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Universidade Federal do Tocantins - UFT Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Coordenação Pedagógica Programa Escola de Gestores A importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos1 Rosinete da Conceição de A. Lopes2 Resumo: Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisa-ção, que, conforme Stringer (1996) é composta por três ações: principais: observar, para reunir informações e construir um cenário; pensar, para explorar, analisar, e interpretar os fatos; e agir, implementando e avaliando as ações. A coleta de dados foi realizada na escola Municipal Noeme Lustosa Barros, através de aplicação de questionário contendo cinco questões dirigidas aos pais sobre o envolvimento escolar é afetivo dos pais para com os filhos. O embasamento teórico deste trabalho fundamentou-se em teóricos como JESUS (1996), SZYMANSKI (2001), TIBA (2006) e PARO (2007) pensadores e educadores que acreditam na influencia positiva da educação na formação integral do sujeito. É detectou-se a importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos, Mediante o resultado do projeto de intervenção realizado na Escola Municipal Noeme Lustosa barros, os resultados da pesquisa apontam que os pais ainda estão muito ausentes no que se refere o acompanhamento “ideal” para com seus filhos na escola como também na vida cotidiana. Durante a realização do trabalho da coordenadora pedagógica pode se perceber que a grande maioria dos alunos apresenta dificuldades de aprendizagem como também falta de limite e interesse pelas aulas. A família é a primeira instituição onde a criança nasce, vive e se desenvolve. Ela deve estar atenta à vida 1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito avaliativo do curso de Pós-graduação Latu Sensu em Coordenação Pedagógica pela Escola de Gestores - Universidade Federal do Tocantins, sob a orientação da Profa. MS. Lina Maria Gonçalves. 2 Graduada em pedagogia pela fundação unirg. Pós-graduada em Atendimento Educacional Especializado pela universidade federal do Ceará. Professora Regente do Ensino Infantil, na Escola Municipal Noeme Lustosa Barros, do Município de Dueré-To. educacional de seus filhos, sendo ela, também responsável pelo processo de ensino-aprendizagem. . Percebe-se então que escola e família em âmbito geral devem trabalhar com os mesmos objetivos, fazer com que a criança se desenvolva em todos os aspectos e ter sucesso na sua aprendizagem. É nesse sentido que se justifica a importância da intervenção propor uma parceria família escola para o melhor desenvolvimento emocional, intelectual da criança no contexto investigado. Palavras Chave: Família – Escola – Criança – Aprendizagem – Desenvolvimento. Introdução Atualmente, a família tem passado para a escola a responsabilidade de instruir e educar seus filhos e espera que os professores transmitam valores morais, princípios éticos e padrões de comportamento, desde boas maneiras até hábitos de higiene pessoal. Justificam alegando que trabalham cada vez mais, não dispondo de tempo para cuidar dos filhos. A escola, por sua vez, afirma que o êxito do processo educacional depende, e muito, da atuação e participação da família, que deve estar atenta a todos os aspectos do desenvolvimento do educando. Reclama bastante da responsabilidade pela formação ampla dos alunos que os pais transferiram para ela, e alega que isto a desviou da função precípua de transmitir os conteúdos curriculares, sobretudo de natureza cognitiva. Com isso, ao invés de ter as famílias como aliadas, acaba afastando-as ainda mais do ambiente escolar. A escola, incansavelmente, tem buscado parceria com as famílias através de palestras, confraternizações, em que pais, alunos, professores, coordenadores pedagógicos e demais funcionários se interagem com atividades reflexivas, com o objetivo de estreitar o relacionamento tanto família escola, como também fazer com que os pais e filhos se interagem nas relações afetivas. Entretanto, mediante observação realizada na Escola Municipal Noeme Lustosa Barros, percebe-se que os pais, ainda, estão muito ausentes no que se refere o acompanhamento “ideal” para com seus filhos na escola, como também na vida cotidiana. Também pode se perceber que a grande maioria dos alunos apresenta dificuldades de aprendizagem, como também falta de limite e interesse pelas aulas. É nesse sentido, que se justifica a importância da presente pesquisa-ação na Escola Municipal Noeme Lustosa Barros, que proporá uma intervenção, no contexto investigado. O objetivo geral dessa pesquisa foi o de