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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 ROTEIRO DE NEUROANATOMIA MEDULA ESPINHAL Medula significa miolo e indica o que está dentro. Assim temos a medula espinhal dentro dos ossos, mais precisamente dentro do canal vertebral. A medula espinhal é uma massa cilindróide de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral sem entretanto ocupa-lo completamente. No homem adulto ela mede aproximadamente 45 cm sendo um pouco menor na mulher. Cranialmente a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital. O limite caudal da medula tem importância clínica e no adulto situa-se geralmente em L2. A medula termina afinando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. Forma e Estrutura da Medula A medula apresenta forma aproximada de um cilindro, achatada no sentido antero- posterior. Seu calibre não é uniforme, pois ela apresenta duas dilatações denominadas de intumescência cervical e intumescência lombar. Estas intumescências medulares correspondem às áreas em que fazem conexão com as grossas raízes nervosas que formam o plexo braquial e lombossacral, destinados à inervação dos membros superiores e inferiores respectivamente. A formação destas intumescências se deve pela maior quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas áreas. A intumescência cervical estende-se dos segmentos C4 até T1 da medula espinhal e a intumescência lombar (lombossacral) estendese dos segmentos de T11 até L1 da medula espinhal. A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que percorrem em toda a sua extensão: o sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e o sulco lateral posterior. Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio posterior que se situa entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior e que se continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior. Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. Na medula, a substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta, ou de um "H". Nela distinguimos de cada lado, três colunas que aparecem nos cortes como cornos e que são as colunas anterior, posterior e lateral. A coluna lateral só aparece na medula torácica e parte da medula lombar. No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula. A substância branca é formada por fibras, a maioria delas mielínicas, que sobem e descem na medula e que podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões: Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e o lateral posterior. Funículo posterior: situado entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este ultimo ligado a substancia cinzenta pelo septo mediano posterior. Na parte cervical da medula o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme. Conexões com os nervos espinhais: Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão com pequenos filamentos nervosos denominados de filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. As duas raízes se unem para formação dos nervos espinhais, ocorrendo à união em um ponto situado distalmente ao gânglio espinhal que existe na raiz dorsal. Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Encontramos 8 pares de nervos cervicais e apenas 7 vértebras cervicais porque o primeiro par de nervos espinhais sai entre o occipital e C1. Topografia da medula: A um nível abaixo da segunda vértebra lombar encontramos apenas as menínges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinhais, que dispostas em torno do cone medular e filamento terminal, constituem, em conjunto, a chamada cauda eqüina. Como as raízes nervosas mantém suas relações com os respectivos forames intervertebrais, há um alongamento das raízes e uma diminuição do ângulo que elas fazem com a medula. Estes fenômenos são mais pronunciados na parte caudal da medula, levando a formação da cauda equina. Ainda como consequência da diferença de ritmos de crescimento entre a coluna e a medula, temos o afastamento dos segmentos medulares das vértebras correspondentes. Assim, no adulto, as vértebras T11 e T12 correspondem aos segmentos lombares. Para sabermos qual o nível da medula cada vértebra corresponde, temos a seguinte regra: entre os níveis C2 e T10, adicionamos o número dois ao processo espinhoso da vértebra e se tem o segmento medular subjacente. Aos processos espinhosos de T11 e T12 correspondem os cinco segmentos lombares, enquanto ao processo espinhoso de L1 corresponde aos cinco segmentos sacrais. Envoltório da medula: A medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas menínges, que são: dura- máter, piamáter e aracnóide. A dura-máter e a mais espessa e envolve toda a medula, como se fosse uma luva, o saco dural. Cranialmente ela se continua na dura-máter craniana, caudalmente ela se termina em um fundo-desaco ao nível da vértebra S2. Prolongamentos laterais da dura-máter embainham as raízes dos nervos espinhais, constituído um tecido conjuntivo (epineuro), que envolve os nervos. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 A aracnóide espinhal se dispõem entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende um folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas aracnóideas, que unem este folheto à pia-máter. A pia-máter é a membrana mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente o tecido superficial da medula e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal. Este filamento perfura o fundo-do-saco dural e continua até o hiato sacral. Ao atravessar o saco dural, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser chamado de filamento da dura- máter. Este, ao se inserir no periósteo da superfície dorsal do cóccix, constitui o ligamento coccígeo. A pia-máter forma, de cada lado da medula, uma prega longitudinal denominada ligamento denticulado, que se dispõem em um plano frontal ao longo de toda a extensão da medula. A margem medial de cada ligamento continua com a pia-máter da face lateral da medula ao longo de uma linha continua que se dispõe entre as raízes dorsais e ventrais. A margem lateral apresenta cerca de 21 processos triangulares que se inserem firmemente na aracnóide e na dura-máter em um ponto que se alteram com a emergência dos nervos espinhais. Os dois ligamentos denticulados são elementos de fixação da medula e importantes pontos de referencia em cirurgias deste órgão. Entre as menínges existem espaços que são importantes para a parte clínica médica devido às patologias que podem estar envolvidas com essas estruturas, tais como: hematoma extradural, meningites etc. O espaço epidural, ou extradural, situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral. Contém tecido adiposo e um grande número de veias que constituem o plexo venoso vertebral interno. O espaço subdural, situado entre a dura-máter e a aracnóide, é uma fenda estreita contendo uma pequena quantidade de líquido. O espaço subaracnóideo contem uma quantidade razoavelmente grande de líquido cérebro-espinhal ou líquor. Alguns autores ainda consideram um outro espaço denominado subpial, localizado entre a pia-mater e o tecido nervoso. MENINGESE LÍQUOR O tecido do SNC é muito delicado. Por esse motivo, apresenta um elaborado sistema de proteção que consiste de quatro estruturas: crânio, menínges, líquido cerebrospinhal (líquor) e barreira hematoencefálica. Nesta página, abordarei as menínges e o líquido cerebroespinhal, estruturas que envolvem o SNC e são de extrema importância para a defesa do nosso corpo. Meninges: o sistema nervoso é envolto por membranas conjuntivas denominadas meninges que são classificadas como três: dura-máter, aracnóide e pia-máter. A aracnóide e a pia-máter, que no embrião constituem um só folheto, são às vezes consideradas como uma só formação conhecida como a leptomeninge; e a dura-máter que é mais espessa é conhecida como paquimeninge. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 Dura-máter: é a meninge mais superficial, espessa e resistente, formada por tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas, contendo nervos e vasos. É formada por dois folhetos: um externo e um interno. O folheto externo adere intimamente aos ossos do crânio e se comporta como um periósteo destes ossos, mas sem capacidade osteogênica (nas fraturas cranianas dificulta a formação de um calo ósseo). Em virtude da aderência da dura-máter aos ossos do crânio, não existe, no crânio, um espaço epidural como na medula. No encéfalo, a principal artéria que irriga a dura-máter é a artéria meníngea média, ramo da artéria maxilar. A dura-máter, ao contrário das outras meninges, é ricamente inervada. Como o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, toda ou qualquer sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter, que é responsável pela maioria das dores de cabeça. Pregas da dura-máter: em algumas áreas o folheto interno da dura-máter destaca-se do externo para formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam amplamente. As principais pregas são: Foice do cérebro: é um septo vertical mediano em forma de foice que ocupa a fissura longitudinal do cérebro, separando os dois hemisférios. Tenda do cerebelo: projeta-se para diante como um septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média do crânio, dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior, ou supratentorial, e outro inferior, ou infratentorial. A borda anterior livre da tenda do cerebelo, denominada incisura da tenda, ajusta-se ao mesencéfalo. Foice do cerebelo: pequeno septo vertical mediano, situado abaixo da tenda do cerebelo entre os dois hemisférios cerebelares. Diafragma da sela: pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica, deixando apenas um orifício de