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Universidade Estácio de Sá Bacharelado em Educação Física Aprendizagem e Controle Motor PCC de Aprendizagem e Controle Motor Brenda Cristina Nicolau Matrícula 202004098071 SÃO PAULO 2021 INTRODUÇÃO A psicomotricidade está relacionada a aspectos psicológicos e cognitivos do movimento e às atividades corporais na relação do organismo com o meio em que se desenvolve. Na psicomotricidade, há componentes maturacionais relacionados com os movimentos e ações que se mostram quando a criança entra em contato com pessoas e objetos com os quais se relaciona de forma construtiva. E, ao mesmo tempo, é fonte de conhecimento e expressão do que já se tem, como meio de gerar vivências e emoções. A meta do desenvolvimento psicomotor é o controle do próprio corpo até o mesmo ser capaz de extrair todas as possibilidades de ação e expressão que sejam possíveis. O desenvolvimento psicomotor progride lentamente, de acordo com a experiência e oportunidades que a criança possui em explorar o ambiente no qual está inserida, portanto a falta de habilidade motora pode ser muitas vezes resultado da falta de vivência corporal. A representação mental do movimento, indispensável ao ajustamento com representação mental, supõe a visualização das atitudes sucessivas, segundo seu desenvolvimento rítmico. A percepção e a memorização das estruturas rítmicas são, portanto, um apoio funcional indispensável. A construção de esquemas motores complexos envolve, portanto, não apenas a disponibilidade corporal completa, no plano postural, da localização e da dissociação do movimento, mas também de boa percepção e memorização das estruturas rítmicas. A aprendizagem ocorre através da mudança de comportamento viabilizada pela plasticidade neural. Considerando que a aprendizagem motora é complexa e envolve praticamente todas as áreas corticais de associação, é necessário compreender o funcionamento neurofisiológico da maturação, para entender as bases teóricas necessárias para a estruturação de um plano de ensino, que considere as fases de desenvolvimento neural da criança, maximizando assim o aprendizado. DESENVOLVIMENTO MOTOR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Estudos que fazem análise das variáveis relacionadas ao crescimento, composição corporal e ao desempenho motor são de grande importância. Pois suas interações podem constituir em indicadores dos níveis de saúde e qualidade de vida de uma população. O desenvolvimento motor na infância caracteriza - se pela aquisição de um amplo espectro de habilidades motoras, que possibilita a criança um amplo domínio do seu corpo em diferentes posturas (estáticas e dinâmicas), locomover- se pelo meio ambiente de variadas for mas (andar, correr, saltar, etc.) e manipular objetos e instrumentos diversos (receber uma bola, arremessar uma pedra, chutar, escrever, etc.). Essas habilidades básicas são requeridas para a condução de rotinas diárias em casa e na escola, como também servem a propósitos lúdicos, tão característicos na infância. A cultura requer das crianças, já nos primeiros anos de vida e particularmente no início de seu processo de escolarização, o domínio de várias habilidades. Essa relação deinterdependência entre as fases de habilidades básicas e de habilidades especializadas de nota a importância das aquisições motoras iniciais da criança, que atende não só as necessidades imediatas na 1ª e 2 ª infância, como traz profundas implicações para o sucesso com que habilidades específicas são adquiridas posteriormente. Para Guedes e Guedes (1997), os maus hábitos alimentares e falta de atividade física, podem provocar o aumento de muitas doenças. No qual não se deve admitir que crianças e adolescentes apresentem níveis de crescimento abaixo do esperado ou que a gordura corporal se ja acima dos limites aceitáveis. De acordo com os autores, os pesquisadores da área da saúde demonstram grande interesse em investigar os níveis de aptidão física relacionado à saúde na população jovem. Uma vez que o desempenho motor é um importante requisito no repertório de conduta motora de crianças e adolescentes, tornando-se essencial para a participação em programas sistematizados de atividade física. Segundo Oliveira e Arruda, a aptidão física se constitui, “em um indicador fundamental do nível de saúde individual e comunitário, além de possuir reconhecida associação entre os hábitos de atividade física, o estado de saúde e o bem estar”. Na atualidade a aptidão física divide-se em dois conceitos: saúde e desempenho motor. O primeiro refere-se a demandas e nergéticas que possibilitam desenvolver as atividades do cotidiano com vigor, proporcionando um menor risco de desenvolver doenças ou condições crônico-degenerativas. Tendo como componentes de mensuração influenciados pelas atividades físicas habituais: a resistência cardiorrespiratória (capacidade de continuar ou prosseguir em atividades extenuantes que envolvem grandes grupos musculares por período de tempo