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CIRURGIA TORÁCICA Mecânica da ventilação pulmonar: Na inspiração, o diâmetro AP do tórax aumenta e diafragma é rebaixado. Os pulmões se insuflam para acompanhar o movimento da caixa torácica (é fundamental a pressão negativa). Anatomia: • esterno • arcos costais • vértebras dorsais • diafragma • pleuras • feixe vásculo-nervoso (borda inferior do arco costal superior) * Toracocentese: introdução de agulha para a aspiração de líquido do tórax. Ela deve estar acoplada para evitar a entrada de ar no espaço pleural (pressão negativa). Na tuberculose, o derrame pleural impede a expansão pulmonar (faz-se toracocentese, mas não é drenado todo o líquido para evitar o deslocamento do coração para a zona drenada e descomprimida, pois isso pode resultar em parada cardíaca ou arritmia). A toracocentese é feita com o paciente sentado para que o líquido ocupe uma posição mais inferior (na parte posterior, o diafragma é mais baixo e aí se introduz o dreno). A radiografia dirige o local de introdução do dreno (com anestesia local). A localização melhor é na linha escapular – o espaço intercostal é variável (8˚ ou 9˚). Atentar para o feixe vasculo-nervoso. Não se deve retirar mais que 500 mL de líquido. Toracotomia: 1) Simples – anterior; ântero-lateral; axilar; póstero-lateral; póstero-lateral- anterior 2) Mediana – vertical (cirurgia cardíaca); arciforme (não se usa muito) 3) Bilateral – transversal (lesa muitos nervos e é de ruím cicatrização) e transversal alargada Pneumotórax pode ser aberto (continuidade com meio externo; ex.: facada) ou fechado (como nos casos de IAM). De um modo geral, os pneumotórax fecham espontaneamente ( o tratamento consiste apenas na drenagem torácica). EFEITO PÁSCOA: o pulmão colabado funciona como um reservatório de ar que rouba ar oxigenado do pulmão contralateral funcionante (isso agrava a situação do paciente). O dreno é introduzido inferiormente e ascende dentro do espaço pleural. Além disso, possui uma válvula unidirecional que não deixa o ar retornar. Na prática, o que mais se usa é soro fisiológico no fundo do recipiente de coleta. Durante a expiração, o ar desloca-se para o recipiente, que deve ser posicionado em níveis inferior ao pulmão. TORACOCENTESE Está indicado para fins de diagnóstico e alivio sintomático. Serve, outrossim, p/ introdução de medicamentos na cavidade serosa. OBS.: A toracocentese evacuadora leva o restabelecimento da pressão negativa da pleura. Deve-se, durante manobra, impedir a entrada de ar na serosa e consequente formação de pneumotórax. OBS.: A aspiração deve ser lenta p/ evitar tosse espasmódica e risco eventual de edema agudo de pulmão. - Posição: sentada, abaixo da escápula (8º/9º EIC) (após Rx) Obs.: Mais abaixo, perfura diafragma. - Anestesia: subcutânea + parte do músculo + perto da pleura - Localização: superior da costela inferior - Feixe vascular nervoso - Quantidade de líquido drenado: lentamente até 500 mL – torção cardíaca TORACOTOMIA É uma ampla abertura da cavidade torácica c/ fim de examinar as estruturas expostas cirurgicamente podendo ser colhido material p/ diagnostico laboratorial e de remover, sempre q possível, as partes lesadas ou corrigir os vícios anatômicos existentes. Estruturas visualizadas: ⚫ Parede torácica ⚫ Pleura ⚫ Pulmão, traquéia e brônquios ⚫ Pericárdio, coração e grandes vasos ⚫ Esôfago ⚫ Mediastino ⚫ Diafragma ⚫ Abdome superior OBS.: A via de acesso deve fazer-se mediante secção regular, plano por plano, das partes mole e progressão através dos interstícios anatômicos naturais. OBS.: Na síntese: pts separados, de fio inabsorvível nas partes moles extracostais e fio metálico nas suturas ósseas. Tipos: ⚫ Simples: Via de acesso confinado ao tórax ➢ Unilateral: via de acesso atinge só um hemitórax o