passagem para a haste hipofisiára. Cavidades da dura-máter: em determinada área, os dois folhetos da dura-máter do encéfalo separam-se delimitando cavidades. Uma delas é o cavo trigeminal, que contém o gânglio trigeminal. Outras cavidades são revestidas de endotélio e contém sangue, constituído os seios da dura-máter, que se dispõem principalmente ao longo da inserção das pregas da dura-máter. Os seios da dura-máter foram estudados no sistema cardiovascular junto com o sistema venoso. Aracnóide: é uma membrana muito delgada, justaposta à dura-máter, da qual se separa por um espaço virtual, o espaço subdural, contendo uma pequena quantidade de líquido necessário á lubrificação das superfícies de contato das membranas. A aracnóide separa- se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo que contem líquor, havendo grande comunicação entre os espaços subaracnóideos do encéfalo e da medula. Considera-se também como pertencendo à aracnóide, as delicadas trabéculas que atravessam o espaço NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 para ligar à pia-máter, e que são denominados de trabéculas aracnóides. Estas trabéculas lembram, um aspecto de teias de aranha donde vem o nome aracnóide. Pia-máter: é a mais interna das meninges, aderindo intimamente à superfície do encéfalo e da medula, cujos relevos e depressões acompanham até o fundo dos sulcos cerebrais. Sua porção mais profunda recebe numerosos prolongamentos dos astrócitos do tecido nervoso, constituindo assim a membrana pio-glial. A pia-máter dá resistência aos órgãos nervosos, pois o tecido nervoso é de consistência muito mole. A piamáter acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso a partir do espaço subaracnóideo, formando a parede externa dos espaços perivasculares. Neste espaço existem prolongamentos do espaço subaracnóideo, contendo líquor, que forma um manguito protetor em torno dos vasos, muito importante para amortecer o efeito da pulsação das artérias sobre o tecido circunvizinho. Verificou-se que os espaços perivasculares acompanham os vasos mais calibrosos até uma pequena distância e terminam por fusão da pia com a adventícia do vaso. As pequenas arteríolas são envolvidas até o nível capilar por pré-vasculares dos astrócitos do tecido nervoso. Espaço entre as menínges: O espaço extradural ou epidural normalmente não é um espaço real mas apenas um espaço potencial entre os ossos do crânio e a camada periosteal externa da dura-máter. Torna-se um espaço real apenas patologicamente, por exemplo, no hematoma extradural. Líquor: É um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. A são função primordial é proteção mecânica do sistema nervoso central. Formação, absorção e circulação do líquor: sabe-se hoje em dia que o líquor é produzido nos plexos corióides dos ventrículos e também que uma pequena porção é produzida a partir do epêndima das paredes ventriculares e dos vasos da leptomeninge. Existem plexos corióides nos ventrículos, como já vimos anteriormente, e os ventrículos laterais contribuem com maior contingente líquorico, que passa ao III ventrículo através dos forames interventriculares e daí para o IV ventrículo através do aqueduto cerebral. Através das aberturas medianas e laterais do IV ventrículo, o líquor passa para o espaço subaracnóideo, sendo reabsorvido principalmente pelas granulações aracnóideas que se projetam para o interior da dura-máter. Como essas granulações predominam no eixo NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 sagital superior, a circulação do líquor se faz de baixo para cima, devendo atravessar o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo. No espaço subaracnóideo da medula, o líquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, pois reabsorção liquórica ocorre nas pequenas granulações aracnóideas existentes nos prolongamentos da duramáter que acompanham as raízes dos nervos espinhais. A circulação do líquor é extremamente lenta e são ainda discutidos os fatores que a determinam. Sem dúvida, a produção do líquor em uma extremidade e a sua absorção em outra já são o suficiente para causar sua movimentação. Um outro fator é a pulsação das artérias intracranianas, que, cada sístole, aumenta a pressão líquorica, possivelmente contribuindo para empurrar o líquor através das granulações aracnóideas. Esquema - Circulação do Líquor NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 MEDULA ESPINHAL Limite superior (bulbo) Limite Inferior (L2) Dura-mater Aracnóide (Aracnomater) Pia-mater Foice do cérebro Foice do cerebelo Diafragma da Sela Tenda do cerebelo Gânglio Espinhal Filamentos Nervosos Intumescência cervical Intumescência lombar ou lombossacral Cone Medular Filamento Terminal Cauda Equina Ligamento Denticulado Substância cinzenta da medula Substância branca da medula Epêndima da Medula (Canal Central da Medula) Fissura