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1 – CONCEITOS IMPORTANTES DA PATOLOGIA AGENTE ETIOLÓGICO • Qualquer substância, elemento, variável, fator animado ou inanimado, cuja presença pode, mediante contato com um hospedeiro suscetível, estimular a iniciar ou perpetuar um processo de doença, e com isso, afetar a frequência com que uma doença ocorre numa população DIAGNÓSTICO • Conjunto de procedimentos adotados para estabelecer para cada caso específico suas causas envolvidas no processo da doença, a fim de possibilitar o uso de medidas terapêuticas e/ou profiláticas compatíveis DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Conjunto de enfermidades que podem ser confundidas entre si e que devem motivas o uso de métodos de investigação que permitam descarte uma a uma as doenças confundíveis até se estabelecer a real doença que afeta o hospedeiro INFECÇÃO • Processo de invasão do organismo do hospedeiro por um agente biológico e sua posterior multiplicação INFESTAÇÃO • Processo de colonização da superfície do corpo do hospedeiro por agentes uni ou pluricelulares PATÓGENO PRIMÁRIO • Organismo obrigatório capaz de provocar doença em hospedeiros que se encontram saudáveis e nas condições ambientais ideias PATÓGENO SECUNDÁRIO • Organismo facultativo, de vida livre, oportunista, qye só infecta o hospedeiro quando as defesas deste estão debilitadas FATORES QUE INTERFEREM NA OCORRÊNCIA DA DOENÇA 1- Nutrição 2- Resistência natural do hospedeiro 3- Relação hospedeiro-parasita 4- Sazonalidade 5- Fatores de virulência GRAUS DE INFECÇÃO AGUDO > SUB-AGUDO > CRÔNICO > LATENTE DISFUNÇÃO I 2 – LESÕES REVERSÍVEIS • Ocorre quando a célula agredida pelo estímulo nocivo sofre alterações funcionais e morfológicas, porém mantem-se viva, recuperando-se quando o estímulo nocivo é retirado DEGENERAÇÃO CELULAR = HIPÓXIA/ANÓXIA OU AÇÃO DE RADICAIS LIVRES HIPÓXIA • ↓ concentração de O2 nos tecidos orgânicos • Causada geralmente por alterações no transporte de oxigênio na célula, desde uma obstrução física no fluxo sanguíneo em qualquer nível da circulação corpórea, anemia ou deslocamento para áreas de baixa concentração de oxigênio no ar OBS: isquemia (baixa concentração de sangue no tecido) leva à hipóxia ANÓXIA • É a ausência de O2 nos tecidos orgânicos (agravamento da hipóxia) TIPOS DE ANÓXIA: • ANÓXIA ESTAGNANTE (↓ fluxo de O2 por insuficiência cardíaca ou choque) • ANÓXIA ANÓXICA (↓ concentração de O2 disponível por insuficiência respiratória grave) • ANÓXIA ANÊMICA (anemia) RADICAIS LIVRES: • Moléculas instáveis e que apresentam um elétron que tende a se associar de maneia rápida a outras moléculas de carga positiva com as quais pode reagir ou oxidar • No organismo animal, os radicais livres são produzidos pelas células durante o processo de queima de oxigênio, utilizado para converter os nutrientes dos alimentos absorvidos em energia • Os radicais livres podem danificar as células sadias PROCESSOS QUE GERAM RADICAIS LIVRES: 1- Inflamação 2- Respiração normal 3- Agentes químicos ou radiação (Ex: Uv e Rx) 4- Metabolismo enzimático de químicos exógenos ou de drogas 5- Reações intracelulares normais com metais de transição (Ex: fe) SISTEMAS CELULARES MAIS VULNERÁVEIS À AGRESSÃO 1- MEMBRANA CELULAR (alteração da permeabilidade de membrana e na pressão osmótica) 2- RESPIRAÇÃO AERÓBICA (↓ na produção de ATP e no Ph; ↑ de Ca+2 e ativação de enzimas líticas) 3- SÍNTESE DE ENZIMAS E PROTEÍNAS (↓ no sistema imunológico, metabolismo e no potencial de adaptação) 4- INTEGRIDADE GENÉTICA (↓ da síntese de RNA, enzimas e proteínas) 2.1 – EDEMA • Acúmulo anormal de líquido no espaço intersticial TIPOS DE EDEMA: 1 - DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA (ACÚMULO ANORMAL DE ÁGUA) • Acúmulo de água e eletrólitos dentro da célula • Ocorre a inchação turva (aumento do volume das células) CAUSAS • Alteração no funcionamento da bomba de sódio-potássio na membrana celular • O mal funcionamento da bomba de sódio-potássio leva à desregulação hidroeletrolítica (O Na+ fica retido intracelularmente, enquanto o K+ extracelularmente) • Diminuição da produção de ATP (afetando a bomba de sódio-potássio) • Entrada em excesso de Ca+2 • Alteração na síntese proteica e enzimática OBS: O Na+ retido na célula promove uma rápida entrada de água, causando o edema celular, enquanto o K+ retido fora da célula, contribui para a disfunção da mitocôndria, agravando o caso de degeneração hidrópica CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS • ↑ do volume celular com perda da seletividade da membrana CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS • ↑ do tamanho celular com regressão de organelas 2 - DEGENARAÇÃO VACUOLAR (↑ DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA) • Estágio mais avançado do edema celular em que há maiores quantidades de água nas organelas e formação de vacúolos no citoplasma LEMBRAR QUE: A diminuição do funcionamento da bomba de sódio-potássio pode ocorrer por hipóxia, lesão mitocondrial, substância tóxica ou toxinas e enzimas 3 - DEGENARAÇÃO LIPÍDICA (ESTEATOSE) • Acúmulo de lipídeos (gorduras neutras, DAG ou TAG) no citoplasma de células parenquimatosas CAUSAS • ALTERAÇÃO METABÓLICA: desequilíbrio na síntese de glicogênio ou de seu catabolismo • ANÓXICA: anemia, insuficiência cardíaca ou respiratória (diminuição da concentração de O2 na célula, diminuindo a produção de ATP e assim de fosfolipídios) • CARÊNCIA NUTRICIONAL: dieta pobre em fosfolipídios ou rica em TAG (LDL) CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS • ↑ aumento de volume • ↑ da friabilidade e amarelamento • ↓ da consistência do órgão • Presença de gorduras na faca do corte • FÍGADO: ↑ de volume e peso, com bordas abauladas e consistência amolecida, coloração amarelada, superfície externa lisa e brilhante, e superfície de corte untuosa e sem marcação lobular • CORAÇÃO: afeta principalmente os músculos papilares • RINS: ↑ do volume, palidez e amarelamento CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS • Vacuolização citoplasmática (hepatócitos, túbulos renais e fibras do miocárdio) 4 - DEGENERAÇÃO GLICOGÊNICA (INFILTRAÇÃO GLICOGÊNICA) • Acúmulo de glicogênio nas células CAUSAS • ALTERAÇÃO METABÓLICA (hiperglicemia, doenças metabólicas induzidas por corticoides, adrenalina, glucagon, doenças enzimáticas de armazenamento de glicogênio ou por tumores hepatocelulares) CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS • Sem lesão aparente macroscopicamente CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS • O glicogênio a partir do PAS torna-se o único carboidrato evidenciável 5 – DEGENARAÇÃO MITOCONDRIAL (EDEMA MITOCONDRIAL) • Acúmulo de água na mitocôndria (inundação da matriz mitocondrial) CAUSAS • Lesão na membrana mitocondrial CAUSAS GERAIS PARA EDEMA: 1- Obstrução da rede linfática 2- Aumento da pressão hidrostática 3- Diminuição da pressão osmótica 4- Alteração na produção de albumina 5- Alteração da permeabilidade do vaso 6- Hipóxia/Anóxia (↓ O2 = ↓ ATP) 2.2 – COLORAÇÃO PARA EXAME LABORATORIAL DE EDEMA DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA/VACUOLAR/MITOCONDRIAL • Hematoxilina Eosina (HE) DEGENRAÇÃO LIPÍDICA • Sudan Black DEGENERAÇÃO GLICOGÊNICA • Ácido Periódico-Shiff (PAS) HEMATOXILINA EOSINA (HE) • A hematoxilina tem atração por substâncias ácidas basófilas, corando o núcleo de azul (↑ da basófila) • A eosina é ácida e cora predominantemente o citoplasma (↑ da acidófila) SUDAN BLACK • Revela lipídeos, especialmente fosfolipídios intracelulares • O padrão de coloração corresponde ao das peroxidases, sendo positivo para as séries neutrofílicas e eosinofílicas, negativo para os linfócitos e fracamente positivo para os monócitos ÁCIDO PERIÓDICO DE SCHIFF (PAS) • Revela glicogênio intracelular • A maioria das células hematopoiéticassão PAS positivas, por este motivo, a reação tem pouco valor no diagnóstico das leucemias agudas 2.3 – CALCIFICAÇÃO CELULAR • Processo pelo qual os sais de cálcio se acumulam nos tecidos moles, tornando-os mais rígidos • Calcificação celular é a alteração metabólica, que leva a deposição de sais (principalmente o cálcio), em locais