prolongado), aptidão musculo esqueléticas (formada pela flexibilidade, força muscular e resistência muscular) e a composição corporal (índices de gordura corporal e distribuição da gordura subcutânea). No segundo temos a aptidão física relacionada às habilidades esportivas ou performance motora que contribuem para o desempenho das ta re fas espec ificas, s eja no traba lho o u nos espor tes (N IEMAN , 1999; N A HAS 2001 ). FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR Seja na realização de atividades diárias ou na execução de performances de alto nível, nosso corpo é regido pelos movimentos, que podem ser involuntários ou voluntários. Os movimentos voluntários estão relacionados a habilidade motora inerente a cada indivíduo. Portanto, através da prática, o ser humano, seleciona os movimentos que irá realizar levando em conta principalmente sua idade e maturação motora. Vale ressaltar que, a aquisição de uma habilidade não depende da instrução ou iniciação precoce, mas correlaciona-se com a prática e aprendizagem no momento oportuno (período crítico). O conceito de período crítico em aprendizagem está baseado na noção de que certos períodos, durante o crescimento e desenvolvimento, são ótimos para influenciar o comportamento e promover a aprendizagem, visto que, este é determinado pela idade cronológica e ainda pelo estado maturacional do sistema nervoso central. AVALIAÇÃO MOTORA Mediante a aplicação de testes, fica evidente que existem aspectos qualitativos das funções intelectuais e funcionais do organismo humano que permanecem inacessíveis. É inegável, apesar dessas restrições, que os testes são muito úteis, pois permitem apreciar, com margem de erro muito pequena, a importância dos dados por eles detectados, tanto para populações normais como para aquelas que apresentam perturbações de desenvolvimento de maneira geral. Para tanto, não é utilizado um único teste, mas uma bateria de testes, a fim de examinar o indivíduo sob todos os ângulos. O padrão de crescimento e comportamento motor humano, que se modifica pela vida e pelo tempo, e a grande quantidade de influências que os afetam, constituem fomento para diferentes teorias científicas e sustentam a evolução de estudos que se caracterizam pelas técnicas de pesquisa e pelos meios utilizados na obtenção de dados, que são elaborados e discutidos como forma de elucidar os diferentes caminhos que perfazem a existência do homem e suas evoluções físicas, orgânicas, cognitivas e psicológicas. Conceitos, ilustrações e teorias adicionam ao contexto a estrutura necessária para que tais estudos possam legitimar-se e oferecer fundamentos fidedignos sobre as hipóteses que pretendem estabelecer e discutir. É importante lembrar que o caráter estatístico de nível normal de referência dos testes não engloba o mesmo valor para todas as populações, tendo em vista os aspectos afetivos e sociais. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS (Bateria de testes de Rosa Neto que podem ser utilizados em crianças e idosos) Motricidade Fina 2 Anos - CONSTRUÇÃO DE UMA TORRE Material: 6 cubos em desordem;tomam-se 4 e com ele se monta uma torre diante da criança. "Faça você uma torre igual" (sem desmontar o modelo). A criança deve fazer uma torre de quatro cubos ou mais, quando se lhe indique (não deve jogar com os cubos antes nem depois). Terceira Idade - CONSTRUÇÃO DE UMA TORR E Material: 12 cubos em desordem; tomam- se quatro e, com eles, é montada uma torre diante do idoso. "Faça você uma torre igual" (sem desmontar o modelo). O idoso deve fazer uma torre de quatro o u mais cubos quando lhe for indicado. Coordenação Global 2 Anos - SUBIR SOBRE UM BANCO Subir, com apoio, em um banco de 15 cm de altura e descer. (Banco situado ao lado de uma parede). Terceira idade - SUBIR SOBRE UM BANCO Subir, com apoio, em um banco de 15 cm de altura e descer. (Banco situado ao lado de uma parede). Equilíbrio 2 A nos - EQUILÍBRIO ESTÁTICOS SOBRE UM BANCO Sobre um banco de 15 cm de altura, deve a criança manter-se imóvel, pés juntos, braços relaxados ao longo do corpo. Erros: deslocar os pés, mover os braços. Duração: 10 segundos. Terceira idade - SUBIR SOBRE UM BANCO Subir, com apoio, em um banco de 15 cm de altura e descer. (Banco situado ao lado de uma parede). Esquema Corporal 2 a 5 Anos - PROVA DE IMITAÇÃO DOS GESTOS SIMPLES (movimentos das mãos). A criança, de pé diante do examinador, imitará os movimentos de mãos e braços que este realiza; o examinador ficará sentado próximo à criança, para poder pôr suas mãos em posição neutra entre cada um destes gestos. Terceira Idade - PROVA DE IMITAÇÃO DOS GESTOS SIMPL ES (movimentos das mãos). O idoso, de pé diante do examinador, imitará os movimentos de mãos e braços que este realiza; o exa minador ficará sentado próximo ao examinado, para poder pôr suas mãos em posição neutra entre cada um destes gestos. ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR A Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) é um instrumento elaborado por Rosa Neto (2002) com o objetivo de realizar uma avaliação psicomotora das crianças abrangendo um conjunto de provas muito diversificadas e de dificuldades graduadas com o intuito de mensurar o desenvolvimento motor das crianças. Através desse instrumento podem ser detectadas características próprias do desenvolvimento das crianças, se existem atrasos no desenvolvimento motor e perturbações de equilíbrio, coordenação, lateralidade, agilidade, sensibilidade, esquema corporal, estrutura e orientação espacial, grafismo, afetividade, etc. (Santos, 2006). Para uma intervenção de qualidade e que conduza ao desenvolvimento motor e das habilidades motoras os conteúdos devem ser diferenciados respeitando as fases de desenvolvimento dos indivíduos. No primeiro momento o foco é a ampliação do repertório motor, ou seja, potencializar, ampliar as vivências motoras das crianças, trabalhando de maneira vasta e rica os aspectos motores e sem deixar de lado o trabalho do jogo social. Ou seja, a criatividade e a competência do profissional são no sentido de promover melhorias no repertório motor propriamente dito, a modalidade, handebol em si é um instrumento utilizado para atingir o objetivo e não o foco. Diversos autores e publicações da Educação Física com enfoque no desenvolvimento motor e das habilidades motoras mostram que os conteúdos que abrangem o aspecto coletivo, a presença de regras, a diversidade de atividades, o contato com outras crianças e o prazer de praticar uma atividade onde se pode facilmente obter êxito são extremamente positivos para um segundo momento do trabalho com o handebol. Devemos lembrar que na infância o papel do profissional de Educação Física é o de despertar o gosto pela atividade física nas crianças e fazer com que todas obtenham êxito nas atividades realizadas, e o aspecto lúdico fundamental nesta fase da vida da criança com a finalidade de estimular e incentivar sempre os participantes da forma mais positiva possível. Assim, o desafio é aliar os interesses e objetivos gerais e específicos da modalidade às questões pedagógicas adequadas à idade e ao interesse das crianças, que é o de brincar, jogar e estar com os amigos em uma atividade diversificada em que todos jogam juntos, divertindo-se e aprendendo muito com o interesse os interesses profissionais ampliar o repertório motor. CONCLUSÃO Para uma intervenção de qualidade e que conduza ao desenvolvimento motor e das habilidades motoras os conteúdos devem ser diferenciados respeitando as fases de desenvolvimento dos indivíduos. No primeiro momento o foco é a ampliação do repertório motor, ou seja, potencializar, ampliar as vivências motoras das crianças, trabalhando de maneira vasta e rica os aspectos motores e sem deixar de lado o trabalho do jogo social. Ou seja, a criatividade e a competência do profissional são no sentido de promover melhorias no repertório motor propriamente dito, a modalidade, handebol em si é um instrumento utilizado para atingir o objetivo e não o foco. Diversos autores e publicações da Educação Física com enfoque no desenvolvimento motor e das habilidades motoras mostram que os conteúdos que abrangem o aspecto coletivo, a presença de regras, a diversidade de atividades, o contato com outras crianças e o prazer de praticar uma atividade onde se pode facilmente obter êxito são extremamente positivos para um segundo momento do trabalho com o handebol. Devemos lembrar que na infância o papel do profissional de Educação Física é o de despertar o gosto pela atividade física nas crianças e fazer com que todas obtenham êxito nas atividades realizadas, e o aspecto lúdico fundamental nesta fase da vida da criança com a finalidade de estimular e incentivar sempre os participantes da forma mais positiva possível. Assim, o desafio é aliar os interesses e objetivos gerais e específicos da modalidade às questões pedagógicas adequadas à idade e ao interesse das crianças, que é o de brincar, jogar e estar com os amigos em uma atividade diversificada em que todos jogam juntos, divertindo-se e aprendendo muito com o interesse os interesses profissionais ampliar o repertório motor. Referências: ROSA NETO, Francisco e colaboradores. Manual de avaliação motora para a terceira idade. Porto Alegre: Artmed Editora, 2009. ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002 FONSECA, V . Educação Especial: programa de estimulação precoce - uma introdução às ideias de Feuerstein. 2a ed. rev. aum. Porto Alegre: Artes Médicas. 1995, p.26-27. FONSECA, V. Manual de Observação psicomotora: Significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas. 1995. GUEDES, D. P. e GUEDES, J. E. R. P. Crescimento e Desempenho Motor em Escolares. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 1993. NAHAS, M.V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo, 2001. NIEMAN, D.C. Exercício e saúde: como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. Tradução de Marcos Ikeda. São Paulo: Manole, 1999.
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