez: ↳Maciço; ↳Timpânico. ↳Percussão esplênica: ↳Traube livre; ↳ Baço percutível. ↳Especificar a quantos cm abaixo do rebordo costal esquerdo é possível percuti-lo. OBS:Quando fígado está aumentado, sua margem inferior pode ser palpada abaixo do rebordo costal direito, e quando a massa é tumoral, normalmente é possível palpar nódulos endurecidos e arredondados no parênquima hepático. PALPAÇÃO Essa parte do exame é composta por duas etapas que é a superficial e a profunda; Ambas devem ser feitas em todas as regiões do abdômen, porém a superficial é feita com uma mão e a profunda deve ser feita preferencialmente com as duas mãos; OBS:É importante saber que algumas estruturas podem ser palpadas mas que não indicam anormalidades patológicas, como a aorta, a borda do fígado, alguns linfonodos, bexiga distendida, polo inferior do rim direito, músculo reto abdominal e seus tendões, cólon e fezes. Precisa ser feito também a descompressão brusca dolorosa conhecida também como Sinal de Blumberg é referente à dor à compressão e principalmente à descompressão súbita. SEMIOLOGIA ABDOMINAL Há duas técnicas principais para fazer a palpação do fígado: A primeira técnica colocasse uma mão debaixo do paciente, paralela às 11ª e 12ª costelas com a intensão de levantar esse fígado e facilitar a palpação; A outra técnica (Mathieu) é a mão em garras, a qual posiciona as mãos lado a lado e em formado de garra faz a palpação em direção ao rebordo costal Alan Crisan Zocche - t19 FÍGADO: Sinal de Torres-Homem: há dor pela presença de abcesso hepático; Manobra de Lemos-Torres: é feita com a lateral da mão. BAÇO: O baço fica acoplado no diafragma, na altura da 9ª, 10ª e 11ª costelas, ocupando grande parte da região posterior à linha axilar média esquerda. A técnica é semelhante a de palpação do fígado o médico deve segurar o paciente com a mão esquerda, apoiando e comprimindo para frente a região inferior da caixa torácica e dos tecidos moles adjacentes; com a mão direita, por baixo do rebordo costal esquerdo, faz-se pressão para dentro, na direção do baço. Outra técnica que pode ser usada após essa primeira é pedir que o paciente fique em decúbito lateral direito, para que assim, o baço fique mais evidente do lado esquerdo e acessível a palpação: Manobra de Schust SEMIOLOGIA ABDOMINAL Normalmente são impalpáveis; A principal técnica para o rins é a de Punho-percussão de Murphy que é utilizada para identificar o sinal de Giordano; Essa manobra é feita dando um "soquinho" na região posterior na porção lombar; Se for positivo para o sinal de Giordano o paciente sentirá muita dor Alan Crisan Zocche - t19 RINS: PÂNCREAS: Outro órgão praticamente impalpável, pois está localizado no meio das vísceras; Sinal de Grey-Turner: é a presença de equimoses nos flancos; Sinal de Cullen: é a presença de equimose azuis-pretas na região periumbilical devido à hemorragia retroperitoneal VESÍCULA BILIAR: Também é impalpável em sua normalidade; Sinal de Murphy: é a dor a palpação da vesícula biliar. SEMIOLOGIA ABDOMINAL Alan Crisan Zocche - t19 ASCITE: Há algumas técnicas com finalidade de facilitar na pesquisa por ascite, sendo elas: Macicez móvel; Semicírculo de Skoda; Sinal de piparote. Além disso, pode-se identificar também em toque retal (até 300ml). PASSOS PARA PALPAÇÃO ↳Palpação superficial e profunda: ↳Dolorido; ↳Não dolorido; ↳Flácido; ↳Rígido. ↳ Pesquisa de ascite: ↳Macicez móvel; ↳Semicírculo de Skoda; ↳Sinal de piparote. ↳Palpação do fígado: ↳Técnica em garras; ↳Palpável; ↳Impalpável. ↳Palpação do baço: ↳Técnica habitual; ↳Palpação de Schust ↳Palpável; ↳Impalpável. OBS:Ascite é acúmulo anormal de líquido abdominal, que causa aumento do volume abdominal, e pode gerar aumento de peso, desconforto abdominal e dispneia SEMIOLOGIA ABDOMINAL Alan Crisan Zocche - t19 SINAIS E SINTOMAS SINAL DE CULLEN: corresponde à coloração azulada ao redor do umbigo, sugestivo de hemorragia retro peritoneal. SINAL DE GREY TURNER é referente à equimoses não traumáticas nos flancos, que pode indicar pancreatite hemorrágica, estrangulamento intestinal ou abcessos com extravasamento de sangue. SINAL DE MURPHY: corresponde à dor profunda à palpação da área subcostal direita, que sugere colecistite. SINAL DE BLUMBERG é referente à dor à compressão e principalmente à descompressão súbita da fossa ilíaca direita, no ponto de McBurney (ponto apendicular), sugestivo de apendicite aguda. Essa manobra também pode identificar peritonite,que também pode ser pesquisada pinçando e puxando uma parte do abdome, e caso o paciente sinta dor quando soltar rapidamente a pinça, é sugestivo de peritonite. SEMIOLOGIA ABDOMINAL Alan Crisan Zocche - t19 SINAL DE ROVSING refere-se à dor no quadrante inferior direito quando há compressão do quadrante inferior esquerdo, e esta manobra é utilizada para identificar apendicite. SINAL DE PSOAS é positivo quando o indivíduo sente dor ao realizar o movimento de extensão do quadril, sendo um indicativo de apendicite. SINAL DO OBTURADOR também é investigado para diagnóstico de apendicite e consiste na elevação da perna direita, flexionando-a até 90º. O sinal é positivo quando o indivíduo sente dor ao realizar esse movimento, visto que o músculo obturador fica próximo ao apêndice cecal. SINAL DE GIORDANO é positivo quando se tem dor à punho percussão das lojas renais, o que sugere pielonefrite. SEMIOLOGIA ABDOMINAL Alan Crisan Zocche - t19 SINAL DE DUNPHY: Dor à percussão do ponto de McBurney ou dor ao tossir. Pode ser indicativo de apendicite. SINAL DE LAPINSKI: Dor à compressão do ceco contra a parede posterior do abdome, enquanto o doente eleva o membro inferior direito. Pode ser indicativo de apendicite. SINAL DE MARTORELLI: Dor referida no abdome ao realizar a punho percussão do calcâneo. SINAL DE FOX: Equimose em região inguinal e base do pênis. Indicativo de hemorragia retroperitoneal. Pode ser encontrado em pancreatite necro- hemorrágica. SINAL DE LAFFONT: Dor referida no ombro direito. É indicativo de hemorragia retroperitoneal, pois o sangue na cavidade peritoneal irrita o nervo frênico. SINAL DE KEHR: Dor referida na região infra escapular. O sinal de Kehr no ombro esquerdo é um sinal clássico de ruptura de baço. SINAL DE JOBERT: Perda da macicez hepática na percussão. Pode ser indicativo de pneumoperitônio.
Compartilhar