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UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Controle da respiração • O controle da respiração se refere aos mecanismos os quais vai envolver a frequência e a intensidade dos ciclos respiratórios. • Todo estímulo para respiração ocorre por ativação dos nervos espinhais frênicos no diafragma e os nervos intercostais. • Os músculos respiratórios são altamente inervados, levando a informação para o centro de controle respiratório no tronco encefálico. • A respiração pode ser controlada de forma voluntária (modulação). • Contudo, não podemos interromper a respiração. • A frequência respiratória responde aos dois processos, é voluntária até um certo ponto. Depois ela vai sofrer automaticidade do processo do controle respiratório. • No momento em que os níveis de PCO2 estão elevados e os de PO2 muito baixos, deixa de ser um controle voluntário, é assumida a parte automática. Estruturas envolvidas • Os neurônios dessas estruturas vão controlar os devidos músculos e recebendo essas informações dos quimiorreceptores. Esses quimio estão monitorando o tempo inteiro essas variações de O2 e enviando as informações para o tronco encefálico. • No bulbo haverá neurônios estimulando ou diminuindo a estimulação dos músculos respiratórios. • Na região da ponte, outros neurônios vão integrar as informações, regendo todas as info aferentes (níveis de saturação do sangue, como os mm estão). • A rede de neurônios que disparam espontaneamente que vai dar o ritmo e manter o automatismo. Quando a ventilação diminui, essas redes são ativadas para respirar automaticamente. Redes neurais no controle da respiração pelo tronco encefálico Núcleos bulbares dorsais • São núcleos do trato solitário. • Recebem informações provenientes dos pulmões, laringe, faringe... • Os quimiorreceptores estão ligados aos nervos vago e glossofaríngeo. Dependendo da região onde eles se encontram, a inervação vai ser pelo vago ou glossofaríngeo. Fisiologia respiratória: controle respiratório UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia • Há projeções vindas da medula que coordenam os músculos inspiratórios por projeções diretas e indiretas. Ou seja, os núcleos bulbares recebem a info da medula. Núcleos bulbares ventrais • Representam o núcleo ambíguo e o núcleo retroambigual. • Recebem informação do trato solitário e de outras regiões. • Estão envolvidos com a inspiração e com a expiração. A inspiração é um processo ativo, mas também tem parte ativa da expiração. O recrutamento desses neurônios para mandar a informação e fazer a expiração. • Existe um grupo de neurônios que é chamado de complexo pré-Botzinger, que vai dar o ritmo. São neurônios da região do bulbo parecidos com as células marcapasso do coração. Eles disparam o tempo todo e controlando o ritmo respiratório. Centro peneumotáxico • Existe a integração. • Lá na ponte está o centro pneumotáxico, que vai reger os diferentes núcleos do bulbo. • Responsáveis pelos sinais tônicos que ajudam a coordenar o ritmo respiratório. • Então, esse centro vai orquestrar como os grupos no bulbo vão ser mais ativados ou menos ativados, dependendo da circuitaria. • Eles vão dar o sinal respiratório. Sinal respiratório em rampa • Formado pelos grupos de neurônios bulbares. • É dito que esses neurônios começam a se ativar aos poucos. Então, o impulso nervoso é transmitido para os músculos da inspiração. • OS neurônios começam a se ativar, formando um sinal que lembra uma rampa. Conforme maiores grupamentos vão se ativando, vai envolvendo maior número de músculos inspiratórios, grandes grupamentos musculares. É o processo de inspiração. • No momento em que esses neurônios interrompem seus sinais, ocorre uma diminuição abrupta e os músculos inspiratórios entendem que devem parar de contrair. O resultado é o relaxamento do s músculos respiratórios, que é o que se entende como expiração passiva. • Então, o processo de inspiração vai ocorrendo por ativação de