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PROBLEMA 1 ATENDIMENTO DO RECÉM NASCIDO NA SALA DE PARTO -O cuidado no período neonatal tem grande impacto na redução da mortalidade infantil e na promoção de uma melhor qualidade de vida porque esse período é um momento que o bebe é ainda muito vulnerável já que é no período neonatal que acontecem várias mudanças para adaptar o recém-nascido a vida fora do útero. Assim, os recém-nascidos que não tiveram essas adaptações completas precisam de assistência para conseguir iniciar sua respiração, sendo que 10% das crianças necessitam dessa ajuda para respirar e 1% precisa de manobras agressivas para conseguir sobreviver, sendo que o risco de se precisar de procedimentos de reanimação é maior quando a idade gestacional e o peso ao nascer são menores. É estimado que no Brasil a cada ano 300 mil crianças precisem de ajuda para começar e manter a respiração ao nascer e 25 mil dos recém-nascidos prematuros de baixo peso precisam de assistência ventilatória na sala de parto. ANAMNESE MATERNA -Para atender o RN na sala de parto é preciso realizar uma anamnese materna e também verificar o cartão de acompanhamento pré-natal para saber se ela realizou todas as consultas. Na anamnese materna é preciso verificar condições antenatais, que são aquelas que englobam o processo da gestação, como a idade materna, sendo de risco a gestante antes dos 16 anos ou com mais de 35 anos, hipertensão gestacional, hipertensão crônica, aloimunização ou anemia fetal, óbito fetal ou neonatal anterior, sangramentos no 2° e 3° trimestre, infecção materna, doenças, cardíacas, renais, tireoidianas ou neurológicas, alterações no volume do líquido amniótico (oligoidrâmnio e polidrâmnio), ruptura prematura de membranas, não realizou os cuidados pré-natais, gestação múltipla, uso de drogas e diminuição da atividade fetal. Também é necessário verificar as condições relacionadas ao parto como: se foi preciso realizar cesariana de emergência, se precisou fazer uso de fórceps ou extração a vácuo, apresentação não cefálica quando o feto não está com a cabeça para baixo perto da bacia materna e pode estar em apresentações anormais com a face para baixo, com as nádegas ou ombro, se o trabalho de parto foi prematuro, se houve corioamniote que é a inflamação do âmnio e córion, do líquido amniótico, placenta ou das decíduas devido a uma infecção bacteriana. -O material de reanimação deve estar preparado, disponível e em um local de fácil acesso antes do nascimento, sendo que vai ser usado para verificar a temperatura, realizar a aspiração das vias aéreas, ventilação e a administração de medicamentos. São utilizados o berço aquecido para manter o balanço térmico do recém-nascido, saco de polietileno para manutenção da temperatura, touca de proteção térmica, oxímetro, fontes de oxigênio, aspirador a vácuo, ventilador mecânico, reanimador manual neonatal e material para intubação traqueal. -É necessária a presença de uma equipe especializada treinada em reanimação neonatal devido a frequência da necessidade de se realizar algum procedimento de reanimação no recém-nascido e também considerando a rapidez que essas manobras devem ser iniciadas, assim é preciso que esteja presente pelo menos um profissional capaz de começar adequadamente a reanimação esteja presente durante o parto. AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO -Depois do nascimento, a reanimação depende da avaliação de 4 situações relacionadas a vitalidade do concepto, como se a gestação foi a termo, sem mecônio (primeiras fezes do bebê formadas por componentes dissolvidos e absorvidos pelo bebê no líquido amniótico e eliminado apenas depois do nascimento quando o bebê começa a se alimentar), o bebê está respirando ou chorando? O tônus muscular é bom? Caso a resposta seja sim para as perguntas, o RN tem uma boa vitalidade e não precisa de manobras de reanimação, se alguma das respostas for negativa o bebe precisa de uma maior avaliação e intervenção. Para o RN a termo com boa vitalidade é feito o clampeamento do cordão em 1 a 3 minutos e então a criança é secada com um pano limpo e seco, e colocada no abdome materno sendo que ela vai estar coberta por uma manta que ajuda na manutenção da temperatura corporal. -Para determinar se ele precisa de reanimação e avaliar se a reanimação será eficaz para ajuda-lo é preciso avaliar dois sinais: respiração e frequência cardíaca. A frequência cardíaca vai ser o que vai determinar a decisão da indicação das manobras de reanimação, sendo que depois de nascer o bebê respira de forma regular e suficiente para ter uma frequência cardíaca acima de 100 bpm, a FC vai ser avaliada por meio de um estetoscópio ou através da palpação do pulso do cordão umbilical. ÍNDICE DE APGAR -Consiste na avaliação de 5 sinais no 1°, 5° e 10° minuto depois do nascimento, dando uma nota de 0 a 2 para cada um dos sinais, que são: frequência cardíaca, tônus muscular, cor da pele e os reflexos. O somatório de 8 a 10 significa que o bebe nasceu em ótimas condições, o apgar de 5 a 7 significa que o bebê apresentou uma leve dificuldade, o apgar de 3 a 4 significa grau moderado de dificuldade e o apgar de 0 a 2 significa uma dificuldade grave. Assistência ao RN com líquido amniótico meconial -Quando existe mecônio no líquido amniótico, não deve ser feita a aspiração das vias aéreas porque não vai ajudar a diminuir a incidência da síndrome de aspiração de mecônio (quando ocorre dificuldade de respirar no recém-nascido que inalou a matéria fecal verde chamada de mecônio para dentro dos pulmões, sendo essa inalação feita antes ou perto do nascimento), não diminui também a necessidade de ventilação mecânica nos recém-nascidos que desenvolvem pneumonia aspirativa (causada por engasgamento com vômito) e nem o tempo de oxigenoterapia (administração de oxigênio em quantidades maiores do que a que se encontra no ambiente normal para garantir a oxigenação dos tecidos do corpo). Assim, a conduta do profissional de saúde quanto a um RN com líquido amniótico meconial, vai depender da vitalidade do RN, então caso o bebe tenha movimentos respiratórios rítmicos e regulares, tônus muscular adequado e frequência cardíaca maior que 100 bpm, o RN deverá ser levado para mesa de reanimação, colocado sob alguma fonte de calor radiante, a cabeça tem que ser posicionada com uma leve extensão do pescoço, devem aspirar o excesso de secreções da boca e do nariz com sonda de aspiração traqueal e avaliar a frequência cardíaca e a respiração. Se a avaliação for normal, os cuidados para o recém-nascidos devem ser cuidados de rotina na sala de parto. E quando esse RN com líquido amniótico meconial não ter ritmo respiratório regular, ter tônus muscular flácido e frequência cardíaca menor que 100 bpm, deve-se retirar o mecônio da hipofaringe (parte da faringe que fica atrás da laringe e que é a entrada para o esôfago) e da traqueia por meio de uma visualização direta e com fonte de calor radiante, além disso o mecônio deve ser aspirado por meio de aspiração traqueal feita com cânula traqual conectada a um dispositivo e ao aspirador a vácuo, aspirando o mecônio de uma única vez e caso o RN permanecer com frequência cardíaca maior que 100 bpm, com respiração irregular ou com apneia deve ser iniciada a ventilação pressão positiva realizada por meio de máscaras ou de outras intervenções sem o uso de intubação traqueal. Assistência ao recém-nascido com necessidade de reanimação -Se o recém-nascido é pré-termo ou se depois de nascer não está respirando ou esta hipotônico, ou seja se tem diminuição do tônus muscular e da força causando moleza e flacidez, os primeiros passos são: prover calor, posicionar a cabeça em leve extensão, aspirar as vias aéreas caso tenha excesso de secreções, secar e desprezar os campos úmidos e reposicionar a cabeça do bebe se for preciso. • Prover calor- mantendo a temperatura corporalentre 36,5°C e 37°C, sendo que existem relatos recentes que consideram que a hipotermia na admissão a terapia intensiva neonatal é um fator de risco para mortalidade e morbidade, a hipotermia favorece o desequilíbrio ácido-básico, o desconforto respiratório e enterocolite necrosante (inflamação intestinal onde porções do intestino sofrem necrose). Dessa forma, para diminuir a perda de calor nos RN é preciso préaquecer a sala de parto e a sala onde vão ser feitos os procedimentos de reanimação mantendo a temperatura mínima de 26°C. Então, após o clampeamento do cordão, o recém-nascido é recepcionado em campos aquecidos e colocado sob calor radiante. Em recém-nascido com idade gestacional inferior a 29 semanas ou peso ao nascer inferior a 1.500Kg, recomenda- se o uso de saco plástico transparente de polietileno de 30x50cm. Assim, logo depois de posicioná-lo sob fonte de calor radiante e antes de secá-lo, introduz-se o corpo do recém-nascido pré-termo, exceto a face, dentro do saco plástico e, a seguir, realizam-se as manobras necessárias. Todos os procedimentos da reanimação são executados com o recém-nascido dentro do saco plástico. Pode ser usada uma touca para reduzir a perda de calor na moleira do bebe, aquela região mais molinha da cabeça. • Manter a permeabilidade das vias aéreas- para manter a permeabilidade das vias aéreas do bebe, deve-se posicionar a cabeça com leve extensão do pescoço evitando a hiperextensão ou flexão exagerada, sendo necessário as vezes colocar algo que prenda os ombros do RN para facilitar o posicionamento adequada da cabeça. Caso tenha excesso de secreções nas VAS, na boca e nas narinas deve ser aspirado de forma delicada com uma sonda traqueal conectada ao aspirador a vácuo, com pressão máxima de 100 mmHg. Quando executados esses passos iniciais da reanimação, a frequência cardíaca e a respiração são avaliadas e caso a FC