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1 Exame clínico – sistema hematopoiético: Exame clínico – sistema hematopoiético: De modo geral as hemopatias são caracterizadas por comprometerem de maneira global as condições físicas dos pacientes. Podem manifestar-se desde a tenra idade (primeiros anos de vida, geralmente até antes dos 10 anos), sugerindo tratar- se de uma doença hereditária. Existem quadros nitidamente neoplásicos com aumento de volume dos linfonodos, fígado, baço ou neoplasias extranodais. Também existem quadros com manifestações clínicas muito pouco evidentes ou até ausentes. Anamnese: Assim como em qualquer outra patologia, uma anamnese bem feita é capaz de firmar o diagnóstico clínico em 80% dos casos, associada ao exame físico esse percentual sobe para 90%. Informações importantes para a formação do raciocínio clínico nesses casos incluem: Informações sobre alimentação, febre, emagrecimento, dores ósseas, possíveis locais de sangramento e tempo de instalação da doença. Bem como a exposição a agentes tóxicos à medula, por exemplo organofosforados e benzeno. Antecedentes pessoais e familiares: Algumas hemopatias são de natureza hereditária, como por exemplo as anemias causadas por um aumento da destruição causada por defeitos intrínsecos das hemácias e costumam acometer mais de um membro da família. Outras hemopatias de caráter hereditário: certas púrpuras com defeito intrínseco das plaquetas, um grande número de coagulopatias (hemofilia, doença de von Willebrand) e algumas anomalias leucocitárias. Dessa forma mostra-se extremamente importante um estudo minucioso sobre a idade em que tiveram início as manifestações clínicas. O conhecimento das condições socioeconômicas do paciente e do meio em que ele vive também são fundamentais para auxiliar no diagnóstico. Ademais o uso indiscriminado de antitérmicos, análgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos têm aumentado a incidência de vários tipos de anemias e púrpuras. E até mesmo o estresse e condições emocionais podem explicar o aparecimento ou o agravamento de hemopatias. Anamnese – sinais e sintomas: Astenia (ou fraqueza): Aparecimento súbito ou ter instalação lenta e progressiva; A astenia, o cansaço e a dispneia podem ocorrer em graus variados e a lipotimia, ou pré-síncope, costuma ocorrer juntamente com a palidez cutaneomucosa. Caracterizam, clinicamente, um estado de “anemia”. Nas crianças, nos adolescentes e nos indivíduos com grande atividade física, esses sintomas podem ser menos intensos. A anemia por carência de ferro é mundialmente a mais frequente. Hemorragia: Manifestam-se por perdas sanguíneas pelas mucosas ou pelo aparecimento de manchas cutâneas do tipo petéquias ou equimoses. Em outros casos, há referência ao aparecimento de coleções sanguíneas em cavidades articulares (hemartroses) ou nos tecidos subcutâneo e intramuscular (hematoma). Podem ser espontâneas ou surgir após traumas ou pequenos traumatismos; As que acompanham as doenças do sangue decorrem de alterações dos pequenos vasos, das plaquetas ou devido à deficiência dos fatores da coagulação sanguínea. Paredes dos capilares alteradas (hemorragia que fica mais ou menos restrita à região perivascular) → capilaropatia. Doenças em que há alteração do número ou da função das plaquetas- púrpuras plaquetárias - ou dos vasos - púrpuras vascularesPlaquetas em número diminuído (plaquetopenia ou trombocitopenia) ou com função alterada (plaquetopatia) → hemorragia através das mucosas (gengivorragia, metrorragia, enterorragia, hematúria, epistaxes) ou da pele (petéquias, equimoses ou hematomas). 