identificar as estratégias de intervenção da coordenação pedagógica junto aos professores visando á realização de intervenção capaz de inserir as famílias, contribuindo assim para o desenvolvimento escolar e afetivo da criança. Diante desse objetivo a coordenação pedagógica buscou envolver toda equipe escolar em atividades planejadas para destacar que a integração dos esforços da família e da escola é base para mudanças no processo constante de educar os filhos, pois, a educação não cabe apenas aos profissionais, mas sim a toda a sociedade, principalmente à família que é a maior interessada na educação das crianças. O presente artigo, que apresenta e discute os resultados alcançados, bem como as dificuldades enfrentadas na condução do processo de pesquisa- ação, está organizado, além dessa introdução, nas seguintes partes: revisão bibliográfica, na qual se apresenta os fundamentos teóricos da gestão democrática e participativa, bem como da psicologia da educação sobre fatores que influenciam a aprendizagem das crianças; em seguida traz a descrição da metodologia empregada; a análise e discussão dos resultados alcançados na pesquisa ação com a equipe escolar e na intervenção desenvolvida com os pais; e, por fim, as considerações finais da coordenação pedagógica. 2. Família e Escola: uma parceria positiva Denomina - se família o primeiro grupo social do qual fazemos parte, onde cada um começa a construir sua história de vida, e sua identidade cultural. Através da família o indivíduo recebe influências de valores e convivência no grupo, o que é essencial para o desenvolvimento individual da criança. É nesse momento que a criança começa a construir sua personalidade. Para ela família é o seu ponto de sustentação. A convivência e o relacionamento familiar são fatores relevantes para o bom desempenho da criança. Assim, cabe a família fazer a mediação da criança e jovens entre ela, o mundo e a escola. Ajudá-la na adaptação, são fatores fundamentais para seu desenvolvimento educacional e social. A família na vida escolar das crianças é a raiz, ou seja, e na família que se definem fundamentos de vida afetiva, moral e ética. A escola surgiu como uma necessidade social, com o objetivo de dar auxílio para que o indivíduo se situe como pessoa criadora e conhecedora de seus propósitos. É importante que os pais ou responsáveis pelas crianças demonstrem interesse em tudo no que diz respeito à escola do filho, para que ele perceba que estudar é algo prazeroso e indispensável para a vida. A participação dos pais na educação formal dos filhos deve se proceder da maneira constante e consciente, integrando-se ao processo educacional, participando ativamente das atividades da escola. Essa interação só tem a enriquecer e facilitar o desempenho escolar da criança. Diante desta realidade, os pais devem deixar bem claro para os filhos a importância de estar freqüentando a escola, mostrando as vantagens oferecidas pelamesma. Sendo uma instituição que prepara para a consciência política, para cidadania e convivência social. Nota-se, que muitos pais vêem na escola uma oportunidade dos filhos terem um futuro melhor, realizarem-se profissionalmente e até mesmo porque enquanto os filhos estão na escola estão livres dos perigos da rua. Com a valorização que os pais dão à escola, incentiva os filhos a perceber a importância do saber. Paro (2000, p.48) afirma que. Na verdade, a disponibilidade de boas condições para o estudo nas casas das camadas mais pobres da população parece ser heterogênea, havendo desde situações de extrema precariedade até situações em que os pais põem à disposição de seus filhos boas condições de trabalho. Dada à situação de vida dessas populações, é mais provável, entretanto, que predominem os casos em que faltam condições adequadas de estudo. Assim, a precariedade dos recursos e dos espaços para o estudo no interior dos lares não deixa de ser uma realidade que dificulta os trabalhos estudantis das crianças e jovens. Nesta citação, percebe-se que o autor fala dos fatores que são prejudiciais ao rendimento escolar dos alunos, principalmente nas classes menos favorecidas. Como são os alunos atendidos na unidade de ensino investigada. Ele ainda enfatiza a extrema precariedade que a família está inserida para dar subsídio a uma boa condição de trabalho, sendo que, nas famílias menos favorecidas é notável o pouco recurso para os estudos, e isto dificulta a aprendizagem das crianças. Em outras palavras pode-se afirmar que o fator social exerce fundamental influência no insucesso nos estudos e na aprendizagem por parte dos alunos. Diante do