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1 ESTUDO DIRIGIDO - TABELAS DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS Curso: Nutrição Período: 1º U Disciplina: Estudo dos Alimentos e Nutrição Tema: Açúcares Professor: Déborah Franco Gonçalves Início: 13/04/2020 Final: 18/04/2020 Prova: - INTRODUÇÃO E OBJETIVOS Açúcar é o termo empregado para designar os carboidratos mais simples, incluindo os monossacarídeos e os dissacarídeos, podendo fornecer grande quantidade de energia. O objetivo é analisar os tipos de açúcares, bem como suas propriedades nutricionais, estruturais e sensoriais; descrever os adoçantes calóricos e não calóricos e discutir sobre a importância das reações de escurecimento não enzimático (Reação de Maillard e Caramelização). TALVEZ SEJA NECESSÁRIO RELEMBRAR Grupos de Alimentos Conceitos Básicos sobre Nutrição Nutrientes Metabolismo TIPOS DE AÇÚCARES Os carboidratos são compostos orgânicos formados por unidades denominadas sacarídeos. São classificados em: monossacarídeos (glicose, frutose e galactose), dissacarídeos (sacarose, maltose e lactose) e polissacarídeos (amido, dextrina, glicogênio e celulose). 2 Açúcar é o termo empregado para designar os carboidratos mais simples, incluindo os monossacarídeos e os dissacarídeos. O açúcar mais empregado na alimentação é a sacarose, dissacarídeo formado por glicose e frutose, encontrado principalmente na cana-de-açúcar e na beterraba, mas também presente em frutas, vegetais e no mel. A sacarose também é chamada de açúcar de mesa comum, sendo conhecida como uma das formas mais doces de açúcar. A lactose é o principal açúcar encontrado no leite. É menos solúvel do que os outros açúcares e de sabor menos doce do que a glicose. Ela é considerada o menos doce dos açúcares. A glicose (dextrose) cristalizada é obtida pela hidrólise do amido de milho ou da cevada. Pela germinação natural da cevada, é produzida a maltose, que é então processada, obtendo-se o extrato de malte. A frutose é o mais doce dos glicídios, podendo ser encontrada nas frutas e vegetais ou ainda no mel. Esse dissacarídeo pode também ser fermentado pelas leveduras. PROPRIEDADES NUTRICIONAIS, ESTRUTURAIS E SENSORIAIS Em relação ao seu valor nutritivo, o açúcar é fonte de energia devido ao seu elevado porcentual de carboidratos (1 g equivale a 4 kcal). O melado de cana-de- açúcar (melaço) é rico em ferro e possui pequena porcentagem de cálcio e vitaminas do complexo B. A rapadura também tem valor nutritivo superior ao do açúcar refinado, contendo quantidades moderadas de ferro e cálcio. São conhecidos muitos tipos de alimentos açucarados como: Açúcares propriamente ditos; Mel; Alimentos elaborados com açúcares e mel: xaropes, caldas, caramelos, balas e bombons; Alimentos mistos: - Açúcares + feculentos. Ex.: pães, doces, biscoitos, bolachas e bolos. - Açúcares + frutas. Ex.: geleias, sucos concentrados, doces em pasta, doces em calda, frutas cristalizadas, frutas glaceadas, picolés e outros. 3 - Açúcares + leite. Ex.: sorvetes em creme, picolés, vitaminas, cremes, musses, pudins e outros. Para melhor conservação dos alimentos açucarados, faz-se necessária a observação das suas características ideais. A embalagem deve estar limpa e íntegra, e a aquisição deve ser em local idôneo, ou seja, deve apresentar qualidade quanto ao armazenamento e à conservação dos produtos. O poder edulcorante é a capacidade de adoçar considerando-se o açúcar comum. Considerando que a sacarose tem poder edulcorante 100, os açúcares podem ser classificados conforme tabela abaixo. AÇÚCAR PODER EDULCORANTE RELATIVO Lactose 16 Galactose 32 Maltose 32 Xilose 40 Glicose 74 Sacarose 100 Açúcar Invertido 130 Frutose 173 A solubilidade dos açúcares é diretamente proporcional ao aumento da temperatura. A classificação dos açúcares quanto à sua solubilidade corresponde à classificação quanto ao seu poder de adoçamento. A cristalização ocorre quando o estado físico da água, do açúcar e da gordura é modificado para a forma de cristais, visando à viscosidade, textura e maciez específicas de uma preparação. A cristalização da sacarose ocorre em soluções supersaturadas. O tamanho e o número dos cristais dependem do grau de intensidade com que se agita a solução e da presença ou ausência de ingredientes, que impedem sua formação. Ponto de fusão: Com a aplicação do calor seco a 160ºC, a sacarose transforma-se em líquido claro, mas, à medida que a temperatura aumenta, atingindo 170ºC, ocorre a caramelização. 