Anterior: incisão traçada entre região paraesternal e a linha axilar média, no sentido plano costal. o Antero-lateral: Incisão traçada entre a região paraesternal e a linha axilar posterior/linha escapular, percorrendo em meia lua o sulco submamário. Expoe o arco da 4ª costela.Pode ser ampliado pela secção de 1 ou 2 cartilagens costais junto ao esterno. o Axilar: incisão longitudinal/ transversal no meio da axila. o postero-lateral: Incisão traçada da região paravertebral até as linhas axilar média/ anterior, em forma circum-escapular, na altura da 4ª costela. A entrada na cavidade pleural é feita ao nível da 5ª costela q está no centro do arcabouço do hemitórax. Com a ponta do bisturi abre-se a pleura e, com a tesoura, prolonga-se a incisão ao longo do leito periostico. OBS.: Na resecções pulmonares parciais, devem ser colocados 2 drenos: posterior(derrame hemático ; linha axilar posterior) e outro anterior (conteúdo gasoso; linha axilar anterior). Nas pneumonectomias, toracotomias exploratórias e intervenções não pulmonares, coloca-se apenas um dreno, na linha axilar post. 2 ou 3 dedos acima do diafragma. o postero-latero-anterior: Incisão entre as faces post., lateral e ant. de um hemitorax, em forma circum-escapular. ➢ Mediana: Atravessa longitudinalmente o esterno, fedendo-o. Pac. Em decúbito dorsal SEMPRE o Vertical: Maior eixo do esterno, podendo ser total, parcial superior (T invertido sobre manúbrio) e parcial inferior (T sobre o corpo).Via de eleição p/ maioria das cirurgias cardíacas. Com a abertura do pericárdio, há excelente exposição do ventrículo direito, artéria pulmonar, orifício aortico, aorta ascendente, átrio direito e veias cavas. o Arciforme: Incisão em sentido vertical, mas com curvatura excêntrica (evitar coincidência entre os planos de secção cutâneo e osseo). ➢ Bilateral: Traçado horizontal, ligeiramente ondulante (contornando as pregas mamarias). o Transversal: Expõem as 2 cavidades pleurais e o mediastino, estando o pac. Em decúbito dorsal. o Transversal alargada: Se alargada por toracotomia mediana pode obter-se ampla exposição do mediastino e de ambas as cavidades pleurais. ⚫ Combindada: via de acesso se estende ao pescoço ou abdome. ➢ Incisão tóraco-abdominal: Atenção à integridade do diafragma. Pode ser unilateral ou mediana. ➢ Incisão tóraco-cervical: Pode ser unilateral ou mediana. Dreno: ar e pus (empiema) OBS.: Toracotomias mais usadas: Toracotomia Antero-lateral; Toracotomia Postero-lateral; Toracotomia Mediana com Esternotomia vertical. LAPAROTOMIA PRINCÍPIOS DA CIRURGIA DA CAVIDADE ABDOMINAL Conceito - Procedimentos cirúrgicos realizados na área abdominal. Cavidade abdominal/abdominopélvica => cavidade de diâmetro anteroposterior >latero-lateral, de formato cilindroide. Limitado superiormente pelo diafragma, inferiormente pelo assoalho pélvico, posteriormente pela coluna e lateralmente por músculos. Limites - Diafragma (superior), linhas médias (não lesa nervos), Andares - Supra-mesocólico X Inframesocólico X Pélvico OBS.: Os andares inferior e superior são de difícil acesso. Parede Abdominal Aponeurose e músculos (reto abd, oblíquos interno, externo e transversal) Pele e subcutâneo Vasos e nervos (VIII – XI) => os nervos intercostais tem trajeto. Fáscia transversal Peritônio OBS.: A parede lateral é a mais forte que a anterior, e a posterior é mais forte que a lateral. Obs : Melhor local de se fazer uma laparotomia é na linha alba. A incisão mediana é fácil de abrir, mas difícil de manter fechada. PERITÔNIO : membrana serosa de 2 camadas: superficial e profunda. Superfície - 2 cm2 (no adulto médio) Permeabilidade - absorção, transudação, exsudação, o que permite a realização de diálise peritonial OBS.: lesões peritoniais são extremamente graves. Cavidade peritonial Compartimentos: o Subfrênicos o Goteiras