exposto, é necessário que os pais levem em consideração que em casa também é importante reservar um local adequado para o estudo e realização de tarefas escolares. Mostrar aos filhos que é fundamental o estudo para alcançar seus objetivos, demonstrar empolgação com dada etapa vencida pela criança, levando-os a entender a importância de aprender e ser um cidadão consciente e livre. A escola como instituição de ensino tem a função de oferecer condições necessárias para que o educando receba constantemente qualificação diária em seu exercício de atuação, viabilizando assim, melhoria na qualidade de vida das gerações futuras. Para que isso aconteça, é necessário fazer uma reflexão sobre o processo ensino aprendizagem, buscando alternativas para os problemas das práticas pedagógicas. Szymansky (2001, p. 63) afirma: Na possibilidade positiva, as escolas podem criar um ambiente que venha a construir-se um “espelho” e num “mundo” para as crianças, ajudando-as a caminhar para fora de um ambiente familiar adverso e criando uma rede de relações, fora das famílias de origem, que lhes possibilite uma vida digna, com relações humanas estáveis e amorosas. De acordo o exposto, a escola tem função de transmitir saber ao aluno, mas também levá-lo á construir caminhos para que possa, por sua vez, descobrir-se como ser pensante, crítico, social e capaz de atuar positivamente na sociedade em que vive mostrando a ele que, com a educação ele poderá desenvolver-se por completo, aprendendo a valorizar-se. Uma das principais atribuições da escola é a de manter e educar seus dependentes para a vida, segundo princípios éticos, cultural, religiosa, legal. A escola deve trabalhar de forma mais ampla, sendo necessária uma convivência afetiva com as famílias, sabendo ouvir respeitando as diversidades, por muitas vezes, a mesma compreende que uma família, por não corresponder aos padrões tradicionais, não é capaz de cuidar da formação de seus dependentes. Na sociedade atual, a escola também perdeu a credibilidade social que tinha outrora. Sobre essa questão Paro (2000, p.63) argumenta que. Nem o decréscimo da importância da escola com móvel de ascensão social nem as concepções a respeito da queda da qualidade do ensino parecem ter conseguido abalar significativamente a confiança que a população tem na escola instituição. De acordo o autor, a confiança que os pais, ainda, depositam na escola é um motivo importante para que ela repasse uma educação de qualidade, visando melhorar as condições de vida da comunidade. Para Tiba (2002, p. 183) “Se a parceria entre família e escola for formada desde os primeiros passos da criança, todos terão muitos a lucrar”. A criança que estiver bem vai melhorar e aquela que tiver problemas receberá a ajuda tanto escola quanto dos pais para superá-los. Assim, é primordial que escola e família sintam-se parceiras nessa tarefa de transformação da criança, onde família deve participar das reuniões, questionarem sobre a vida escolar de seu filho, conhecendo as reais práticas educativas, e que a escola se sinta parceiras nesta jornada. Quando se fala na desejável parceria escola/família e se convoca a participação dos pais na educação, como promoções do sucesso escolares dos filhos, não se consideram as mudanças históricas e a diversidade cultural nos modos da educação e reprodução social; as relações de poder entre estas instituições e seus agentes; a diversidade de arranjos familiares e as desvantagens materiais e culturais da grande parte das famílias; as relações de gênero que estruturam a divisão de trabalho e na escola. Sobre essa mudança na estrutura familiar e social, destaca Paro (2000, p. 68) que “é muito importante o papel da família no desempenho escolar dos filhos, (...) há uma relação interdependente entre as condições sociais da origem das famílias e a maneira que se relacionam com as escolas.” Sabe-se que a estrutura familiar e social, está em constante transformação, pois há influência de fatores sociais, econômicos, políticos e religiosos, fazendo com que os papéis se modifiquem cotidianamente. Com a introdução do capitalismo, a família mudou sua estrutura, a mulher teve que ingressar no mercado de trabalho, transferindo assim, a função de educar os filhos para a escola, mas a escola não pode e nem tem estrutura de assumir esta responsabilidade. Assim, a relação entre a família e a escola tem sido discutida há décadas, apesar de vários trabalhos, onde os gestores buscam a aproximação da família/escola, ainda persistem muitos conflitos, pois observa-se que pais e escola, não sabem direito qual papel desempenhar, e