4 A sacarose pode ser encontrada no comércio das mais diversas formas, podendo ser citadas as seguintes variedades: AÇÚCAR CRISTAL: Açúcar que passa por refinação branda. Composto por cristais grandes e transparentes, difíceis de serem dissolvidos em água. Diretamente obtido do demerara após um processo químico. A partir desse açúcar são produzidos o refinado e o de Confeiteiro. AÇÚCAR REFINADO: Obtido após clarificação e purificação do açúcar cristal. Esse processo retira todas as vitaminas e minerais, restando apenas a sacarose. AÇÚCAR DE CONFEITEIRO: Açúcar muito fino, com tendência para absorver umidade e empedrar. Por esse motivo, costuma ser misturado com uma pequena parcela de amido, o que impede que as partículas de sacarose aglomerem-se e formem pedras. AÇÚCAR MASCAVO E RAPADURA: Açúcar bruto, escuro e úmido. Extraído após o cozimento da cana-de-açúcar e como não passa pela refinação, conserva minerais como Cálcio, Ferro, Magnésio e Potássio. MELADO: Produto fabricado mediante fervura do caldo de cana, até ser obtida uma concentração de aproximadamente 30% de água e 65 a 70% de açúcares. O melado contém sacarose, frutose e vitaminas do complexo B. AÇÚCAR LÍQUIDO: Usado na indústria e possui vantagens para alimentos em que o açúcar deve ser usado na forma dissolvida, como bebidas, xaropes, sorvetes, compotas, doces, em virtude de facilidade de manuseio e transporte. AÇÚCAR DEMERARA: Passa por refinação leve (não passa por lavagem e processo e purificação) e não recebe aditivo químico. Assim como o mascavo possui mais minerais do que o refinado. AÇÚCAR DE COCO: Não passa pelo refinação, mantendo seus minerais (Potássio e Ferro) e vitaminas (Vitaminas B1, B2, B3, B6). Possui baixo índice glicêmico. AÇÚCAR ORGÂNICO: Não é acrescido de nenhum ingrediente artificial durante sua produção, considerando desde o plantio até industrialização. AÇÚCAR LIGHT: Composto por açúcar refinado mais adoçantes artificiais (Aspartame, Ciclamato e Sacarina), podendo adoçar até 4 vezes mais. 5 Outras maneiras de consumo de açúcar são através do mel, do xarope de glicose e do açúcar invertido. O mel é um produto natural elaborado pelas abelhas a partir do néctar das folhas e exsudatos sacarinos de plantas. O mel pode ser classificado de acordo com seu processo de obtenção em virgem, centrifugado, prensado e em favos. Pode, ainda, ser classificado em mel de mesa e industrial. O produto comercial, quando fresco, apresenta-se transparente, denso, formando uma massa viscosa. A forma mais usual de consumo desse produto é in natura, porém é bastante utilizado em panificação e confeitaria (bolo, pão de mel, biscoito), e em iogurtes e bebidas lácteas. O xarope de glicose é feito através da hidrólise da fécula de batata. Na fabricação do xarope de glicose, pode-se também utilizar o milho como matéria- prima; geralmente, apresenta-se claro, viscoso, incolor ou amarelo. Pode ser utilizado em alimentos e bebidas, como marmeladas, gelados ou bebidas energéticas, sendo cerca de 70% mais doce do que a sacarose. O açúcar invertido é obtido através da quebra da sacarose em dois açúcares (glicose e frutose). Ele surge através da hidrólise que ocorre quando aquecermos o açúcar na presença de água e ácido. O termoinvertido significa que o raio de luz polarizada que incide sobre a sacarose vira para a direita (originalmente uma molécula dextrogira), mas após a reação a luz incidente passa a ser desviada para a esquerda, portanto o açúcar invertido é levogiro. A função do açúcar invertido em biscoitos e balas é proporcionar maciez e coloração caramelada, prevenindo a cristalização do açúcar (fator desagradável que dá consistência arenosa e seca). EDULCORANTES NATURAIS E ARTIFICIAIS Os edulcorantes podem ser nutritivos ou não nutritivos. Os edulcorantes nutritivos são aqueles que possuem valor calórico e dão corpo ao alimento, os edulcorantes não nutritivos são aqueles que não possuem valor calórico e têm doçura acentuada. Além disso, os edulcorantes podem ser classificados como substâncias naturais (extraídas de vegetais e frutas) ou artificiais (produzidas em laboratório), não são necessariamente açúcares e possuem capacidade adoçante superior à da sacarose. 