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Validação analítica Validação ➢ A validação é a ferramenta adequada para garantir a confiabilidade de instalação do processo produtivo e de componentes-chaves que incluem: a) Qualificação de equipamentos b) Instalação c) Fornecedores d) Validação de metodologias analíticas que certifiquem a qualidade do produto produzido “Validação analítica: é a avaliação sistemática de um método por meio de ensaios experimentais de modo a confirmar e fornecer evidências objetivas de que os requisitos específicos para seu uso pretendido são atendidos” (RDC166/2017). “O objetivo da validação de um procedimento analítico é demonstrar que ele é adequado ao uso pretendido.” (ICH- Q2 (R1)). "Confirmação por testes e apresentação de evidências objetivas de que determinados requisitos são preenchidos para um dado uso intencional" (ISO/IEC 17025). “A validação de métodos assegura a credibilidade destes durante o uso rotineiro, sendo algumas vezes mencionado como o "processo que fornece uma evidência documentada de que o método realiza aquilo para o qual é indicado para fazer" (USP <1225>). "Avaliação sistemática de um procedimento analítico para demonstrar que está sob as condições nas quais deve ser aplicado" (WHO) Validação ➢VALIDAR significa provar e documentar resultados que indiquem que o método é seguro dentro dos limites estabelecidos, e que com sua aplicação se consegue resultados desejados. Perguntas polêmicas, como: “o que e como validar um processo?”, são frequentes. A primeira resposta é “TUDO”; já a segunda parte da questão é bem mais complexa. Validação ➢Alguns processos são válidos simplesmente pela eficiência da forma pela qual eles são controlados e documentados, exemplos: a) Programas de manutenção preventiva b) Procedimento de paramentação Validação a) Processos como controle de umidade e temperatura dos ambientes produtivos devem necessariamente ser atrelados a programas de calibração dos equipamentos de medição; b) Processos de compra e recebimento de matérias-primas de vem ser atrelados a programas de qualificação de fornecedores. Validação ➢ A VALIDAÇÃO da grande maioria dos processos ligados diretamente à produção requer, além da documentação detalhada de todas as etapas, incluindo mecanismos de controle, a qualificação de equipamentos e estudos comprobatórios de performance. Validação Processo Exemplo de requisitos Motivo Compressão Dureza e friabilidade Resistência mecânica Limpeza e desinfecção Contagem microbiana Controlar contaminação Mistura de sólidos Teste de uniformidade Precisão de dosagem Secagem Aquametria Estabilidade e teor Quadro 1: Processos e requisitos técnicos para validação Validação analítica ➢ O CQ de medicamentos destaca-se pelo número e diversidade de técnicas analíticas. ➢Este número cresce com o desenvolvimento de novos produtos, para os quais é necessário o uso de técnicas distintas que podem ser divididas em 2 grupos Validação analítica ➢MÉTODOS OFICIAIS ➢MÉTODOS VALIDADOS (intra ou inter-laboratorialmente) A aplicabilidade dos métodos oficiais na análise de medicamentos nem sempre é possível de ser realizada, considerando a grande diversificação de formulações farmacêuticas, bem como de produtos novos e impurezas. Validação analítica ➢ RDC nº 166, de 24 de julho de 2017 - Dispõe sobre a validação de métodos analíticos e dá outras providências; ➢Provar que o método tem a capacidade de demonstrar que a medida de um analito numa determinada matriz é confiável e reprodutível; ➢ Recomendações que devem ser adaptadas de acordo com o método analítico a ser