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1 Hipertensão ® Pressão: é a força exercida pelo sangue nas paredes dos vasos em todas as direções. ® Hipertensão primária ou essencial: 95% dos casos; ® A HAS é a elevação da pressão arterial de forma sustentada. ® É uma doença multifatorial que vai estar frequentemente associada à alterações ou lesões de órgãos-alvo. ® Fatores que regulam a PA: à Débito cardíaco: volume de sangue ejetado pelos ventrículos; à Resistência vascular periférica: é a força que os vasos exercem contra o sangue; ® Fatores de risco: à Etnia: os negros possuem uma prevalência mais alta para HAS e mais difícil de tratar; • No continente africano, 37% são hipertensos; à Idade: a prevalência aumenta a medida que a idade também aumenta. à Sexo: mais prevalente em mulheres (depende da faixa etária); à Obesidade: IMC > 25/30; à Ingestão de sal; à Ingestão de álcool: consumo crônico e em altas quantidades favorece o aumento da PA. à Sedentarismo; à Estresse; à Fatores socioeconômicos; à Hereditariedade; à Tabagismo: não foi ligado diretamente à hipertensão, mas aumenta os riscos cardiovasculares e consequentemente da hipertensão; ® Muito associada à outras patologias, tanto como causa como consequência; ® 30% da população brasileira é hipertensa: à 5% tratam; à 10,5% sabem, mas não tratam; à 15% não sabem; ® HAS é assintomática. à Muitas vezes, a dor de cabeça que muitos pacientes relatam como sintoma de HAS pode ter sido justamente a causa do aumento da PA (estresse, ansiedade, etc). ® Aferição da PA: à Usar o manguito no tamanho adequado; à Paciente sentado, de bexiga vazia, com os pés apoiados, braço apoiado na mesa e com a palma da mão para cima à Em pacientes muito obesos, em que não há tamanho de manguito adequado, fazer aferição da artéria radial. à Esperar que o paciente de acalme por pelo menos 10 minutos em ambiente tranquilo. à Sem ter feito uso de cigarro ou álcool nos últimos 30 minutos. à Realizar o método palpatório e só depois o auscultatório. • O método palpatório é importante para não ser pego de surpresa pelo hiato auscultatório (intervalo em que não se escuta os batimentos, sons de Korotkoff) em idosos principalmente. • Manobra de Osler: palpar o caminho da artéria radial para identificar arteriosclerose. à Na primeira consulta aferir pelo menos 2 vezes e de preferência nos dois MMSS. à Sinal de Hill: nos MMII a PAS está >20mmHg acima da PA nos MMSS, pensar em insuficiência aórtica. à PAS em MMII < que em MMSS, pensar em coarctação da aorta ou DAOP. à Hipotensão postural: idosos e diabéticos, medir 3 min após se levantar, mais de 20mmHg de queda na PAS; à Atentar para pseudohipertensão nos idosos (realizar manobra de Osler); à Não arredondar valores; à Repetir a aferição após 2 minutos; à Critérios diagnósticos da HAS: 2 à MRPA: monitorização residencial da PA; à MAPA: monitorização ambulatorial da PA; à Indicações para MAPA e MRPA: • Suspeita de HAS do jaleco branco; • Suspeita de HAS mascarada; • Grande variação da PA no consultório (mesma consulta ou duas diferentes); • Hipotensão postural, pós-prandial ou por fármacos; • Avaliar a PA durante o sono; • Avaliar HAS resistente; ® Hipertensão do jaleco branco: à Pacientes nervosos na frente do médico ou profissional (mesmo que inconscientemente); à Acima de 140x90mmHg; à Prescrever, por exemplo, um MAPA para confirmar o diagnóstico; à 70% das pessoas podem desenvolver HAS ao longo dos 10 anos seguintes; à Efeito do jaleco branco: diferente, configura um leve aumento da PA, mas sem ser classificada como possível hipertensão; • EX.: PA normal = 110x75mmHg e a PA no consultório = 120x80mmHg; ® Hipertensão mascarada: à Difícil de ser encontrada; à Pessoas que normalmente apresentam uma PA mais elevada, mas no consultório sente segurança e a PA baixa (mas