vivem em um jogo de empurrar a responsabilidade uma para a outro: a escola acusa os pais de não dar limites e os pais acusam a escola de não impor a disciplina. Nesse meio a criança fica sem referência. Desta forma a relação da família e da escola só terá uma proposta plausível a partir do momento em que todos entenderem o seu papel na educação das crianças. De acordo com o exposto, a escola deve oferecer as informações que contribuam de maneira a fazê-los repensar como funciona essa complexa relação: família e escola, para que as famílias possam reafirmar com dados semelhantes, pois se sabe que o fato da família não ir bem, influencia negativamente o desenvolvimento escolar dos filhos. Assim, a escola precisa trabalhar de forma cooperativa ao assumir outros papéis, além do ensino. Sobre isso Hengemühle (2004 p.12.13), afirma que. A escola se faz com a contribuição de toda a comunidade educativa, um conceito que perpassa toda sua obra, destacando a pessoa do professor, agente principal de todo processo educativo, que internalizam as novas competências e habilidades necessárias à sua função, com a equipe diretiva, que coordena e dinamiza o projeto político-pedagógico e com os alunos, foco central da ação educativa, dos conceitos pedagógicos e das estruturas administrativas. Em razão disso, fica o aluno ficacomo sujeito, sendo o centro de todo o processo, uma vez motivado e acompanhado dificilmente chegará à tona do fracasso, tanto escolar como social. Indiscutivelmente, a família tem um papel predominante no aprendizado de seu filho, pois sendo a família o primeiro grupo de convivência da criança. No entanto, a família é um elemento primordial na formação desse indivíduo, cabendo a mesma, motivar e ajudar nas atividades extra classe para o bom desempenho escolar. De acordo Paro (2000), em seu contexto de investigação, procura-se examinar a participação dos pais em casa, “junto a seus filhos”, visando uma melhoria na qualidade do ensino, mediando à postura da escola na tomada de decisões para facilitar essa participação. Na concepção de Paro, (2000), fica evidente que, quando os pais estão presentes na vida escolar de seu filho, participam de suas atividades, olha as lições de casa, sem o rendimento é nítido. “É uma questão afetiva, os filhos se sentem amados quando os pais valorizam suas ações e seus trabalhos” (idem, p. 34). A escola deve promover encontros atrativos para que os pais se sintam bem e respeitados, uma vez que, a maioria dos pais deixa de participar com medo das represálias, sendo que, na maioria das vezes a pauta das reuniões se unifica simplesmente no problema de seus filhos. No entanto, faz-se necessário que através das reuniões as famílias participam efetivamente da elaboração de projetos pedagógicos, nas tomadas de decisões, junto à coordenação pedagógica, e corpo docente da escola. Informar através de relatórios periódicos o desempenho escolar da turma e o desempenho individual. Envolver as famílias na organização e na realização dos eventos escolares. Fazer visitas às famílias para melhor entrosamento, nunca somente, para averiguar, julgar ou fazer interferências. No entanto, a escola necessita dessa relação de cooperação como a família, pois os professores precisam conhecer as dinâmicas internas e o universo sociocultural vivenciado pelos seus alunos, para que possam respeitá- los, compreendê-los e tenham condições de intervirem ou providenciar um desenvolvimento melhor nas expressões de sucesso e não de fracasso diagnosticado. Precisam ainda, trabalhar dessa relação de parceria para poderem também compartilhar com a família os aspectos de conduta do filho: aproveitamento escolar, qualidade na realização das tarefas, racionamento com os professores e colegas, atitudes, valores, respeito às regras. A partir dessa interação e com base nos significados que dá ao seu trabalho, a participação democrática e participativa é o principal meio de assegurar e inserir estas famílias como parcerias ativas no processo de ensino aprendizagem são afetivas de seus filhos. Como nos diz Jesus (1996, p. 01), é importante que se assuma que os professores não podem substituir os pais na educação dos filhos. Os pais são os primeiros modelos para os filhos, tendo sobre eles uma influência que o professores não podem ter. 1 – Não vou defender que há fronteiras rígidas, intransponíveis – que marcam os compromissos para com a educação da criança ou jovem - entre pais e professores/educadores, mas haverá que reconhecer que nenhum deles substitui o outro em determinados papéis que lhes são específicos. Os pais “têm influência sobre a educação e o desenvolvimento dos filhos que é única e insubstituível. 