utilizado. Desenvolvimento da Validação analítica É necessário contar com: a) Padrões de referência certificados; b) Toda instrumentação deve estar previamente calibrada; c) Inclui-se como instrumentação vidrarias, balanças, cromatógrafos e todos os equipamentos. d) Em paralelo deve-se definir os níveis de validação que para o CQ de medicamentos é bem alto. PARÂMETROS ANALÍTICOS DE VALIDAÇÃO ➢ De modo geral um método analítico deve, idealmente, ser EXATO para fornecer valor real; ➢ Ser PRECISO para fornecer, com o menor número de ensaios, este valor real; ➢ Ser SELETIVO para que a exatidão não se desvie com interferentes potenciais; ➢ Ser SENSÍVEL ou capaz de determinar as menores concentrações possíveis; e enfim, responder de forma proporcionalmente LINEAR, ao longo da ampla faixa de concentração. Esses são os 5 atributos mais desejados em um método analítico, a base de um procedimento de validação: exatidão, precisão, seletividade, sensibilidade e linearidade. Parâmetros ➢Linearidade ➢Seletividade ➢Exatidão ➢Precisão ➢Sensibilidade ➢Limite de detecção ➢Limite de quantificação Linearidade Deve ser demonstrada por meio da sua capacidade de obter respostas analíticas diretamente proporcionais à concentração de um analito em uma amostra; Deve-se utilizar, no mínimo, 5 (cinco) concentrações diferentes da substância química reagente (SQR) para as soluções preparadas em, no mínimo, triplicata; Linearidade I. representação gráfica das respostas em função da concentração do analito; II. equação da reta de regressão de y em x, estimada pelo método dos mínimos quadrados; III. avaliação da associação linear entre as variáveis por meio do coeficientes de correlação (r) e de determinação (r²); O coeficiente de correlação deve estar acima de 0,990 Linearidade Conc. padrão (μg/mL) Absorbância Curvas A B C D E Média ± DP 3,0 0,248 0,247 0,244 0,246 0,242 0,245 ± 0,002 4,0 0,323 0,308 0,323 0,317 0,323 0,319 ± 0,007 5,0 0,403 0,4 0,408 0,4 0,404 0,403 ± 0,003 6,0 0,546 0,535 0,539 0,54 0,536 0,539 ± 0,004 8,0 0,675 0,673 0,687 0,708 0,702 0,689 ± 0,016 10,0 0,883 0,874 0,858 0,839 0,891 0,869 ± 0,021 Linearidade 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 A b so rb â n ci a ( λ = 4 2 9 n m ) Concentração do analito (ug/mL) y = 0,0905x - 0,0323 r2 = 0,9954 Coeficiente de correlação Pelo menos 5 concentrações diferentes Seletividade ➢ A seletividade do método analítico deve ser demonstrada por meio da sua capacidade de identificar ou quantificar o analito de interesse, inequivocamente, na presença de componentes que podem estar presentes na amostra, como impurezas, diluentes e componentes da matriz; ➢Capacidade de diferenciar o analito na presença de outros compostos na mesma matriz; ➢Testar interferentes potenciais na matriz em que será aplicado o método; Seletividade Leitura Absorbância L1 -0,002 L2 -0,002 L3 0,000 L4 -0,002 L5 -0,002 L6 -0,002 L7 -0,002 L8 0,000 L9 -0,002 Média ± DP -0,002 ± 0,001 Absorbâncias a 429 nm de formulação base (sem adição do analito) Legenda: L1 a L9 – réplicas da mesma amostra Todos apresentam o mesmo valor de absorbância quando avaliamos uma formulação base Seletividade/Especificidade Especificidade: Um método que produz resposta para apenas um analito é chamado específico. Seletividade: Um método que produz respostas para vários analitos, mas que pode distinguir a resposta de um analito da de outros, é chamado seletivo. Intervalo ➢ O intervalo especificado é a faixa entre os limites de quantificação superior e inferior de um método analítico Exatidão e Precisão Precisão Expressa por meio da: Repetibilidade (Precisão