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Semiologia do Sistema Geniturinário

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1 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
Semiologia do sistema geniturinário 
 
A principal função dos rins é manter o volume e a 
composição química dos líquidos do organismo dentro de 
limites adequados ao funcionamento das células. Por essa 
razão, diz-se que a função dos rins é manter a homeostasia, 
a constância do meio interno. Os rins conseguem manter esse 
equilíbrio por meio de um eficiente sistema que poupa água 
e sais minerais nas quantidades adequadas e, ao mesmo 
tempo, excreta resíduos tóxicos do metabolismo normal, cuja 
acumulação é prejudicial à célula, tais como ureia, ácido úrico, 
creatinina, que são excretados com a urina. 
Atuam no controle da pressão arterial pela produção 
da renina, que irá induzir a síntese da angiotensina li, um 
potente agente vasoconstritor e importante estímulo para a 
secreção de aldosterona e para desencadear o mecanismo 
da sede. 
O tecido renal é o principal local para a síntese da 
eritropoetina, hormônio que regula a produção de hemácias 
pela medula óssea. 
A formação da urina tem início no glomérulo, no qual 
se processa a filtração de aproximadamente 1.200 ml de 
sangue por minuto. 
FUNÇÕES DO SISTEMA URINÁRIO: 
• Filtração das substâncias finais do metabolismo, 
principalmente as nitrogenadas; 
• Regulação da PA; 
• Regulação do volume extracelular (diz exatamente a 
quantidade de volume celular, por isso a presença de 
edema como sinal de nefropatias); 
• Balanço hídrico e eletrolítico; 
• Equilíbrio ácido básico (Obs: doenças renais podem 
gerar dispneia originada de uma acidose, cetoacidose 
diabética); 
• Produção de hormônios: eritropoietina e vitamina D 
(calcitriol); 
• Excreção – de fármacos e compostos. 
Glomérulo (Cápsula de Bowman) → túbulo contorcido 
proximal → alça de Henle descendente e ascendente → 
tubo contorcido distal → ducto coletor. 
Rim → órgãos duplos, 11 a 13 cm com 5cm de largura, 
localização continua na musculatura lombar, formado por 
duas regiões: córtex e medula. Córtex, estão os glomérulos, 
e medula, onde estão as pirâmides e os túbulos. Os dois rins 
contêm em torno de 2.400.000 néfrons (corticais e 
justamedulares). 
Ureter → 30 a 35 cm de comprimento, 4 a 8 mm de 
largura, nasce dos pequenos e grandes cálices e junta na 
pelve renal. Tem 3 pontos de estreitamento: 
• Junção útero-pélvica: passagem pelo polo inferior 
do rim, quando a pelve renal vai iniciar no ureter, 
gera uma dobra. (parte abdominal) 
• Cruzamento das veias gonodais e cruzamento 
sobre os vasos ilíacos externos. (parte pélvica) 
• Passagem através da parede da bexiga urinária: pois 
entra formando uma válvula. (parte intramural) 
Bexiga → órgão oco e elástico, músculo detrusor, tem 
capacidade de até 600 ml, se localiza vazia atrás da sínfise 
púbica e cheia distende-se acima da sínfise púbica. 
Uretra → exteriorização da urina pelo meato urinário. 
Feminina é mais curta 4 a 6,5 cm de comprimento 
(propensas a mais infecções no trato urinário), masculina 
mais alongada, 20 cm de comprimento, é passagem para 
secreções dos órgãos reprodutivos. 
ANAMNESE 
• Boa história clínica é a principal chave para o diagnóstico 
das doenças em geral e também do Sistema Urinário. 
• Pacientes podem atribuir aos rins sintomas que não 
decorrem de lesões do sistema urinário. Exemplos: 
o Dor lombar - osteomuscular 
o Poliúria - por hiperglicemia 
o Hematúria - por distúrbio da hemostasia 
o Disúria - por vaginite 
 
• Parte dos pacientes com lesão renal apresentam queixas 
que não guardam relação direta com os rins ou o trato 
urinário. Exemplo: astenia, náuseas, vômitos, palidez da 
anemia e irritabilidade neuromuscular fazem parte da 
“Síndrome Urêmica” da Insuficiência Renal Avançada. 
 
 
 
 
2 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
Grupos dos pacientes: 
A B C 
Apresentam 
lesões primárias 
do sistema urinário. 
Apresentam 
manifestações 
renais decorrentes 
de doenças 
sistêmicas. 
São assintomáticos, 
porém com achados 
clínicos ou 
laboratoriais 
incidentais. 
 Ex: C → faz uma USG e encontra-se um cisto ou massa 
renal. 
SINAIS E SINTOMAS 
ALTERAÇÕES DA MICÇÃO E DO VOLUME URINÁRIO: 
Volume normal de diurese → varia entre 800 e 2.500 ml; 
Capacidade vesical → 350 a 450 ml (tende a esvaziá-la com 
200 ml). 
 
• Poliúria → voluma urinário superior a 2.500 ml/24h. 
Existem 2 mecanismos básicos de poliúria: por diurese 
osmótica, decorrente da excreção de um volume 
aumentado de solutos, determinando maior excreção de 
água (p. ex., diabetes melito descompensado), ou por 
incapacidade de concentração urinária (p. ex., diabetes 
insípido, hipopotassemia). Causas: ingestão excessiva de 
liquido, DM descompensado, diabetes insipidus, polidipsia 
psicogênica, diuréticos. 
 
• Oligúria → Excreção de um volume de urina inferior às 
necessidades de excreção de soluto. Volume urinário 
inferior a 400ml em 24h. A oligúria costuma decorrer de 
redução do fluxo sanguíneo renal (desidratação, 
hemorragia, insuficiência cardíaca) ou por lesões renais 
(glomerulonefrite aguda, necrose tubular aguda). 
 
• Anúria → Volume urinário menor que 100ml em 24h. 
Geralmente causas obstrutivas. Ocorre na obstrução 
bilateral das artérias renais ou dos ureteres, na necrose 
cortical bilateral e insuficiência renal aguda (IRA) grave. 
 