2 – Por sua vez, os professores e educadores, pela responsabilidade que têm na criação de condições para o desenvolvimento de capacidades, e para a aquisição e domínio de conhecimentos por parte dos alunos, estarão igualmente a contribuir decisivamente para a formação integral destes. Uma escola comprometida com a transformação da sociedade torna-se como seu espaço específico de luta, a responsabilidade pela socialização do saber elaborado. Ao professor compete realizar a importante tarefa de integrar- se ao processo educativo, mediando, sugerindo, organizando, visando à cooperação, a iniciativa, a autonomia, propondo situações e servindo de alavanca ao processo de construção e à descoberta. À família compete à participação ativa no desenvolvimento das tarefas diárias, como também a família deve ser participativa nas ações da escola, conhecer o professor, a sua dinâmica e dar ao filho incentivo para os estudos. Não se podem delegar responsabilidades ao educador, como se fossem possíveis soluções independentes de tal contexto. No entanto, a abordagem crítica e a intervenção transformadora sobre o que está se dando atualmente na educação e nas políticas públicas, é de grande valia para o encaminhamento da transformação da sociedade, e a escola tem responsabilidade nesta transformação. 3. Pesquisa e ação: trilhando caminhos para aproximação entre família e escola. Este trabalho, desenvolvido através de pesquisa-ação, que conforme Stringer (1996) compreende uma rotina composta por três ações principais: observar, para reunir informações e construir um cenário; pensar, para explorar, analisar, e interpretar os fatos; e agir, implementando e avaliando as ações. O campo de investigação foi a Escola Municipal Noeme Lustosa Barros, envolvendo especialmente como sujeitos da pesquisa o 1º Ano “U” vespertino, formado por 34 alunos e respectivas famílias, a professora regente e toda equipe diretiva da escola. Seguindo as etapas, descritas por Stringer, inicialmente a coleta de dados foi realizada através de aplicação de questionário aos pais, com sugestões de perguntas de toda equipe escolar, contendo cinco questões dirigidas sobre o envolvimento escolar e afetivo dos pais para com os filhos. Foram analisados, ainda, fotos, relatórios, atas de reuniões realizadas com os pais e alunos na unidade local. Também foram realizadas conversas com os pais que compareciam a escola para deixar os seus filhos, sobre a escola o andamento do filho nas atividades e participação. Como segunda ação, os dados passaram pelo processo de tabulação e análise. Assim, com a tabulação concluída foi possível constatar as principais necessidades desses pais e ter indicadores para realizar um projeto de intervenção, buscando conciliares as reais necessidades dos pais, dos filhos e da escola. Em nova reunião de toda equipe escolar foi possível configurar e dar andamento no projeto de intervenção, desenvolvido com os sujeitos anteriormente listados, constituindo esse desenvolvimento como a terceira ação da pesquisa-ação. No mês de agosto de 2011, desenvolveu-se na Escola Municipal Noeme Lustosa Barros, o Projeto de Intervenção por meio do denominado “dia dos pais na escola”, com jogos e sorteio de brindes, culminando com coquetel. Os resultados tanto da primeira fase da pesquisa, quanto da segunda fase de intervenção, serão descritos e analisados na próxima seção desse artigo. Com a palavra os pais Esta pesquisa foi realizada na Escola Municipal Noeme Lustosa Barros com 34 pais, sendo que três deles não devolveram o questionário respondido, ou seja, dos questionários enviados aos pais, 91% foram devolvidos respondidos. Esses dados aparentemente mostram um alto índice de participação, todavia há que se analisar o processo desenvolvido para obter-se o retorno dos questionários. Inicialmente foram retornados somente 08 questionários, o que representa apenas 23% de retorno. A comunidade escolar se mobilizou para recolher os questionários, enviando bilhetes, conversando informalmente com os pais na rua e chegando mesmo a buscar os questionários nas casas. Isso confirma o que defende Paro sendo uma contradição ou os pais, mesmo sem estar direto na escola, adotamestratégias para acompanhar os filhos? Essa é uma questão que merece análise mais aprofundada, pois parece refletir a confiança que os pais continuam depositando na escola do que um real conhecimento da metodologia empregada pela professora. Como comprova a figura 1, a seguir demonstrativa da participação desse mesmo grupo de pais (dos alunos