2 Quando o sangramento ocorre em virtude da deficiência de fatores de coagulação → equimose. Hematomas aparecem nas chamadas coagulopatias, sendo comuns na hemofilia congênita. Febre: Comum em pacientes com neutropenia. Neutropenia → suscetibilidade a infecções, principalmente bacterianas. Neutropenias acentuadas (agudas ou crônicas) → síndrome febril. Pode haver febre decorrente de infecções nas leucemias agudas e nas anemias aplásicas. Defesas extremamente deprimidas ou uso de corticosteroides → sem febre mesmo com processo infeccioso. Nas hemopatias com crises hemolíticas ou hemorragias, nos linfomas e nas leucemias, a febre nem sempre está relacionada com a infecção. Febre persistente (de origem indeterminada) e sem infecção localizada aparente, com ou sem manifestação de anemia ou de hemorragia → hemopatia maligna Dor: Pode estar situada na orofaringe, no tórax, no abdômen ou nos membros. Secundária a infecções, ao crescimento tumoral com distensão de tecidos ou à compressão de raízes nervosas. Pode ser de localização óssea, articular ou muscular → doença falciforme. Dores ósseas → mieloma de células plasmáticas. Distúrbios de coagulação podem originar grandes hematomas, que causam dor intensa quando comprimem nervos ou distendem cápsulas articulares ou serosas. Crescimento tumoral de alguns órgãos pode causar desconforto muito grande e dor local. Adenomegalias secundárias à infiltração de células hematopoéticas malignas não costumam acompanhar dor local nem fenômenos flogísticos. Icterícia: A icterícia quase sempre acompanha as crises hemolíticas; Em anemia hemolítica constitucional: Icterícia permanente acompanhada de crises de recrudescimento; Nas hemopatias, a icterícia pode ser do tipo hemolítico ou hepático; A icterícia pode ser secundária à lesão tóxica das células hepáticas, causadas por agentes químicos, como os quimioterápicos empregados no tratamento das doenças neoplásicas. Adenomegalias, esplenomegalia e hepatomegalia: São frequentes em processos linfoproliferativos e podem ocorrer de maneira isolada ou em conjunto; Organomegalias: causada por proliferação de células anômalas; Em pacientes que faleceram de leucemia em fase avançada da doença, encontra-se, na necropsia, infiltração de praticamente todos os órgãos; Os crescimentos "tumorais”, em casos de linfomas causam desconforto por si só, mas podem, também, ser acompanhados de fenômenos secundários, conforme sua localização. Alterações da pele e fâneros: - Hemopatias: Alterações no revestimento cutâneo; Palidez cutânea, oligocitemia e redução da Hb do sangue, queda de cabelo e unhas quebradiças; Carência de cobalamina - queilite angular; Coiloníquia. Icterícia, hemocromatose, leucêmides, formação de verdadeiros tumores subcutâneos; Eritrodermia, cianose; Prurido cutâneo; Infecções virais e micóticas; Outras manifestações cutâneas que podem ocorrer nas hemopatias: edema, eritemas, máculas, pápulas, bolhas e pústulas Sintomas osteoarticulares e musculoesqueléticos: Comumente referidos nas anemias crônicas constitucionais e nas coagulopatias. - Doença falciforme: Dores ósseas e articulares intensas. Geralmente acompanhada de febre e de leucocitose no sangue periférico. Presença de icterícia, episódios de colúria e anemia crônica. Podem haver edema da articulação e deformidades ósseas - Hemofilias A ou B graves: Comprometimento musculoesquelético devido ao sangramento intra-articular e muscular espontâneo. ❖ Dor articular devido à distensão e à inflamação da sinóvia. Em sangramento articular repetido, pode-se observar deformidade articular e limitação ao movimento da articulação comprometida. Principais articulações acometidas: joelhos, tornozelos, quadril e cotovelos. 3 - Síndrome das pernas inquietas: Espasmos musculares involuntários noturnos resultando em distúrbios do sono. - Hiperplasia dos eritroblastos ou de células antecessoras das hemácias: No interior dos ossos chatos do crânio e da face, pode levar a deformidades tais como as que se observam em portadores de talassemia. Adelgaçamento das tábuas ósseas externas. - Leucemias e linfomas não Hodgkin: Proliferação de células malignas na região dos ossos e junto às articulações pode causar dor óssea e/ou articular. Sintomas cardiorrespiratórios: Relacionado a um grau maior de anemia; Anemia - dispneia e taquicardia; Anemia aguda - diminuiçãodo volume de sangue circulante, resultando em tonturas e lipotimia; Linfoma com massa neoplásica mediastinais e derrame pleural - tosse, dispneia e dor torácica; Síndrome da compressão da veia cava superior - edema cervicofacial, pletora facial e dispneia; Tosse seca - edema dos membros superiores, dor torácica e disfagia (raro). Sintomas gastrintestinais: Refere-se principalmente a hemorragias na mucosa do trato