• Polaciúria → aumento da frequência miccional no 
intervalo menor que 2h e sem que haja aumento do 
volume. Causas: cistite, litíase vesical, tumor vesical, 
hiperplasia prostática, CA de próstata, doenças 
neurológicas, ansiedade, uretrites. 
 
• Noctúria → inversão do ritmo urinário dia/noite com 
eliminação de maior quantidade de urina à noite do que 
de dia. 
 
• Nictúria → necessidade de esvaziar a bexiga à noite. 
Causas: Insuficiência renal crónica, Insuficiência cardíaca 
(edema), Insuficiência hepática (edema), Consumo 
excessivo de líquidos, Hiperplasia prostática benigna, 
Diabetes não controlada, Infecção crônica ou recorrente 
do trato urinario, Medicamentos como diuréticos, lítio, 
fenitoína. 
 
• Enurese → micção involuntária e inconsciente durante o 
sono. 
 
• Disúria → micção associada a sensação de desconforto, 
ardor, queimor ou dor discreta. Ocorre na cistite, 
prostatite, uretrite, traumatismo geniturinário, irritantes 
uretrais e reação alérgica. Causas: mulheres - Vaginite por 
cândida , Vulvite ou dermatite por contato , Trauma, 
Cistite, uretrite bacterianas. Homens - Uretrite causada por 
gonorréia ou clamydia, Prostatite, Cistite, Litíase vesical ou 
ureter terminal. 
 
• Urgência → vontade extrema de esvaziar a bexiga, as 
vezes com uma quantidade até pequena de urina. 
 
• Hesitação → intervalo maior que o habitual para que 
ocorra o jato urinário. 
 
• Retenção → incapacidade de esvaziar a bexiga, apesar 
de os rins estarem produzindo urina normalmente e o 
indivíduo apresentar desejo de esvaziá-la. Aguda ou 
crônica. Na aguda o indivíduo, que até então urinava 
satisfatoriamente, passa a sentir a bexiga distendida, tensa 
e dolorosa. Na retenção crônica, existe gradual dilatação 
da bexiga, pode não ocorrer dor e o paciente queixa-se 
de polaciúria, hesitação, gotejamento e não tem 
consciência da distensão vesical. 
 
• Incontinência urinária → eliminação involuntária de urina, 
pode ser normal até 1 ano e meio de idade, incontinência 
paradoxal: perda de urina na obstrução uretral causada 
pela pressão excessiva da bexiga. Nos idosos, a hipertrofia 
prostática grave pode provocar incontinência paradoxal. 
ALTERAÇÕES DA COR E ASPECTO DA URINA : 
• Amarelo ouro → aspecto normal. Deve ser cristalina e 
translúcida. 
• Amarelo claro ou incolor → devido a ingestão excessiva 
de água, diabetes ou insuficiência renal. 
• Amarelo escuro → devido à pouca ingesta de água ou 
estados oligúricos. 
 
3 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
• Avermelhada → ingestão de alimentos ou medicamentos, 
presença de sangueou hemoglobina. 
• Escura → presença de sangue ou hemoglobina. 
• Turva → sem o aspecto límpido, formando depósito 
esbranquiçado e quase sempre com odor desagradável 
ocorrendo quando há precipitação de cristais ou alguma 
infecção, seja cistite, pielonefrite, abscesso renal, 
perirrenal, uretral ou prostático. (Piúria: ocorre quando há 
quantidade anormal de leucócitos na urina, que pode 
conferir aspecto turvo a esta). Uma causa rara de urina 
turva é a obstrução de duetos linfáticos. Neste caso, a 
linfa, ao ser drenada para a pelve renal, origina quilúria, 
assumindo a urina uma coloração esbranquiçada e 
opalescente. Dentre as causas encontram-se a filariose, a 
tuberculose e as neoplasias. 
• Espumosa → aumento de proteínas (glomerulonefrites, 
nefropatia, DM) ou urina muito concentrada e fluxo rápido. 
• Mau cheiro → O odor característico de urina decorre da 
liberação de amônia. Um simples aumento da 
concentração de solutos na urina pode determinar cheiro 
desagradável. No entanto, fetidez propriamente dita surge 
nos processos infecciosos, pela existência de pus ou por 
degradação de substâncias orgânicas. Alguns 
medicamentos (vitaminas, antibióticos) também alteram o 
odor da urina. 
 
HEMATÚRIA → presença de sangue na urina. Classificação: 
Intensidade: 
Macroscópica → quando o paciente percebe que a urina está 
vermelha; 
Microscópica → quando ele não percebe, mas ao fazer 
exame consta hemácias. 
 
Ritmo de eliminação: 
Recorrentes → quando se tem episódios; 
Persistentes → quando nunca deixou de ter. 
 
Associação com outros sintomas: 
Sintomática 
Assintomática 
Ex: dor lombar + hematúria = litíase 
 
Origem: 
Urológica ou não. 
Glomerulopatias 
Transtornos urológicos. 
 