mediana anterior Sulco lateral anterior Sulco mediano posterior Sulco lateral posterior Sulco intermédio posterior (medula cervical) Coluna Posterior (corno posterior) damedula Coluna Anterior (corno anterior) da medula Coluna Lateral (Corno lateral) da medula Funículo Anterior da medula Funículo Lateral da medula Funículo Posterior da medula Filamentos da raiz ventral da medula Filamentos da raiz dorsal da medula Raiz dorsal do nervo espinhal Raiz ventral do nervo espinhal Gânglio espinhal Nervo espinhal NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 QUESTÕES O que você precisa saber: 1. QUAIS AS REGIÕES DA MEDULA ESPINHAL? - Assim como a coluna vertebral, a medula espinal é dividida em segmentos: Segmento cervical Segmento torácico Segmento lombar Segmento sacral Segmento coccígeo 2. O QUE SÃO AS INTUMESCÊNCIAS MEDULARES? QUAIS SÃO? - A medula apresenta forma aproximada de um cilindro, achatada no sentido antero-posterior. Seu calibre não é uniforme, pois ela apresenta duas dilatações denominadas de intumescência cervical e intumescência lombar - As intumescências medulares correspondem às áreas que fazem conexão com as grossas raízes nervosas que formam o plexo braquial e lombossacral, destinados à inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente - A formação destas intumescências se deve pela maior quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas áreas - A intumescência cervical estende-se dos segmentos C4 até T1 da medula espinhal e a intumescência lombar (lombossacral) estende-se dos segmentos de T11 até L1 da medula espinhal. 3. QUANTOS PARES NERVOSOS HÁ EM CADA REGIÃO MEDULAR? COMO ELES SE DISTRIBUEM? - Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão com pequenos filamentos nervosos denominados de filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais - As duas raízes se unem para formação dos nervos espinhais, ocorrendo à união em um ponto situado distalmente ao gânglio espinhal que existe na raiz dorsal - Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 8 cervicais 12 torácicos 5 lombares 5 sacrais 1 coccígeo - Encontramos 8 pares de nervos cervicais e apenas 7 vértebras cervicais porque o primeiro par de nervos espinhais sai entre o occipital e C1 4. O QUE SÃO E QUAIS SÃO AS MENINGES? QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE CADA UMA DAS MENINGES? - É uma membrana fibrosa que envolve a medula - As meninges são: Dura-máter (paquimeninge) é a mais espessa Pia-máter Aracnoide NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 10 DURA-MÁTER: - É a meninge mais externa - Formada por abundantes fibras colágenas que a tornam espessa e resistente - A dura-máter espinhal envolve toda a medula, como se fosse um dedo de luva, o saco dural - Cranialmente, a dura-máter espinhal continua com a dura-máter craniana, caudalmente termina em um fundo-de-saco no nível da vértebra S2 - Prolongamentos laterais da dura-máter embainham as raízes dos nervos espinhais, continuando com o tecido conjuntivo (epineuro) que envolve estes nervos - Os orifícios necessários à passagem de raízes ficam então obliterados, não permitindo a saída de liquor ARACNÓIDE: - Se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter - Compreende um folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas, as tabéculas aracnóideas, que unem este folheto à pia-máter PIA-MÁTER: - É a meninge mais delicada e mais interna - Ela adere intimamente ao tecido nervoso da superfície da medula e penetra na fissura mediana anterior - Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal, que perfura o fundo-do-saco dural e continua caudalmente até o hiato sacral - Ao atravessa o saco dural, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser denominado filamento da dura-máter espinhal, que ao se inserir no periósteo da superfície dorsal do cóccix constitui o ligamento coccígeo - A pia-máter forma, de cada lado da medula, uma prega longitudinal denominada ligamento denticulado, que se dispõe em um plano frontal ao longo de toda a extensão da medula - A margem medial de cada ligamento continua com a pia-máter da face lateral da medula ao longo de uma linha contínua que se dispõe entre as raízes dorsais e ventrais NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 11 - A margem lateral apresenta cerca de 21 processos triangulares, que se inserem firmemente na aracnoide e na dura-máter em pontos que se alternam com a emergência dos nervos espinhais - Os dois ligamentos denticulados são elementos de fixação da medula e importantes pontos de referência em certas cirurgias deste órgão 5. QUAIS AS DEPRESSÕES LONGITUDINAIS MEDULARES OBSERVADAS ANTERIORMENTE E POSTERIORMENTE? O QUE ELAS DELIMITAM? - A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que percorrem em toda a sua extensão: O sulco mediano posterior Fissura mediana anterior Sulco