não baixa muito, fica em torno de 140x90mmHg); à Pode apresentar alguma lesão de órgão- alvo; ® Pseudohipertensão: à Casos de arterosclerose, a PA aferida é maior do que ela realmente é; à Manobra de Osler; à Geralmente em idosos; à Pode ser um paciente que teve uma consulta médica, iniciou tratamento para hipertensão e começou a apresentar sintomas de hipotensão; - HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA- ® 5% dos casos; ® Lesões de órgão-alvo: à SNC: • AVC; • Microaneurismas de Charcot-Bouchart (= AVEh); • Demência; • Retinopatia; à Coração: • Hipertrofia do VE; • Angina; • IC; • IAM; à Rins: • Microalbuminúria; • Proteinúria; • Insuficiência renal crônica; à Lesões periféricas: • Claudicação (comprometimento da capacidade de caminhar); • Aneurisma; • Isquemia de MMII; ® Indícios de HAS secundária: à HAS que se manifesta muito cedo ou muito tarde; à Inicio súbito; à HAS grave ou resistente; à Uso de fármacos; à Fácies ou biótipo característicos de alguma doença específica; à Massas ou sopros abdominais; à Assimetria de pulsos; à Aumento da creatinina; à Hipocalemia; à Proteinúria; à Hematúria; ® Principais causas: à Doença parenquimatosa renal (principal): pode se manifestar por nefropatia diabética ou glomerulonefrite crônica; à Hipertensão renovascular: que pode ser causada por aterosclerose (nas artérias renais) ou doença fibroplásica; à Causas adrenais: hiperaldosteronismo primário (ex.: tumor produtor de aldosterona), síndrome de Cushing (cortisol), feocromocitoma/FEO (catecolaminas, tríade: hipertensão relacionada à sudorese, palpitação e cefaleia); 3 à Coarctação de aorta (menos comum): estenose depois do arco aórtico que vai diminuir a quantidade de sangue que vai para a parte inferior do corpo; à Uso de contraceptivos orais (menos comum): principalmente em mulheres com alguma alteração hematológica; à Síndrome da apneia obstrutiva do sono / SHAOS (menos comum): muito relacionada com HAS resistente; ® Bisu p/ as causas: 2 2 2. à 2 na cabeça: • Desbalanço do eixo hipotálamo-hipófise (como a síndrome de Cushing ou a desregulação dos hormônios de crescimento); à 2 na tireoide: • Hipotireoidismo e hipertireoidismo; • Hiperparatireoidismo; à 2 no abdome : • Rim: doença renal parenquimatosa e hipertensão renovascular; • Causas adrenais; ® Suspeita x exames: à Doença parenquimatosa renal: solicitar um USG renal (avaliar tamanho e parênquima), CICr (clearence de creatinina) e PTN (proteínas, p/ avaliar a taxa de filtração glomerular) 24h; à Estenose de artéria renal: USG doppler, angioRNM e arteriografia; à Hiperaldosteronismo: níveis de aldosterona, renina e a relação da aldosterona com a renina plasmática, além de TC abdominal; à SHAOS: polissonografia (avaliar a qualidade do sono); à FEO: catecolaminas, TC de abdome ou cintilografia com MIB (capta as células cromafins); à Coarctação de aorta: ECO doppler e TC de aorta; Tratamento: ® Prevenir a evolução da doença e a chance de lesão de órgão-alvo. ® Pacientes de alto risco: à Hipertensão estágio 3; à HAS estágio 2 + 1 fator de risco; à HAS estágio ! + 3 fatores de risco; à Paciente já com histórico de lesão de órgão-alvo, doença cardiovascular estabelecida ou diabetes mellitus; ® A primeira medida a ser tomada é a mudança de estilo de vida; ® Exemplos de lesão de órgão-alvo: à Hipertrofia ventricular esquerda; à Doença renal crônica; à Albuminúria entre 30-300mg/24h; ® Doença cardiovascular estabelecida: pacientes que já apresentaram doença cerebrovascular ou coronariana; à Doença cerebrovascular: AVC, acidente isquêmico transitório, hemorragia cerebral, etc. à Doença coronariana (DAC): infarto, angina, revascularização, doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), retinopatia, etc. ® Fatores a serem considerados para classificação do risco: à Sexo masculino; à