Micção: 
Total → quando toda a urina vem vermelha (lesões renais); 
Inicial → aparece no primeiro jato e depois clareia (lesão 
uretral distal e colo vesical); 
Terminal → começo da diurese é clara e no final vem sangue 
(lesão/inflamação do trígono da bexiga). 
Obs.: 
Hemoglobinúria → é a ocorrência de hemoglobina livre na 
urina, condição que acompanha as crises de hemólise 
intravascular (malária, leptospirose, transfusão incompatível, 
icterícia hemolítica). 
Mioglobinúria → decorre da destruição muscular maciça por 
traumatismos e queimaduras, e após exercícios intensos e 
demorados como maratonas e nas crises convulsivas. 
Porfirinúria → é consequência da eliminação de porfirinas ou 
de seus precursores, os quais produzem coloração vermelho-
vinhosa da urina, algumas horas depois da micção. Convém 
lembrar que a beterraba e alguns medicamentos podem tingir 
a urina de vermelho. 
DOR: 
DOR LOMBAR E NO FLANCO 
• De origem renal é confundida muitas vezes com dor 
muscular; 
• A dor renal característica situa-se no flanco ou região 
lombar, entre a 12ª costela e a crista ilíaca, e, às vezes, 
ocorre irradiação anterior. 
• O parênquima renal é indolor; 
• Distensão da cápsula → causa dor lombar em flanco; 
• Na síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda, nefrite 
intersticial e pielonefrite aguda, pode ocorrer este tipo 
de dor; 
• A obstrução urinária em razão de cálculo na pelve renal 
ou de obstrução ureteropélvica que causa dilatação 
tubular e aumento dos rins provoca também este tipo 
de dor, especialmente quando a maior ingestão de 
líquido aumenta o fluxo urinário; 
• Rins policísticos podem chegar a grande volume sem 
causar dor, exceto quando algum cisto se rompe, torna-
se infectado ou hemorrágico. 
• Piora com a posição ereta e se agrava ao fim do dia. 
• Diferenciar da dor de origem não renal; 
• Se é bilateral, é muito difícil que seja renal, a dor renal 
geralmente é unilateral. 
 
CÓLICA RENAL 
• Tipo especial de dor decorrente da obstrução do trato 
urinário alto ou médio, com dilatação súbita da pelve 
renal ou do ureter, que se acompanha de contrações 
da musculatura lisa destas estruturas; 
• A dor é tipicamente em cólica, com fases de espasmos 
dolorosos que podem durar vários minutos, seguindo-
se de alívio, geralmente incompleto; 
 
4 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
• Fortíssima intensidade; 
• Acompanhada geralmente de sintomas gerais (náuseas, 
vômitos) ou locais (disúria, hematúria, estrangúria, etc); 
• Irradiação para → 
o Ângulo costo-vertebral 
o Região lombar e flanco 
o Fossa ilíaca e região inguinal 
o Testículo, pênis ou grande lábio 
 
 
DOR HIPOGÁSTRICA OU VESICAL 
• Dor originada na bexiga e geralmente percebida em 
região suprapúbica, bem menos frequente e 
geralmente é consequência da retenção da urina. 
 
ESTRANGÚRIA OU TENESMO VESICAL 
• Dor muito intensa durante a micção decorrente de 
espasmo da musculatura do trígono e colo vesical. 
Devido a inflamação vesical intensa (pode ser 
decorrente de trauma, espasmo do colo vesical). 
 
PERINEAL 
• Geralmente por afecções da próstata referindo o 
sacro e reto. 
Dor renal X Cólica renal 
Dor renal - Ela não é tão intensa, é mais em peso e não piora 
com movimentos (dor muscular piora com movimento). Piora 
com posição ereta e se agrava com o fim do dia (dor 
osteomuscular tem maior intensidade ao acordar). Pode ser 
por causa de hidronefrose (dilatação do sistema excretor), rins 
policísticos e pielonefrite aguda. 
Cólica renal - É de fortíssima intensidade. Tem irradiação 
frequente. É acompanhada de alguns sintomas gerais (náusea 
e vômito) ou típicos do sistema geniturinário (disúria, hematúra, 
estrangúria: dor intensa durante a micção). 
EDEMA: 
É uma manifestação comum em pacientes portadores 
de doença renal. Existem quatro situações clínicas em 
nefrologia que são comumente acompanhadas de edema: 
glomerulonefrite aguda, síndrome nefrótica, insuficiência renal 
aguda e crônica. 
• Edema da glomerulonefrite 
o Edema Generalizado, mais intenso na região 
periorbitária pela manhã, depressível. Ao 
final do dia, se o paciente estiver 
deambulando normalmente, predomina nos 
membros inferiores. 
• Edema da Síndrome Nefrótica 
o Mais intenso que o da Glomerulonefrite 
podendo chegar à anasarca, especialmente 
em crianças. 
o Quando o estado geral do paciente é bom 
e ele deambula, é comum observar-se, 
pela manhã, intenso edema facial. No fim do 
dia, são as pernas que estão edemaciadas. 
É frequente a ocorrência de ascite. 
• Pielonefrite 
o Edema é de pequena intensidade, quase 
sempre restrito à região periorbitária pela 
manhã. 
• Insuficiência renal 
o O edema da aguda decorre geralmente da 
hiper-hidratação. O edema da crônica é muito 
variável, modificando-se conforme a causa 
determinante; 
FEBRE: 
Presente nos processos infecciosos urinários. As principais 
causas: são pielonefrite, cistite e prostatite. 
EXAME FÍSICO 
EXAME FÍSICO GERAL: SOMATOSCOPIA 
• Facies renal 
o Edematosa, especialmente em pálpebras + 
mucosas hipocoradas + pele coloração “palha” 
• Pode haver edema generalizado 
• Febre em casos de infecção do trato urinário 
• Pressão arterial 
INSPEÇÃO 
Do abdome, dos flancos e das costas, com o paciente sentado. 
Obs: se observar no braço uma dilatação venosa – fistula 
arteiovenosa – sabe que o paciente é renal crônico e faz 
hemodiálise. 
PALPAÇÃO 
É difícil realizar a palpação de um rim normal, porém 
existe dois métodos: 
Método de Devoto → Paciente em decúbito dorsal. Manobra 
muito semelhante à de Lemos torres para a palpação do 
fígado. Apoia a mão na região posterior e tenta aprofundar 
no flanco para tentar palpar o colo renal superior. 
Método de Israel → Semelhante à manobra de Schuster. 
Paciente em decúbito lateral, uma mão na cabeça, outra no 
dorso. 
 
