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Audição e Sistema Vestibular

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FISIOLOGIA I | LIS ABREU BARCELOS 
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AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO 
SOM 
O que é o som? 
O som são ondas geradas pela vibração de moléculas de 
ar. As mesmas são propagadas até chegarem aos nossos 
ouvidos e serem determinadas pelo córtex. 
→ O som depende do processamento do córtex 
auditivo, é uma interpretação de estímulos externos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As ondas produzem as vibrações em um determinado 
ritmo e as moléculas de ar vão se comportando de 
maneira diferente. Essas vibrações podem ser traduzidas 
como ondas. 
CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS SONORAS 
→ Amplitude 
Está relacionado à intensidade (dB) e ao volume 
(altura); 
 
 
 
 
 
→ Frequência 
Está relacionado aos ciclos por segundo (Hz) e 
determina se o som é Agudo (maior frequência) ou 
Grave (menor frequência). 
 
 
ESPECTRO AUDÍVEL 
Nem todos os sons são capazes de serem ouvidos pelos 
seres humanos. 
 
SISTEMA AUDITIVO 
Transforma ondas sonoras em diferentes padrões de 
atividade neural. 
Estes padrões são integrados com informações de outros 
sistemas sensoriais para guiar o comportamento, 
inclusive a orientação de movimentos frente a estímulos 
acústicos e comunicação com outros indivíduos da 
espécie 
 
 
 
 
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ANATOMIA DO OUVIDO 
→ PAVILHÃO DA ORELHA OU AURÍCULA 
 
 
 
 
 
Auxilia na captação e detectação da localização do som. 
Dependendo do ângulo que a onda penetra no pavilhão, 
temos noção de onde esse som está vindo. 
 
→ MEATO ACÚSTICO 
 
 
 
 
 
 
Conduz as ondas sonoras até o tímpano. 
 
→ MEMBRANA TIMPÂNICA E OSSÍCULOS (OUVIDO 
MÉDIO) 
 
 
 
 
 
 
Conectados ao tímpano, encontram-se os ossículos 
(martelo, bigorna e estribo). Local onde inicia a tradução 
dos estímulos 
 
→ CÓCLEA 
 
 
 
 
 
O estribo conecta-se à cóclea, estrutura preenchida por 
fluido, onde o movimento será transformado em 
atividade neuronal. 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA DO SISTEMA AUDITIVO 
OUVIDO EXTERNO 
→ Pavilhão Auricular e Meato Acústico; 
Uma importante função da aurícula é filtrar diferentes 
ondas com o objetivo de promover informações sobre a 
origem do ruído. O meato acústico reúne a energia sonora 
e a concentra na membrana timpânica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OUVIDO MÉDIO 
→ Tímpano e Ossículos 
 
⇨ Ondas sonoras movem a membrana timpânica; 
⇨ Membrana timpânica move os ossículos, na 
ordem: martelo -> bigorna -> estribo, está 
conectado a janela oval; 
⇨ Ossículos movem a membrana da janela 
oval. 
 
Tímpano: uma membrana extremamente frágil, e capaz 
de se regenerar. 
Qual a importância dos ossículos? 
⇨ Eles têm o papel de amplificar o som, os tímpanos 
recebem a partir da vibração dos tímpanos, por mais 
que seja discreta os ossículos são capazes de 
transferir esse estímulo a janela oval. Se eles não 
existem, as ondas se dissipariam antes de chegar na 
janela oval. 
 
ESTRUTURAS SECUNDÁRIAS PRESENTES NO OUVIDO 
MÉDIO 
→ Músculo Extensor do Tímpano 
Ancora o martelo ao osso. 
 
→ Músculo Estapédio 
Ancora o estribo ao osso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adaptação ao som contínuo de alta intensidade por ação 
atenuante dos músculos, diminuindo a intensidade da 
percepção daquele som. 
o Mecanismo de proteção contra danos, porém com 
retardos. 
o Atenua o som da própria voz. 
o 
OUVIDO INTERNO 
→ Cóclea e Labirinto 
Cóclea: estrutura óssea em formato de caracol com 2,5 a 
3 voltas tendo o modíolo como eixo central. Tem um osso 
como eixo central. 
 
o Janela oval 
o Janela Redonda 
REFLEXO DE ATENUAÇÃO 
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Os ossículos se comunicam com a janela oval e quando a 
janela oval vibra, o líquido se move, e flui ao longo da 
cóclea e quando chega no final, tem a membrana da 
janela redonda que que amortece o impacto do líquido e 
dissipar a energia. 
CÓCLEA 
→ 3 câmaras preenchidas por fluido 
o Escala Vestibular 
o Escala Média 
o Escala Timpânica 
Cada volta do caracol tem uma subdivisão, que são 
chamadas de escalas. Importante porque temos diferença 
nos líquidos que passam. 
→ 2 membranas 
o Membrana de Reissner 
o Membrana Basilar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Órgão de Corti: órgão central para a captação dos 
sentidos. 
ÓRGÃO DE CORTI 
Situado sobre a membrana basilar. E contém os 
receptores sensoriais auditivos, contém células neuronais 
e algumas delas serão os receptores sensoriais auditivos. 
 