esteja maior que 100 bpm e a respiração rítmica e regular, o RN deve receber os cuidados de rotina na sala de parto. Mas se depois dos passos iniciais o RN não tiver melhora, é indicada a ventilação com pressão positiva que tem que ser iniciada nos primeiros 60 segundos de vida. • Ventilação com pressão positiva- A ventilação com pressão positiva é indicada depois que os passos iniciais foram executados em 30 segundos e o recém-nascido mesmo assim tem apneia, respiração irregular ou frequência cardíaca menor que 100 bpm. AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL -No primeiro trimestre, o comprimento cabeça-nádega é a medida usada para ver a idade gestacional e no segundo trimestre usa-se o diâmetro bipariental que é a medida da cabeça do bebê que indica a distância entre os ossos parientais, aqueles que formam a lateral da cabeça, além disso no 2° trimestre também usa-se o comprimento do fêmur. Outra maneira de se avaliar a idade gestacional é por meio do exame físico somático e neurológico do recém-nascido onde os resultados vão corresponder ao grau de maturidade. -Com o passar do tempo foram desenvolvidos escores clínicos para avaliar a idade gestacional, o escore de Dubowitz usa 11 critérios físicos externos e 10 critérios neurológicos para estimar a idade gestacional no nascimento podendo ser feito até o 5° dia de vida do bebe, mas a extensão desse método limita o uso dele na prática. Capurro e outros colaboradores criam outro método simplificando o método de Dubowitz usando 5 características (capurro somático) ou seis (capurro somatoneurológico, esse método de capurro deve ser realizado entre as primeiras 4 a 6 horas de vida nos recém-nascidos a partir da 29° semana de vida, porém ele não é tão confiável quanto o de Dubowitz. As características vistas no método de capurro são a forma da orelha observando a encurvação do pavilhão da orelha (pontuando 0,8,16 ou 24 dependendo da encurvação), se o recém-nascido ainda tem a orelha achatada ou não e também deve ser observado se o bordo superior do pavilhão auricular forma uma cobertura pelos lados. O tamanho da glândula mamária se é palpável o tecido mamário ou não e se o diâmetro dele é menor que 5 mm, de 5 mm a 10 mm ou maior que 10 mm. A formação do mamilo deve ser observada se tem diâmetro menor que 7,5 mm, se o mamilo é menor que 7,5 mm e tem aréola, se a aréola é visível mas não é elevada e o mamilo é menor que 7,5 mm e se a aréola é elevada com mais de 7,5 mm. A textura da pele deve ser examinada palpando a pele, os antebraços, as mãos, pernas, pés e observando se no dorso das mãos ou dos pés tem descamações ou rachaduras e dependendo da profundidade das rachaduras ou da presença de descamação pontuar 0,5,10 ou 20. As pregas plantares dos dois pés observando as pregas que são as primeiras a desaparecer quando se estende a pele e os sulcos continuam marcados, dependendo da quantidade de sulcos e pregas é pontuado de 0,5, 10,15 ou 20. O cálculo final é feito somando os pontos das 5 características e no resultado é acrescentado 204 como uma constante para o método capurro somático, o resultado é dividido por 7 dando a numeração de semanas. Ballard e seus colaboradores criaram uma forma de cálculo mais fácil com 6 características somáticas( pele, lanugo que são os pelos finos e curtos, superfície plantar, glândula mamária, olhos/orelhas, genitália masculina ou feminina) e seis características neurológicas( postura, ângulo de flexão do punho do método de Dubowitz, criando então um método preciso para se usar até 12 a 20 horas depois do nascimento. Nas características neurológicas: • Postura- • Ângulo de Flexão do punho- a flexibilidade e a resistência do punho ao estiramento do extensor são responsáveis pelo ângulo que resulta da flexão do punho. O examinador endireita os dedos do bebe e aplica uma pressão no dorso da mão, o que vai resultar em ângulos entre a palma da mão e o antebraço e esses angulos são :maior que 90°, 90°, 60°, 45°, 30° e 0°. • Retração do braço- Flexionar ao máximo o antebraço durante 5 segundos, em seguida estender ao máximo através de tração das mãos, soltando em seguida observando o ângulo entre o braço e antebraço • Ângulo poplíteo- Com o RN em decúbito dorsal e a pelve apoiada na superfície da mesa de exame, a perna é flexionada por completo sobre a coxa com uma das mãos, e com a outra mão a perna é estendida, observando-se o ângulo obtido • Sinal de xale- com o RN em decúbito dorsal, segura-se uma das mãos e leva-a em direção ao outro ombro, permitindo levar o cotovelo sobre o corpo. A pontuação é menos 1 se o cotovelo ultrapassa a linha axilar do lado oposto. 0: cotovelo atinge a linha axilar anterior contralateral. 1: permanece entre a linha axilar contralateral e a linha média. 2: cotovelo na linha média do tórax. 3: cotovelo não chega à linha média do tórax. • Manobra de calcanhar-orelha- - levar um dos pés ao máximo possível em direção à cabeça, mantendo a pelve sobre a mesa. • Pele- A maturação da pele do feto envolve o desenvolvimento de estruturas e a perda do revestimento protetor chamado de vernix caseoso, então a pele passa a engrossar, secar e se tronar enrruga podendo desenvolver um rash enquanto o desenvolvimento do feto vai progredindo. Antes do desenvolvimento da epiderme com o estrato córneo, a pele é transparente e se adere ao dedo do examinador, depois ela fica mais lisa e engrossa e produzi um lubrificante chamado de vernix que desaparece no final da gestação. • Lanugo- é aquele cabelo fino que cobre o corpo do feto, no prematuro extremo a pele não tem lanugo. O lanugo começa a aparecer entre a 24° e a 25° semana. • Superfície plantar- os bebes prematuros não tem muitos sulcos no pé, e para auxiliar na determinação da idade gestacional usa-se a distância do calcanhar ao hálux que é o dedão do pé. • Glândula mamária • Olhos/orelhas- o pavilhão auricular muda de configuração eaumenta a quantidade de cartilagem na maturação fetal, a avaliação vai ser palpar a espessura da cartilagem, dobrar o pavilhão e ver quanto tempo ele demora pra voltar a posição normal. Nos bebes muito prematuros a orelha pode ficar dobrada depois que a solta, então neles o examinador tem que notar o estado de desenvolvimento das pálpebras como outro indicador da maturidade fetal, assim o examinador colocará o polegar e o indicador nas pálpebras e afastará elas delicadamente. • Genital-masculino- os testículos começam a descer da cavidade peritoneal para a bolsa escrotal na 30° semana de gestação. • Genital-feminino ADAPTAÇÕES CARDIOVASCULARES E RESPIRATÓRIAS NA VIDA EXTRA-UTERINA VIDA INTRAUTERINA -Na vida intrauterina a manutenção das funções fisiológicas fetais depende da mãe, a circulação do sangue entre a mãe e o feto é feita pela placenta através de um sistema circulatório que fornece nutrientes e oxigênio ao feto e retira, também, produtos do seu metabolismo. O primeiro sistema em desenvolvimento no feto é o cardiovascular, esse sistema tem 3 shunts fetais: o canal venoso, o forame oval e o canal arterial que tem a função de desviar o sangue do fígado e dos pulmões, então separam a circulação pulmonar e sistêmica. O sangue fetal é oxigenado na placenta e quem transporta esse sangue oxigenado da mãe para o feto é a veia umbilical, enquanto as artérias umbilicais levam o sangue não-oxigenado do feto até a placenta. -Quanto ao desenvolvimento do aparelho respiratório intrautero começa no 1° mês de gestação, quando a estrutura pulmonar começa seu desenvolvimento sendo um tubo que se desenvolveu a partir de endoderme. Lá pela 11° semana a parede torácica do feto já realiza movimentos superficiais e no 4° mês de gestação tem movimentos intensos de 30 a 70 minutos que são suficientes para transportar o líquido amniótico e pulmonar do aparelho respiratório de dentro pra fora. Depois, entre a 17° e a 24° semana os bronquíolos terminais se desenvolvem e no final da 24° semana surgem estruturas saculares que começam a produção de surfactante. Da 27° a 30° semana tem uma expansão na membrana alveolocapilar que então serve para preparar o bebe para as trocas gasosas depois do nascimento, e por fim na 34° e 36° semana temos o crescimento dos alvéolos. TRANSIÇÃO E ADAPTAÇÃO -Vemos, então, que antes do nascimento o feto é totalmente dependente da mãe para manter suas funções vitais, já com o nascimento e o clampeamento do cordão umbilical ele precisa assumir a responsabilidade dessas funções, assim ele passa por um período de transição nas primeiras 24 horas de vida mas a maioria dos bebes tem esse período de transição finalizado nas primeiras 4 a 6 horas de vida. -A adaptação do recém-nascido a vida extra-uterina é favorecida pelo trabalho de parto, que vai ocasionar as modificações nos órgãos e sistemas do bebe. O tipo de parto influencia nessa adaptação, principalmente em relação ao sistema respiratório porque não acontece a compressão torácica durante a passagem do bebê pelo canal vaginal tendo assim uma diminuição da liberação de catecolaminas, que são liberadas no parto, e promovem a secreção dos surfactantes, dessa forma os bebes que nasceram por cesariana tem maior probabilidade de ter problemas como doença da membrana hialina (síndrome da angústia respiratória), infecções e aspiração de mecônio. ADAPTAÇÕES CARDIOVASCULARES -Na circulação fetal o sistema cardiovascular funciona como duas bombas interligadas e depois do nascimento acontece a organização dos ventrículos fazendo com que a circulação do neonato seja uma conexão em série. Quando o cordão umbilical é clampeado e o neonato tem sua primeira respiração, a resistência vascular sistêmica aumenta e o fluxo de sangue por meio do canal arterial diminui. A maior parte do débito ventricular direito flui por meio dos pulmões e favorece o retorno venoso pulmonar para o