gastrintestinal; Frequentes em leucemias agudas (púrpuras plaquetopênicas e plaquetopatias); Sangramento pode ser causado por pequenos traumatismos ou espontâneos; Melena - hemorragias gastrintestinais altas ou excesso de urobilinogênio fecal; Hematêmese - hiperesplenismo, púrpura plaquetopênica, leucemia ou anemia aplásica; Dores abdominais (contínuo ou cólica) - crescimento tumoral intra-abdominal; Dor - infarto do baço (proximidade à serosa peritoneal), trauma na região abdominal e acúmulo de sangue intraperitoneal; Anemia hemolítica - litíase biliar, resultando em crises de cólicas e icterícia obstrutiva. Sintomas geniturinários: Hemorragias: menometrorragia (frequentes sangramentos uterinos prolongados ou excessivos em períodos irregulares) e hematúria, causadas quase sempre por plaquetopenia. Amenorreia: portadores de anemia crônica. Episódios de colúria (urina escura) em hiper-hemólises. Sintomas ligados à insuficiência renal: podem estar presentes em casos de mieloma. Sintomas neurológicos: Deficiência de ferro: relacionada à déficit sensorial e cognitivo na infância. Parestesia: carência de vitamina B12, mas os sintomas podem ser variados (alterações cerebrais, sintomas psiquiátricos, mielopatia, neuropatia, ou desordens do SNA). Plaquetopenia: hemorragia no SNC fatal. Leucemia mieloide aguda: quadros de proliferação celular na cavidade orbitária com lesão no nervo óptico e protusão dos globos oculares. Policitemia vera: aumento da massa de hemácias leva a um quadro de hiperviscosidade sanguínea. Infiltração do SNC por células leucêmicas ou de compressão da medula espinhal são muito graves. Exame físico: Avalia-se: - Estado geral do paciente - Pele - As mucosas - Sistema osteomuscular - Os gânglios linfáticos - O sistema cardiorrespiratório - O sistema digestivo - O sistema geniturinário - Sistema nervoso. Pele e mucosas: A palidez cutaneomucosa varia em função do grau de redução dos glóbulos vermelhos e da taxa de hemoglobina. A pele pode apresentar as petéquias (pequenos pontos avermelhados ou discretamente arroxeados) ou esquimoses/ sufusões hemorrágicas (são manchas hemorrágicas maiores). Essas manifestações hemorrágicas (observadas melhor na pele do que nas mucosas) denominam-se púrpuras, as quais podem ocorrer devido a alterações de pequenos vasos ou do número das plaquetas circulantes. As anemias crônicas quando não tratadas adequadamente podem modificam profundamente o desenvolvimento físico dos pacientes, resultando em: ● hipodesenvolvimento das massas musculares ● 4 estatura baixa ● caracteres sexuais secundários* ● aparecimento de certas lesões cutâneas - como as úlceras maleolares. (*Caracteres sexuais secundários: ● Homem: presença de massa muscular, ombros largos (tórax e espáduas), pêlos no corpo e no rosto, voz grave, acne, etc ● Mulher: o crescimento dos seios, presença de pêlos pubianos e axilares, alargamento da bacia, menstruação, acne, acúmulo de tecido adiposo). O hipodesenvolvimento corporal é manifesto nas hemoglobinopatias, cujo melhor exemplo é a talassemia. Os pacientes com talassemia possuem: ● baixa estatura ● deformidades do crânio e da face ● apresentam coloração branco-pardacenta da pele (que tende a se tornar escura com o passar dos anos, pela hemocromatose decorrente do uso frequente de transfusões de sangue). Nas anemias hemolíticas, há impregnação cutânea por pigmento bilirrubínico produzindo icterícia. Lesões herpéticas e outras manifestações infecciosas na pele e nas mucosas são relativamente comuns nas hemopatias malignas (oriundas de crescimento desordenado de tipos de células da linhagem hematopoiética) por deficiência imunológica. Em algumas hemopatias há: ● lesões de pequenos vasos (vasculites) ● plaquetopenia ● anemia hemolítica. Sistema locomotor: Hipotrofia muscular é frequente nas hemopatias malignas de evolução lenta. Os pacientes com linfoma podem vir à primeira consulta em grau avançado de caquexia. Se caracteriza pela perda de peso do paciente, além da perda de massa corpórea e tecido adiposo. Na doença falciforme e na talassemia, as lesões dos ossos, acompanhadas de artralgias, não são raras. Na infância dos portadores de doença falciforme pode ocorrer crise