5 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
• Indivíduos magros – pode-se palpar o pólo inferior do 
rim direito 
• Os rins podem tornar-se palpáveis nas seguintes 
circunstâncias: 
o Distopia renal (ptose do rim), rins policísticos, 
hidronefrose e tumor renal, transplante renal. 
o Os tumores renais e hidronefrosesvolumosas do 
lado esquerdo podem ser confundidos com 
esplenomegalia. Na esplenomegalia, o som da 
percussão do espaço de Traube é maciço, 
enquanto que no tumor renal, o traube é 
timpânico. 
Obs: o rim é facilmente palpável quando se realiza transplante 
renal, pois em paciente transplantado o rim fica localizado na 
fossa ilíaca, fora do retroperitônio, por isso é de fácil palpação. 
Devendo o médico sempre palpar um rim de paciente 
transplantado para avaliar. 
PERCUSSÃO 
• Objetivo: Investigar dor renal; 
• Sinal de Giordano (punho percussão); 
• Dor intensa em casos de pielonefrite, absceso 
perinefrético 
AUSCULTA 
• Realizar a ausculta na região abdominal que 
corresponde as artérias renais, ou seja, a nível da 
cicatriz umbilical. Sopros → estenose de artéria renal; 
EXAMES COMPLEMENTARES : 
Os exames complementares compreendem o 
exame simples de urina, o exame quantitativo da urina, a 
proteinúria quantitativa, as provas de função renal, o exame 
bacteriológico da urina, a ultrassonografia, os exames 
radiológicos, a ressonância magnética, a cintigrafia renal, a 
biopsia renal, a endoscopia e a angiografia. 
 
EXAME SIMPLES OU SUMÁRIO DE URINA (EAS) 
• É um dos métodos mais práticos para o diagnóstico e 
o acompanhamento de pacientes com alterações do 
trato urinário; 
• Coletar a urina após o banho ou higiene intima; 
• O exame deve ser feito em urina recém-coletada, no 
meio do jato urinário, em frasco limpo; 
• Utilizar frascos apropriados; identificados e datados; 
• A melhor amostra para exame é a primeira urina da 
manhã, por ser mais concentrada e ter pH mais baixo, 
tornando possível melhor preservação dos elementos 
figurados, além de facilitar a determinação 
semiquantitativa da proteinúria. 
• O exame tem início pela avaliação de cor, turvação e 
odor da urina; espuma em abundância indica proteinúria. 
Vários medicamentos podem alterar a cor da urina. 
Utilizam-se métodos físico-químicos para análise da 
densidade, do pH, pesquisa de proteínas, glicose e 
cetonas. O sedimento urinário é examinado ao 
microscópio. 
• Tempo até o laboratório. 
 
pH → Um pH urinário abaixo de 6,0 pode ser considerado 
normal; na primeira urina da manhã, geralmente, o valor 
encontrado está entre 5,0 e 6,0. Se estiver acima de 8,0, 
sugere a ocorrência de infecção, alcalose sistêmica, acidose 
tubular renal ou uso de acetazolamida. 
Proteína → A presença de proteína na urina - proteinúria - 
em quantidade superior a 150 mg/dia está acima dos valores 
normais; 
Cetonas → Quando o organismo metaboliza glicídios de modo 
incompleto, ocorre formação de corpos cetônicos facilmente 
detectáveis na urina. Presença de cetonúria em pacientes com 
diabetes melito indica descompensação metabólica grave. 
 
A detecção de microalbuminúria, por técnica especial em 
diabéticos e hipertensos, tem crescido de interesse por ser 
um marcador precoce de comprometimento renal. 
 
PROTEINÚRIA QUANTITATIVA 
• Este exame apresenta alta sensibilidade na detecção 
das afecções renais em seus estágios iniciais. 
• Está indicado quando se observa proteinúria persistente 
ou intermitente no exame de urina de indivíduos 
aparentemente sadios, para evidenciar lesões incipientes 
dos glomérulos renais (nefrites), para avaliar a extensão 
e a evolução do comprometimento renal e para o 
controle do tratamento da síndrome nefrótica. 
• Em condições habituais, um adulto normal excreta 
menos de 100 mg de proteínas na urina eliminada em 
24 h. Excreção urinária superior a 150 mg/dia é 
considerada anormal. Do ponto de vista fisiopatológico, 
a proteinúria decorre de três principais mecanismos: 
glomerular, tubular e hiperproteinemia. 
PROVAS DE FUNÇÃO RENAL 
A taxa de filtração glomerular (TFG) é considerada o 
melhor índice de função renal. 
 
Exames bioquímicos → 
• Dosagem de Ureia 
 
6 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
• Dosagem de Creatinina sérica 
• Clearance de Creatinina 
O nível normal de ureia está entre 18 e 45 mg/dl e o de 
creatinina, entre 0,6 e 1,2 mg/dl. 
A concentração de ureia no sangue depende de sua 
produção no organismo, da ingesta de proteínas, do índice de 
filtração glomerular e do estado de hidratação do paciente. 
A ureia é formada predominantemente no fígado e, em 
pequenas proporções, nos rins e no cérebro. 
• Dosagem de Potássio 
EXAME BACTERIOLÓGICO DA URINA 
• Compreende a microscopia direta e a cultura. 
 
Exame microscópico → O encontro de mais de 3 leucócitos 
em grande aumento ou a presença de bactérias indica 
provável infecção urinária ativa. 
Cultura → A cultura é realizada inoculando-se urina em meio 
de cultura apropriado. A intensidade da bacteriúria é 
determinada pela contagem das colônias. Número igual ou 
superior a 100.000 colônias por mililitro indica, seguramente, a 
ocorrência de infecção. Quando o número de colônias é 
inferior a 10.000, raramente trata-se de infecção urinária. 
BALANÇO HÍDRICO 
Se o volume de líquidos ganhos for maior que a perda, o BH 
é positivo (+) 
 
Se o volume de líquidos eliminados for maior que o 
administrado o balanço hídrico será negativo (-). 
EXAMES ANATÔMICOS 
Radiografia simples de abdome → cálculo coraliforme; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Urografia excretora → injeta contraste para estudar o sistema 
excretor; 
 
 
 
Urografia excretora por CT → mais útil. Duplicação pielocalicial 
(causa muita infecção urinária); 
 
 
 
Uretrocistografia miccional → passa uma sonda pela uretra e 
injeta o contraste na bexiga. Ver refluxo vesico-uretral, 
divertículo; 
 
 
 
Ultrassonografia → mais útil e menos invasivo. A janela lombar 
possibilita boa visualização do rim e permite boa diferenciação 
 
7 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
do córtex (mais escuro) e da medula. Se não houver essa 
diferenciação (tudo cicatrizado), é diagnóstico de uma 
insuficiência renal crônica. 
 