átrio esquerdo, com isso a pressão arterial eleva como resposta a esse aumento no volume sanguíneo no coração e nos pulmões. Esse aumento da PA somado ao aumento da resistência vascular sistêmica causa o fechamento funcional do forame oval que antes no feto era a passagem do sangue oxigenado vindo da veia umbilical. -O esforço respiratório e o efeito do aumento da pressão parcial de oxigênio arterial vão causar um estreitamento do ducto arterioso e em 15 a 24 horas depois do nascimento ele fecha. O clampeamento do cordão umbilical para o fluxo sanguíneo por meio do ducto venoso que vai se fechar funcionalmente e depois anatomicamente na primeira ou segunda semana de vida. -Por conta desses shunts se fecharem primeiramente funcionalmente e depois anatomicamente, pode acontecer deles se abrirem e então ter uma passagem de sangue não oxigenado do lado direito para o esquerdo do coração, o que leva o recém-nascido a ter uma cianose passageira, e isso somado ao choro do bebe que aumenta a pressão da veia cava e do átrio direito leva ao aparecimento de sopros. ADAPTAÇÃO RESPIRATÓRIA -Na gravidez o gás carbônico é eliminado através da placenta já que os pulmões do feto estão inativos. Depois do nascimento o feto inicia sua respiração por meio dos alvéolos, substituindo o líquido pulmonar por ar atmosférico no primeiro minuto de vida. Sabemos que entre a 24° e a 30° semana é produzido surfactante pelas células alveolares tipo 2, esse surfactante diminui a tensão superficial evitando o colabamento alveolar no final da expiração, assim ele facilitada as trocas gasosas, melhora a complacência pulmonar e reduz o esforço respiratório. Antes de nascer o pulmão do bebe esta cheio de líquido, com o nascimento nos primeiros minutos de vida ocorre a expulsão e a reabsorção desse líquido nos pulmões, assim eles se enchem de ar e o fluxo sanguíneo aumenta de 8 a 10 vezes. Quando o bebe nasce por parto normal existe uma compressão ao passar pelo canal vaginal, onde 1/3 do líquido é expelido pela boca e pelo nariz e os outros dois terços são reabsorvidos pelos capilares sanguíneos e por vasos linfáticos pulmonares. Assim, com essa compressão mecânica do tórax e a expulsão do líquido pulmonar acontece a descompressão torácica e cria uma pressão negativa que traz o ar pra dentro dos pulmões, a pressão positiva dentro do tórax é criada pelo choro que mantém os alvéolos abertos e força o líquido pulmonar que não saiu pela boca e pelo nariz a ir para os capilares pulmonares e para os vasos linfáticos pulmonares, dessa forma depois das primeiras respirações o espaço pulmonar ocupado pelos fluidos é agora ocupado por ar atmosférico. SOFRIMENTO FETAL -O termo sofrimento fetal veio da necessidade de reconhecer de forma antecipada os fetos que estariam em risco, sendo o risco uma hipóxia fetal que geraria a asfixia neonatal que se não revertida resulta em uma morte celular neuronal. Sabemos que a hipóxia é a diminuição da quantidade de oxigênio transportado para os tecidos e que o suprimento de oxigênio fetal depende da oxigenação materna, do fluxo uterino e placentário, das trocas gasosas na placenta e da capacidade do feto em distribuir o oxigênio, então alterações em alguma nesses fatores causa a hipóxia. -Quando tem-se uma alteração na perfusão da placenta, sendo que perfusão é o fluxo de sangue através da rede capilar e é responsável pelo transporte de oxigênio, existem duas possibilidades: • um acúmulo de gás carbônico eleva a pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial, o que indica uma hipoventilação, e a diminuição do Ph sanguíneo que se torna mais ácido. Assim, temos um quadro de acidose respiratória onde o centro respiratório é estimulado a produzir uma respiração mais rápida e profunda chamada de compensação respiratória e com essa respiração rápida e profunda tem-se uma maior quantidade de gás carbônico exalado. • A diminuição da saturaçãode oxigênio causa um metabolismo anaeróbico gerando aumento de lactato no sangue e com isso causa a redução do pH sanguíneo, gerando um quadro de acidose metabólica. APNÉIA -É o termo usado para se referir a parada da ventilação por mais de 20 segundos ou por mais de 10 a 15 segundos quando associada a queda da saturação, bradicardia ou cianose. É preciso diferenciar apnéia de respiração periódica, já que esse tipo de respiração é caracterizado por movimentos respiratórios em 10 a 15 segundos com uma pausa de 5 a 10 segundos, sem cianose ou bradicardia. Existem alguns tipos de apnéia: • Apnéia central- parada total dos movimentos respiratórios e por consequência disso parada do fluxo de ar nas vias aéreas superiores. É então uma pausa na ventilação alveolar por conta da falta de atividade do diafragma porque não tem sinal sendo transmitido do sistema nervoso central para os músculos respiratórios, isso acontece porque o centro respiratório ainda é imaturo. • Apnéia obstrutiva- parada de fluxo de ar nas vias aéreas superiores devido a obstrução do fluxo de ar principalmente no nível da faringe tendo a continuação dos movimentos respiratórios ativos. A faringe então colapsa devido a pressão negativa que é gerada na inspiração e isso acontece porque os músculos responsáveis por manter as vias aéreas abertas são ainda muito fracos no bebê prematuro, e já que a faringe colapsou as forças adesivas da mucosa vão tentar impedir a reabertura das vias aéreas durante a expiração. • Apnéia mista- é quando acontece uma apnéia central seguida de movimentos respiratórios sem fluxo de ar nas vias aéreas (apnéia obstrutiva) ou quando acontece uma apnéia obstrutiva seguida de uma apnéia central. FATORES DE PREDISPOSIÇÃO • Controle da respiração- no adulto a hipóxia estimula a respiração, já no recém-nascido existem duas respostas a hipóxia, a hiperventilação inicial que consiste em uma respiração superficial e rápida, tendo depois uma depressão respiratória, que é a diminuição da respiração. Uma das causas para essa depressão depois de uma hipóxia no RN é a liberação de adenosina, produzida pela quebra do ATP, no SNC. Assim, o RN tem maior sensibilidade no sistema de controle respiratório por neurotransmissores inibidores como o GABA, a adenosina, serotonina e prostaglandinas que podem levar a apneia. Então, essa resposta alterada a hipóxia agrava a apnéia porque o RN entra em um ciclo apnéia-hipóxia-apnéia-hipóxia o que leva a uma maior depressão da respiração. Outra situação é que quanto mais imaturo o RN é, mais imaturo é o SNC dele, então tem poucas sinapses e poucas ramificações dendríticas que levam ao retardo da propagação do estímulo nervoso, além disso os bebes são muito sensíveis a alguns fatores que podem produzir a apneia como alterações na temperatura ambiente, anemia, hipoglicemia e exposição a toxinas que podem deprimir o centro respiratório. • Sono- existem dois tipos de sono: o sono tranquilo e o sono REM, quando uma pessoa adormece ela entra no sono tranquilo com respirações regulares e sem movimentos nos olhos. Depois de 40 a 50 minutos começa o sono REM onde acontecem muitas pausas respiratórias, apneias e movimentos rápidos dos olhos, os adultos passam 80% do tempo no sono tranquilo e os recém-nascidos com menos de 32 semanas passam 80% do sono no sono REM. Durante o sono REM a respiração é irregular sendo que nesse estágio do sono tem uma inibição central dos músculos gerando a diminuição do tônus muscular, assim os músculos intercostais respiratórios ficam inibidos o que gera uma distorção da caixa torácica na inspiração e isso produz a respiração abdominal paradoxal que é quando o peito e o abdome se movem em direções opostas (na inspiração o peito sobe e o abdome desce, na expiração o peito desce e o abdome sobe). Essa distorção da caixa torácica leva a um aumento no trabalho do diafragma, então ele precisa contrair mais pra manter a ventilação adequada, além disso o diafragma do RN tem um maior número de fibras musculares sensíveis a fadiga. • A manutenção das VAS se da pela coordenação dos músculos respiratórios e dos músculos da faringe e da laringe, que contraem juntos durante a inspiração. O genioglosso, um músculo da língua, quando contrai coloca a língua para frente e evita o contato dela com a parede posterior da faringe, assim a ausência da contração desse músculo leva, quase sempre, a um quadro de apneia obstrutiva. ICTERÍCIA FISIOLÓGICA A icterícia é a condição mais comum em recém-nascidos, sendo caracterizada pela coloração amarela da pele e da esclera (parte branca do olho) devido ao acúmulo de bilirrubina não conjugada. Na maioria das vezes, essa hiperbilirrubinemia é passageira, mas se os niveis de bilirrubina não conjugada aumentarem excessivamente, isso pode ser motivo de preocupação, uma vez que, a bilirrubina indireta é neurotóxica, atravessando facilmente a barreira hematoencefálica, podendo causar morte em recém-nascidos e sequelas neurológicas ao longo da vida em bebês que sobrevivem, como a Kernicterus, chamada tambem de encefalopatia por bilirrubina, sendo uma lesão cerebral causada pela deposição de bilirrubina não conjugada nos gânglios da base e núcleos do tronco cerebral, que pode causar paralisia cerebral, Surdez, Problemas de visão e Dificuldades de desenvolvimento intelectual. A icterícia fisiológica neonatal na primeira semana resulta da destruição acelerada dos eritrócitos fetais, os quais possuem uma curta vida útil, da produção excessiva de bilirrubina resultante desse processo e da baixa capacidade de excreçao por parte do fígado devido às baixas concentrações de ligandina. A maior parte da bilirrubina provém da degeneração de hemácias e o restante provém de outras proteínas hêmicas como a mioglobina. Assim,no citoplasma dos macrófagos, a hemoglobina é quebrada em globina, que é a parte proteica,e heme, que é separado por açao