onde não é comum tal processo (fora do tecido ósseo) TIPOS DE CALCIFICAÇÃO: 1 – CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA • Esta relacionada com áreas que sofreram agressões (pré-existentes) e que apresentam estágios avançados de lesões celulares irreversíveis ou já necrosadas • É comum em áreas necrosadas, portanto sem função, não trazendo maiores consequências para o local • Quando ocorre em áreas com função (articulações sinoviais) pode comprometer a atividade CAUSAS • Formação exagerada ou a secreção aumentada de fosfato de cálcio Ca3(PO4)2 e carbonato de cálcio CaCO3 os quais são responsáveis pela formação inicial dos núcleos de calcificação 2 – CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA • Está relacionada com distúrbios dos níveis sanguíneos de cálcio (hipercalcemia) • Relacionada a devida remoção de cálcio dos ossos CAUSAS • Dieta rica em cálcio ou vitamina D • Câncer ou Inflamações óssea • Comprometimento da filtração renal ou ↑ da eliminação de fosfato pela urina • Hiperparatireoidismo • Plantas calcinogênicas 3 – CALCIFICAÇÃO IDIOPÁTICA • Está relacionado ao fato de se localizar em estruturas tubulares diferentes dos vasos sanguíneos • Sua patogenia de formação se resume, inicialmente, na formação de um núcleo calcificado, esse núcleo se desloca para a luz do ducto, onde cresce devido a sucessivas incrustações ao redor de sua estrutura • A calculose pode levar à obstrução, à lesão ou à infecção CAUSAS • Formação exagerada ou a secreção aumentada de fosfato de cálcio Ca3(PO4)2 e carbonato de cálcio CaCO3 os quais são responsáveis pela formação inicial dos núcleos de calcificação e pela concentração de pH alcalino no tecido 2.4 – COLORAÇÃO PARA EXAME LABORATORIAL DE CALCIFICAÇÃO VON KOSSA • Tem a finalidade de identificação de depósito de sais de cálcio nos tecidos • No método, a peça é tratada com nitrato de prata, sendo que esta se deposita substituindo o cálcio reduzido pela luz forte • COLORAÇÃO: sais de cálcio (preta metálica a preto); núcleo (vermelho) e citoplasma (rosa) 2.5 – PIGMENTAÇÃO CELULAR • Substância anormal que não pode ser metabolizada ou removida • Podem ser exógenos ou endógenos, e seu acúmulo pode ou não ser patológico 1 - PIGMENTAÇÃO EXÓGENA • Pigmentação por pigmentos de origem externa ao corpo • São geralmente formas de pneumoconiose (inalação de fragmentos) TIPOS DE PIGMENTAÇÃO EXÓGENA: ANTRACOSE • Pigmentação por sais de carbono • Comum sua passagem pelas vias aéreas, chegando aos alvéolos pulmonares e aos linfonodos regionais por intermédio da fagocitose do pigmento • A antracose em si, não gera grandes problemas, mas sua evolução pode originar disfunções pulmonares • A cor do pulmão pode varias de amarelo-escuro ao negro SILICOSE • Inalação causada por partículas de sílica cristalina, caracterizada por inflamação e cicatrização em forma de lesões nodulares nos lóbulos superiores do pulmão ASBESTOSE • Inalação do pó de amianto (asbesto), é uma tentativa de cicatrização do pulmão do tecido pulmonar, causado pelas fibras minerais de silicatos do asbesto PIGMENTAÇÃO EXÓGENA X PIGMENTAÇÃO ENDÓGENA As pigmentações patológicas provocam reações inflamatórias, na qual, a pigmentação exógena é constituída por fatores de agressão, enquanto que, a pigmentação endógena é uma das formas naturais do organismo, que indica que o tecido está sofrendo algum tipo de agressão, não necessariamente provocado pelo organismo 2 - PIGMENTAÇÃO ENDÓGENA • Pigmentação por pigmentos produzidos dentro do corpo • São divididas em pigmentação por melanina e pigmentação por hemoglobina PIGMENTAÇÃO POR MELANINA: MELANINA • Classe derivada da tirosina que atua na pigmentação (cor à pele) e proteção contra a radiação solar • A produção de melanina é realizada no aparelho de Golgi dos MELANÓCITOS, a partir de estímulos hormonais da hipófise, supra-renal e hormônios sexuais, o pigmento é originado a partir da polimerização do aminoácido tirosina, a qual passa de aminoácido incolor para um pigmento castanho MELANINAS PATOLÓGICAS: MELANOSE • Aumento da produção de melanina pelos