 
 
 
 
Tomografia computadorizada → pesquisa de tumor, cisto 
(encontra-se todo preto); 
Tomografia computadorizada volumétrica 
 
 
 
Ressonância magnética → não tem muita importância; 
Biopsia renal → para doenças glomerulares. 
 
Endoscopia → A utilização de endoscópios (cistoscópio e 
ureteroscópio) possibilita a visualização da superfície interna da 
uretra e da bexiga, viabilizando a identificação de neoplasias, 
cálculos, fatores de manutenção de infecção, corpos 
estranhos, origem de hematúria, malformações e orifícios 
ureterais. Também é possível a utilização da endoscopia para 
a realização de biopsias, extração de cálculos ureterais e 
ressecção de neoplasias. 
SÍNDROMES URINÁRIAS 
As principais síndromes renais são síndromes 
nefrítica e nefrótica, infecção urinária, obstrução urinária, lesão 
renal aguda e doença renal crônica. As neoplasias renais e as 
doenças císticas dos rins constituem outros grupos 
importantes de doença renal. 
 
Glomerulares Síndrome 
Nefrótica 
 
 
Síndrome 
Nefrítica 
Proteinúria + 
edema + 
hipoalbuminemia 
 
HAS + edema + 
hematúria 
Infecciosas Alta 
 
 
Baixa 
Pielonefrites 
 
 
Cistites, 
prostatites, 
uretrites 
 
8 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
Insuficiência Renal Aguda 
Crônica 
- 
Obstrutivas - - 
Litíase urinária - - 
 
SÍNDROME NEFRÍTICA 
• Decorre de processo inflamatório do capilar glomerular. 
• Caracteriza-se por disfunção renal de início abrupto, por 
graus variáveis de hematúria, cilindros hemáticos, 
edema, hipertensão arterial, oligúria e proteinúria 
subnefrótica. 
• Do ponto de vista evolutivo e de gravidade das lesões, 
a síndrome nefrítica pode ser classificada como 
glomerulonefrite aguda, glomerulonefrite rapidamente 
progressiva e glomerulonefrite crônica. 
Glomerulonefrite aguda: Caracteriza-se pelo aparecimento 
súbito de urina escura, hipertensão arterial, edema 
(especialmente periorbitário pela manhã) e azotemia. O 
paciente se recupera em dias ou semanasem 97% dos casos, 
embora o quadro clínico possa não ter remissão completa. As 
causas de glomerulonefrite aguda incluem infecções 
bacterianas (estreptococcias, endocardite bacteriana), 
deposição de imunocomplexos (lúpus eritematoso 
disseminado e nefropatia por IgA) e anticorpos circulantes que 
lesam amembrana basal glomerular (síndrome de 
Goodpasture). Ao realizar a avaliação de um paciente com 
síndrome nefrítica aguda, devem ser feitos exames 
sorológicos especiais que podem orientar quanto à etiologia 
da doença e ao tratamento, tais como níveis de complemento, 
anticorpos antinucleares (ANA), crioglobulinas, IgA, anticorpos 
anticitoplasma de neutrófilos (ANCA), anticorpos 
antimembrana basal glomerulat (anti-GBM), título de 
antiestreptolisina O (ASLO), fator nefrítico C3 e marcadores 
virais de hepatite. 
A síndrome nefrítica mais comum é a glomerulonefrite difusa 
aguda, história clássica de uma criança que teve uma infecção 
(impetigo, amidalite) e 15 dias depois a mãe notou um inchaço, 
urina escura e cansaço (hipertensão). 
Glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP): É uma 
síndrome clínica caracterizada por perda rápida da função 
renal (dias a semanas), geralmente acompanhada de oligúria 
ou anúria e alterações urinárias características de 
glomerulonefrite (hematúria, cilindros hemáticos e proteinúria). 
A principal característica histopatológica da GNRP é a presença 
de crescentes em mais de 50% dos glomérulos renais. 
Chama-se de crescente a proliferação de células epiteliais, 
acompanhada da deposição de fibrina, polimorfonucleares e 
monócitos no espaço de Bowman, assumindo formato de 
meia-lua. A gravidade da doença é, em parte, relacionada com 
o grau de formação de crescentes. A glomerulonefrite aguda 
pós-infecciosa, a nefropatia por IgA, a nefrite lúpica ou 
secundária a outras doenças sistêmicas podem evoluir como 
glomerulonefrite rapidamente progressiva, tipo 2. 
Glomerulonefrite crônica: É a via final comum de todas as 
glomerulopatias que evoluem para cronicidade e insuficiência 
renal terminal. Do ponto de vista clínico, a glomerulonefrite 
crônica manifesta-se de modo insidioso, o paciente não se 
queixa, e a doença é descoberta em exames de rotina em 
pacientes com hipertensão arterial ou que relatam apenas 
edema discreto. Apresentam-se com elevação nos níveis 
séricos de ureia e creatinina, alterações do sedimento urinário 
com proteinúria e/ou hematúria. Mais raramente, manifesta -
se com quadro de síndrome nefrótica típica, com edema 
generalizado e diminuição da função renal. Em alguns casos, 
predominam os sinais de uremia. A glomerulonefrite crônica 
tende a evoluir durante anos, progredindo para insuficiência 
renal terminal, com necessidade de diálise e transplante. 
SÍNDROME NEFRÓTICA 
Consiste na associação das seguintes manifestações: 
proteinúria (superior a 3,5 g/24 h), hipoalbuminemia (albumina 
sérica inferior a 3,5 g/de) e edema. Pode acompanhar-se de 
hiperlipidemia, além de estado de hipercoagulabilidade (sendo 
trombose venosa a manifestação mais comum). Alterações da 
permeabilidade da membrana basal glomerular são 
responsáveis pela perda de proteínas na urina, fator 
determinante das manifestações clínicas da síndrome nefrótica. 
Habitualmente, quando a proteinúria é superior a 3,5 g/24 h, 
a excreção urinária de albumina ultrapassa a capacidade do 
fígado de sintetizar essa proteína, ocasionando 
hipoalbuminemia. A hipoalbuminemia ocasiona redução da 
pressão oncótica do plasma, com passagem do líquido para o 
interstício e edema. A consequente redução do fluxo 
plasmático renal efetivo levaria à ativação do sistema renina-
angiotensina-aldosterona, ocasionando posterior retenção de 
sódio e de água e persistência do edema. 
O marcador incondicional dessa síndrome é a proteinúria. A 
síndrome nefrótica mais comum é a idiopática, a criança 
dorme bem e acorda inchada, com proteinúria intensa e 
albumina baixa. 
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA OU LESÃO RENAL 
AGUDA 
Caracterizada pelo rápido declínio da taxa de filtração 
glomerular (FG), resultando em acúmulo no sangue de 
produtos do metabolismo nitrogenado, como a ureia e a 
 