Idade (Homens > 55 anos/Mulheres > 65 anos); à Histórico familiar 1º grau (jovem, abaixodas idades do item acima); à Tabagismo; à Dislipidemia; à Resistência insulínica; à Obesidade; ® Importante identificar quem é alto risco; ® Metas de tratamento: à Alto risco: PA < 130x80; à Não é alto risco: PA < 140x90; à Pacientes hipertensos estágio 3: basta ficar < 140x90; à Idosos: < 140x90; à Paciente com mais de 80 anos: <150 (PAS); à Pacientes com DAC, cuidado com a PAD muito baixa, não deixar <60mmHg. ® Tratamento: mudança de estilo de vida + fármacos; 4 ® Pacientes < 50 anos: cuidado com PAD alta; ® Mudança do estilo de vida: à Controlar o peso; à Dieta saudável e sustentável; à Diminuir sódio; à Realizar atividade física; à Para tabagistas: para de fumar; à Existem diversos tipos de dieta, aplicar a que seja mais sustentável para o paciente. à Dieta Dash: maior grau de recomendação, ingestão de 8-10 porções de frutas e vegetais por dia, pouca gordura, comer castanhas, etc. à Café em doses leves e moderadas melhoram a PA. ® Tratamento p/ alto risco: à Mudança do estilo de vida; à Terapia combinada em baixa dose (evitar altas doses porque aumenta a chance de efeitos adversos); ® Tratamento p/ não alto risco: à Mudança de estilo de vida, reavaliar com 3-6 meses; à Se a PA continuar alta, iniciar monoterapia; ® Fármacos: à Diuréticos: • Inicia sua ação com o aumento da diurese nas primeiras 4 semanas, depois age também diminuindo a resistência vascular periférica (RVP – causando vasodilatação); • Hidroclorotiazida (tiazídico), indapamida e clortalidona (tiazídicos like); • Os tiazídicos like possuem meia-vida maior e melhor eficiência (clortalidona é o mais potente, a indapamida tem menos efeito metabólico -glicose, colesterol). • A hidroclorotiazida é oferecida pelo SUS. • Efeitos adversos: hipovolemia, hiponatremia, hipocalemia, hipomagnesemia, hiperglicemia, hipercolesterolemia, hiperuricemia e hipercalcemia. • Impotência (clortalidona principalmente); • Os efeitos adversos estão relacionados à dose; • Creatinina < 30, taxa de filtração glomerular < 30: diuréticos tiazídicos sem efeito, priorizar os diuréticos de alça (furosemida). • Diuréticos de alça (furosemida): utilizar apenas em pacientes congestos. • Para hipertensão persistente a melhor escolha é o diurético poupador de potássio (espironolactona). à Simpatolíticos (agentes de ação central): • Metildopa e clonidina; • Inibem o tônus simpático; • Uso da clonidina: síndrome das pernas inquietas, retirada de opioides, flushes da menopausa, diarreia associada a neuropatia diabética e hiperatividade simpática em pacientes com cirrose alcóolica. • Clonidina pode apresentar efeito rebote com a descontinuação; • Metildopa: reações autoimunes como anemia hemolítica, febre, galactorreia e disfunção hepática; • Ambos tem como efeitos adversos: sonolência, boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção erétil; • Boa utilização em casos de urgências, porque vai causar relaxamento (sonolência, sedação); à Alfabloqueadores: • Não é de primeira linha; • Melhora na sintomatologia da hiperplasia prostática benigna (HPB) e é muito utilizado por urologistas; • Primeira linha para pacientes com HPB; • Doxazosina, prazosina e terazosina. à Vasodilatadores diretos: • Hidralazina e minoxidil; • Minoxidil: conhecido pelo efeito colateral (hirsurtismo ou hipertricose), diminui a resistência vascular; • Efeitos adversos: taquicardia reflexa, flushing, reação lúpus-like (apenas hidralazina), náusea, vômito, etc. • Hidralazina é primeira linha apenas para hipertensão gestacional mais grave (em casos leves utilizar metildopa); 5 à Bloqueadores dos canais de cálcio: • Primeira linha (juntamente com diurético tiazídico, IECA e BRA); • Reduzem a RVP; • Di-idropiridinicos: amlodipina (mais utilizado); • Amlodipina