neurônios, que vai formando o sinal em rampa. Quando eles são completamente interrompidos, a inspiração termina. • Leva em média 2s. • O recrutamento dos músculos respiratórios responde a essa ativação. Quimiorreceptores • Toda a circuitaria vai ocorrer mediante os quimiorreceptores, centrais e periféricos. • São células que respondem a alterações na composição química do sangue. • Respondem a variações da PCO2, do pH e do O2. UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia • Os quimiorreceptores estão inseridos na aorta, chamados de corpúsculos aórticos e na carótida. Recebem suprimento sanguíneo e monitoram a variação da PCO2, do pH e do O2. • Já os quimiorreceptores centrais estão na região ventral do bulbo e vão responder a apenas variações de CO2 e do pH. Quimiorreceptores periféricos • Chamados de células glomais ou corpúsculo carotídeo. • Enviam informação sensorial via nervo 9 e 10. • PO2 baixa. Essas células detectam a variação. Nesse momento, canais de potássio se fecham e a célula despolariza, abre canal de cálcio dependente de voltagem. O cálcio vai entrar e agilizar a liberação de NTS. • No terminal do nervo vago, o NTS fará sinapse, para levar a informação aos núcleos bulbares de que a PO2 diminuiu. • Quando a informação chega, vai gerar hiperventilação, para aumentar a concentração de O2 no sangue, pelo aumento da troca gasosa. A hiperventilação é feita pelos músculos inspiratórios ativados (diafragma, intercostais etc.). Caso a PCO2 estiver baixa, haverá a hipoventilação. Os músculos vão ser sinalizados para que não contraiam tantas vezes. Nesse caso os quimiorreceptores centrais também atuam. • A resposta máxima vai diminuindo conforme a PO2 aumenta. Se há baixa PO2, há maior resposta das células. Assim que a PO2 vai aumentando, essas células vão disparando menos, porque já regularizou. Quimiorreceptores centrais • Com a PCO2 elevada, interfere na produção de H+, aumentando sua concentração. Com isso, o pH diminui, caracterizando um estado de acidose. • O pH varia de 7,38 a 7,42. Abaixo disso já é acidose. UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia • Se há uma acidose de origem respiratória, o corpo vai trabalhar fazendo a compensação ventilatória, para diminuir a quantidade de H+. • Se há uma acidose de origem metabólica, ingestão de alimentos ácidos, pode ser convertido em CO2 e desencadear as mesmas respostas. Ambos quimiorreceptores atuando • Detectam variações da PCO2, está elevada. • Vai ativar a nível central pela conversão de CO2 em H+, ativando os quimiorreceptores centrais, os quais vão aumentar a ventilação. • A nível periférico também há o mesmo desencadeamento, ativando o centro respiratório para aumentar a ventilação, tentando diminuir o excesso de H+. Receptores de estiramento • Localizados em outras regiões. • Vão trabalhar para prevenir a distensão excessiva das vias aéreas. • Impedem uma insuflação exagerada por parte dos pulmões. • Enviam informação através do nervo vago, para interromper o sinal em rampa. • Caso houver uma insuflação exagerada, esses receptores são ativados, que vão enviar a informação para os núcleos bulbares, diminuindo o sinal. Nesse momento acaba a inspiração e inicia a expiração. Reflexo de insuflação Breuer-Hering • Caso os alvéolos distenderem muito, esse reflexo entra em ação, interrompendo o sinal de rampa. • Previne a superdistensão e danos no tecido. Receptores de irritação • No nariz, laringe, faringe, traqueia. • Detectam corpos estranhos e ativam o reflexo de espirro, tosse. Equilíbrio ácido-base • Equilíbrio do pH sanguíneo,que trabalha numa faixa muito estreita. • Há situações nas quais o pH pode ser alterado (pelo metabolismo ou dieta). • O sistema respiratório vai tentar trazer o reequilíbrio. • Há três fatores: o sistema tampão, que já detecta inicialmente as variações de H+, o sistema respiratório tentando eliminar o excesso de CO2, e se não der certo, entra o sistema renal para excretar o excesso de H+ ou de íon