9 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
creatinina, e incapacidade de manter o equilíbrio hidreletrolítico 
e acidobásico, acompanhada ou não de redução da diurese. 
É menos frequente na comunidade do que em pacientes 
hospitalizados; em pacientes internados nas unidades de 
terapia intensiva (UTI), pode ocorrer em torno de 20 a 40%. 
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da em 
pacientes hospitalizados, são: idade avançada, presença de 
doença renal crônica, sepse e cirurgias cardíacas, entre outros. 
A ocorrência de LRA é crescente entre idosos, e 3 fatores 
que afetam a hemodinâmica renal têm sido imputados para 
esta maior incidência: o próprio envelhecimento renal, a maior 
frequência de estados patológicos nesta faixa etária, o uso 
excessivo de medicamentos por estes pacientes e o uso cada 
vez mais frequente de procedimentos intervencionistas e 
cirúrgicos neste grupo específico de doentes. 
Quanto à etiologia, pode ser classificada em 3 categorias: pré-
renal, renal e pós-renal 
DOENÇA RENAL CRÔNICA 
É definida como: (1) lesão do parênquima renal, com ou sem 
diminuição da filtração glomerular (FG), evidenciada por 
anormalidades histopatológicas ou por marcadores de lesão 
renal, incluindo anormalidades na composição do sangue ou da 
urina, alterações nos exames de imagem; ou (2) FG menor 
que 60 ml/min com ou sem lesão renal, por um período igual 
ou superior a 3 meses. Preconiza-se o estadiamento da DRC 
com base em marcadores de lesão renal; na prática, a 
proteinúria (albuminúria) persistente e a taxa de FG, estimada 
por equações matemáticas, utilizando a creatinina sérica (Crs) 
e variáveis demográficas, tais como idade, sexo, raça e peso 
corporal. 
A perda progressiva da função renal ocasiona o aparecimento 
de um conjunto de sinais e sintomas decorrentes do acúmulo 
de toxinas urêmicas que recebem a denominação de uremia. 
Inúmeras condições patológicas provocam a destruição de 
néfrons com perda progressiva da função renal. 
As causas mais frequentes são: diabetes melito (nefropatia 
diabética), hipertensão arterial (nefroesclerose), 
glomerulonefrite crônica, nefrite intersticial, doença cística dos 
rins e uropatia obstrutiva. 
 
Manifestações clínicas: Nas fases iniciais da DRC, estágios 1 e 2, 
os pacientes são assintomáticos e ureia e creatinina são 
normais. No estágio 3 os pacientes costumam ser 
assintomáticos, mas já é possível observar elevação de ureia 
e creatinina, aparecimento de anemia e alterações do cálcio, 
fósforo e paratormônio, além de hipertensão arterial. No 
estágio 4, os sinais e sintomas são mais evidentes com anemia, 
acidose metabólica, hipocalcemia, hiperfosfatemia e 
hiperpotassemia. Na fase final, estágio 5 os pacientes estão 
sintomáticos, com sinais e sintomas evidentes de síndrome 
urêmica (A síndrome urêmica é a manifestação clínica de 
falência renal grave e resulta na retenção de substâncias 
tóxicas (toxinas urêmicas) que afetam o funcionamento das 
células, envolvendo os sistemas cardiovascular, gastrintestinal, 
hematopoético, imune, nervoso e endócrino). 
INFECÇÃO URINÁRIA 
PIELONEFRITE AGUDA: 
• infecção bacteriana do trato urinário alto: rins e pelve 
renal, costuma ser unilateral; 
• ocasionando síndrome clínica caracterizada por febre 
alta de aparecimento súbito, calafrios, náuseas e vômitos 
e dor no flanco com irradiação para a fossa ilíaca e 
região suprapúbica. Prostração, taquicardia e hipotensão 
arterial podem ocorrer. 
• Dentre os dados laboratoriais, destaca-se, ao exame de 
urina, a presença de piócitos, cilindros leucocitários e 
bactérias. 
• O aparecimento da infecção pode estar associado à 
ocorrência de algum tipo de obstrução do trato urinário, 
como hipertrofiaprostática em homens, e obstrução 
ureteral pelo útero gravídico em mulheres. Cálculos, 
neoplasias e malformações anatômicas também 
predispõem a infecção. 
• Em algumas condições, contudo, os sintomas 
desaparecem, mas a bacteriúria persiste, 
transformando-se em infecção crônica. 
 