melanócitos, podendo ser visceral ou cutânea • Podem desaparecer com o tempo ou não, e não gera complicações MELANOMA • Surge por neoplasia das células produtoras de melanina (melanócitos) • Pode ou não ocorrer metástase, estando longe do local onde geralmente é encontrada (pele) PIGMENTAÇÃO POR HEMOGLOBINA: • São pigmentos originados da hemoglobina, proteína composta por quatro cadeias polipeptídicas e quatro grupos heme com ferro no estado ferroso (Fe+2) • Sua porção proteica é chamada de globina; a lise dessa estrutura origina os pigmentos denominados de hemossiderina e bilirrubina HEMOSSIDERINA • Resultado da polimerização do grupo heme da hemoglobina • A hemossiderina é uma espécie de armazenagem do íon ferro cristalizado, este se acumula nas células, principalmente no tecido do retículo endotelial • Origina-se da lise de hemácias, de dieta rica em ferro ou da hemocromatose idiopática (alteração da concentração da hemoglobina nos eritrócitos) • Sua cor é de amarelo-castanho BILIRRUBINA • Substância amarelada encontrada na bile, que permanece no plasma sanguíneo até ser eliminada pela urina SÍNTESE DE BILIRRUBINA • Ocorre pela degradação de hemácias velhas • O heme é constituído por quatro grupos de ferro, por ação enzimática, ocorre a perda do ferro, tendo seu anel tetrapirrólico aberto • O pigmento resultando dessa lise, é a BILIVERDINA • A bilirrubinaverdina passa a sofrer a ação de uma enzima, passando a ser bilirrubina FÍGADO x BILIRRUBINA • O fígado tem um papel central no metabolismo e excreção da bilirrubina BILIRRUBINA CONJUGADA x BILIRRUBINA NÃO-CONJUGADA BILIRRUBINA CONJUGADA • Hidrossolúvel BILIRRUBINA NÃO-CONJUGADA • Lipossolúvel FORMAÇÃO DA BILIRRUBINA CONJUGADA: ICTERÍCIA (HIPERBILIRRUBINEMIA) • É a pigmentação da pele, mucosa e esclera pelo excesso de bilirrubina CLASSIFICAÇÃO DAS ICTERÍCIAS: PRÉ-HEPÁTICA • Predomina bilirrubina não-conjugada HEPÁTICA • Predomina bilirrubina conjugada PÓS-HEPÁTICA • Predomina bilirrubina conjugada ICTERÍCIA PRÉ-HEPÁTICA • Ocorre principalmente por superprodução de bilirrubina na destruição excessiva de hemácias (↑ hemólise) • A quantidade bilirrubina não-conjugada excede a capacidade do fígado de removê-la ICTERÍCIA HEPÁTICA • Ocorre por uma lesão direta aos hepatócitos, impedindo o metabolismo da bilirrubina • Muito comum em hepatites e neoplasias ICTERÍCIA PÓS-HEPÁTICA • Ocorre por defeito de transporte (obstrução ao fluxo normal da bile, a bilirrubina conjugada não atinge o intestino) • Muito comum em cálculos, colangites, obstrução por parasitas e neoplasias 3 – LESÕES IRREVERSÍVEIS • Ocorre quando a célula se torna incapaz de recuperar-se mesmo depois de cessada a agressão, caminhando para a morte celular 3.1 – NECROSE • É o conjunto de alterações morfológicas que se seguem à morte celular em um organismo vivo, sendo sempre patológica CAUSAS DA NECROSE: 1- REDUÇÃO DE ENERGIA (HIPÓXIA/ANÓXIA/ISQUEMIA) 2- PRODUÇÃO DE RADICAIS LIVRES 3- AGENTES QUÍMICOS E TOXINAS 4- AGRESSÃO DIRETA A MEMBRANA CITOPLASMÁTICA OS SISTEMAS CELULARES • Os sistemas da célula são de tal modo interligados, que qualquer que seja o ponto inicial da lesão celular, a tendência é que com o passar do tempo, todos os sistemas da célula sejamatingidos SISTEMAS CELULARES DE MAIOR VULNERABILIDADE: 1- MITOCÔNDRIA 2- MEMBRANA CITOPLASMÁTICA 3- RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO (RER) 4- CITOPLASMA 5- NÚCLEO 6- LISOSSOMO DEFICIÊNCIA NOS SISTEMAS GERA NECROSE: MITOCÔNDRIA • A respiração celular é essencial pois é uma forma de obtenção de ATP a partir de O2 • Lesões na mitocôndria ou em situações de hipóxia/anóxia causam a ↓ de ATP pela falta de captação de O2 MEMBRANA CITOPLASMÁTICA • A membrana citoplasmática é responsável pela permeabilidade seletiva • Quando ocorre lesões na membrana, ou pela falta de ATP ocasionada pela lesão na mitocôndria, a bomba de sódio-potássio, que é ATP-dependente não funciona por completo, alterando sua permeabilidade e homeostase, ocorre o influxo de Na+ e em seguida, o influxo de H2O, inchando a célula RETÍCULO ENDOPLASMÁTICA RUGOSO (RER) • O RER é responsável junto aos ribossomos da síntese proteica, a síntese proteica é de exclusiva importância à célula pois possui efeitos estruturais • Pelas lesões na mitocôndria + membrana citoplasmática ocorre o destacamento dos ribossomos do retículo, diminuindo a síntese proteica, deixando a célula com carência proteica CITOPLASMA • O citoplasma é a zona líquida da célula, é um meio de reações químicas e essencial para que proteínas e enzimas se comuniquem com os sistemas • A glicose que chega ao citoplasma por meio de proteínas carreadoras não pode sofrer a oxidação por conta lesão mitocondrial • A célula então, para achar outros mecanismos de síntese de ATP, faz da glicólise no citoplasma; a glicólise que ocorre no citoplasma transforma a molécula de glicose em duas moléculas de piruvato, e o piruvato por ainda estar no citoplasma, transforma-se em ácido lático • O ácido lático é uma molécula de ↓ pH, e seu excesso acaba acidificando o meio intracelular; a acidificação do meio intracelular faz com que o sistema saia de sua homeostase; várias reações químicas param de acontecer e prejudica outros sistemas por não estarem em um meio propício NÚCLEO • O núcleo é o sistema no qual encontra-se o DNA • Pela série de lesões sistêmicas na célula, principalmente pela acidificação do citoplasma, ocorre o grumo da cromatina pela desnaturação proteica, invalidando o DNA LISOSSOMO • É a organela de lise celular; quando todos esses efeitos acontecem na célula, a célula torna-se inútil e patológica, logo por ativação enzimática, o lisossomo atua na lise celular BIOMARCADORES PARA NECROSE: CREATINOKINASE • Utilizado como marcador bioquímico para validação de necrose CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS DE NECROSE: • Alternância na cor, textura e excesso de brilho TIPOS DE NECROSE: 1 - NECROSE DE COAGULAÇÃO • Ocorre devido a uma hipóxia ou isquemia em qualquer tecido (exceto cerebral) que sofra liquefação • Ocorre a desnaturação das proteínas celulares, geralmente ocasiona por problemas vasculares CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS • ↑ da acidofilía • Alteração da arquitetura tecidual • Figuras de degeneração nuclear 2 - NECROSE DE LIQUEFAÇÃO • Devido a infecção por agentes biológicos (bactérias) ou por hipóxia/isquemia no tecido cerebral • A lesão e morte celular são causadas por toxinas produzidas pelos microrganismos infeciosas ou por processos inflamatórios • As células mortas são rapidamente fagocitadas e digeridas, a digestão do tecido necrótico resultará na formação de pus CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS • Rarefação tecidual (liquefação celular) 3 - NECROSE DE CASEOSA (TUBERCULOSE) • É uma necrose que tende a ocorre na tuberculose • Possui aspecto semelhante a queijo • Ocorre na reação inflamatória causada pelo bacilo Koch CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS • Granulomas (agrupamento de macrófagos modificados) ALTERAÇÕES NUCLEARES NA NECROSE: • As alterações são decorrentes do excesso de ↓ pH na célula morta e ações enzimáticas PICNOSE • Intensa contração e condensação da cromatina, tornando o núcleo intensamente basófilo, de aspecto homogêneo e bem menor do que o normal CARIORREXIA • Fragmentação e dispersão do núcleo no citoplasma CARIOLISE • Digestão da cromatina, desaparecimento do núcleo ao ponto de não ser mais possível sua identificação em coloração EVOLUÇÕES DA NECROSE 1- Absorção (gera inflamação) 2- Calcificação (distrófica) 3- Incistamento EXAME LABORATÓRIA PARA NECROSE (NECRÓPSIA) • Retira-se um micro pedaço, contendo parte de uma área lesionada e parte de uma área sadia • O exame é feito pelo microscópio e banhado pela hematoxilina eosina 4 – DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS • São distúrbios que afetam de alguma maneira, a circulação sanguínea e o equilíbrio hídrico do indivíduo, levando-o a um quadro patogênico TIPOS DE DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS: 4.1 – HIPEREMIA • Aumento do volume sanguíneo localizado em um órgão ou parte dele por intensificação