da enzima heme-oxidase, resultando na biliverdina. A biliverdina por sua vez sofre açao da enzima biliverdina-redutase e passa a ser bilirrubina, que é um pigmento amarelo que circula no plasma ligada a albumina. Essa bilirrubina indireta (não conjugada) é metabolizada e excretada pelo fígado, assim, ela é recolhida pelos hepatócitos através de transportadores de membrana, e liberada da albumina plasmática, formando um complexo protéico com as chamadas proteínas Y e Z (também chamadas ligandinas). Essa bilirrubina, é entao transportada até o retículo endoplásmico liso do hepatócito, sofre açao de uma enzima chamada UDP-glicuronil-transferase, sendo conjugada com uma ou duas moléculas de ácido glicurônico, formando um composto mais polar e hidrossolúvel, sendo que alem das baixas concentraçoes de ligandina, a quantidade insuficiente desta enzima no recém-nascido pode tambem causar a icterícia fisiológica do 2o ao 5o dia após o nascimento, uma vez que é ela que converte a molécula de bilirrubina insolúvel em água em uma molécula solúvel em água, a qual não consegue atravessar a barreira hematoencefálica e pode ser facilmente excretada. Durante a amamentaçao, tambem pode aparecer ictericia, devido a ela aumentar a circulaçao entero-hepática da bilirrubina, que é o movimento das moléculas de sais biliares do fígado para o intestino e de volta ao fígado, permitindo a manutenção do pool de sais biliares, uma vez que grande parte deles é reabsorvida no íleo terminal e retorna ao fígado, resultando em economia de energia. Esse aumento da circulação entero-hepática também pode resultar da redução das bactérias intestinais que convertem a bilirrubina em outros metabólitos CRITÉRIOS DE ALOJAMENTO CONJUNTO -Em 1946 foi criado o projeto Alojamento Conjunto por Edith Jackson no Grace Haven Hospital, com o objetivo de humanizar o nascimento, promover o aleitamento e trazer o bebê para ficar junto com a mãe.Assim, entende-se por alojamento conjunto um sistema de assistência hospitalar prestada a mãe e ao recém-nascido colocando o bebe junto a sua mãe 24 horas por dia no mesmo ambiente e tendo início o mais precoce possível desde a sala de parto até a alta hospitalar. OBJETIVOS • Promover o aleitamento materno- no sistema de alojamento conjunto o RN mama com mais frequência o que leva ao estabelecimento da lactação antes da alta, diferindo do berçário tradicional onde o RN é separado de sua mãe e isso impede o aleitamento de modo que contribui para o aumento do índice de desmame. Além disso, nos primeiros dias pós-parto aparecem as dificuldades como pega incorreta ou mamilos planos que não tem um bico proeminente, então no alojamento conjunto essas dificuldades podem ser superadas com a ajuda da equipe especializada. Outro benefício é que a amamentação precoce causa a contração do útero e dos seus vasos que serve como profilaxia nas hemorragias pós-parto diminuindo o risco de anemia. • Favorecimento do vínculo mãe-filho: o alojamento conjunto permite o contato mãe-filho favorecendo o estabelecimento de vínculos afetivos que são muito importantes para o desenvolvimento afetivo-emocional e social da criança. • Redução na incidência de infecção no RN- os berçários tradicionais possuem muitos RN o que favorece a colonização e a infecção por microrganismos hospitalares, o que não acontece no alojamento conjunto já que só o RN e a mãe ficam no mesmo ambiente. Além disso, por promover o aleitamento materno, também influencia na melhora precoce do perfil imunológico devido a passagem de anticorpos pelo leite materno. • Auxilia na orientação da mãe e do acompanhante- a equipe multidisciplinar vai orientar a mãe para que ela fique confiante para cuidar do seu bebê fazendo a higienização e os cuidados com a alimentação, por exemplo. Além disso, a mãe é orientada e conscientizada a cerca de sentimentos que podem surgir frente a essa nova fase de vida, como ansiedade, medo, cansaço e ela é também orientada a como lidar caso eles apareçam. Durante a consulta pediátrica a mãe tem a oportunidade de trocar informações com o médico e tira suas dúvidas. -A equipe multiprofissional é formada por profissionais de enfermagem, pediatra e obstetra que vão avaliar as mães todo dia observando se existem sinais de complicações como sangramento vaginal, febre, dor, edema, inflamação da ferida cirúrgica e depressão pós-parto, vão promover o aleitamento materno auxiliando a mãe em qualquer dificuldade que ela tiver, vão estimular a presença do pai sem que haja restrição de horário, vão orientar a mãe quanto a dar de alimento somente o leite materno ao bebe, realizar o exame clínico do bebe no berço ou no leito da mãe, avaliar o peso do RN, estimular o contato pele a pele mãe-RN e oferecer orientações quanto a cuidados de saúde, higiene, saúde sexual e nutrição as mães. -A admissão acontece depois da sala de parto, onde as mães atendidas são aquelas que no pós-parto tem boas condições de saúde física e mental e os RN atendidos no alojamento conjunto normal devem ter boa vitalidade, peso maior ou igual a 2 kg, idade gestacional maior ou igual a 35 semanas e boa capacidade de sucção e deglutição. Caso haja uma equipe especializada a prestar assistência em situações especiais nada impede que um RN de menor peso permaneça do lado da sua mãe. ALTA HOSPITALAR -O período de internação deve ser de no mínimo 24 horas para parto normal e RN a termo sem incompatibilidade sanguínea, já para recém-nascidos com incompatibilidade Rh, ABO, recém-nascidos de cesariana e recém-nascidos de 36 a 38 semanas, devido a maior risco de icterícia tardia e a dificuldade de sucção, devem ter alta com no mínimo 48 horas de vida depois que a lactação foi estabelecida e a sucção adequada. -É importante que na alta hospitalar a família esteja segura quantos aos cuidados com o bebe e que a equipe multidisciplinar durante a internação hospitalar tenha conseguido orientar e dizer acerca dos cuidados para que a mãe não tenha dúvidas, deve ser explicado para a mãe quanto ao teste do pezinho, vacinação, aleitamento, teste da orelhinha e revisão pós alta para avaliar o ganho de peso em comparação do dia da alta com a data da consulta na usf. TESTES DE TRIAGEM NEONATAL Todo bebe quando nasce no Brasil é submetido a realizar 4 testes importantes para a sua saúde, os chamados testes de triagem neonatal: teste do pezinho, teste do olhinho, teste da orelhinha e teste do coraçãozinho. O Programa Nacional de Triagem Neonatal foi instituído pelo Ministério da Saúde em 2001 e é uma agenda transversal de políticas de saúde pública e de redes temáticas do SUS, que tem o objetivo de promover, implantar e implementar ações com foco na prevenção, diagnóstico na fase pré-sintomática, na intervenção precoce e no acompanhamento permanente dos pacientes com doenças inclusas no programa. Os exames de triagem identificam doenças que quanto mais cedo diagnosticadas tem maiores chances de tratamento prevenindo sequelas e óbitos. O principal teste de triagem neonatal é o teste do pezinho, realizado na primeira semana, após 48h de vida, preferencialmente no 5º dia de vida. Esse teste não pode ser realizado antes das 48 hrs de vida, pois pode ser influenciado pelas alterações hormonais e metabólicas que acontecem com a transição da vida fetal para a vida pós-natal, e que demoram até dois dias para atingir o equilíbrio. O procedimento de coleta consiste de início ao profissional lavar as mãos antes de calçar as luvas para realizar a coleta, a posição da criança é importante para que tenha uma boa circulação de sangue nos pés que seja suficiente para a coleta, assim o calcanhar deve sempre ficar abaixo do nível do coração e então a criança fica no colo dos pais com a cabeça encostada no ombro. Deve-se realizar a assepsia do calcanhar com algodão levemente umedecido com álcool 70%, além disso deve-se massagear o local para ativar a circulação e certificar-se que o calcanhar esteja avermelhado. Para realizar a punção deve se usar lancetas apropriadas para a coleta de sangue periférico, escolhendo um local adequado para puncionar onde tenha pequena possibilidade de atingir o osso, dessa forma deve-se segurar o pé e o tornozelo da criança imobilizando o pé mas não a modo de prender a circulação. Assim que puncionar devemos esperar a formação da gota de sangue retirando a primeira gota com algodão seco porque ela pode conter fluidos teciduais que vão interferir nos resultados do teste e depois disso encostar o verso do papel- filtro na gota de sangue nova que se formou fazendo movimentos circulares com o cartão até que esteja todo o círculo preenchido. Depois encostar o outro círculo do paple-filtro de novo no local do sangramento fazendo o mesmo até que todos os círculos se completem. Esse teste consegue diagnosticar várias doenças que, quanto mais cedo forem identificadas, melhores são as chances de tratamento, sendo 6 as doenças identificadas, a fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme, fibrose cística, deficiência de biotinidase e hiperplasia adrenal congênita. • Fenilcetonúria- é uma doença relacionada a uma alteração genética rara que afeta 1 em cada 10 mil RN e envolve o metabolismo de proteínas, e para nascer com fenilcetonúria o RN tem que herdar o gene dela dos dois pais. O defeito metabólico é geralmente causado pela enzima Fenilanina Hidroxilase que leva ao acúmulo do aminoácido fenilalanina no sangue e ao aumento da fenilalanina e da excreção urinária do ácido fenilpirúvico. Assim, qualquer alimento que contenha fenilalanina não pode ser metabolizado corretamente e ela se acumula no organismo, causando problemas no cérebro e em outros órgãos e não possui cura mas é possível trata-la quando o diagnóstico é feito antes da criança completar3 anos. • Hipotireoidismo congênito- é um