Desenrolando a cóclea... 
 
Se desenrolássemos a cóclea teríamos a membrana 
esticada e reta. O fluxo do líquido acontece em cima e 
embaixo, movimentando as estruturas da membrana. 
Inicia pelo movimento da janela oval, na escala média que 
está em contato com o órgão de corti. 
Membrana Basilar X 
Frequência 
 
Base: estreita e rígida – vibra mais em frequências altas, 
som agudo. 
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Ápice: larga e flexível – vibra mais em frequências baixas, 
som grave. 
 
Cada região da membrana vai responder a um tipo de 
frequência. Essa oscilação acontece devido a sua 
estrutura, na base sendo mais estreita e no fim sendo 
mais larga. 
TRANSDUÇÃO DO SINAL 
→ Células ciliadas 
o 100 estereocílios cada; 
o Essas células vão captar os sinais. 
 
→ Pilares de Corti 
o Suporte estrutural. 
 
→ Células de Sustentação 
 
 
 
CÉLULAS CILIADAS 
→ Internas: Transmitem a maior parte da informação; 
→ Externas: mais numerosas; amplificadoras. 
Os estereocílios estendem-se para cima da lâmina 
reticular até a membrana tectorial. 
Existe um gânglio espiral de neurônios bipolares. 
Prolongamentos se estendem até a base das células 
ciliadas e o axônio leva as informações para o nervo 
vestibulococlear (VIII) que projeta ao bulbo. 
 
 
GIF mostrando a movimentação dos estereocílios a partir 
da movimentação da membrana basilar. O movimento vai 
induzir uma série de modificações nas células que 
transmitirão o som. E essa membrana basilar move 
devido a passagem do líquido na cóclea. 
PROPRIEDADE DOS FLUIDOS COCLEARES 
→ Escala Vestibular e Timpânica 
o Perilinfa 
o ↓K+ 
o Semelhante ao líquor 
 
→ Escala Média 
o Endolinfa 
o ↑ K+ 
o Stria vascularis: composta por um conjunto de 
células que liberam íons potássio. 
o A quantidade superior de potássio faz com que 
as células ciliadas se tornem mais sensíveis e o 
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potencial é rapidamente percebido pelas células 
ciliadas. 
 
CÉLULAS CILIADAS 
o Em repouso: canais de K+ abertos; 
o Escoamento de K+ da endolinfa para a célula 
Em repouso as células ciliadas tem canal de potássio 
aberto. Quando temos a inclinação a partir da 
movimentação da endolinfa, mais canais adicionais de 
potássio abrem e aumentam o volume de entrada de 
potássio, que vão conduzir a despolarização da célula 
ciliada. A inclinação leva a ativação da célula ciliada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A despolarização da célula a partir do influxo de potássio, 
induz a abertura dos canais de Ca2+ voltagem-
dependentes, o influxo de cálcio ativa a exocitose de 
vesículas com o neurotransmissor glutamato; 
 
 
 
 
 
 
 
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Recapitulando... 
1. Ondas sonoras movem a membrana timpânica; 
2. Membrana timpânica move os ossículos; 
3. Ossículos movem a membrana da janela oval; 
4. Movimento da janela oval move o fluido da cóclea; 
5. Movimento do fluido na cóclea move a membrana 
basilar, o que causa uma resposta nos neurônios 
sensoriais. 
 
COMPONENTES CENTRAIS AUDITIVOS 
Processamento central: 
1. O estágio inicial do processamento central ocorre nos 
núcleos cocleares, onde a informação auditiva 
periférica segue por diversas vias paralelas; 
2. Os axônios dos núcleos cocleares possuem vários 
alvos. Um delesé a oliva superior, a partir de onde a 
informação dos dois ouvidos interage. Este local 
marca o início do processamento das informações 
que permitem localizar o som no espaço; 
3. Os núcleos cocleares e a oliva superior projetam para 
o colículo inferior, um centro de integração e o 
primeiro local em que a informação pode interagir 
com o sistema motor; 
4. O colículo inferior é uma região obrigatória para a 
informação que viaja para o talámo e córtex e onde 
outros aspectos integrativos do som são processados 
(harmonia, combinações de som da fala e música). 
 
 
 
CODIFICAÇÃO DO SOM 
Fatores que influenciam na intensidade e na percepção do 
som: 
→ Intensidade do Estímulo; 
→ Frequência de disparos dos neurônios; 
→ Número de Neurônios Ativos; 
O volume de som que percebemos está relacionado com 
o número de neurônios ativos ao longo da via auditiva e 
com sua frequência de disparo. 
TONOTOPIA 
Está relacionada ao agudo ou grave. Tem vias específicas 
para cada faixa de sequência. 
→ Representação sistemática da frequência sonora ao 
longo da cóclea que é preservada através da 
organização das vias auditivas centrais. 
 