do 1º ano único) num das reuniões bimestrais Figura 1: assinatura dos pais em ata de reunião bimestral. Essa é uma visão da real participação dos pais na escola Municipal Noeme Lustosa Barros, segundo a ata nº13, da reunião com os pais e responsáveis dos alunos do 1º ano-único, realizada dia 04 de agosto de 2011. De 36 (trinta e seis) compareceram 10 para a reunião para ser tratados assuntos dos interesses dos mesmos, sendo, dificuldades de aprendizagem, reforço escolar entrega de uniformes. Para os educadores, pode ser algo de sumo importância, mas para os pais, a escola resolve tudo. Predominantemente os respondentes têm a média de idade entre 30 e 39 anos, sendo 29% do gênero feminino, sendo que em sua maioria mãe, que trabalha, e cuida do lar, ainda tem disponibilidade para acompanhar os filhos no seu desenvolvimento escolar. Segundo o resultado dos questionários, detectou-se que a escolaridade dos mesmos é o ensino médio. Considerando esse contexto, a análise comparativa, a seguir, refere-se aos 91 % de questionários respondidos, separados em dois grupos distintos: o grupo1 com 25,8% que responderam voluntariamente em tempo hábil, e o grupo 2 com 74,2% que responderam, após intervenção da escola. Perguntados aos mesmos sobre a participação nas atividades escolares de seus filhos, com as seguintes alternativas: a) Acompanham as tarefas e horário de aula de seu filho (a) diariamente? b) Comparecem à escola sempre que solicitados? c) Você participa das reuniões bimestrais e conseguem tirar as dúvidas com os professores? d) Você acha que os professores mandam pouca tarefa de casa? e) Seu filho (a) comenta sobre as atividades realizadas na escola? f) Seu filho (a) tem horário e local adequados para realizar a tarefa de casa? Obteve-se os dados representados no gráfico 1, a seguir. Como já mencionado anteriormente, há uma grande contradição ou os pais, realmente adotam estratégias para acompanhar os filhos? Em destaque a alternativa C, com 23,4%, do grupo 2 (pais que precisaram de intervenção da escola para devolver os questionários) enquanto o grupo 1(pais que devolveram voluntariamente os questionários respondidos), aparece com 14,2%. Gráfico1: Percentual de participação dos pais Fonte: questionário aplicado aos pais Perguntados sobre o grau de participação nas atividades escolares dos filhos, os pais dos dois grupos responderam as alternativas, conforme o gráfico 2, a seguir, vem com um conjunto de alternativas que foi representado em porcentagem. a) As normas e regras da escola são claras? b) Seu filho gosta da escola? c) Você conhece a professora de seu filho? É sua metodologia de trabalho? d) Seu filho se relaciona bem com os professores e funcionários da escola? e) Você se considera um pai participativo na vida é no acompanhamento escolar do seu filho? Gráfico 1: Observação dos pais na escola dos filhos. Fonte: questionário aplicado aos pais O que mais chamou atenção neste gráfico foi á alternativa E, onde o grupo 1 com 20%, dos respondentes que se consideram pais participativos na vida na escola dos filhos, enquanto no grupo 2, 16% afirma-se participativo. Observe que apenas 12% dos pais, que responderam rapidamente ao questionário, as normas da escola são claras, por outro lado, 18% dos pais que só devolveram o questionário após insistência da escola, responderam afirmativamente a essa questão. Perguntados sobre a comunicação na escola, com as seguintes alternativas: 1º Você vai à escola. 2º Telefona, pois não tem tempo. 3º Através de bilhetes, recados. 4º Outros. Obteve-se as respostas mostradas no gráfico 3, a seguir: Gráfico: A comunicação na escola Fonte: questionário aplicado aos pais Através do gráfico percebe-se que o gráfico 1, com 78% tem sim disponibilidade de ir até a escola do filho ter uma comunicação, com um porcentual 13,3% do grupo preferir telefonar pois não tem tempo.O grupo 1, vem confirma Tiba, Assim, é primordial que escola e família sintam-se parceiras nessa tarefa de transformação, comunicação da criança, onde família deve participar das reuniões, questionarem sobre a vida escolar de seu filho, conhecendo as reais práticas educativas, e que a escola se sinta parceiras nesta jornada. Questionados sobre o uso de seus talentos para participar na escola dos filhos, Opinaram-se nas seguintes alternativas: a) Sim tenho talento quero ajudar. b) Sendo voluntário; e Parceiro na escola. c) Contando Histórias; durante as aulas; d) Sendo ajudante da professora; é nas organizações de festas na escola; e) Outros (f) não responderam As respostas são mostradas no gráfico 4, a seguir: Gráfico 4: Os talentos