lateral anterior Sulco lateral posterior - Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio posterior que se situa entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior e que se continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior - Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais 6. QUAIS SÃO OS ESPAÇOS MENÍNGICOS ENCEFÁLICOS? QUAL A LOCALIZAÇÃO E O CONTEÚDO DE CADA UM DELES? - Espaço epidural ou extradural situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral, contém tecido adiposo e um grande número de veias que constituem o plexo venoso vertebral interno - Espaço subdural situado entre a dura-máter e a aracnoide, é uma fenda estreita contendo pequena quantidade de líquido, suficiente apenas para evitar a aderência das paredes - Espaço subaracnóideo é o mais importante e contém uma quantidade razoavelmente grande de líquido cerebroespinhal ou liquor NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 12 7. QUAIS ESTRUTURAS SÃO SEPARADAS PELA FOICE DO CÉREBRO, TENDA DO CEREBELO E FOICE DO CEREBELO? - Foice do cérebro é um septo vertical mediano em forma de foice, que ocupa a fissura longitudinal do cérebro, separando os dois hemisférios cerebrais - Tenda do cerebelo projeta-sse para diante como um septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média do crânio, dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior, ou supratentorial, e outro inferior, ou infratentorial - Foice do cerebelo pequeno septo vertical mediano, situado abaixo da tenda do cerebelo, ente os dois hemisférios cerebelares NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 13 8. CITE FUNÇÃO ATRIBUÍDAS AS MENINGES ENCEFÁLICAS. DURA-MÁTER: - A meninge mais superficial é a dura-máter, espessa e resistente, formada por tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas, contendo vasos e nervos - O folheto externo adere intimamente aos ossos do crânio e comporta-se como periósteo destes ossos - Ao contrário do periósteo de outras áreas, o folheto externo da dura-máter não tem capacidade osteogênica, o que dificulta a consolidação de fraturas no crânio e toma impossível a regeneração de perdas ósseas na abóbada craniana - Em virtude da aderência da dura-máter aos ossos do crânio, não existe no encéfalo um espaço epidural, como na medula - Em certos traumas ocorre o descolamento do folheto externo da dura-máter da face interna do crânio e a formação de hematomas epidurais - A dura-máter, em particular seu folheto externo, é muito vascularizada - No encéfalo, a principal artéria que irriga a dura-máter é a artéria meníngeamédia, ramo da artéria maxilar interna - A dura-máter, ao contrário das outras meninges, é ricamente inervada - Como o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, toda a sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter e nos vasos sanguíneos, responsáveis, assim, pela maioria das dores de cabeça ARACNÓIDE: - Membrana muito delicada, justaposta à dura-máter, da qual se separa por um espaço virtual, o espaço subdural, contendo pequena quantidade de líquido necessário à lubrificação das superfícies de contato das duas membranas - A aracnoide separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, que contém o líquido cerebroespinhal, ou liquor, havendo ampla comunicação entre o espaço subaracnóideo do encéfalo e da medula - Consideram-se também como pertencendo à aracnoide as delicadas trabéculas que atravessam o espaço para se ligar à pia-máter, e que são denominadas trabéculas aracnóideas - Estas trabéculas lembram, em aspecto, uma teia de aranha, donde o nome de aracnoide, semelhante à aranha NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 14 PIA-MÁTER: - É a mais interna nas meninges, aderindo intimamente à superfície do encéfalo e da medula, cujos relevos e depressões acompanha, descendo até o fundo dos sulcos cerebrais - Sua porção mais profunda recebe numerosos prolongamentos dos astrócitos do tecido nervoso, constituindo assim a membrana pio-glial - A pia-máter dá resistência aos órgãos nervosos, uma vez que o tecido nervoso é de consistência muito mole - A pia-máter acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso a partir do espaço subaracnóideo, formando a parede externa dos espaços perivasculares. Nestes espaços existem prolongamentos do espaço subaracnóideo, contendo liquor, que forma um manguito protetor em tomo dos vasos, muito importante para amortecer o efeito da pulsação das artérias ou picos de pressão sobre o tecido circunvizinho - O fato de as artérias estarem imersas em liquor no espaço subaracnóideo também reduz o efeito da pulsação - Os espaços perivasculares envolvem os vasos mais calibrosos até uma pequena distância e terminam por fusão da pia com a adventícia do vaso - As arteríolas que penetram no parênquima são envolvidas até alguns milímetros - As pequenas arteríolas