parietocólicas o Espaço hepático/sub-hepático o Retrocavidade-gástrica o Fossas ilíacas o Fossaspararretais o Fundos de saco Exploração Objetivos - Anestesia - Posição do paciente – A cabeça do pac deve ficar acima do nível dos pés ou c/ a cabeça abaixo deste nível. Requisitos necessários - Incisão, afastamento, iluminação, conhecimento anatomopatológico. Inspeção - palpação - punção. Seqüência : 1) Estômago - cardio e piloro, linfonodos e epíplon, face anterior; 2) Duodeno - face anterior, 1ª e 2ª porções; 3) Fígado, vesícula biliar e colédoco; 4) Intestino delgado; 5) Ceco, apêndice e cólon; 6) Útero e anexos. Manobras de acesso a retrocavidade dos epíplons. - Kochel - descolamento do duodeno - pancreático - Catel - descolamento do intestino grosso (ceco e cólon ascendente) LAPAROTOMIA (Laparon + tomem) Fatores de escolha da incisão o Acesso fácil o Rapidez o Trabalho o Sangramento o Dimensões o Ampliação o Fisiologia o Obesidade o Estética (langer; kraissl) o Incisões prévias, padrão abdominal Incisões (tipos) : 1- Longitudinais 1.a - Medianas (supra e infra-umbilicais) 1.b - Paramedianas (pararretal interna, transrretal, pararretal externa) OBS.: 2 suturas, ao contrário da mediana que é só 1 sutura. 2- Transversais (supra e infra-umbilicais) 3- Oblíquas 3.a - Subcostal (kocher) 3.b - diagonal epigástrica 3.c - estrelada 3.d - lombo-abdominais 4- Toraco-laparotomia 5- Toraco-freno-laparotomia 6- Incisões Combinadas (Ex.: toraco-laparotomia) Escolha da incisão: - Acesso rápido - Menor sangramento - Dimensão - Ampliação - Fechamento (trabalho e resistência). - Fisiologia : nervos, músculos, tensão, respiração, dor, obesidade - Estética : Langer, Kraissl -utilizar incisões prévias, - padrão abdominal (Charpy) - ângulo das costelas estomas (paramedianas) - comunicação da pele com uma víscera oca. 1- Longitudinais - indicações : não sabe o que encontrar; trauma importante, laparotomia exploratória - sangramento mínimo; - músculo e nervos; - tempo : rápida; - ampliação : fácil; - não possui limitações; - muita tensão; - muita dor; - dificulta respiração; - difícil cicatrização; - péssima estética. Mediana - Extensão variável, do apêndice xifóide à sínfise púbica, passando pela cicatriz umbilical. É a incisão “universal” para qualquer cirurgia. Em relação aos músculos, cortes para fora não lesa vasos ou nervos, mas para dentro lesa. Obs : O umbigo não é um local limpo.Em crianças, é usada incisão transversa. Paramedianas - À esquerda ou direita da mediana, entre 1,5 a 2 cm. Se usa a paramediana paraumbilical em casos de emergências. A transrretal é feita sobre o músculo reto anterior ao abdome. 2- Transversais A transversa parcial (Pfannestiel) é a indicada para cirurgias obstétricas. Pouco sangramento; lesa músculos e nervos; maiores limitações, pouca dor. 3- Oblíquas Pouco sangramento; não afeta respiração, boa estética Difícil ampliação, 6- Combinadas Indicações : em casos de erros de cálculos. Demorada; sangramento; muito trauma para músculos, nervos e costelas; Muita dor; respiração dificultada; muita tensão. Escolha da incisão : Facilidade de visualizar órgão alvo, possibilidade de reconstituição da parede abdominal, permitir ampliação rápida, com pouco trauma. Obs : Linha mediana supraumbilical oferece maior tensão, com apoio inseguro, não cicatriza bem. Linha mediana infraumbilical oferece menos tensão, melhor cicatriz. A paramediana pararretal desvia-se da zona de tensão, oferece acesso rápido e pouco sangramento. Indicada para acessos supraumbilicais OBS.: Incisões especiais: - Incisão de Kocher (subcostal direita) (homenagem a Emil Theodor Kocher); própria para cirurgias no fígado, na vesícula biliar e na árvore biliar. - Incisão de Davis no quadrante infeior direito (ou de Davis-Rockey-Rockey para apendicectomia); - Incisão de