é geralmente associado à IECA ou BRA. • Não di-idropiridinicos: verapamil e diltiazem (geralmente não são utilizados para HAS); • Os não di-idropiridinicos podem agravar IC (são contraindicados nesses casos), e o verapamil apenas pode causar constipação intestinal; • Efeitos adversos (amlodipina): edema maleolar (alteração da permeabilidade capilar, por isso, não melhora com diuréticos); à Inibidores da ECA (pril): • Captopril, enalapril, etc. • Inibe a ECA e consequentemente a produção de angiotensina I e II, agindo assim como vasodilatador; • Inibem também a liberação de aldosterona, aumentando a excreção de Na e água e reabsorção de potássio (pode causar hipercalemia); • Reduz mortalidade pós-infarto, na IC com fração de ejeção reduzida, efeito protetor em nefropatias (principalmente em pacientes já com proteinúria); • Efeitos colaterais: tosse seca, hipercalemia, edema angioneurótico, redução da função renal; • Contraindicações: estenose de artéria renal bilateral, hipercalemia, histórico de angioedema (fácies, língua, não apresenta prurido). à Bloqueadores dos receptores de angiotensina (ana): • Losartana, candesartana, valsartana. • Utilizado em casos de intolerância ao IECA; • Atua de forma mais específica no receptor AT1; • Excreção de ácido úrico; • Mesmos efeitos colaterais do IECA; • Mesmas contraindicações do IECA; à Inibidor direto da renina: • Alisquireno; • Não utilizado pois não demonstrou redução da mortalidade; à Betabloqueadores (lol): • Não reduz muito a PA em monoterapia; • Pós-infarto e ICC (c/ fração de ejeção reduzida); • Atenolol, metaprolol, carvedilol, bisoprolol, labetolol, etc. • Bloqueia o receptor Beta e impede a adrenalina de agir sobre ele. • No coração: diminui FC e diminui contratilidade; • Nas artérias: pode diminuir a vasodilatação; • Nos brônquios: pode causar broncoconstrição; • Dar preferências à betabloqueadores que bloqueiem tanto o receptor beta como o alfa (carvedilol e nebivolol) pois tem efeito vasodilatador. • O carvedilol é vasodilatador por bloquear o receptor alfa (nas artérias), já o nebivolol pela liberação de ácido úrico. • Propranolol: penetra na barreira hematoencefálica, útil em cefaleia de origem vascular e hipertensão portal; • Efeitos adversos: bradicardia, broncoespasmo, broncoconstrição (contraindicado p/ pacientes com asma ou DPOC grave). ® Como escolher o medicamento: à Ter mostrado capacidade de reduzir a morbimortalidade cardiovascular; à Via oral; à Bem tolerado; à Menor número de doses por dia; à Ser iniciado com as menores doses efetivas; à Poder ser associado; à Utilizar pelo menos por 4 semanas antes de modificar; ® Resuminho: à Individualizar o tratamento; 6 à Pré-hipertensos: iniciar medicamento dependendo dos fatores de risco e se tem DCV estabelecida; à Hipertensos estágio I ou de baixo a moderado risco: mudança de estilo de vida (monoterapia depois de 3-6 meses se não resolver); à Hipertensos estágio I de alto risco ou DCV estabelecida: MEV + terapia farmacológica (duplo terapia); à Hipertensos estágio II e III: duplo terapia; à 60-79 anos: iniciar medicamento se PAS > 140mmHg; à > ou igual 80 anos: iniciar se PAS > 160mmHg; ® Associações: à IECA + BCC: melhor associação; à IECA + diurético: muito boa (utilizar em pacientes obesos); à BB + diuréticos: cuidado (porque ambos aumentam a glicose); à IECA + BRA: contraindicado (ambos aumentam potássio); ® Se não alcançar a meta com 2 medicamentos: à Aumentar a dose (em casos sem efeitos colaterais e com resultado parcial); à Terceiro fármaco (dose máxima de ambos os medicamentos); à Espironolactona como quarto fármaco (HAS resistente); ® Revisando o uso dos medicamentos: à IECA: IC com fração de ejeção reduzida, pós-infarto, proteinúria, etc. à Pacientes jovem e branco (muita renina): IECA ou BB; à BRA: indicação