vasoclusiva nos pés e nas mãos (síndrome pé-mão), quadro extremamente doloroso, apresentando edema e rubor decorrentes de falcização das hemácias. Na talassemia há alterações características da face, com crescimento da região do maxilar superior, dentes incisivos de grande tamanho, resultando no aspecto denominado “face de roedor”. As necroses ósseas, assépticas, como as da cabeça do fêmur, conduzem a deformações do esqueleto, mais encontradas em crianças e jovens na apresentação grave dessa doença. Em certos doentes talassêmicos e falcêmicos, o crânio pode apresentar-se aumentado, no sentido vertical, aspecto conhecido como turricefalia ou crânio em torre. Ocorre o fechamento prematuro das suturas cranianas. Tumores ósseos palpáveis e dolorosos localizados no crânio e/ou nas extremidades podem ser encontrados no mieloma de células plasmáticas. Fraturas patológicas costumam ocorrer nesses pacientes e são devidas ao adelgaçamento (diminuição da espessura) extraordinário do tecido ósseo provocado pela expansão do tecido neoplásico no interior da medula. Gânglios linfáticos: Os gânglios linfáticos se distribuem por todo o corpo e se comunicam através dos vasos linfáticos. O aumento de tamanho dos gânglios linfáticos ocorre em diversas hemopatias. Adenomegalias infecciosas e não infecciosas podem se apresentar sob três aspectos: Adenomegalia isolada - apenas um gânglio está acometido, como orofaringite. Adenomegalia generalizada - todo o sistema ganglionar está hiperplasiado, comum em neoplasias como a leucemia linfóide ou mielóide, linfomas tipo Hodgkin ou não Hodgkin e reticuloses. Adenomegalia regional - vários gânglios alterados em uma mesma região, a exemplo do câncer de mama, que pode acometer gânglios axilares, supra e infraclaviculares. - Diferenciação entre adenomegalias infecciosas e de natureza proliferativa: . Linfadenites: aparecem agudamente, acompanhadas de dor e calor locais. Pode haver edema junto aos gânglios Tendência à flutuação (move quando palpa) e à fistulização. . Hipertrofias ganglionares: associadas à proliferação de células neoplásicas Não costuma haver dor local nem sinais flogísticos. (Obs.: pode haver necrose tumoral em alguns linfomas, com presença de flutuação e fistulização) 5 Sistemas circulatório e respiratório: As alterações cardiorrespiratórias podem depender de: Infecções; Infiltrações parenquimatosas; Adenopatia mediastinal; Anemia grave; Presença de derrames. Em muitos pacientes, especialmente os mais idosos, são encontradas alterações não relacionadas com a hemopatia: tosse, dispneia, edema, sinais de insuficiência cardíaca e hipertensão arterial. Entretanto, em algumas doenças, esses sintomas estão diretamente relacionados com a hemopatia, como é o caso da policitemia vera. - Policitemia vera: Aumento da massa de hemácias em circulação, Tornando o sangue mais viscoso, Levando à pletora sanguínea generalizada com ingurgitamento dos pequenos vasos venosos e tonalidade cianótica da pele, em especial do segmento cefálico. Pode haver hipertensão arterial, tonturas, cefaleia e palpitações. O paciente com policitemia vera pode apresentar-se muito vermelho, com os olhos congestos, vasos ingurgitados e derrames cerebrais. Em alguns casos de mieloma de células plasmáticas e na macroglobulinemia, por aumentoda viscosidade sanguínea consequente à hiperproteinemia, podem ocorrer alterações semelhantes. A redução do número de hemácias na policitemia e a queda da paraproteína no mieloma de células plasmáticas e na macroglobulinemia, promovidas pelo tratamento específico, melhoram ou fazem desaparecer tais alterações. Na doença falciforme e na talassemia pode haver comprometimento do miocárdio e do pericárdio por depósito de ferro secundário às múltiplas transfusões. Anemias de evolução crônica - Aumento da frequência cardíaca para compensar a hipóxia dos tecidos. Nível de hemoglobina abaixo de 4g/100ml de sangue - O coração pode entrar em insuficiência (cor anêmico). Podem ocorrer também infartos, sobretudo nas crises de falcização, determinando então cardiomegalia e outras alterações que podem resultar em arritmias e em aparecimento de sinais de insuficiência cardíaca. Ainda na doença