McBurney, e também no quadrante inferior direito para apendicectomia, porém obliqua, é mais usada que a de Davis; - Incisão de Pfannestiel, um incisão transversal abaixo do umbigo e apenas 1 dedo acima da sínfise púbica, empregada mais freqüentemente para cesariana; - Lombotomia - consiste em uma incisão lombar que permite o acesso aos rins (que são órgãos retroperitoneais) sem entrar na cavidade peritoneal. É um acesso cirúrgico comum na cirurgia urológica. Fechamento No peritônio - há algumas complicações; Nos músculos - fechamento natural, sem outras intervenções; Aponeurose - fio separado. Fio inabsorvível OBS.: a mais fácil de fechar é a mediana Complicações : Aumentar a pressão intra abdominal, deiscência, tosse, íleo paralítico, obesidade, abcesso, hematoma, infecção. OBS.: Deiscência: Afastamento parcial ou total de um ou de todos os planos suturados, favorecendo fraqueza da parede ou hérnia incisional. Deiscência: Evisceração X Eventração/Hérnia incisional OBS.: Prevenção : Esvaziamento gástrico, intestinal e vesical; incisão precisa, diérese por planos, hemostasia precisa, reconstrução anatômica, evitar isquemias ou esgarçamentos e pontos mortos. Pintrabdominal; tosse; íleo paralítico tensão técnica Obesidade tecido fio nó Estado geral http://pt.wikipedia.org/wiki/Emil_Theodor_Kocher http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADgado http://pt.wikipedia.org/wiki/Ves%C3%ADcula_biliar http://pt.wikipedia.org/wiki/Rins http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=%C3%93rg%C3%A3os_retroperitoneais&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=%C3%93rg%C3%A3os_retroperitoneais&action=edit Hematoma infecção Deiscência COLECISTECTOMIA Indicações : Litíase vesicular é a mais importante. OBS.: Podem ser utilizadas a incisão de Kocher (subcostal direita), incisão subcostal transversa ou incisões longitudinais (paramediana ou mediana). Atualmente a via de acesso padrão ouro é a laparoscópica. Incisão : De acordo com a abertura do ângulo costal, condição da pele na área, e se existe cicatriz de operação anterior. A incisões podem ser paramediana (com cicatriz pouco estética) ou transversal (cicatriz mais discreta, mas pode seccionar dois nervos costais). O acesso deve ser fácil e cômodo. O procedimento pode ser anterógrado ou retrógrado. Técnica Anterógrada : 1- Após incisão, afastar fígado para cima e ângulo hepático do colo e duodeno para baixo. 2- Incisão no peritônio do pedículo por meio de tesoura romba, a nível cístico, até a face posterior do cístico, expondo o canal cístico. 3- Seccionar o canal cístico entre duas pinças. 4- Secionar artéria cística entre duas pinças. 5- Uma vez livre do hepatocolédoco e da artéria cística, a vesícula está pronta para ser retirada, a partir do cístico. Cuidado para não lesar parênquima hepático. 6- Peritonizar o leito vesicular, por chuleios, com pontos separados em V, em X ou qualquer outro tipo. Técnica retrógrada : Técnica alternativa quando não se consegue abordar o pedículo. 1- Depois de liberar aderências com o colo e o duodeno, fazer incisão no peritônio na união da vesícula com o fígado. Descolar a vesícula por via romba. 2- Tracionar vesícula para baixo, descolando até chegar ao colo. 3- Procurar a artéria cística, que será pinçada junto à vesícula, seccionada e ligada. 4- Isolar o canal cístico, que será pinçado e seccionado, retirando-se a vesícula. 5- Ligar o cístico e fazer peritonização do leito. CIRURGIA DE HÉRNIA INGUINAL Limites da região inguinal : linha da prega renal inferior, linha imagináriaque passa pela crista ilíaca. Planos na área : Pele, gordura (fáscia areolar, fáscia laminar), aponeurose, músculos (oblíquo interno, externo e transverso). http://pt.wikipedia.org/wiki/Padr%C3%A3o_ouro
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