do aporte sanguíneo ou diminuição do escoamento venoso, com consequente dilatação vascular CAUSAS: 1- Alteração do sistema: Pressão Arterial x Resistência Pré/Pós-Capilares PRESSÃO ARTERIAL E RESISTÊNCIA PRÉ e PÓS-CAPILARES: EM SITUAÇÕES NORMAIS: • NAS ARTERÍOLAS, a pressão hidrostática é maior que a pressão oncótica, enquanto que NAS VÊNULAS, a pressão oncótica é maior que a pressão hidrostática, a razão entre essas duas pressões faz com que NÃO OCORRA SAÍDA DE FLUXO ATIVO NOS CAPILARES (a pressão hidrostática-oncótica são equivalentes) EM INFLAMAÇÃO AGUDA: • NAS ARTERÍOLAS a pressão hidrostática já é maior, mas em situações de inflamação aguda, a pressão hidrostática triplica, NAS VÊNULAS, a pressão hidrostática que deveria ser menor, tem seus valores também aumentados, estando com mais pressão que a pressão oncótica, pela pressão hidrostática estar aumentada tanto nas arteríolas como nas vênulas OCORRE A DILATAÇÃO DOS CAPILARES (aumento da pressão hidrostática nos capilares) TIPOS DE HIPEREMIA: 1 – HEPEREMIA ATIVA ou ARTERIAL • Aumento do afluxo sanguíneo arterial por aumento da pressão arterial e/ou diminuição da resistência pré- capilar HIPEREMIA ATIVA = ↑ AFLUXO SANGUÍNEO ARTERIAL (↑ PRESSÃO ARTERIAL e/ou ↓ RESISTÊNCIA PRÉ-CAPILAR) 2 – HIPEREMIA ATIVA FISIOLÓGICA • Aumento do suprimento de O2 e nutrientes, paralelamente à demanda de maior trabalho, ocorrendo a expansão do leito vascular com os vasos de reserva, se torando funcionais • EXEMPLOS: 1- Tubo gastrointestinal durante a digestão 2- Musculatura esquelética durante exercícios físicos 3- Cérebro em períodos de concentração 4- Glândula mamária durante lactação 5- Rubor facial após hiperestimulação psíquica 3 – HIPEREMIA ATIVA PATOLÓGICA • Aumento do fluxo sanguíneo devido à liberação local de mediadores inflamatórios (agressão ao tecido) • Ocorre o relaxamento dos esfíncteres pré-capilares e diminuição da resistência pré-capilar, do mesmo modo que na hiperemia fisiológica, ocorre a expansão do leito vascular, com os vasos de reserva se tornando funcionais • EXEMPLOS: 1- Injúria térmica (queimaduras ou congelamentos) 2- Irradiações intensas 3- Traumatismos 4- infecções 5- Inflamação aguda CARACTERÍSTICAS DA HIPEREMIA: MACROSCÓPICA 1- Aumento do volume 2- Avermelhamento 3- Aumento da temperatura (quando em superfícies corporais) 4- Às vezes pulsação MICROSCÓPICA HIPEREMIA ATIVA FISIOLÓGICA: 1- Ingurgitamento vascular 2- Hemácias em posição periférica no fluxo laminar HIPEREMIA ATIVA PATOLÓGICA: 1- Ingurgitamento vascular 2- Leucócitos em posição periférica no fluxo laminar 4 – HIPEREMIA PASSIVA ou VENOSA • Diminuição da drenagem venosa por aumento da resistência pós-capilar • Decorre da redução da drenagem venosa, que provoca a distensão das veias distais, vênulas e capilares, por isso mesmo, a região comprometidaadquire coloração vermelho-escuro (cianótica) devido à alta concentração de hemoglobina desoxigenada 5 – HIPEREMIA PASSIVA LOCAL (OBSTRUÇÃO DE UMA VEIA) • É o tipo de congestão causada por obstruções extrínsecas ou intrínsecas de uma veia • EXEMPLO: 1- Obstrução ou compressão vascular 2- Torção de vísceras (H. Passiva Aguda) 3- Trombos venosos 4- Compressão vascular por neoplasias, abscessos, granulomas e garroteamento 6 – HIPEREMIA PASSIVA SISTÊMICA (REDUÇÃO DO RETORNO VENOSO) • INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC): condição em que o coração é incapaz de bombear sangue na correntes sanguínea em quantidade suficiente para atender às necessidades dos tecidos metabolizadores, nesta condição, há uma diminuição na taxa de envio de sangue para o organismo, com consequente redução da oxigenação dos tecidos, causando falhas em diversos processos do organismo; a sobrecarga do coração faz com que o mesmo acelere seus batimentos na tentativa de compensar a falta de oxigênio tecidual, como resultado, ocorre a edemaciação dos vasos sanguíneos (principal causador do EDEMA PULMONAR) • INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA DIREITA (ICC-D): se apresenta em decorrência da latência crônica da função ventricular