falciforme, podemos observar hipertensão pulmonar, seja em decorrência de infarto pulmonar devido a crise vasoclusiva ou mesmo devido a hemossiderose transfusional. Sistema digestivo: - Cavidade oral: Sangramento de gengivas - plaquetopenia e outros distúrbios de coagulação; Infiltração gengival - LMA M5 ,intoxicação por chumbo (infiltração azulada gengival marginal); Ulcerações - leucemias e neutropênicos severos; Língua -Macroglossia - amiloidose Língua despapilada - an. perniciosa/ Glossite atrófica(língua lisa e brilhante) - Linfonodo: Adenomegalias – avaliar dor; Avaliar regiões: cervical, supraclavicular, axilares , epitrocleares e inguinal - Cavidade abdominal: Anorexia , náuseas e vômitos - hipercalcemia e azotemia (M.M.); Plenitude pós prandial, saciedade precoce – esplenomegalia; Dor abdominal – obstrução intestinal (linfoma), sangramento retroperitoneal, intoxicação por chumbo, crise falcêmica, púrpura alérgica, íleo 2°ario terapia com vincristina, litíase biliar (an. Hemolíticas), hepatomegalia; Diarréia- anemia perniciosa; Sangramento intestinal- plaquetopenia, outros distúrbios de coagulação Sistema geniturinário: As hemorragias (e até mesmo a pequena presença de sangue) são os sintomas geniturinários mais importantes relacionados ao sistema hematopoiético: ● Menometrorragia: Sangramentos uterinos prolongados (mais de 8 dias) ou excessivos (mais de 80 ml) em períodos irregulares. ● Menorragia: Fluxo menstrual extremamente intenso, sendo a maior causa de anemia ferropriva nas mulheres em idade fértil. ● Hematúria: A hematúria macroscópica pode resultar de apenas 1 ml de sangue em 1L de urina e se dá pela presença anormal de hemácias na urina. No entanto, nem sempre a hemorragia estará presente em caso de disfunção geniturinário relacionada ao sistema hematopoiético. ● Amenorreia: Ausência de menstruação. Pode ocorrer em casos de mulheres portadores de 6 anemia crônica acentuada ou que estão em tratamento com quimioterápicos. ● Mieloma: Doença proliferativa das células plasmocitárias que se caracteriza por apresentar lesões osteolíticas responsáveis por dores ósseas e por fraturas. Em casos de mieloma podem estar presentes sintomas ligados à insuficiência renal (edema, oligúria). ● Colúria: Termo usado para se referir a urina escura que pode se dar por hiper hemólise das anemias hemolíticas ligadas à excreção aumentada de urobilinogênio urinário ou pela eliminação de hemoglobina pela urina. Sistema nervoso: Hemopatias que causam a lesão de pequenas artérias (como a doença falciforme e certas púrpuras) propiciam a formação de trombos e hemorragias cerebrais, resultando em manifestações neurológicas diversas. Em caso de hemorragia cerebral, os sintomas variam conforme sua localização. Os mais comuns incluem: cefaleia persistente de início súbito, vômito, perda da consciência, alteração da visão e perturbações da sensibilidade e/ou motricidade. Linfomas ou mielomas podem causar lesões ósseas da coluna vertebral (com dor óssea) e compressão da medula espinal ou de raízes nervosas (de instalação rápida ou lenta), cujos sintomas incluem paresia/paralisia de MMII e incontinência. Na anemia hemolítica do recém-nascido, a impregnação cerebral por bilirrubina conduz a quadro de letargia, perda do reflexo de sucção, opistótono, e hipotonia inicial seguida por hipertonia generalizada, com alterações da respiração. Podem ocorrer sequelas neurológicas. Leucemias agudas podem manifestar-se com quadro de irritação meníngea, por infiltração de células leucêmicas no SNC (neuroleucemia). Ocorrem sintomas de hipertensão intracraniana, como cefaleia, vômito, paresia/paralisia de nervos cranianos, distúrbios visuais e convulsões, podendo chegar a estado de coma. Linfomas em fase circulante podem apresentar o mesmo quadro. A anemia megaloblástica do tipo “perniciosa” causa degeneração dos funículos lateral e dorsal, lesões da substância branca cortical e alterações degenerativas dos nervos. Sintomas: parestesias, perda da sensibilidade vibratória e ao calor, fraqueza muscular, paralisias, falta de coordenação motora e espasticidade. É comum encontrar o sinal de Babinski.
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