bicarbonato. • Mudanças no pH podem desnaturar as células. • São situações que o organismo tenta resolver o quanto antes, porque traz prejuízo grande. • A CO2 pode ser convertida em H+. Logo, se aumento CO2 aumenta H+ e vice-versa. • Essa equação pode ser deslocada de um lado para o outro. UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia • Distúrbios que podem acontecer a acidose ou alcalose, de diversas origens, vão alterar as concentrações de PCO2 ou outros fatores. • A alcalose não é tão grave quanto a acidose, então o organismo vai tentar corrigir a acidose com muito mais eficiência do que a alcalose. • No caso de alguma dessas situações, ocorre a alteração, captada pelos quimiorreceptores, que vão percebê-la e promover uma resposta para chegar ao equilíbrio (seja hipoventilação, hiperventilação, pela ativação dos músculos respiratórios). O pH sanguíneo ideal é o 7,4. Se deslocar, há acidose ou alcalose. Diagrama do equilíbrio • Esse diagrama mostra em que situação se encontrará o desequilíbrio, caso sejam alterados os valores de PCO2 e pH. • Se aumenta a quantidade de CO2, aumenta a quantidade de H+. • Se há alta concentração de íons de bicarbonato, entra em estado de alcalose, porque o pH aumenta. Distúrbios do equilíbrio ácido-base • Podem ter origem metabólica ou respiratória, ou pode ser mista. • Como compensação, os pulmões, fazendo ciclos respiratórios mais rapidamente ou não, dependendo da situação. • Os rins, ativam as células renais para aumentar a secreção de H+, diminuir a reabsorção de bicarbonato ou produção. Acidose respiratória • Altera-se o percentual normal da PCO2. • Precisa-se excretar mais H+. O sistema renal entra aumentando a secreção de H+. Essa urina vai ser mais ácida. • Aumenta a excreção renal de outros íons que vão servir como solução-tampão. • Os íons de amônia se acoplam aos íons de H+, tamponando o ácido. Os íons de fosfato aumentam a retenção dos íons de bicarbonato. • A compensação renal vai tentar eliminar esse excesso. • Se diminui a quantidade de H+, a PCO2 volta para os valores normais. • A compensação renal e a respiratória podem ocorrer ao mesmo tempo. Origem • Esses casos podem ter uma origem que leva à hipoventilação alveolar. Desigualdade da UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia relação ventilação-perfusão, retenção de CO2. Ou seja, pode ocorrer onstrução de vias aéreas, fazendo com que o sistema respiratório retenha mais CO2 do que deveria, gerando a acidose. • Na asma, há dificuldade para movimentar ar, gerando desequilíbrio da concentração dos gases. Alcalose respiratória • PCO2 diminuída, vai fazer com que o sistema entre em estado de alcalose. • O organismo deve reabsorver íons H+ e os íons de bicarbonato vão ser excretados. Produz uma urina mais básica. • O sistema respiratório faz hipoventilação. Diminui a frequência respiratória para tentar aumentar a PCO2. • Menos comum, ocorre como resultado de uma hiperventilação. • Quando a ventilação alveolar aumenta, mas não há gasto metabólico. • Condição associada a ventilação mecânica. Acidose metabólica • Vai aumentar os níveis de H+, em decorrência do metabolismo estar acelerado. • Acúmulo de cetoácidos, degradação excessiva. • Diabetes mellitus não tratada também pode gerar acidose. • O pH diminui e pode alterar a pCO2. • A acidose metabólica é gerada pelo aumento de H+ ou diminuição dos íons de bicarbonato. • Como mecanismo: hiperventilação reflexa, para eliminar CO2 e consequentemente pH. • A origem pode ser a nível metabólico, mas cria um reflexo sofre a PCO@, que vai acionar o sistema respiratório para tentar compensar, junto ao sistema renal. Alcalose metabólica • Ingestão excessiva de álcalis, perda do suco gástrico. • Ocorre em situações de doenças onde o paciente vomita. • Altera a PCO2. • Tem a diminuição da ventilação como compensação respiratória. • O sistema renal vai eliminar maior quantidade de íons bicarbonato e tentará reter íons de H+.
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