de IECA, mas não usou pela tosse seca; à BCC ou diuréticos tiazídicos: negros e/ou idosos (reninabaixa); à Diuréticos: obesos e evita nas contraindicações; à BB: diminui mortalidade no pós-infarto e IC com fração de ejeção reduzida, arritmia, fibrilação atrial, enxaqueca, etc. Crises Hipertensivas: ® Pseudocrise: alteração dos níveis de pressão em pessoas hipertensas ou não que estão passando por algum problema (ex.: dor de cabeça, alguma outra doença, falta de ar, etc). ® Urgência: níveis elevados de pressão associados à risco de lesão de órgão-alvo; ® Emergência: níveis elevados de pressão associados à lesão de órgão-alvo (já ocorreu). ® Segundo a diretriz, na urgência e emergência a PAD > 120 mmHg; ® Lembrar: PAM = PAS + 2xPAD/3; à PAM: Pressão Arterial Média; ® Curva da PA no SNC: à O controle inadequado de pseudocrises pode causar isquemia pela queda brusca da PA (que baixaria normalmente); ® Emergência hipertensiva: 25% dos casos de crise hipertensiva, AVEi e edema agudo de pulmão (EAP); ® Fisiopatologia: do volume intravascular, RVP ou ¯ da produção de vasodilatadores endógenos; à Comprometendo a capacidade autorregulatória (cerebral e renal); ® Isquemia local ® vasoconstrição ® proliferação miointimal ® isquemia de órgão-alvo; - EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS - ® Principais emergências: encefalopatia hipertensiva, dissecção aórtica, AVE, infarto, hipertensão acelerada maligna e nefroesclerose hipertensiva maligna; 7 ® Investigação: à Qual a PA usual? • Ex1.: últimos 6 meses elevada; à Situações que desencadearam, que levaram o paciente ao atendimento? • Ex1.: ansiosa, dor, transtorno psicossomático pela perda do marido; à Adesão aos medicamentos? • Ex1.: não vinha usando as medicações nos últimos 4 dias; à Ex1.: provavelmente, apenas a utilização de medicamentos para ela se acalmar e o retorno dos medicamentos de HAS de forma gradativa, vão resolver o problema; à Já no caso de suspeita de uma emergência (mal estar inespecífico, continuar tomando seus medicamentos, PA muito alta), procurar tratar uma possível causa base, e se em 20/30min não baixar caracteriza uma emergência hipertensiva. Nesse caso, fazer uso de medicação oral e conversar com a paciente para identificar risco de algum outro fator importante ou necessidade de uso de medicação de uso ambulatorial (que precise internar); ® Verificação de lesão de órgão-alvo: à Cardiovascular: dor, dispneia, fadiga e tosse; à Alteração do exame físico (FC, ritmo, pulso, galope, sopros, etc). à Exames: ECG, monitorização eletrocardiográfica, saturação, ECO, Raio- x, laboratório, angiotomografia e RNM; à Suspeita de lesão do SN: • Sintomas: tontura, cefaleia (“pior dor de cabeça que tive na vida”, “não passa com analgésico comum”), alteração na visão, audição ou fala, nível de consciência, agitação, rigidez nucal, etc. • Exames: tomografia, RNM e punção lombar; à Suspeita de lesão do sistema renal: • Sintomas: alteração no volume ou frequência da urina, no aspecto, hematúria, edema, desidratação, massas e sopros abdominais; • Exames: urina I, creatininemia, ureia sérica, Na+, K+, Cl- e gasometria; à Fundoscopia: buscar por alteração vascular no fundo de olho; • Papiledema, hemorragias, exsudatos, espasmos vasculares, alterações nos vasos etc. ® Tratamento geral: à Urgência hipertensiva: • Período de observação em ambiente calmo; • Captopril (IECA), clonidina (alfa dilatador) e BB: medicações orais que vai reduzir a PA gradualmente em 24 a 48h; à Emergência hipertensiva: • Redução rápida da PA (15-20% na primeira hora, com a redução gradativa nas horas seguintes); • Paciente manejado preferencialmente em uma área vermelha ou semiintensiva, sendo monitorado por uma pressão arterial invasiva; • Medicação endovenosa; • ¯ PA até 25% na 1ª hora; • ¯ PA para 160/100 mmHg