distúrbio metabólico causado pela secreção insuficiente dos hormônios tireoidianos T3 e T4, que estão relacionados com o funcionamento de vários órgãos e sistemas e tem papel importantíssimo na maturação do sistema nervoso central. O HC primário é o defeito endócrino metabólico congênito mais frequente, cuja prevalência varia de 1:1.500 – 1:4.000 nascimentos nascidos vivos e acomete duas vezes mais o sexo feminino. O período de dependência dos hormônios tireoidianos para formação do SNC vai desde a vida fetal até os dois anos, e a ausência desses hormônios causa retardo mental grave, falência do crescimento e distúrbios neurológicos como ataxia que é a falta de coordenação dos movimentos musculares, estrabismo é um distúrbio que afeta o paralelismo entre os dois olhos que apontam para direções diferentes e perda autivida neurossensorial uma alteração ocorre no ouvido interno, quando os condutores nervosos ou as células ciliadas, que se localizam na cóclea sofrem alguma deterioração, impedindo que os sinais sejam enviados ao cérebro. • Doença falciforme- é uma doença hereditária caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos no sangue, que ficam parecidos com foices devido a alta quantidade de hemoglobina S, então essas hemácias defeituosas além de serem menos efetivas no transporte de oxigênio, vivem apenas 20 dias (as hemácias normais vivem cerca de 120 dias), pois, por serem defeituosas, elas são rapidamente eliminadas do organismo pelo baço. As células em forma de foice são rígidas e então tem dificuldade para fluir pelos capilares e isso bloqueia o fluxo sanguíneo e reduz o fornecimento de oxigênio para tecidos nas áreas que os capilares estão bloqueados por essas hemácias. • Fibrose cística- é a doença do beijo salgado é uma doença genética crônica que afeta os pulmões, pâncreas e o sistema digestivo. Um gene defeituoso e a proteína produzida por ele fazem com que o corpo produza muco de 30 a 60 vezes mais espesso que o usual. O muco espesso leva ao acúmulo de bactéria e germes nas vias respiratórias, podendo causar inchaço, inflamações e infecções como pneumonia e bronquite, trazendo danos aos pulmões. Esse muco também pode bloquear o trato digestório e o pâncreas, o que impede que enzimas digestivas cheguem ao intestino. O corpo precisa dessas enzimas para digerir e aproveitar os nutrientes dos alimentos, essencial para o desenvolvimento e saúde do ser humano. Pessoas portadoras de fibrose cística tem que repor essas enzimas por meio de medicação como auxilio na digestão. Os sintomas mais comuns são pele e suor salgados, tosse persistente, infecções pulmonares como pneumonias e bronquite, chiado no peito, diarreia, pouco ganho de peso apesar de bom apetite e baquetamento digital que é o alongamento e arredondamento na ponta dos dedos. • Deficiência de biotinidade- é uma doença metabólica onde acontece uma perda de biotina endógena por conta da incapacidade da sua reciclagem ou do uso da biotina ligada às proteínas fornecidas pelos alimentos. A função da biotinidase é liberar a biotina das proteínas dos alimentos e permitir a sua reciclagem diminuindo a necessidade de oferta alimentar dela. A biotina é o cofactor da enzima piruvato carboxilase, especializada no transporte de dióxido de carbono (CO2). Na reação catalisada pela piruvato carboxilase, a biotina capta uma molécula de CO2 e transfere-a para uma molécula de piruvato, formando oxaloacetato, no processo de gluconeogênese. A DPB manifesta-se geralmente a partir da sétima semana de vida com distúrbios neurológicos e cutâneos tais como crises epilépticas, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, hipotonia é a diminuição do tônus muscular e da força, o que causa moleza e flacidez, microcefalia, alopécia que é a perda de cabelo e dermatite eczematoide é uma doença cutânea que se caracteriza pela presença de manchas eritematosas vesiculares úmidas com formação de crostas. • Hiperplasia adrenal congênita- é um distúrbio genético que afeta as glândulas suprarrenais que são responsáveis por secretar o cortisol que ajuda a controlar como o corpo usa açúcar e gordura para obter energia, aldosterona que ajuda no controle da quantidade de sal e líquidos e andrógenos como a testosterona responsável pela distribuição de pelos no corpo e pela oleosidade na pele. Na HAC, ocorre a deficiência de uma enzima responsável pela produção desses hormônios. Dessa forma, temos uma redução na produção do cortisol e da aldosterona, e o aumento da produção dos andrógenos. Existem 3 tipos diferentes de hiperplasia adrenal congênita: a forma clássica perdedora de sal que é a mais grave, as meninas nascem com genitália ambígua que é semelhate a genitália masculina, ocorre a crise adrenal é um distúrbio caracterizado por alteração da função adrenocortical normal, causando deficiência de glicocorticoides, podendo ou não estar associada à deficiência da secreção de mineralocorticoides e de andrógenos adrenais, essa crise vem acompanhada de perda de apetite vômito, dor de barriga, febre e desmaio. A outra forma é a forma clássica virilizante simples, nesse tipo pode acontecer a genitália ambígua também, e devido ao baixo nível de cortisol os bebes tem muito pouco açúcar no sangue, pressão arterial baixa também e não ganham peso como deveriam. A última forma é a não clássica que pode não ter sintomas ou se manifestar com o aparecimento precoce de pelos pubianos antes dos 8 em meninas e antes dos 9 em meninos. Outro exame realizado é o Teste do Reflexo Vermelho, conhecido popularmente como teste da olhinho, devendo ser realizado, se possível, antes da alta da maternidade, ou pelo menos dentro da primeira semana de vida. É um teste simples, rápido e indolor, que consiste na identificação de um reflexo vermelho que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê, como aquele reflexo vermelho que aparece em algumas fotografias. A ausencia desse reflexo indica opacidade nos meios ópticos, os quais deveriam estar transparentes, podendo indicar alteraçoes que obstruam o eixo visual como glaucoma congenito e catarata. Nesses casos a criança deve ser encaminhada para consulta com o oftalmologista para confirmação do diagnóstico. Há ainda o teste da orelhinha, chamado de Teste de Triagem Auditiva, o qual tem como objetivo detectar precocemente a perda total ou parcial da audição. Devendo esse teste ser realizado prefencialmente entre 24h e 48h de vida do bebê, no entanto, caso não seja realizado na maternidade, esse teste deve ser realizado o mais rapido possivel em uma UBS, devendo ser feito no maximo em 3 meses. Como a perta auditiva pode afetar significartivamente o desenvolvimento dos bebês, descobrir cedo isso, pode dar a esses bebês uma chance melhor de desenvolver habilidades de linguagem, fala e comunicação, alem de ajudar nas relaçoes desse bebe com a familia e instituiçoes de ensino. A audição é fundamental para aquisição e desenvolvimento da linguagem e fala, bem como para o pleno relacionamento social e formação da escolaridade. O Teste da Orelhinha é realizado com o bebê dormindo, em sono natural, sendo indolor pois não necessita da coleta de sangue do bebe, não tendo contraindicações e durando em torno de 10 minutos. Consistindo na produção de um estímulo sonoro e na captação do seu retorno por meio de uma delicada sonda introduzida na orelhinha do recém-nascido, sendo que se identificada alguma alteração, o bebê deve ser encaminhado para uma avaliação com fonoaudiólogo e otorrinolaringologista. Esse exame é chamado de emissões otoacústicas e é mais fácil, rápido, barato e é importantíssima a realização da triagem auditiva neonatal, com indicação de repetir os testes alterados e realizar o teste específico (BERA) até os 3 meses de idade, sendo avaliados por Otorrinolaringologistas e permitindoiniciar o tratamento multidisciplinar até os 6 meses de idade, sem prejuízo maior para a fala e linguagem. O Teste do Coraçãozinho, chamado tambem de oximetria de pulso, consiste em medir a oxigenação do sangue do recém-nascido com o auxílio de um oxímetro, que é uma espécie de pulseirinha, colocada na mão e no pé do bebê. Alem de medir a saturação de oxigênio no sangue, mede-se ainda a frequência cardíaca do recém- nascido, podendo ser capaz de identificar cardiopatias críticas, como doença coronariana critica. Esse exame deve ser realizado entre as primeiras 24 e 48 horas de vida do recém-nascido, no entanto, vale citar que a triagem de oximetria de pulso não substitui uma história completa e exame físico, que às vezes pode detectar um defeito cardíaco congênito crítico antes que os níveis de oxigênio no sangue se tornem baixos, assim, essa triagem de oximetria de pulso,deve ser usada junto com o exame físico. Essa exame é importante devido a problemas cardiacos serem a terceira maior causa de morte em recém-nascidos. Por isso, quanto mais cedo for diagnosticado, melhores são as chances do tratamento, sendo que alguns bebes com doença coronariana crítica têm baixos níveis de oxigênio e geralmente requerem cirurgia ou outros procedimentos no primeiro ano de vida, sendo que as vezes a intervençao deve ser feita com urgencia, logo nos primeiros dias ou semanas de vida do bebê, como por exemplo em casos de coarctação (estreitamento) da aorta e transposição das grandes artérias. O teste da linguinha é um exame que tem como objetivo identificar as limitações dos movimentos com a língua causada pela língua presa que é uma alteração comum que ocorre devido a uma parte do tecido, que deveria ter desaparecido durante o desenvolvimento do bebe, permanecer na parte de baixo da língua e limitar os movimentos. O teste é feito por um profissional de saúde, como o fonoaudiólogo, que eleva a língua do bebe para verificar se esta presa. De acordo com a Lei 13.002 de 2014 