 
Cóclea
Tronco 
Encefálico
Mesencéfalo Tálamo
Córtex
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CÓRTEX AUDITIVO 
No córtex há a divisão das frequências, o caminho/via 
será a mesma e são respeitadas. 
 
 PERDA AUDITIVA 
 
CAUSAS DA PERDA AUDITIVA 
→ Dano coclear: infecções, trauma, oclusão vascular.; 
→ Fármacos: aminoglicosídeos, salicilatos, furosemida, 
quimioterápicos; 
→ Doença de Ménière: hipertensão endolinfática, 
aumenta a pressão da endolinfa, líquido que 
movimentam os órgãos de corti, atrofia células 
ciliadas; 
→ Presbiacusia: degeneração de células
 sensoriais e fibras nervosas; 
→ Dano por exposição. 
 
SISTEMA VESTIBULAR 
LABIRINTO VESTIBULAR 
É um conjunto de câmaras interconectadas. 
→ Órgãos otolíticos (Utrículo e Sáculo) 
Responsáveis por detectarem a força da gravidade, 
aceleração e inclinação da cabeça. Acelerar, inclinar a 
cabeça. 
 
→ Ductos semicirculares 
Rotação da cabeça. 
 
 
ÓRGÃOS OTOLÍTICOS 
Nesse caso, ao invés de termos a membrana basilar, 
temos uma camada em cima dos esterocilios, uma capa 
gelatinosa, que teremos os otólitos em cima. Os otolíticos 
permitem o peso que movimentam a camada gelatinosa, 
que movimentam os estereocílios e as células serão 
ativadas, canais se abrem e tudo aquilo que a gente viu 
acontece. A partir de uma ação da gravidade os otolíticos 
vão pesar e movimentar a membrana. 
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→ Mácula do utrículo está na horizontal; 
→ Mácula do Sáculo está na vertical. 
 
DUCTOS SEMICIRCULARES 
→ Ampola: protuberância do canal semicircular; 
→ Crista: lâmina que contém as células ciliadas; 
→ Cúpula: região para onde os cílios são projetados; 
→ A rotação provoca o fluxo da endolinfa contra a 
cúpula, deformando os cílios. 
 
 
Aqui temos as endolinfas preenchendo esses ductos, 
quando rotacionamos, a endolinfa se movimenta e a 
cúpula também se movimentará e ativará às células 
ciliadas. 
VIAS VESTIBULARES CENTRAIS 
Temos reflexos importantes que dependem da 
informação da nossa posição do mundo, por isso é 
necessário perceber. Pois existe movimentos 
compensatórios. 
 
DISFUNÇÕES VESTIBULARES 
Alterações do sistema vestibular influenciam: 
→ Enjôo de movimento (cinetose) 
o Conflito entre sinais visuais e vestibulares. O 
sistema vestibular se comunica com o visual, 
quando estamos viajando o sistema vestibular 
entende que estamos nos movimentando, mas 
os olhos estão parados no celular. Então há uma 
divergência de informação dos sistemas 
vestibular e visual. 
o Pode ser atenuada ao se voltar o olhar para o 
horizonte. 
 
→ Sintomas autonômicos: 
o Transpiração, náusea, vômito, aumento da 
salivação, bocejo e mal estar generalizado. 
o Motilidade gástrica e digestão reduzida. 
o Hiperventilação. 
 
→ Vertigem (ilusão de movimento) 
o 88% causas vestibulares, 12% causas centrais. 
o Geralmente associada com perda auditiva e 
zumbido. 
o Náusea e vômito. 
Mácula: 
epitélio 
sensorial 
cristais de carbonato de cálcio 
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o Nistagmo; quando os olhos não se fixam, se 
movem involuntariamente. 
o Estamos parados, mas o cérebro entende que 
estamos em movimento. 
 
→ Vertigem postural paroxística benigna (canalitíase) 
o Episódios breves de tonturas (menos de 1min). 
o Mudança de posição, tipicamente ao se deitar, 
levantar ou se virar na cama ou estender o 
pescoço para olhar para cima (top-shelf vertigo). 
o Fragmentos de otolitos penetram em algum dos 
canais semicirculares, devido à trauma, infecção 
ou idade avançada. 
o Pessoas com breve episódios de tonturas, 
quando são expostas a situações específicas, 
levantar, olhar para cima. 
Manobra de Dix Hallpike: Ajuda a devolver os otólitos 
para o seu devido lugar. 
 
→ Enxaqueca 
o Tonturas são sintomas comuns da enxaqueca. 
o Podem ocorrer juntamente com a cefaleia ou em 
episódios separados e isolados. 
o Pode predizer o início das dores. 
 
→ Outras condições associadas a vertigens: 
o causas neurológicas: esclerose múltipla, causas 
infecciosas, epilepsia do lobo temporal.

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