Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MÓDULO DOR ABDOMINAL – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves FLUXOGRAMA DA ICTERÍCIA IMPORTANTE RELEMBRAR A icterícia é detectável quando os níveis de bilirrubina são > 2,5 a 3mg/dL. A hiperbilirrubinemia e a icterícia podem ocorrer através do/da: Aumento da produção de bilirrubina; ou Diminuição da depuração da bilirrubina. CAUSA DE BI A hiperbilirrubinemia não-conjugada ocorre por: Aumento da produção, captação e conjugação prejudicadas da bilirrubina; CAUSA DE BD A hiperbilirrubinemia conjugada é decorrente de: Lesões hepatocelulares; ou Obstrução intra ou extra-hepáticas. Legenda: Classificação da icterícia e principais etiologias DIAGNÓSTICO IMPORTANTE RELEMBRAR A anamnese e o exame físico adequados geralmente indicam a etiologia da icterícia. Pacientes com doença aguda podem apresentar: Febre, calafrios, dor abdominal. O diagnóstico de hepatite viral aguda é sugerido em um paciente com: Icterícia acompanhada de sinais prodrômicos de febre e hepatomegalia. Os pacientes com causas não infecciosas de icterícia podem ter: Perda de peso, mudança do padrão da icterícia ou do prurido. Devemos pesquisar na história do paciente: Consumo de álcool e o uso de medicações. Sinais e sintomas que caracterizam a coledocolitíase: Dor abdominal em hipocôndrio direito com náuseas, vômitos, febre, colúria e acolia A!! Sugere colangite, e acompanhado de hipotensão e alteração do estado mental. A presença de uma vesícula biliar palpável (Sinal de Couvousier-Terrier) indica obstrução por doença maligna. ________________________________________ O objetivo de solicitar exames laboratoriais é para definir se a hiperbilirrubinemia é de origem: Pré-hepática; Hepática; ou Pós-hepática. Para iniciar a investigação é necessário solicitar: Hemograma; Bilirrubinas totais e frações; AST: aspartato aminotransferase; ALT: alanina aminotransferase; Fosfatase alcalina (FA); Gama-glutamil-transferase (Gama-GT); Tempo de protrombina (TP). MÓDULO DOR ABDOMINAL – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves AUMENTO DA BI O aumento da bilirrubina não conjugada e a detecção da diminuição da hemoglobina no hemograma sugere hemólise. O esfregaço periférico pode mostrar esquizócitos o que indica hemólise intravascular. As desordens hereditárias associadas ao: Aumento isolado da bilirrubina não- conjugada são as Síndromes de Gilbert e Síndrome Crigler-Najjar; e os Distúrbios associados com a hiperbilirrubunemia direta são Rotor e Síndrome de Dubin-Johnson. A!! Entre estas síndromes, a mais frequente é a de Gilbert, que acomete de 7-10% da população. AUMENTO DA BD O aumento da bilirrubina conjugada sugere: Lesão hepatocelular; ou Lesão colestática. PROVA DE FUNÇÃO HEPÁTICA Os testes de funcionalidade do hepatócito incluem: AST; e ALT. A!! A ALT é mais específica do fígado, enquanto a AST pode ser encontrada no fígado e em outros tecidos como o miocárdio, musculoesquelético, rins e cérebro. O aumento das transaminases indica lesão hepática. Mas pode não aumentar na doença hepática crônica. Enzimas hepáticas normais sugerem que a icterícia não é devido à lesão hepática e do trato biliar. Na lesão hepatocelular ocorre aumento de 8-10x do valor normal das transaminases. Aí deve solicitar sorologia para hepatites virais, AST/ALT>2 e história de alcoolismo sugere hepatite alcoólica, pesquisar uso de medicações e outras patologias como Doença de Wilson e Febre Amarela. Os marcadores de função hepática incluem: Albumina; Proteínas totais; e TP. A diminuição na produção de proteínas, a hipoalbuminemia e o prolongamento do TP sugerem: Hipofunção hepática. Não são específicas podendo estar alteradas em outras patologias como: Síndrome Nefrótica e desnutrição. FOSFATASE ALCALINA A fosfatase alcalina é encontrada tanto nos hepatócitos quanto nos canalículos biliares. Aumenta quando a pressão nos canalículos biliares está aumentada e nas doenças infiltrativas hepáticas. É importante confirmar se a origem do aumento da fosfatase alcalina é hepática. Para isso solicita a gama-glutamil transferase ou a 5´-nucleotidase que são produzidas e liberadas pelas células dos ductos biliares. Na lesão colestática há aumento da fosfatase alcalina e da gama-GT e uma discreta elevação das transaminases de 2-3x o valor normal. MÓDULO DOR ABDOMINAL – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves EXAME DE IMAGEM A solicitação de exames de imagem é importante na suspeita de doenças obstrutivas como: Coledocolitíase; Neoplasia de cabeça de pâncreas; Colangiocarcinoma; Neoplasia periampular; e Neoplasia de vesícula biliar. USG O exame de escolha inicial é a USG que é útil para: Identificação da dilatação da via biliar e é mais preciso para o diagnóstico de cálculos biliares e para determinar o local da obstrução (Sensibilidade 51 – 91%). TC A TC com contraste intravenoso fornece melhor resolução, permitindo a: Avaliação da anatomia; e Visualiza adequadamente o pâncreas, o fígado e a pelve extra-hepática devendo ser realizada em pacientes com baixa probabilidade de obstrução por cálculos. CPER A colangiopancreatografia endoscópica retógrada permite a: Visualização direta da árvore biliar e ductos pancreáticos e é o procedimento de escolha quando suspeitamos de coledocolitíase. Outra vantagem é a: Intervenção terapêutica, pela extração da pedra e papilotomia durante o procedimento. É mais caro, associado a complicações como: Hemorragia; Colangite; e Pancreatite. CPRM A colangiopancreatografia por ressonância magnética permite a: Visualização anatômica do sistema ductal biliar. Não precisa de contraste e não tem riscos de complicações como a CPER. ________________________________________ Se os exames de imagem não mostrarem alterações, provavelmente é um: Padrão colestático intra-hepático. Assim deve excluir: Hepatite viral (principalmente pelo vírus A no adulto); Cirrose biliar primária; Gravidez; Síndromes paraneoplásicas; Leptospirose. MÓDULO DOR ABDOMINAL – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves Legenda: Investigação de icterícia.
Compartilhar