é obrigatória a avaliação do frênulo da língua em bebês nos hospitais e maternidades do Brasil. PUERICULTURA Puericultura são as técnicas usadas para garantir um desenvolvimento físico e mental adequado a criança, desde o período da gestação até os 5 anos de idade. Desde 1984 o Ministério da Saúde da prioridade a 5 ações de saúde com o intuito de reduzir a morbimortalidade infantil: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil, promoção do aleitamento materno, orientação alimentar para o desmame, prevenção e controle de doenças diarreicas, prevenção e controle de infecções respiratórias agudas e imunização. Dessa forma, essas 5 ações asseguram uma integralidade do atendimento prestado pelos profissionais de saúde tirando o foco de uma assistência focada em doenças para um acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, que mostram de forma precoce, alguns transtornos que afetam a saúde da criança. Assim, essa avaliação do crescimento físico é uma forma importante de conhecer o estado de saúde da criança e o desenvolvimento socioeconômico e de saúde da comunidade em que ela vive, porque o crescimento e desenvolvimento humano são formados pela interação do ser humano com o ambiente que geram fatores intrínsecos, que são os fatores genéticos e neuroendócrionos, e fatores extrínsecos, que são aqueles fatores essenciais pro crescimento como uma dieta balanceada, atividade física e alterações climáticas, por exemplo. -A equipe básica é formada por um pediatra, enfermeiro e auxiliar de enfermagem, já a equipe de apoio é formada por profissionais de saúde mental como psicólogo, dentista e auxiliar de dentista e outros especialistas quando for necessário. A captação da criança é feita o mais precoce possível por meio das visitas as maternidades onde as mães são orientadas a respeito dos cuidados e do aleitamento e também vai ser agendado o atendimento na unidade de saúde mais próxima a sua residência, captação dos RN que chegam na unidade de saúde para fazer o teste do pezinho ou receber vacina e por meio de visitas domiciliares para crianças com critérios de risco que não foram na UBS nos primeiros 15 dias de vida. -Alguns estudos mostram déficits no crescimento linear que acontece até os 2 anos de vida e que podem ser recuperados, enquanto que acima dos 2 anos o quadro é mais difícil de se reverter. Pelo fato das causas que afetam o crescimento poderem influenciar no desenvolvimento da criança, é de extrema importância o acompanhamento do crescimento da criança até os 5 anos de idade. Dessa forma, uma avaliação regular possibilita acompanhar a criança e identificar aquelas com maior risco de morbidades e mortalidades, como indicando de forma precoce um alarme para desnutrição ou obesidade que são causas do desenvolvimento ou do agravamento de problemas de saúde. Por isso, existe um calendário mínimo de consultas para prestar assistência a criança, onde no 1° ano de vida são realizadas 8 consultas, sendo que a primeira consulta acontece até 15 dias depois do nascimento, no 2° ano de vida as consultas são semestrais e a partir do 3° ano realizam uma consulta anualmente. -A primeira consulta de puericultura deve ocorrer na primeira semana de vida, que é um momento adequado para ajudar a família nas dificuldades do aleitamento materno, orientar quanto as vacinas e também faze-las, verificar se foi realizada a triagem neonatal e estabelecer uma rede de apoio a família. Os cuidados com a saúde do bebê devem ser individuais começando a partir da anamnese. Anamnese Na anamnese vamos avaliar as condições de nascimento da criança (tipo de parto, local de parto, peso ao nascer, idade gestacional, índice de apgar, intercorrências na gestação e no parto), também vamos ver sobre os antecentes familiares como as condições de saúde dos pais e dos irmãos (se tem alergias, doenças mentais, diabetes, alcoolismo), o número de gestações anteriores e o número de irmãos. Exame Físico Completo Na avaliação do crescimento infantil, deve-se considerar algumas medidas antropométricas e a evolução de certas estruturas físicas conhecidas como indicadores do crescimento, sendo os mais comuns o peso, a estatura, os perímetros cefálico (PC), torácico e braquial, a erupção dentária, o fechamento das fontanelas e suturas e, eventualmente, a idade óssea da criança. No exame físico vamos avaliar: • o peso e compara-lo em relação ao peso que o bebe nasceu, comprimento e perímetro cefálico que vão variar conforme a idade gestacional do bebê, porém o perímetro cefálico com medidas acima ou abaixo de dois desvios- padrão pode estar associado a doenças neurológicas como microcefalia e hidrocefalia. • O desenvolvimento social e psicoafetivo, observando o relacionamento da mãe e dos familiares com o bebe, como interagem e como respondem as manifestações do bebe. • No estado geral vamos avaliar a postura, o padrão respiratório, o estado de vigília e a temperatura axilar. Começando pela postura, vamos avaliar a postura normal do recém-nascido: extremidades flexionadas, pernas arqueadas, mãos fechadas e o rosto virado pra um lado. Temos que observar o padrão respiratório: se existem anormalidades como o batimento da asa do nariz que é o alargamento e a abertura das narinas durante a respiração, tiragem intercostal que é o movimento de retração da musculatura entre as costelas durante a inspiração enquanto a parede superior do tórax e o abdome se expandem e observar também as anormalidades nos sons emitidos. No estado de vigília vamos ver a atividade neurológica, por meio da atividade, então se ele esta alerta, pelo choro, pelo sono profundo, por meio da irritabilidade, através da resposta a estímulos vocais, luminosos, toque. Além disso no estado de vigília vamos avaliar os reflexos como a procura quando o bebe vira a cabeça em direção ao estímulo,deglutição que é coordenada com o reflexo de sucção e de respiração na 32° semana de idade gestacional e o reflexo de moro quando a criança estende os membros superiores, abre as mãos e depois da flexão cruzada dos braços. Vamos avaliar a temperatura axilar que normalmente esta entre 36,4°C e 37,5°C. • Face- a coloração normal é rósea, no nascimento a pele do recém-nascido dependendo de sua idade gestacional vai estar coberta por vérnix caseoso e lanugo, vamos ver se o RN apresenta icterícia, petéquias, descamação, manchas mongólicas e eritema. Na face vamos ver se existe simetria, se na boca existe uma integridade do palato e dos lábios, se o bebe tem o freio da língua que são dificuldades que poderiam influenciar na pega durante a amamentação, além disso vamos observar a úvula, o tamanho da lingua e a coloração dos lábios. • Nas orelhas vamos ver a implantação, forma e a simetria. • No crânio vamos observar fontanelas (partes moles da cabeça do bebe essencial para a protecção e a revelação apropriada do cérebro do bebê), sendo que a fontanela anterior mede entre 1 a 4 cm e se fecha entre o 9° ao 18° mês, já a posterior é triangular e mede 0,5 cm e se fecha até o segundo mês, vamos ver a presença de escoriações que são lesões simples na camada mais superficial da pele, se tem bossa serossanguinolenta que é um edema entre o couro cabeludo e os ossos do crânio do bebe e que desaparece rapidamente e por fim se tem cefalematomas que são mais demilitados que a bossa e demoram mais para desaparecer. • Nos olhos vamos observar o reflexo fotomotor projetando um feixe de luz lateralmente ao olho e vamos observar a pupila se contraindo rapidamente, vamos realizar o teste em cada olho comparando com o primeiro analisado. Outro teste é o reflexo vermelho tem que ser feito na penumbra para a pupila ficar mais dilata, com o oftalmoscópio colocado aproximadamente de 5cm a 10cm de distância dos olhos da criança (o importante é que o oftalmoscópio ilumine os dois olhos simultaneamente), para se observar o reflexo vermelho nos dois olhos. Se for notado um reflexo diferente entre os olhos ou a presença de opacidade, a criança deverá ser avaliada por um oftalmologista com urgência, pois poderá ter problemas como: catarata congênita, retinoblastoma ou retinopatia da prematuridade. Vamos avaliar a presença de conjuntivites, estrabismo, desvio ocular que é comum a recém-nascidos porque a visão biocular só se desenvolve bem entre o 3 e 7 mês. • Na pele em geral vamos observar a presença de edema, se for generalizado vamos pensar em incompatibilidade Rh, insuficiência cardíaca, sepse (estado inflamatório em todo organismo), se for local pode ser um trauma de parto, verificar se há palidez por anemia, asfixia, sangramento, se a cianose seja generalizada devido a alguma doença cardiorrespiratória grave e se for localizada nas extremidades podemos pensar em hipotermia. • Pescoço- vamos palpar o pescoço procurando hematomas, aumento da tireoide e cistos, além disso vamos verificar a simetria e a integridade das clavículas. • Tórax- Vamos avaliar a assimetria porque por ela pode sugerir malformações cardíacas, pulmonares ou de coluna. Vamos apalpar as clavículas para ver se existem fraturas que podem diminuir os movimentos do braço, vamos ver a frequência respiratória que seria de 40 a 60 irpm e verificar se a respiração é periódica e abdominal, vamos verificar a frequência cardíaca que seria o normal entre 120 a 160 bpm, se é ritmica, se existe presença e simetria de pulso. • Abdome- Observar a forma do abdome, se esta dilatado pode ser que haja líquido, distensão abdominal, aumento de alguma viscera (visceromegalia), obstrução ou perfuração abdominal. Vamos verificar a presença de granuloma umbilical depois da queda do coto, sendo que o granuloma é um defeito de cicatrização que consiste na formação de um broto de tecido de granulação que se ergue do fundo da cicatriz umbilical. • Genitália- vamos apalpar a bolsa