direita, como o VD funciona principalmente na forma de capacitância estes fenômenos ocorrem de forma lenta e gradual com sinais de pressão elevada e congestão nas veias e capilares sistêmicos • INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA ESQUERDA (ICC-E): • CONGESTÃO PULMONAR: os capilares alveolares encontram-se dilatados e os septos tonam-se alargados pelo edema intersticial, em longo prazo, os septos sofrem fibrose e ficam espessados, por conta das microrupturas dos capilares, há passagem de hemácias para os alvéolos e sua fagocitose pelos macrófagos alveolares (CÉLULAS DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA) • CONGESTÃO HEPÁTICA: podendo ser aguda ou crônica, é geralmente causada por ICC • EXEMPLOS: 1- ICC 2- Trombose 3- Embolia Pulmonar 4- Lesões pulmonares extensas 5- Enfisemas graves em equinos 6- TB 7- Neoplasias pulmonares CONSEQUÊNCIAS GERAIS DE HIPEREMIA: HIPEREMIA PASSIVA: 1- DEGENERAÇÃO, NECROSE, HIPOTROFIAS E FIBROSE (por redução do afluxo de O2 e nutrientes) 2- TROMBOSE e FLEBECTASIAS (por diminuição da velocidade do fluxo) HIPEREMIA ATIVA E PASSIVA: 1- EDEMA (aumento da pressão hidrostática eleva a filtração e reduz a reabsorção capilar) 2- HEMORRAGIAS (por diapedese ou por ruptura de capilares e pequenas vênulas) 4.2 – EDEMA NÃO-INFLAMATÓRIO • Ocorre pelo desequilíbrio das FORÇAS DE STARLING • A PRESSÃO HIDROSTÁTICA (PH) é a pressão de água do vaso, é a pressão que empurra o líquido do vaso ao interstício, enquanto que a PRESSÃO ONCÓTICA (PO) é a pressão proteica (ALBUMINA), inversa à pressão hidrostática, pois mantém o líquido no vaso, NA PORÇÃO ARTERIAL DOS CAPILARES: PH > PO ocorrendo extravasamento de líquido, NA PORÇÃO VENOSA DOS CAPILARES: PH < PO não ocorrendo o extravasamento do líquido • O edema não-inflamatório NÃO APRESENTA SINAIS DE INFLAMAÇÃO CAUSAS: 1- Obstrução da rede linfática 2- Aumento da pressão hidrostática 3- Diminuição da pressão osmótica 4- Alteração na produção de albumina 5- Alteração da permeabilidade do vaso 6- Hipóxia/Anóxia (↓ O2 = ↓ ATP) 4.3 – HEMORRAGIA • Extravasamento sanguíneo para fora do sistema cardiovascular HEMORRAGIA QUANTO À LOCALIZAÇÃO: EXTERNA • Tipo de sangramento exterior ao corpo, ou seja, facilmente visível • Ocorre em camadas superficiais da pele por corte ou por perfurações, ou em áreas mais profundas através de aberturar por trauma INTERNA • Sangramento em áreas mais profundas do organismo (entre músculos e órgãos) • HEMORRAGIA OCULTA: hemorragias sem fluxo externo, presente em vísceras ou cavidades, nomenclatura (HEMO + SUFIXO) • HEMORRAGIA INTERNA COM FLUXO EXTERNO: através de algum hematoma na região da hemorragia, nomenclatura (PREFIXO DO ÓRGÃO AFETADO + RRAGIA) • Costuma ser mais grave pelo fato de não ser visível HEMORRAGIA QUANTO À ORIGEM: CAPILAR • Sangramento lento e com menos volume de sangue • Geralmente por arranhões ou cortes superficiais ARTERIAL • Sangramento em jatos intermitentes, na mesma pulsação das palpitações cardíacas • Por ser uma hemorragia arterial, o sangue apresenta-se numa coloração vermelha brilhante • São hemorragias mais severas pois ocorre a maior perda de sangue VENOSO • Sangramento em decorrência ao corte ou rompimento de uma veia • Coloração vermelha escura (alta concentração de CO2) • Tem um fluxo contínuo e mais lento que a hemorragia arterial HEMORRAGIA QUANTO AO MECANISMO DE FORMAÇÃO: REXE • Sangramento que ocorre por ruptura da parede vascular ou do coração (CORTE), com saída do sangue em jatos PRINCIPAIS CAUSAS: 1- Traumatismo 2- Enfraquecimento da parede celular (TB) 3- Invasão da parede celular por neoplasias malignas DIABROSE • Sangramento pela AÇÃO ENZIMÁTICA, de PUS (ação dos neutrófilos) perto de vasos ou NECROSE DIAPEDESE ou DIATÉSE HEMORRÁGICA • Sangramento sem lesões evidentes do vaso, causada GERALMENTE A NÍVEL CAPILAR, as hemácias fluem através da parede vascular intacta PRINCIPAIS CAUSAS: 1- Aumento excessivo da permeabilidade vascular 2- Transtorno da coagulação 3- Deficiência plaquetária HEMORRAGIA QUANTO À MORFOLOGIA: PATÉQUEIA • Hemorragia