Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 RESUMOS – YURI ALMEIDA Logotype 1. Introdução - Durante o período gestacional a mulher aumentada a volemia, aumenta o débito cardíaco e reduz a resistência vascular periférica (devido ou relaxamento ou afrouxamento do colágeno e das fibras presentes principalmente nos grandes e médios vasos. - No processo do parto normal, os ligamentos sacro-ilíacos ficam mais frouxos, promovendo a retropulsão do sacro e cóccix, na tentativa de promover a saída da cabeça do bebê. / Essa flexibilidade que ocorre é promovida por hormônios, e não acontece em uma situação normal – esses hormônios também atuam no colágeno dos grandes e médios vasos reduzindo a pressão e a RVP para a placenta, fazendo com que se torne possível um maior aporte sanguíneo para a placenta, condicionando a gestação. Há também um aumento da volemia, que também favorece esse maior aporte sanguíneo. / Nesse contexto, pode ser observado uma elevação da HB e da massa eritrocitária no exame de sangue. ↳ Essa volemia causa uma hiperfiltração (não patológica) nos rins (hiperfiltração fisiológica adaptativa), levando a uma redução da Cr, da ureia e do ácido úrico / Tendência a uma maior retenção de Na+ e água (edemas, inchaços nas gestantes) ↳ Sintomas nas gestantes relacionadas a esses hormônios: edemas, náuseas, vômitos. 2. Alterações no sistema circulatório - Aumento do débito cardíaco (principalmente na metade do 2° trimestre), aumento da volemia, aumento da frequência cardíaca, melhora da performance ventricular com um aumento da pré-carga e uma redução da pós-carga (com uma redução da RVP). - A redução da Pressão arterial também está relacionada com essa redução da RVP (também influenciada pelo efeito vasodilatador da progesterona). / Criação da circulação placentária, sendo esta com uma baixa resistência a chegada de sangue / Tudo isso leva a uma redução da Pressão sistólica e diastólica (mais acentuada no 2°trimestre / É influenciada também pela posição do útero. Ficando mais elevada se a paciente estiver sentada (maior compressão dos vasos) e mais reduzida se estiver em decúbito lateral esquerdo. GRAVIDEZ E OS RINS 2 RESUMOS – YURI ALMEIDA Logotype 3. Alterações hematológicas - Representada principalmente pelo aumento da volemia (cerca de 50% entre a 32° e 34° semana) / Aumento da massa eritrocitária (40-50%) – ocorre mais lentamente que o aumento da volemia, dando uma falsa impressão de que esse valor possa estar diminuindo. / Pode haver uma leve leucocitose, que se mantém até pouco tempo pós-parto / Há aumento de fatores pró-coagulantes (I, VII, VIII, IX, X), devido a necessidade de se evitar sangramentos ocasionados pela redução das plaquetas. 4. Alterações no sistema digestivo - Redução da pressão no esfíncter esofágico inferior, relacionado com o aumento da estrogênio e do HCG / Redução da motilidade por aumento da progesterona / Maior reabsorção de líquido por influência da aldosterona / Sialorreia, falta de apetite, náuseas, vômitos, constipação, pirose. - Ganho de peso: Aumento da massa corporal devido maior aporte calórico (200- 300 kcal/dia são aumentados), levando a um aumento do peso a 120% do aumento ideal para a altura – espera-se que tenha um aumento de 10-12kg. 5. Sistema renal - Os rins hiperfiltram e aumentam de tamanho → Têm-se um aumento do volume intersticial e do fluxo sanguíneo / Há dilatação calicial ureteral e pélvica por ação da progesterona, levando a uma maior possibilidade de formação de cálculos. / A compressão uterina pode causar uma estase urinária, levando ao aparecimento de ITUs. - O aumento da TFG devido o aumento do fluxo plasmático renal, pode levar a menores concentrações de Cr, ureia e ácido úrico. 6. Pré-eclâmpsia - Eclâmpsia, primeiramente, é uma síndrome que ocorre no final da gravidez, e que está relacionada a migração trofoblástica errática na placenta. Quando isso acontece, há a formação de vasos de alta resistência, condicionando um aumento da Pressão arterial e, consequentemente, um sofrimento fetal. - Devido os mecanismos que a placenta utiliza para manter o fluxo e o volume placentário adequado a partir de estímulos hormonais, ocorre uma inflamação dos endotélios → lembrar que os glomérulos são formados por muitos vasos, e estes por endotélios. 3 RESUMOS – YURI ALMEIDA Logotype ↳ Nos rins, esse endotélio pode apresentar espessamento, e este condicionar proteinúria. - Patogênese da pré-eclâmpsia ↳ Essa patogênese está relacionada com fatores genéticos, imunológicos e gerais → todos estes condicionam a uma placentação anormal (aquela migração trofoblástica errática) → devido a isso, há um aumento da circulação de mediadores inflamatórios levando a uma disfunção vascular sistêmica, sendo que esta, no endotélio glomerular, causa proteinúria e endoteliose / Sitematicamente, tudo isso, causa HAS (mecanismo usado pelo corpo para se ter pressão suficiente na placenta para que esta possa nutrir o embrião). ↳ Quando essa disfunção vascular acontece no fígado ela é chamada de Síndrome Hellp / Quando acontece no cérebro, causa convulsões (eclampsia) ou alterações neurológicas mínimas. ↳ Endoteliose glomerular: espessamento da parede capilar glomerular que resulta em uma redução do lúmen vascular e, consequentemente, um aumento da resistência ao fluxo sanguíneo renal / Há depósitos de fibrinas subendoteliais e IgM / Aumento do número de células da matriz mesangial / Tende a desaparecer após o parto com a retirada da placenta / Redução da filtração glomerular / Perda seletivas de proteínas devido modificações estruturais que acontecem (a proteinúria é um indicativo de pré-eclâmpsia, na maioria dos casos) / Há perda da função renal em 20-30%. - Sinais clínicos e implicações da pré- eclâmpsia: HAS, dor epigástrica, dor em quadrante superior direito, retardo do crescimento fetal, dores de cabeça, escotomas visuais, edema pulmonar(raro), sangramentos, proteinúria, insuficiência renal aguda, hiperreflexia, edemas, placentação anormal. ↳ Nos rins: Redução da TFG, da produção de prostaciclinas, da renina, 4 RESUMOS – YURI ALMEIDA Logotype aumento da reabsorção de ureia e do ácido úrico e do Na+, redução do fluxo sanguíneo renal, proteinúria e endoteliose. - Critérios para diagnóstico e gravidade da pré-eclâmpsia - Fatores de risco para Pré-eclâmpsia - Manejo da pré-eclâmpsia ↳ Principal indicação é acabar com a gravidez / Profilaxia da crise convulsiva: Diazepam e sulfato de magnésio, se a crise for persistente / Terapia de expansão de volumes com coloides / Pode ser indicada a diálise / Tratamento agudo da HAS: Hidralazina, labetolol, nifedipino / Tratamento crônico da HAS: metildopa, clonidina, labetolol.
Compartilhar