escrotal para identificar a presença dos testículos ali, quando os testículos não forem identificados na primeira consulta do RN a mãe deve ser informada de que isso se trata de uma situação normal, principalmente em prematuros, isso porque, na maioria das vezes, os testículos “descem” até os 3 meses de vida, quando o caso deverá ser reavaliado. Se aos 6 meses os testículos não forem apalpados na bolsa escrotal, a criança deve ser encaminhada para melhor avaliação e tratamento. Deve-se observar a localização do meato urinário para vermos que não existe a possibilida de o bebe ter hipospádia, abertura anormal do orifício por onde sai a urina (meato urinário), em diferentes locais na parte de baixo (face ventral) do pênis, ou mais raramente na bolsa escrotal, A epispádia é um defeito congênito raro na abertura uretral que pode aparecer tanto em meninos quanto em meninas, sendo detectado ainda ao nascimento, essa deformação faz com que a abertura da uretra seja na região dorsal muitas vezes associada com o não fechamento adequado da parede abdominal e da bexiga. Na genitália feminina os pequenos lábios e o clitóris vão estar mais aparentes, pode ter uma secreção esbranquiçada devido a passagem dos hormônios maternos, mas essa situação se resolve espontaneamente. No ânus e no reto vamos verificar a permeabilidade anal, a posição do orifício e a presença de fissuras. • Sistema osteoarticular- é feito o exame nos membros superiores e inferiores avaliando a resistência a extensão, a flexibilidade, a possibilidade de flacidez excessiva e a presença de paralisia. Vamos identificar a presença do pé torto que pode ser corrigido de forma espontânea ou com imobilização, além disso vamos ver se existem polidactilias ou sindactilia (união entre dois ou mais dedos da mão). AVALIAÇÃO DE SITUAÇÃO DE RISCO E VULNERABILIDADE A SAÚDE DO RN • Criança que mora em áreas de risco • Baixo peso ao nascer (inferior a 2,5kg) • Prematuridade (menos que 37 semanas) • Asfixia grave ou apgar menor do que 7 no 5° minuto • Intercorrências • Mãe com menos de 18 ou mais de 35 anos. • Mãe com baixa escolaridade • Histórico familiar de morte de criança com menos de 5 anos de idade • Aleitamento materno ausente • Gestação gemelar • Malformação congênita • Ausência de pré-natal • Problemas familiares e socioeconômicos que interfiram na saúde da criança • Não realização das vacinas • Atraso no desenvolvimento ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE O CUIDADO COM OS RN Algumas orientações são importantes e devem ser fornecidas aos pais, como, por exemplo: • A lavagem de mãos por todas as pessoas que têm contato com o bebê deve ser orientada em todas as visitas de puericultura, com o objetivo de evitar a propagação de micro-organismos causadores de doenças respiratórias • Oriente a família de modo a não permitir que pessoas fumem dentro de casa ou que aqueles que acabaram de fumar peguem o bebê no colo. • Oriente-os a respeito do banho e sobre os cuidados com o coto umbilical, que deve cair nas primeiras duas semanas. Para isso, o coto deve ser mantido limpo e seco . Oriente-os também sobre a troca de fraldas, a prevenção de assaduras, os hábitos de sono e os diferentes tipos de choro. Na troca de fraldas, a fim de evitar as assaduras, os cuidadores devem secar bem o bebê após o banho e não podem utilizar talcos . • Oriente-os a respeito da posição supina (de “barriga para cima”) para dormir e a sua relação de proteção contra a morte súbita do lactente. Caso se pratique o coleito (quando o bebê é colocado para dormir na cama dos pais), alerte-os para os casos em que certos comportamentos dos pais (como o hábito de ingerir bebida alcoólica, o uso de drogas ilícitas ou cigarros, a utilização de medicação que age no sistema nervoso central ou quando os pais se encontrarem muito cansados) podem acarretar maior risco de mortesúbita para o bebê, além de lesões não intencionais, ao cair da cama, ao ser prensado ou sufocado por um dos pais, principalmente quando se trata de crianças menores de 4 meses. Também por segurança, os pais devem ser instruídos a não dormir com o bebê em sofás ou poltronas • Existem também boas evidências para o aconselhamento antecipado referente ao choro noturno e aos diferentes significados do choro: fome, desconforto, dor . Durante a avaliação de uma criança cujos pais queixam-se de choro excessivo, os seguintes aspectos devem ser avaliados: estado geral da criança, história pré-natal e perinatal, momento de início e duração do choro, tensão no ambiente, hábitos de alimentação, diurese, evacuação, dieta da mãe (se estiver amamentando), refluxo gastroesofágico, história familiar de alergias, resposta dos pais referente ao choro e fatores que aliviam ou agravam o choro. • Em relação ao uso de chupetas (“bicos”), atualmente, a introdução desse hábito tem sido desaconselhada pela possibilidade de interferir negativamente na duração do aleitamento materno, entre outros motivos, que são abordados no capítulo 11, sobre saúde bucal. Embora não haja dúvidas de que o desmame precoce ocorra com mais frequência entre as crianças que usam chupeta, ainda não são totalmente conhecidos os mecanismos envolvidos nessa associação. LESÕES DERMATOLÓGICAS NOS RN A pele é o órgão que protege o organismo contra ações mecânicas, térmicas e químicas, e contra agentes infecciosos e tóxicos. A pele se origina dos folhetos ectodérmicos, dele derivam a epiderme, as glândulas, os pelos e as unhas, e mesodérmicos, deriva a derme e a hipoderme. A pele do RN é mais fina, tem menor quantidade de pelos, de suor e de secreções de glândulas sebáceas se for comparada a pele de um adulto. Ao nascimento, a pele é coberta pelo vernix caseoso que tem características lubrificantes e antibacterianas, funcionando como um revestimento protetor da pele que se desenvolve no 3° trimestre. Possui função impermeabilizante, de limpeza, antibacteriana possuindo uma barreira mecânica a passagem bacteriana, umectante com capacidade hidratante, e seu pH varia de 6,7 a 7,4, já o pH da pele do RN varia de 5,5 a 6,0, esse pH levemente ácido é considerado um mecanismo de defesa da pele contra infecções, dessa forma podemos perceber que o pH ácido também influencia na flora bacteriana cutânea. As lesões transitórias da pele do RN são alterações são um grupo de alterações que evoluem em um tempo menor que dois anos, normalmente em um mês. Durante as primeiras 4 semanas de vida, no período neonatal acontecem vários problemas de pele dermatológicos. • Milium- é uma condição de pele em que bolinhas brancas minúsculas em grande quantidade cheias de queratina que podem ser notadas na pele do bebe, que aparecem com maior incidência nas primeiras semanas de vida. No exame físico vamos ver pápulas minúsculas na pele facial recém- nascida. Esta lesão tem origem na unidade pilosebácea, sendo a retenção de queratina a principal causa, porém é resolvida na primeira semana de vida mas pode ser que dure e se espalhe por todo o corpo. • Miliária- miliária é conhecida popularmente como brotoeja, uma dermatite inflamatória que é causada pela obstrução do ducto écrino impedindo a eliminação de suor do corpo. Existem alguns fatores que podem implicar no desenvolvimento dessa lesão: prematuridade, uso de roupas em excesso, uso de sabões, cremes e óleos. As lesões surgem geralmente no tronco, pescoço, axilas e nas dobrinhas da pele e aparecem como pequenas bolhas de água que vão ter aparência variada de acordo com a profundida em que aconteceu o bloqueio do ducto excretor, assim existem duas classificações: miliária cristalina, quando o bloqueio é em uma área mais superficial da pele, nesse tipo as bolhas podem ser pequenas, transparentes e sem atividade inflamatória ao redor e se localizam nas axilas, tronco e no pescoço. Já na miliária rubra, o nível de obstrução é intraepidérmica, as lesões são pequenas pápulas, eritematosas e pruriginosas, podendo ter infecção secundária, ocorrem mais no tronco, costas, face interna dos braços, nas dobras do corpo e na face. A prevenção é feita evitando-se calor e umidade excessivos, uso de roupas justas e de tecidos sintéticos e uso de pastas ou cremes oleosos. Deve-se preferir o uso de roupas de algodão, banhos mais frios e até mesmo o uso de ar-condicionado, quando possível. No caso de lesões muito pruriginosas, pode ser utilizado corticóide tópico, com potência baixa e por período curto, para alívio dos sintomas. • Eritema tóxico- é uma condição benigna e assintomática que só acontece no período neonatal, trata-se de uma erupção cutânea que ocorre principalmente em recém-nascidos a termo e afeta entre 30 a 70% dos RN. A etiologia do eritema tóxico ainda é desconhecida, mas alguns estudos mostraram ativação da resposta imune nas lesões, sugerindo que o eritema tóxico neonatal possa corresponder a uma reação inflamatória da pele à colonização microbiana ocorrida no nascimento. É uma dermatose que ocorre a partir do 1° ao 4° dia de vida com máculas eritematosas, podendo ter também a presença de pápulas rosadas ou amarelas. Os locais em que mais aparecem são o tronco, nádegas e os membros. • Impetigo- o impetigo é uma infecção bacteriana da pele que ocorre nas primeiras duas semanas de vida e que se manifesta por bolhas flácidas que aparecem ao redor do umbigo, nas nádegas que é a área da fralda, nas bordas do pescoço e na axila. A doença é geralmente causa por estafilococos ou por estreptococos, sendo que o foco da infecção é geralmente longe dos lugares em que ela afeta como conjunvitite e onfalite (infecção da pele e de tecidos moles do umbigo), então a bactéria libera sua exotoxina que atua a distância. A pele do bebe precisará de uma pomada antibiótica aplicada diariamente, sendo importante também manter a higiene básica, caso a infecção seja