em 2-6h; • Manter a PA 135/85 mmHg de 24-48h; • Vai utilizar furosemida apenas se o paciente chegar com edema agudo de pulmão, por exemplo. à AVEh: • Hemorrágico; • PAS entre 150 e 220 mmHg, deve cair para 140 mmHg (redução aguda); • Evitar herniação; • 1h infusão EV e monitorar a PA a cada 5 min (c/ pressão arterial invasiva). • PAS > 220 mmHg, redução mais agressiva e contínua, monitorando frequentemente. à AVEi: • Isquêmico; • Se diminuir muito a PA, vai piorar a perfusão, por isso não pode reduzir muito rapidamente. • Indicação de trombolítico: PA > 185/110 mmHg, reduzir p/ < 185/105mmHg por (no mínimo) 24h após o trombolítico; 8 • Se não houver indicação trombolítica: só reduzir de a PA > 220/120 mmHg, não reduzir mais do que 15-20%. PA alvo: PAD = 100-110 mmHg (nas primeiras 24h); • Se a PA for menor que esses valores, não instituir tratamento; à Síndrome Coronariana Aguda (SCA): • PA por um reflexo miocárdico isquêmico; • Nitroglicerina EV (vasodilatador); • Não utiliza nitroprussiato de sódio (roubo de fluxo coronariano: o sangue que iria apenas para a artéria obstruída acaba sendo redirecionado para as outras que também foram dilatadas), ambos são vasodilatadores; • Não diminuir a pressão se ela estiver no limite; • Não deixar de utilizar os medicamentos que reduzem a mortalidade (nitrato, BB); • Contraindicação da nitroglicerina: uso recente de inibidores da fosfodiesterase (Viagra), 24-48h; • BB EV (quase nunca): pode causar um choque cardiogênico; à Edema Agudo de Pulmão (EAP): • Furosemida EV associada à vasodilatadores; à Dissecção aguda de aorta: • Dor lancinante e PA; • Alvo: PAS = 120mmHg em até 20 min; • Controle da PA e da FC; • NPS (nitroprussiato de sódio) + BB; à Encefalopatia hipertensiva: • Pressões intracranianas e exame de fundoscopia; • Papiledema; • Sintomas: cefaleia (manhã, após o sono), cegueira cortical, delírio, ¯ nível de consciência, HIC (náuseas e vômitos); • Síndrome da Leucoencefalopatia Posterior Reversível (PRESS): Babinski positivo; • Na encefalopatia a apresentação é insidiosa e já no AVE é súbita; • Controle da PA; • ¯ PA < ou igual 25% na 1ª hora; • ¯ PA 160/100-110 mmHg em 2-6h; • PA = 135/85 mmHg em 24-48h; à Lesão renal aguda rapidamente progressiva: • Perda da função renal de forma súbita 24-48h; • Altas taxas de mortalidade, principalmente se não for possível a realização de hemodiálise de urgência; • Scores: RIFLE e AKIN; • Tratamento: hidralazina, DIU de alça (principalmente em pacientes congestos) e BB; • Se não obtiver resultado: NPS até hemodiálise; à Hipertensão acelerada maligna ou nefroesclerose hipertensiva maligna: • PA > 220x120; • Lesões vasculares progressivas; • Negros; • Hipertensos crônicos que abandonam o tratamento; • Fundoscopia: grau III (acelerada) e IV (maligna); • Arteriosclerose hiperplásica + necrose fibrinóide (lesão em casca de cebola); • Sintomas: cefaleia, náusea e vômito, azotemia, proteinúria, hematúria, anemia hemolítica microangiopática, etc. à Classificação de Keith-Wagener-Barker (fundo de olho): • Grau I: estreitamento arteriolar; • Grau II: cruzamentos arteriovenosos patológicos; • Grau III: hemorragias e exsudatos; • Grau IV: Papiledema; ® Nitroprussiato de Sódio: à Vasodilatador balanceado (arterial e venoso); à Roubo de fluxo coronariano; à Em altas doses e por longo tempo ele pode ser metabolizado no cianeto e convertido hepaticamente em tiocianato; à Cianeto: • Péssimo para hepatopatas; • Causa: acidose metabólica, arreflexia, midríase, convulsão; • Hálito com odor de amêndoas amargas; 9 • Pele rosada; • Tratar com nitrito de Na 3% (transforma o cianeto em tiocianato); à Tiocianato: • > 4 dias de infusão em doses elevadas; • Eliminação renal; • Sintomas: agitação, confusão, vômitos, fadiga e coma;
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