6 EDULCORANTES NATURAIS ESTEVIOSÍDEO Poder edulcorante relativo: 180. Extraído da planta Stevia rebaudiana. Adoçante nutritivo. Estável sob altas temperaturas e em meio ácido. Usado como adoçante de mesa, gomas de mascar, balas, bombons, bebidas, gelatinas, pudins, sorvetes, iogurtes etc. SORBITOL Poder edulcorante relativo: 60. Pertencente à categoria dos poliálcoois (forma alcoólica da sacarose), presente em várias frutas. Adoçante nutritivo. Valor calórico equivalente ao da sacarose. Usado como geleia, gomas de mascar, balas, panetones etc. MANITOL Poder edulcorante relativo: 50. Adoçante nutritivo. Pertencente à categoria dos polialcoóis, presente em frutas. Valor calórico equivalente ao da sacarose. Usado como gomas de mascar e balas. SUCRALOSE Poder edulcorante relativo: 600. Proveniente da cana-de-açúcar. Ausente de sabor residual. Adoçante não nutritivo. Usado como adoçante de mesa e em preparações destinadas à cocção (estável sob altas temperaturas). XILITOL Poder adoçante semelhante ao da sacarose. Extraído de fibras de algumas plantas, como ameixa e milho. Adoçante nutritivo. Elevada estabilidade química e biológica permite atuar na conservação de alimentos. MALTODEXTRINA Poder adoçante um pouco maior do que o da sacarose. Não adoça quando vai ao fogo, extraído do milho. Adoçante nutritivo. Misturado a outros adoçantes dá corpo à receita. 7 EDULCORANTES ARTIFICIAIS SACARINA Poder edulcorante relativo: 300. Sabor residual amargo em concentrações altas. Redução de sabor residual pela mistura de sacarina e ciclamato. Adoçante não nutritivo. Submetida ao calor, sem perda das propriedades. CICLAMATO Poder edulcorante: 30. Sabor agridoce. Proibida a comercialização nos EUA (há estudos indicadores de que a hidrólise do ciclamato, no trato digestivo, poderia produzir uma substância carcinogênica). Adoçante não nutritivo. Estável sob altas temperaturas, utilizado em preparações destinadas à cocção. Longa validade e bastante solúvel em água. Usado como adoçante de mesa, gomas de mascar, bebidas, congelados, refrigerantes, geleias, sorvetes etc ASPARTAME Poder edulcorante: 180. Sem sabor residual amargo. Acentuado aroma de sabor de frutas ácidas. Adoçante nutritivo (fornece calorias): 4 kcal/ g. Instável sob altas temperaturas, inadequado em preparações destinadas à cocção. Usado como adoçante de mesa, misturas, pós, gomas de mascar, refrigerantes, coberturas, xaropes, produtos lácteos etc. ACESULFAME-K Poder edulcorante: 200. Sabor amargo em altas concentrações. Adoçante não nutritivo. Usado isoladamente ou combinado com outros edulcorantes. Usado como adoçante de mesa e em gomas de mascar, bebidas, pudins, etc. (estável sob altas temperaturas). 8 REAÇÕES DE ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO Existem dois tipos de escurecimento não enzimático envolvendo açúcares, obtidos através da Reação Maillard e da Caramelização. A Reação de Maillard é uma reação química que ocorre entre um aminoácido ou proteína + um carboidrato redutor, levando à formação final de substâncias marrons chamadas de melanoidinas. Como resultado temos produtos que dão sabor, odor e cor aos alimentos, como ocorre em pães, biscoitos e carnes. Já na Caramelização acontece através da degradação de açúcares em ausência de aminoácidos ou proteínas e pode ocorrer tanto em meio ácido quanto em meio básico. Ocorre na fabricação de caramelos e tofee. PARA APRENDER MAIS Leitura: Frutose não é açúcar das frutas. Autor: Luiz Eduardo Carvalho. http://www.farmacia.ufrj.br/consumo/leituras/ld_lec_frutose.htm. REFERÊNCIA(S) BIBLIOGRÁFICA(S) • ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia Alimentar para a população brasileira. 2. Ed. Brasília (DF): MS; 2014. • COSTA, Neuza Maria Brunoro; PELUZIO, Maria do Carmo Gouveia. Nutrição básica e metabolismo. Editora Viçosa: UFV, 2008. 400 p. • PHILIPPI, Sonia Tucunduva. Nutrição e Técnica Dietética. Barueri: Manole, 2015. 464p. http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/pdfs/ricardo_alessandro.pdf
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