severa é preciso fazer uso oral de antibióticos, se for suave em 2 a 3 semanas já se resolve. Como prevenção deve-se lavar os brinquedos e limpa-los com um desinfetante, minimizar o contato do bebe com outras crianças da casa que tenha impetigo para que assim ele não contraia e as mãos do bebe devem ser lavadas sempre com água e sabão. • Acne neonatal- aparece nos primeiros 30 dias de vida e é benigna e transitória, sua etiologia é baseada na hiperplasia da glândula sebácea, que consiste no aumento da multiplicação da glândula sebácea. A acne neonatal tem que ser diferenciada na acne infantil, já que a infantil é mais inflamatória que a neonatal. Normalmente consiste em comedones fechados na testa, nariz e bochechas, embora outros locais também sejam possíveis. Comedones abertos, pápulas inflamatórias e pústulas (saliência na epiderme contendo pus) também podem se desenvolver. CÓLICA FISIOLÓGICA DO RN O choro é uma das formas de comunicação do recém-nascido, os bebês ainda não são capazes de atender as suas próprias necessidades então o choro os aproxima dos seus pais que são sua fonte de proteção e de nutrição. O choro tem maior duração nas primeiras semanas de vida e chega ao seu máximo entre a 6 e 8 semana e depois diminui para níveis mais estáveis na 12 semana de idade, além disso o choro do bebê tem padrão diurno com maior tempo de duração no dinal da tarde e a noite. Quando o choro de um bebe saudável e bem alimentado ganha uma persistência, é inconsolável, excessivo e inexplicável pode-se suspeitar da cólica, que embora seja benigna e com condição autolimitada traz sofrimento para o bebê. Apesar de muitos estudos, a causa da cólica infantil é ainda mal compreendida, é um sofrimento infantil normal e uma manifestação de distúrbios gastrointestinais. O critério de wessel define cólica como irritabilidade, agitação ou choro durando mais de 3 horas pordia em mais de 3 dias por semana em um bebe saudável de 2 semanas a 4 meses de idade, mas medir a duração de um choro não é fácil porque os pais não vão deixar o filho chorando por 3 semanas sem intervenção alguma, então várias outras versões desse critério foram criadas e novas definições de cólica infantil foram desenvolvidas. Para diferenciar a cólica de outras condições mais graves, a cólica infantil deve ser caracterizada de acordo com as suas várias características clínicas, assim a cólica infantil é acompanhada por rubor do rosto, enrijecimento do abdome, cerração dos punhos e levantamento das pernas. A duração das crises de choro durante as cólicas frusta os pais porque eles não conseguem controlar o choro do bebe, além disso foi feito um estudo que descobriu que o choro dos bebes com cólica é mais frequente e tem um aumento de rouquidão em relação ao choro dos bebes que não tem cólica. Os mecanismos fisiopatológicos das cólicas são pouco esclarecidos, mas as crianças com cólicas são encaminhadas para o gastroenterologista pediatra já que de acordo com os pais o choro reflete uma dor abdominal de origem gastrointestinal, porém é ainda discutivel se a cólica infantil é realmente um problema gastrointestinal, assim existem fatores que podem contribuir para a origem dessas cólicas: • Microbiota- A microbiota intestinal de bebes com cólica é diferente da dos bebes sem cólica em relação a diversidade microbiana, estabilidade e colonização, essas alterações indicam que um estado de desequilíbrio microbiano no TGI pode auxiliar na expressão de sintomas de cólica infantil, dessa forma o comportamento de chorar seria um resultado desse desequilíbrio intestinal facilitado pelo eixo microbiota-intestino-cérebro que liga o cérebro a funcionalidades intestinais periféricas. Várias vias de sinalização são envolvidas nessa interação: via neuronal, endócrina, imunológica e humoral, dessa forma por meio desse eixo o desequilíbrio intestinal afeta os centros de função neuronal e entérica como detecção de dor em bebês,o que pode ter uma função no choro excessivo. Além disso, padrões microbianos diferentes foram encontrados em bebês com cólicas até 4 meses de idade, uma menor diversidade e estabilidade da microbiota intestinal também foi vista em bebes com cólicas. Outro estudo descobriu que a presença de microrganismos intestinais como Escherichia e Klebsiella esta associada ao aumento da quantidade de choro em bebes até 3 a 4 meses de idade, além disso esses dois gêneros de bactérias aumentaram nas amostras de fezes de bebes com cólica. Ademais, as Bifidobactérias e os Lactobaccilus estão associados a efeitos benéficos no lúmen intestinal, na função epitelial, na barreira mucosa e na motilidade gastrointestinal, e promovem um funcionamento adequado do sistema imunológico intestinal, dessa maneira em relação a presença dos lactobaccilus e das bifidobactérias nas amostras de fezes de bebês foram encontradas em desequilíbrio nos 3 primeiros meses de vida, tendo então uma colonização atrasada ou alterada. No caso dos lactobaccilus existem evidências que mostram a presença de lactobaccilus diferentes entre a microbiota dos bebês saudáveis e dos bebês com cólicas, nos saudáveis estava presente apenas lactobaccilus acidophilus e nos bebês com cólica lactobaccilus brevis e lactobaccilus latis, mas o papel do lactobaccilus no desenvolvimento de cólicas ainda não foi descrito. Um último fator que pode contribuir indiretamente para cólica infantil é a imaturidade do sistema nervoso entérico que leva a motilidade anormal do intestino, já que o sistema nervoso entérico controla a motilidade e a secreção de muco nos intestinos e é formado por duas redes neurais: plexo mioentérico e o plexo submucoso. O plexo mioentérico é localizado entre a camada circular e a longitudinal da musculatura própria e esta envolvido com a coordenação da motilidade intestinal, já o plexo submucoso controla a secreção de muco e a absorção. Então, a imaturidade do sistema nervoso entérico pode contribuir para a cólica infantil por meio de uma dismotilidade intestinal junto com uma secreção alterada de muco alterando então o ambiente intestinal em que as bactérias estão, influenciando na composição da microbiota. A segunda forma seria que essa imaturidade do sistema nervoso entérico pode causar uma desregulação da motilidade do intestino delgado que resultaria em uma dismotilidade intestinal nos bebês com cólica e contribuiria para a dor e o choro. • Alergia a proteína do leite da vaca- essa alergia foi implicada como causa da irritabilidade, deve-se considerar se o bebe tem dificuldades de alimentação durante o dia e a noite, vômitos, diarreia mucossanguinolenta e histórico familiar. O diagnóstico pode ser confirmar se os sintomas pararem depois de se excluir alimentos lácteos da dieta das mães que estão amamentando, ou usando uma fórmula hipoalergênica. • Intolerância a lactose- A intolerância à lactose pode ser secundária a uma patologia subjacente, como alergia à proteína do leite de vaca ou gastroenterite. A sobrecarga de lactose é geralmente resultado de uma amamentação excessivamente frequente. A intolerância ou sobrecarga de lactose deve ser considerada na presença de diarreia espumosa e explosiva com escoriação perianal significativa (provocadas pelo ato de coçar podem resultar em infecções secundárias em torno do ânus, com congestão na região anal, ocasionando inflamação com pontos hemorrágicos) ou ulceração (devido a fezes ácidas). Tratamento Medicações anticolinérgicas como a diciclomina e o cimetropium reduzem o choro mas tem efeitos contrários perigosos como sonoência, apneias e coma, por isso não são recomendados para bebês menores de seis meses de idade. Um medicamento usado para cólica é o simethicone um agente anti-espuma para reduzir o gás intraluminal, porém não é eficaz e existem evidências da associação deles com efeitos contrários como o aumento do risco de infecções, então não devem ser usados de forma rotineira para tratar a cólica. Existem terapias não medicamentosas que podem ser tentadas como o uso de probióticos que são microrganismos vivos que quando administrados em quantidades adequadas trazem um benefício a saúde do hospedeiro, como diminuindo os sintomas das cólicas infantis. O método mais utilizado pelos pais é o chá em diversas situações na rotina do bebe, porém é um problema quando oferecido antes dos 6 meses de idade podendo interferir no aleitamento materno provocando um desmame precoce e podendo também aumentar a morbimortalidade infantil e as diarreias. A alimentação materna influencia positivamente ou negativamente no aleitamento, então existem vários alimentos que não devem ser consumidos pela mãe quando ela esta amamentando como refrigerante, gordura, pimenta, bebidas alcoólicas, chocolate, queijo, café e leite de vaca. Segundo o Ministério da Saúde é importante que a lactante tenha uma dieta adequada, varia e equilibrada nesse período. REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA O sistema de referência e contrarreferência em saúde foi criado para integrar as redes de saúde, assim é entendido como um sistema em que ocorre o encaminhamento mútuo de pacientes entre os diferentes níveis de complexidade dos serviços, dessa forma por meio de uma troca de informações entre os níveis de assistência é permitida a criação de um ambiente favorável a abordagem do paciente como um todo. De acordo com esse sistema o usuário atendido numa UBS quando necessário é encaminhado para uma unidade de maior complexidade para receber o atendimento que precisa, e quando é finalizado o atendimento dessa necessidade especializada o paciente é contrarreferenciado, ou seja, o profissional o encaminha de volta para a UBS para que tenha uma continuidade no atendimento. O sistema de referência e contrarreferência deve
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