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BACHARELADO EM NUTRIÇÃO DISCENTE: Kelliany Silva Guedes (160191049) ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – MR01 Proposto pela docente: João Silva. SALVADOR-BA 2021 ATIVIDADE 1: O estudante deverá elaborar e entregar no ambiente virtual (fórum) uma síntese sobre Terapia Nutricional Enteral Precoce em pacientes com resposta metabólica ao trauma, em duas laudas. Em pacientes com trauma, induz alterações na resposta metabólica que aumentam o catabolismo e depletam o organismo de nitrogênio, além de provocar profundas alterações no metabolismo glicídico e lipídico. Em decorrência dessas alterações levem rapidamente um organismo outrora saudável do ponto de vista nutricional, a estado de desnutrição aguda grave. Os efeitos da desnutrição aguda grave sobre a evolução dos pacientes hospitalizados são relatados como fatores coadjuvantes na mortalidade e morbidade. A instalação da desnutrição aguda propicia o aparecimento de infecções, distúrbios respiratórios e dificuldade de cicatrização. As principais causas de desnutrição em pacientes internados pós-traumas são: diminuição do apetite, digestão, novo ambiente, alimentação diferente, mudanças de hábitos e horários alimentares, medicamentos. A desnutrição afeta tanto o estado físico como o mental, levando o paciente Á apatia e à depressão. A resposta orgânica que se segue após o trauma grave, pelos seus componentes neuroendócrino, inflamatório e celular, caracteriza-se por uma série de alterações metabólicas que aumentam o catabolismo e depletam o organismo de nitrogênio, além de provocar profundas alterações no metabolismo glicídico e lipídico. A excreção urinária de nitrogênio pode aumentar entre quatro a cinco vezes os valores basais, podendo, em alguns pacientes, atingir cifras entre 15 a 40 g de nitrogênio ao dia. Se a esse hipercatabolismo associa-se uma infecção, a perda nitrogenada pode chegar a 20- 40 g ao dia. O trauma é o evento agudo que altera a homeostase do organismo, por desencadear reações neuroendócrinas e imunológicas que visam a manutenção da volemia, do débito cardíaco, da oxigenação tecidual e da oferta e utilização de substratos energéticos. Dentre esses parâmetros, o trauma representa grande causa de mortalidade no Brasil ocupando o 1° lugar nas primeiras décadas de vida. É responsável por percentual elevado de internações, operações e dias de internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e, por isso, está associado com o custo muito elevado para o país. O percentual agrava ainda mais o enorme problema socioeconômico representado pelo trauma. As prioridades imediatas após o trauma são: reanimação volêmica, oxigenação e a interrupção de hemorragia. Dessa forma, as condições nutricionais do trauma estão diretamente relacionadas à sua intensidade e para isso, muitos escores de avaliação existem, sendo altamente relevante no atendimento inicial: o Glasgow (para truma cranioencefálico), o ISS (injuryverity score), o RTS (revised trauma score), o PATI (penetrating abdominal trauma index), o AIS (abbreviated injury score), entre outros. É recomendado iniciar a terapia nutricional enteral (TNE) precoce nas primeiras 24 a 48 horas do internamento, em pacientes críticos, tem o intuito de fornecer quantidades adequadas de macronutrientes e micronutrientes que estejam de acordo com as necessidades do paciente, modulando a resposta inflamatória e o estresse oxidativo, evitando assim complicações, logo após a estabilização hemodinâmica que assegure tolerância da dieta, precedendo ás respostas hiper-merabólica e hiper-metabólica, que se instalam nas primeiras 72 horas após a lesão inicial. A ASPEN (American Society for Parenteral and Enteral Nutrition) e o CCPG (Canadian Clinical Practice Guidelines) recomendam que a nutrição enteral seja iniciada dentro de 24 a 48 horas após a admissão na UTI, tão logo o paciente encontre-se estável. A ESPEN (European Society for Parenteral and Enteral Nutrition) recomenda iniciar a nutrição enteral dentro de 24 horas, quando possível O uso da terapia nutricional enteral de forma precoce é capaz de reduzir a secreção adicional de hormônios catabólicos que já se encontram elevados nesta situação. Também é capaz de preservar algum grau do estado nutricional prévio, mantendo parcialmente o peso corporal e a massa muscular e redução da perda de massa magra, melhorar o sistema de imunização e cicatrização do paciente, além de estar associada à diminuição da proliferação bacteriana intestinal e, consequentemente, à diminuição da translocação bacteriana, causada por uma maior hipermeabilidade da membrana nos enterocidos. Desse modo, estudos tem mostrado que a terapia nutricional enteral precoce, tem gerado muitos benefícios em pacientes críticos, sendo uma ferramenta importante para ajudar no suporte nutricional e atenuar as alterações metabólicas. Sendo assim, a TNE precoce é superior a TNP. O controle glicêmico é importante e, portanto, no início a quantidade de calorias não deve passar de 25kcal/kg/dia. Em pacientes mais estáveis devem receber 30-35 kcal/kg/dia. Em oposição, a quantidade de proteínas deve ser alta, em torno de 1,2 a 2 g/kg/dia de peso corporal por dia é considerado o ideal para pacientes com trauma. Recomendações da Brain Trauma Foundation ditam que o aporte nutricional total deve ser atingido em até 7 dias após a lesão. A TN especializada, terapia nutricional parenteral (TNP) ou terapia nutricional enteral (TNE), está indicada precocemente nos casos de trauma moderado (ISS>16 e ≤ 20) e grave (ISS>20). Os pacientes geralmente necessitam de TNP ou TNE, ou de ambas, em associação. Em alguns casos, quando a via oral é permitida, essa deve ser preferencialmente suplementada com fórmulas enterais adequadas. A TN pode sem implementada com o uso de TNP, TNE ou pela associação de TNP e TNE. EM casos selecionados, a TN oral pode ser indicada. Dessa maneira, em relação à via nutricional para o paciente com trauma grave, a melhor conduta, no momento, com base na evidência, pode ser assim resumida: a). Pacientes com trauma fechado ou penetrante estiver hemodinamicamente estável. No queimado, também, a TNE é superior à TNP; b). Pacientes com trauma cranioencefálico – TCE devem ser preferencialmente nutridos com TNE; c). Pacientes impedidos de receber TNE ou que por volta do 3° ou 4° dia não tenham atingido 50% das necessidades calculadas devem receber TNP associada. REFERÊNCIAS: RABELO, Nícollas Nunes et al. Conduta nutricional no trauma para o clínico. Revissta Brasileira de Clinica Médica, v. 10, p. 116-21, 2012. BICUDO-SALOMÃO, Alberto; MOURA, Renata Rodrigues de; AGUILAR- NASCIMENTO, José Eduardo de. Terapia nutricional precoce no trauma: após o A, B, C, D, E, a importância do F (FEED). Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 40, n. 4, p. 342-346, 2013. CAMPOS, Brenno Belazi Nery de Souza; MACHADO, Fabio Santana. Terapia nutricional no traumatismo cranioencefálico grave. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 24, n. 1, p. 97-105, 2012. CORREIA, M. I. T. D.; TAVARES, G. M. Terapia Nutricional no Trauma.
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