 
10 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
PIELONEFRITE CRÔNICA: 
• Surge geralmente após um episódio inicial de 
pielonefrite aguda ou cistite, principalmente associada a 
obstrução urinária, presença de cálculo, hipertrofia 
prostática, bexiga neurogênica e refluxo vesicouretral. 
Infecções do trato urinário baixo: (cistite, uretrite, prostatite). 
CISTITE E URETRITE → Infecção urinária restrita à bexiga 
e/ou uretra, caracterizada por polaciúria, disúria, urgência e 
piúria. 
A cistite provoca desconforto e sensação dolorosa na região 
suprapúbica. A irritação da parede vesical causa contração 
espasmódica da bexiga, fazendo com que o paciente 
apresente desejo de urinar acompanhado de dor mesmo 
quando o órgão está vazio ou imediatamente após a micção 
(estrangúria). A urina pode apresentar-se turva e com odor 
desagradável. Piócitos, hemácias, células epiteliais e bactérias 
são encontrados no exame do sedimento urinário. 
Na uretrite aguda, observa-se queimor intenso ou dor durante 
a micção. Observa-se, também, corrimento uretral purulento 
entre as micções. Cistite e pielonefrite aguda podem ocorrer 
conjuntamente. A infecção urinária pode ser recorrente por 
recidiva ou reinfecção. Por recidiva, entende-se recorrência de 
bacteriúria ocasionada pelo mesmo microrganismo, a despeito 
do tratamento, nas 3 semanas após o tratamento. Reserva-se 
o termo reinfecção quando esta ocorre após a cura aparente, 
mas com cepas diferentes. 
PROSTATITE → Caracteriza-se por dor na região sacra e 
perineal, que se acompanha de desconforto retal e testicular; 
piúria e hematúria costumam ocorrer. A prostatite bacteriana 
aguda produz manifestações sistêmicas de bacteriemia com 
febre alta e calafrios, acompanhando-se de disúria e polaciúria. 
O toque retal acompanha-se de dor intensa, devido ao 
aumento de volume da glândula, o que toma a cápsula tensa. 
Na prostatite bacteriana crônica, o paciente pode ser 
assintomático, com próstata de tamanho normal e indolor ao 
toque retal. 
TUBERCULOSE RENAL 
A tuberculose renal é o 3° tipo mais frequente de 
tuberculose extrapulmonar e deve ser considerada em todos 
os casos de piúria sem bacteriúria e em casos de ITU não 
responsiva ao tratamento. A tuberculose renal é sempre 
secundária à tuberculose pulmonar, na qual o bacilo alcança o 
rim a partir do pulmão pela via hematogênica. A lesão inicial é 
glomerular com glomerulite assintomática; a porção medular 
é afetada, provocando inflamação granulomatosa, necrose 
caseosa, formando, às vezes, grandes cavidades caseosas. Os 
principais sintomas são disúria, hematúria, dor no flanco e piúria. 
É assintomática em 1/5 dos casos. 
LITÍASE URINÁRIA 
Chama-se de litíase urinária a formação de 
concreções calculosas nos rins e vias urinárias. Em cerca de 
70 a 80% dos casos, são formadas por sais de cálcio (oxalato, 
fosfato), e os restantes 10%, por ácido úrico, cistina e estruvita. 
 
Os seguintes elementos são importantes na avaliação de um 
paciente com litíase urinária: 
(1) história clínica com ênfase em hábitos alimentares, 
medicamentos em uso, história familiar de doenças do sistema 
urinário, cólica renal, hematúria; 
(2) exame de urina: hematúria e cristalúria; 
(3) ultrassonografia ou TC: localização, tamanho e dimensões 
do cálculo, que tornam possível o conhecimento da 
composição química e adoção de medidas de prevenção ou 
de terapêutica; 
A tomografia computadorizada helicoidal é o exame de 
escolha por apresentar alta sensibilidade e especificidade para 
o diagnóstico de litíase urinária. 
(4) avaliação de alterações metabólicas capazes de provocar 
litíase recorrente. Para avaliação mais rigorosa, deve-se incluir 
a excreção de 24 h de cálcio, oxalato, ácido úrico, sódio, 
creatinina, citrato, cistina, pH urinário, equilíbrio acidobásico, 
eletrólitos (plasma). 
 
Manifestações clínicas da litíase → dependem 
predominantemente de sua localização no trato urinário, 
tamanho, formato e número dos cálculos. 
 
Litíase renal → Os cálculos renais podem ser únicos ou 
múltiplos. São formados nos rins, desenvolvendo-se nos cálices 
ou pelve renal, nos quais podem ficar encravados e crescer, 
adotando inclusive o formato dos cálices e da pelve (cálculo 
coraliforme). Ao aumentar de tamanho, o cálculo lesa o rim 
gravemente, mesmo sem manifestações clínicas evidentes. 
Muitas vezes, há apenas uma discreta sensação de dor ou 
peso no flanco correspondente. Dor localizada na região 
lombar ou no flanco somente ocorre se houver obstrução da 
junção ureteropélvica ou de um cálice renal; hematúria 
microscópica costuma ocorrer. A litíase, muitas vezes, é 
descoberta quando se procura a causa de uma hematúria ou 
é feito exame radiológico simples do abdome por qualquer 
motivo. O paciente pode apresentar proteinúria discreta. 
 
 
11 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
Litíase vesical → A litíase da bexiga quase sempre resulta de 
cálculos formados nos rins e que não foram eliminados pela 
micção. Obstrução e infecção urinária são fatores importantes 
no aparecimento dos cálculos vesicais. Corpos estranhos e 
divertículos são também causas de litíase vesical. As 
manifestações clínicas principais são disúria, urgência e 
interrupção brusca do jato urinário quando o cálculo obstrui a 
uretra. 
UROPATIA OBSTRUTIVA 
O impedimento ao livre fluxo da urina causa 
alterações dos rins e vias urinárias e configura a uropatia 
obstrutiva. Geralmente, a origem da obstrução é mecânica, 
podendo ocorrer em qualquer segmento do trato urinário. 
Mais frequentemente, é ocasionada por afecções do próprio 
trato urinário, como litíase, neoplasias, cicatrização de 
infecções e anomalias congênitas; mas podem decorrer 
também de causas extrínsecas como neoplasias e fibroses 
(intra ou retroperitoneal). Pode ser consequência de distúrbios 
funcionais, como é o caso da bexiga neurogênica, observada 
em traumas com lesões neurológicas, e de diabetes melito. 
A doença obstrutiva pode ser causa de insuficiência 
renal aguda ou crônica. A desobstrução das vias urinárias é 
muito importante para a recuperação da função renal. 
Quando a lesão está acima da bexiga, geralmente é 
unilateral, produzindo hidroureter (dilatação limitada ao ureter) 
ou hidronefrose (quando a dilatação chega aos cálices renais). 
Hipertensão arterial pode ser manifestação de 
obstrução urinária. 
NEOPLASIAS DOS RINS E DO TRATO URINÁRIO 
Os rins e o trato urinário podem ser sede de 
neoplasias benignas e malignas que se localizam no 
parênquima ou na pelve renal, nos ureteres e na bexiga. Os 
tumores renais representam cerca de 2 a 3% de todos os 
tumores malignos no adulto, frequentemente acometendo 
pacientes entre 50 e 70 anos. 
 