são envolvidas até o nível capilar por pés-vasculares dos astrócitos do tecido nervoso 9. COMO SÃO FORMADAS AS CISTERNAS SUBARACNÓIDEAS E O QUE ELAS CONTÊM? - A aracnoide justapõe-se à dura-máter e ambas acompanham apenas grosseiramente a superfície do encéfalo - A pia-máter, entretanto, adere intimamente a esta superfície, que acompanha em todos os giros, sulcos e depressões. Desse modo, a distância entre as duas membranas, ou seja, a profundidade do espaço subaracnóideo é variável, sendo muito pequena no cume dos giros e grande nas áreas onde parte do encéfalo se afasta da parede craniana - Formam-se assim, nessas áreas, dilatações do espaço subaracnóideo, as cisternas subaracnóideas, que contêm grande quantidade de liquor - As cisternas mais importantes são as seguintes: NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 15 Cisterna cerebelo-medular ou cisterna magna ocupa o espaço entre a face inferior do cerebelo, o teto do IV ventrículo e a face dorsal do bulbo. Continua caudalmente com o espaço subaracnóideo da medula e liga-se ao IV ventrículo através de sua abertura mediana A cisterna cerebelo-medular é, de todas, a maior e mais importante, sendo às vezes utilizada para obtenção de liquor através das punções suboccipitais, em que a agulha é introduzida entre o occipital e a primeira vértebra cervical; Cisterna pontinha situada ventralmente à ponte Cisterna interpeduncular localizada na fossa interpeduncular Cisterna quiasmática situada adiante do quiasma óptico Cisterna superior (cisterna da veia cerebral magna) situada dorsalmente ao teto do mesencéfalo, entre o cerebelo e o esplênio do corpo caloso, a cisterna superior corresponde, pelo menos em parte, à cisterna ambiens, termo usado sobretudo pelos clínicos Cisterna da fossa lateral do cérebro corresponde à depressão formada pelo sulco lateral de cada hemisfério 10. QUAIS SÃO AS CAVIDADES VENTRICULARES DO ENCÉFALO E COM QUAL REGIÃO ENCEFÁLICA CADA VENTRÍCULO RELACIONA? - Existem 4 cavidades no encéfalo revestidas de tecido ependimário, que contém líquor e são chamadas de ventrículos - Os 2 ventrículos laterais se encontram nos hemisférios cerebrais e tem forma de ferradura - Os ventrículos laterais esquerdo e direito, considerados o primeiro e o segundo ventrículos, respectivamente, comunicam-se com o terceiro ventrículo pelos forames interventriculares - O terceiro ventrículo, uma cavidade do diencéfalo, é uma estreita fenda ímpar e mediana, com dimensões nos eixos anteroposterior e vertical maiores que no eixo lateral. Comunica-se com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares e com o quarto ventrículo pelo aqueduto cerebral - O quarto ventrículo é uma cavidade situada posteriormente à ponte e porção alta do bulbo e anteriormente ao cerebelo 11. EXPLIQUE A CIRCULAÇÃO DO LÍQUOR. - Sabe-se hoje em dia que o líquor é produzido nos plexos corióides dos ventrículos e também que uma pequena porção é produzida a partir do epêndima das paredes ventriculares e dos vasos da leptomeninge NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 16 - Existem plexos corióides nos ventrículos, como já vimos anteriormente, e os ventrículos laterais contribuem com maior contingente líquorico, que passa ao III ventrículo através dos forames interventriculares e daí para o IV ventrículo através do aqueduto cerebral - Através das aberturas medianas e laterais do IV ventrículo, o líquor passa para o espaço subaracnóideo, sendo reabsorvido principalmente pelas granulações aracnóideas que se projetam para o interior da dura-máter. Como essas granulações predominam no eixo sagital superior, a circulação do líquor se faz de baixo para cima, devendo atravessar o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo - No espaço subaracnóideo da medula, o líquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, pois reabsorção liquórica ocorre nas pequenas granulações aracnóideas existentes nos prolongamentos da dura máter que acompanham as raízes dos nervos espinhais - A circulação do líquor é extremamente lenta e são ainda discutidos os fatores que a determinam - Sem dúvida, a produção do líquor em uma extremidade e a sua absorção em outra já são o suficiente para causar sua movimentação - Um outro fator é a pulsação das artérias intracranianas, que, cada sístole, aumenta a pressão líquorica, possivelmente contribuindo para empurrar o líquor através das granulações aracnóideas REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO CARNEIRO, M. A. Neuroanatomia: Atlas e Texto. 2 ed. São Paulo: Manole, 2004. KIERNAN, J. A. Neuroanatomia Humana de Barr. 7 ed. São Paulo: /Manole, 2002. MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 2 ed São Paulo: Atheneu, 2006. MENESES, M. S. Neuroanatomia Aplicada. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
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