dos pais para participar na escola dos filhos Fonte: questionário aplicado aos pais Como podemos verificar no gráfico, o grupo 1, 31,2%, quer participar na escola dos filhos com os seus talentos, o grupo 2, só 15,6%, tem interesse, na alternativa de ser voluntários, é não responder está questão. “Esse percentual confirmar o que diz Jesus’’ os pais são os primeiros modelos para os filhos, tendo sobre eles uma influência que o professores não podem ter”. Ou seja, nenhum substitui os outros ambos tem que andar juntos. Perguntados sobre o aspecto que eles podem e precisam melhorar para participar mais da vida escolar do filho, obteve-se através das alternativas: a) Verificando se tem tarefa de casa. b) Sendo mais presente. c) Conversando com o seu filho. d) Olhando o caderno. e) Observando as queixas dele seguintes respostas foram apresentadas, conforme gráfico 5, a seguir: Gráfico 5: O aspecto que os pais precisam melhorar. /Fonte: questionário aplicado aos pais Olhando atentamente o gráfico grupo 1, com 100% dos pais olham as tarefas de casa dos filhos, já o grupo 2, vem o porcentual de 19,6% que não verificam as tarefas de casa dos filhos. Não podemos esquecer que á família compete à participação ativa no desenvolvimento das tarefas diárias, como também a família deve ser participativa nas ações da escola, conhecer o professor, a sua dinâmica e dar ao filho incentivo para os estudos. Analisando as questões, que os pais se manifestaram abertamente, de como o mesmo pode contribuir para a melhoria da escola de seus filhos, chegamos às seguintes alternativas: a) Participando das reuniões na escola, e ajudando os filhos nas tarefas de casa, orientando-os para se comportarem bem na escola. b) A participação Família escola com diálogos entre Diretor, professores e pais. c) Não responderam; d) Outros; Gráfico 6: Sugestão dos pais para a melhoria da escola. Fonte: questionário aplicado aos pais Observando o gráfico acima, o grupo 1, com 62,5%, quer sim que a escola venha proporcionar mais participação família/escola com diálogos entre Diretor, com professores e pais. O grupo 2, com 35% não quis se manifestar. Como diz Hengemuhle, A escola se faz com a contribuição de toda a comunidade educativa, um conceito que perpassa toda sua obra, destacando a pessoa do professor, agente principal de todo processo educativo, que internalizam as novas competências e habilidades necessárias à sua função, com a equipe diretiva, que coordena e dinamiza o projeto político-pedagógico e com os alunos, foco central da ação educativa, dos conceitos pedagógicos e das estruturas administrativas. 1.1. Intervenção: ação conjunta No mês de Agosto, dia dos pais, toda equipe escolarelaborou como seria realizado o dia dos pais na escola, então ficou acordado de fazer um dia especial, foi marcado um jogo para os pais no ginásio de esportes da cidade, onde os pais seriam os jogadores, houve confecções de convites, onde os próprios filhos levassem para convidar especialmente os seus pais a participar do jogo. Desta forma, buscou-se no comércio a contribuição de brindes, medalhas, para serem distribuídos aos pais. Ainda houve um convite para que um juiz de futebol participasse das atividades, para o encerramento ainda houve uma confraternização, com salgados, sucos, toda equipe empenhou-se para o evento acontecer. No dia do jogo, compareceram somente alguns pais, sendo que, para completar o time, os maridos da diretora, professoras e demais funcionários da escola, tiveram que vestir a camisa e participar do jogo. Os pais, ainda, não visualizaram que sua participação na vida escolar do filho é de suma importância para o seu desenvolvimento e aprendizado. Na atualidade as crianças estão entrando na escola mais cedo, isto se dá por vários motivos, seja ele, social, estrutural, ou por vontade das crianças em ir à escola. Desta forma são elementares que os pais façam parte da unidade escolar, contribuindo nas tarefas, orientando seus filhos e tendo participação ativa com a escola. Nota-se que na maioria das vezes, os pais se refugiam da unidade escolar, acreditando que a aprendizagem deva acontecer apenas dentro da escola, com alunos/professores, mas isto é um leigo engano. Diante disso o projeto de intervenção realizado na escola campo trouxe a tona vários problemas enfrentados pelos docentes, falta da participação dos pais ou responsáveis, crianças desmotivadas, na realização das atividades enviadas para casa, pois não pode contar com o auxílio dos pais na realização da mesma. Assim, após realização do projeto de intervenção que apontou as reais necessidades, a escola