intra-dia) Precisão intermediária (Precisão inter-dia) Reprodutibilidade Mesmas condições de operação, mesmo analista e mesma instrumentação, em uma única corrida analítica Análise de uma mesma amostra, no mesmo laboratório, em pelo menos dois dias diferentes, realizada por operadores distintos Estudos colaborativos ou na padronização de métodos analíticos para inclusão desses em compêndios oficiais, mediante testes estatísticos adequados Precisão Demonstrada pela dispersão dos resultados DPR = (DP/CMD)X100, em que DP é o desvio padrão e CMD, a concentração médiadeterminada. L1 L2 L3 Cmédia ± DP Precisão intra-dia (%) Precisão inter- dia (%)% p/p C1 4,95 4,96 4,95 4,95 ± 0,01 1,51 1,16 C2 4,85 4,83 4,85 4,84 ± 0,01 C3 4,86 4,85 4,86 4,86 ± 0,01 C4 4,96 4,97 4,97 4,97 ± 0,01 C5 4,85 4,84 4,83 4,84 ± 0,01 C6 4,80 4,80 4,80 0,48 ± 0,00 C7 5,02 5,00 5,01 4,80 ± 0,00 C8 4,86 4,89 4,97 5,01 ± 0,01 C9 4,98 5,02 5,01 5,00 ± 0,02 C10 4,92 4,91 4,92 4,92 ± 0,01 CID1 4,91 ± 0,07 C11 4,87 4,86 4,87 4,87 ± 0,01 0,72 C12 4,90 4,91 4,91 4,91 ± 0,01 C13 4,95 4,94 4,94 4,94 ± 0,01 C14 4,93 4,91 4,91 4,92 ± 0,01 C15 4,94 4,97 4,95 4,95 ± 0,01 C16 4,93 4,93 4,95 4,94 ± 0,01 C17 4,89 4,90 4,90 4,90 ± 0,01 C18 4,97 4,98 4,99 4,98 ± 0,01 C19 4,98 4,96 4,98 4,97 ± 0,01 C20 4,95 4,92 4,92 4,93 ± 0,02 CID2 4,93 ± 0,04 A precisão, definida como desvio padrão relativo (DPR), é considerada aceitável quando encontra-se abaixo de 15% (BRASIL, 2003; FDA, 2015) Exatidão Relação percentual de recuperação do analito de concentração conhecida adicionado à amostra ou pela relação entre a concentração média, determinada experimentalmente, e a concentração teórica correspondente Recuperação = Concentração média experimental Concentração teórica x 100 Os valores obtidos experimentalmente devem estar dentro de uma faixa de 15% da concentração teórica, ou seja, entre 85 e 115% (BRASIL, 2003; FDA, 2015) Deve ser determinada após o estabelecimento da linearidade e especificidade Exatidão Concentração do analito (µg/mL) Exatidão (%) Conc.Teórica Conc.Experimental 5,55 5,99 107,9 6,55 7,13 108,8 7,55 8,22 108,9 Os valores obtidos experimentalmente devem estar dentro de uma faixa de 15% da concentração teórica, ou seja, entre 85 e 115% (BRASIL, 2003; FDA, 2015) Sensibilidade ➢ Limite de detecção (LD) ➢ Limite de quantificação (LQ) Limite de detecção (LD) Limite de quantificação (LQ) ➢ Menor quantidade do analito presente em uma amostra que pode ser detectado, porém, não necessariamente quantificado, sob as condições experimentais estabelecidas ➢ Menor quantidade do analito em uma amostra que pode ser determinada com precisão e exatidão aceitáveis sob as condições experimentais estabelecidas ➢ As medidas quantitativas devem ser feitas num nível superior ao LQ Robustez ➢ É a medida de sua capacidade em resistir a pequenas e deliberadas variações dos parâmetros analíticos. Indica sua confiança durante o seu uso normal Esse parâmetro prevê a dependência do método a essas variáveis, durante o processo analítico. Mapa mental de validação analítica ➢Linearidade ➢Seletividade ➢Exatidão ➢Precisão ➢Sensibilidade ➢Limite de detecção ➢Limite de quantificação ➢Robustez Referências ✓ GIL, E. Controle Físico-químico de qualidade de medicamentos. 3. ed. São Paulo: Editora Pharmabooks, 2010 ✓ ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada- RDC nº 17, de 16 de Abril de 2010. Disponível em:< www.anvisa.gov.br/legis> ✓ DOQ-CGCRE-008. Orientação sobre validação de Métodos analíticos: documento orientativo. INMETRO, Revisão: 04 , Jul.2011
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