Adenoma renal é a neoplasia benigna mais comum. Em geral, 
é assintomática. Pode ser detectado pela ultrassonografia, 
urografia excretora ou tomografia computadorizada, sendo 
necessário fazer o diagnóstico diferencial com neoplasia 
maligna. 
 
O adenocarcinoma renal, carcinoma de células renais ou 
carcinoma tubular renal é a neoplasia maligna mais frequente, 
correspondendo a cerca de 80% das neoplasias malignas dos 
rins. Ocorre geralmente após os 50 anos de idade, sendo 
muito raro em crianças. Predomina entre homens na 
proporção de 2:1 em comparação às mulheres. As 
manifestações clínicas iniciais podem ser muito vagas, sendo 
possível detectar metástases a distância (pulmões, fígado e 
ossos) como achado clínico inicial, em 25 a 30% dos casos. 
Hematúria microscópica geralmente está presente, e 
hematúria maciça ocorre em cerca de 60% dos pacientes, às 
vezes dando origemà cólica renal. O paciente pode queixar-
se de dor no abdome ou nos flancos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
 
Sistema Reprodutor Masculino e Feminino
Principais queixas nos órgãos sexuais masculinos: 
 
• Dor no testículo (orquialgia) → causas: torção aguda 
do testículo (emergência médica) → criança pode 
perder o testículo se não fizer o diagnóstico; 
• Dor peniana associada à ereção contínua → 
priapismo; 
• Hemoespermia; 
• Corrimento/Descarga uretral (secreção purulenta); 
• Disfunções sexuais (mais comum nos mais idosos): 
disfunção erétil, ejaculação precoce, ausência de 
ejaculação, diminuição da libido; 
• Infertilidade. 
 
Principais queixas nos órgãos sexuais femininos: 
 
• Alterações menstruais (queixas mais frequentes): 
dismenorréia, amenorréia e tensão pré-menstrual. 
Tensão pré-menstrual (quase 100% das mulheres têm): 
sensação de mal-estar geral, mal-humor discreto, sensação de 
aumento das mamas → porém, não atrapalha a atividade do 
dia a dia; 
Dismenorréia: tais sintomas amplificados, com enxaqueca, 
dores intensas → atrapalha a atividade do dia a dia; 
• Dispareunia: dor durante o coito; 
• Corrimento; 
• Prurido vaginal; 
• Disfunções sexuais; 
• Galactorréia; 
• Nódulos mamários. 
EXAME DO GENITAL MASCULINO 
INSPEÇÃO DO PÊNIS → 
• Glande: observar presença de lesão, inflamação, 
secreção, localização do meato urinário; 
• Prepúcio: se estiver presente, observar a presença de 
esmegma, fimose ou parafimose; 
• Bolsa escrotal: visualiza-se a simetria, presença e 
tamanho do testículo, lesão, edema, rubor, 
vascularização, cicatrizes e o método da transiluminação. 
Obs.: Método da transiluminação→ coloca-se um feixe de luz 
(com a luz do ambiente apagada) →orqueocele (presença de 
líquido na bolsa escrotal); 
GLOSSÁRIO: 
• Criptorquia: ausência de um ou dos dois testículos na 
bolsa escrotal. 
• Epispádia: localização do meato urinário na região dorsal 
da glande. 
• Hipospádia: localização do meato urinário na face 
inferior (ventral) da glande. 
• Fimose: redução do diâmetro prepucial impossibilitando 
a exteriorização da glande. 
• Hidrocele: acúmulo excessivo de líquido na túnica do 
testículo. 
• Orquialgia: dor nos testículos. 
• Orquiocele: hérnia escrotal. 
• Parafimose: edema e inflamação que impedem o 
prepúcio de recobrir a glande. 
• Priapismo: ereção persistente, não controlada, dolorosa. 
• Varicocele: dilatação anormal do plexo venoso escrotal. 
LESÕES GENITAIS MASCULINAS 
Vesicular → tipo herpes. 
Verrucosa → ex: HPV 
Ulcerada → varias as causas. Bem característico de lesão 
primaria de sífilis. 
EXAME DO GENITAL FEMININO 
É muito importante lembrar do pudor feminino. Seriedade na 
hora do exame! 
• Respeitar a privacidade do paciente. 
• Evitar a exposição do corpo desnecessária – no 
momento da inspeção. 
 
13 Júlia Maria Vasconcelos – Semiologia II 
• Evitar toques demorados ou em áreas erógenas – no 
momento da palpação. 
• Manter a postura gentil e profissional. 
• Antes da inspeção, pedir a permissão da paciente e 
respeitar a sua decisão. 
INSPEÇÃO DA GENITAL EXTERNA → 
• Inspecionar o púbis - observando a presença de lesões, 
pruridos ou parasitas. 
• Grandes e pequenos lábios: observar a simetria, 
coloração, integridade da pele, presença de secreção. 
• Clitóris: observar o tamanho e a forma. Principalmente em 
meninas que possam ter alguma alteração cromossômica. 
• Prolapsos: uterino ou vaginal. 
Lesões da vulva: vesicular verrucosas, ulcerosas. 
Lesões do períneo: vesicular e verrucosa.

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