tem que reverter estes problemas, buscando a família para dentro da escola, mostrando-as que a aprendizagem acontece em conjunto, e que a participação deles é fundamental para o sucesso da escola e da aprendizagem de seus filhos. Sabe-se que as crianças nessa idade têm a facilidade da aprendizagem, é de compromisso da família torna-se fundamental nesse processo de conhecimento. Família e escola são pontos de apoio e sustentação ao ser humano. Desta forma quanto melhor for à parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os resultados na formação da criança, por isto, a escola vai continuar realizando um trabalho que envolva família, alunos, escola e comunidade. O Projeto de intervenção foi realizado para mostrar a importância de uma relação mútua entre escola família e essa relação tem que ser baseada no respeito e na troca de experiências, sendo de grande necessidade a quebra de barreiras que impedem essa consolidação família escola. Sendo que o ideal seria que escola e família, em âmbito geral trabalhassem com os mesmos objetivos, oferecendo assim subsídios para que as crianças se preparem melhor para o exercício da cidadania. 2. Considerações Finais Os problemas detectados na elaboração e no decorrer do projeto de intervenção realizados na escola Municipal Noeme Lustosa Barros, trouxeram a tona vários problemas enfrentados pela coordenação pedagógica, falta da participação dos pais ou responsáveis, crianças desmotivadas, na participação, realização das atividades enviadas para casa, pois não pode contar com o auxílio dos pais na realização da mesma. Pais que transferem as suas responsabilidades, para a escola, professores subcarregados com a tamanha responsabilidade de ser, educador, pai, mãe, ao mesmo tempo. Assim, após realização do projeto de intervenção, a escola pretende continuar com toda a equipe escolar, com o trabalho árduo de tentar buscar os pais para participar ativamente da vida escolar de seus filhos. O projeto abriu espaços, para a comunidade participar mais através, da ampliação dos projetos já realizados na escola, como família na escola que neste ano aconteceu diferente, em vez de ser só para os alunos a escola abriu para os piais realizarem um pique nique, com os filhos na própria escola, festa junina com os pais e funcionários na frente da escola, jogo no dia dos pais com a participação de toda equipe escolar, fora da escola no ginásio, então assim abre-se um melhor diálogo entre escola é comunidade, agora com essa iniciativa pretende- se juntos escola/ comunidade, buscar, soluções para esses problemas, reverter esta situação tão lamentável no cenário educacional. Sabemos que quando a comunidade escolar busca parceria com as famílias dentro da escola, mostrando-as que a aprendizagem acontece em conjunto, é que a participação deles é fundamental para o sucesso da escola e da aprendizagem de seus filhos. Que os pais sintam que a sua participação na vida escolar, afetiva de seu filho é de extrema importância. Sabe-se que quando o Secretário de Educação, Diretor, Coordenador, professores, equipe escolar, entende-se a importância de uma relação mútua entre, escolas, famílias, essa relação tem que ser baseado no respeito, na troca de experiências na confiança que tanto falamos no decorrer desse trabalho, e o mesmo veio para detectar barreiras que impedem essa consolidação família/ escola, que impedem realmente que desenvolvemos um trabalho para uma educação de todos é para todos. REFERÊNCIAS. CHAVES, M. A. Projeto de pesquisa: Guia prático para monografia. 3. ed. Rio de Janeiro: 2002.116 p. PARO V. H. Qualidade do Ensino: A contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000. 126 p. STRINGER, E. T. Action Research: a Handbook for Practitioners. Sage, 1996 SZYMANSKI, H. A relação família/escola: Desafios e perspectiva. Brasil: Plano Ipiranga. 2001. 95 p. HENGEMÜHLE, A. Gestão de Ensino e Práticas Pedagógicas. 2. ed. Petrópolis, RJ: vozes. 2004. 245 HENGEMÜHLE, A. Gestão de Ensino e Práticas Pedagógicas. 3 ed. Petrópolis, RJ:Vozes, 2004.12,13. JESUS, Saul Influência dos Professores sobre os Alunos. Colecção Cadernos Pedagógicos. N.º34 Porto: Edições Asa, 1996, p. 27. TIBA, I. Disciplina na medida certa. Novos paradigmas. São Paulo: Integrare. 2002 .17 p. Universidade Federal do Tocantins - UFT Programa Escola de Gestores A importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos1 Introdução 2. Família e Escola: uma parceria positiva 3. Pesquisa e ação: trilhando caminhos para aproximação entre família e escola. Com a palavra os pais
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