puntiforme (minúsculos pontos vermelhos/roxos) • São espaçadas • 1 a 2 mm de diâmetro PÚRPURA • São reuniões de patéquias mais densamente • Termo utilizado em quadros hemorrágicos generalizados em patéquias ou sufusões em várias glândulas serosas ou em mucosas • Geralmente associadas à diapedese • Até 1cm de diâmetro ESQUIMOSE • Hemorragia do tecido subcutâneo (geralmente capilares sanguíneos) • Causada geralmente por golpe (contusão) • Diâmetro maior que 1cm SUFUSÕES • Também chamado de MÁCULA • São manchas de centro roxo ou violeta de periferias com mudança de cor • 2 a 3cm de diâmetro HEMATOMA • Coleção ou acúmulo de sangue numa cavidade, órgão ou tecido • Geralmente bem localizado devido a traumatismo ou alterações hematológicas HEMORRAGIA QUANTO À ETIOLOGIA: HEMORRAGIA QUANTO À INTENSIDADE: LEVE • Quando não interfere significativamente na vida do indivíduo MODERADA • Quando inspira alguns cuidados, mas em si só não indica ainda risco de vida GRAVE • Quando afeta algum órgão essencial e/ou com perda rápida e significativa de grandes volumes de sangue • EXEMPLOS: pequeno hematoma subdural e choque hemorrágico CARACTERÍSTICA DA HEMORRAGIA: MACROSCÓPICA • Avermelhamento vivo ou arroxeado na área atingida e/ou fluxo sanguíneo MICROSCÓPICA • Hemácias fora do vaso (livre, aglomeradas em coágulos ou fagocitadas por macrófagos) • Em evolução: hemólise e a metabolização da hemoglobina leva ao aparecimento da hemossiderina e hemossiderófagos RESOLUÇÃO DA HEMORRAGIA: • Quando a hemorragia não é fatal, após a hemostasia, pode ocorrer a ABSORÇÃO DO COÁGULO (nas hemorragias menores) ou REORGANIZAÇÃO E FIBROSE (nas hemorragias mais amplas) • Pode ocorrer também a FORMAÇÃO: aderências, encistamento, calcificação, ossificação, colonização bacteriana e supuração TRAUMÁTICA 1- Acidentes 2- Cirurgias ORIGEM HEMÁTICA 1- Intoxicação2- Hipovitaminosas 3- Hepatopatias 4- Trombocitopenias 5- Hemofilias ORIGEM VASCULAR 1- Hipertensão intravascular 2- Toxinas de agentes infeciosos 4.4 – TROMBOSE • Caracterizado pela SOLIDIFICAÇÃO DO SANGUE, dentro do sistema cardiovascular no animal vivo • A TROMBOSE é resultado de uma ALTERAÇÃO no processo normal de COAGULAÇÃO SANGUÍNEA NORMAL, agindo isolada ou simultaneamente • TROMBO: massa sólida formada pela coagulação do sangue • CÓAGULO: massa não estruturada do sangue fora dos vasos CAUSAS: • Baseada em três fatores pela TRÍADE DE VIRCHOW TRÍADE DE VIRCHOW: 1 – ALTERAÇÃO DA PAREDE VASCULAR OU CARDÍACA • Evidenciável na maioria das TROMBOSES ARTERIAIS e CARDÍACAS, e em algumas VENOSAS CAUSAS: 1- Traumas 2- Localização de bactérias na superfície vascular 3- Infecções virais em células endoteliais 4- Migração de parasitas na parede vascular (angeites e endocardites) 5- Arteriosclerose (doença degenerativa da artéria) 6- Infarto do miocárdio 7- Erosões vasculares decorrentes de infiltrações neoplásicas MECANISMOS: 1- LESÃO ENDOTELIAL ou por ENDOCARDÍTES que provoquem a EXPOSIÇÃO DO COLÁGENO SUBENDOTELIAL 2- Por consequência da lesão, e assim exposição do colágeno subendotelial, ocorre a ADESÃO E AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA 3- A adesão e agregação plaquetária pode desencadear a COAGULAÇÃO DO SANGUE ou a CONTRAÇÃO DAS CÉLULAS ENDOTELIAIS OU ENDOCARDÍACAS 2 – FLUXO SANGUÍNEO ANORMAL • É a ALTERAÇÃO DO FLUXO LAMINAR DO SANGUE (fluidez silenciosa do sangue que forma camadas concêntricas) CAUSAS: 1 – POR ESTASE (DIMINUIÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO) • Alteração do fluxo laminar, fazendo com que as células (principalmente as plaquetas) que ocupavam em maioria a CORRENTE SANGUÍNEA LAMIAR passem a ocupar à CORRENTE MARGINAL • Quando na corrente sanguínea marginal, a ADESÃO PLAQUETÁRIA É FACILITADA no endotélio, AUMENTANDO OS FATORES DE COAGULAÇÃO 2 – POR TURBULÊNCIA • A ocorrência da marginalização plaquetária, e por consequência, a adesão plaquetária gera TRAUMA AO ENDOTÉLIO VASCULAR, ocorrendo à EXPOSIÇÃO DO COLÁGENO SUBENDOTELIAL • O fator de turbulência gera trombose mais frequentemente nas ÁREAS DE ESTEANOSE E EM BIFURCAÇÕES VASCULARES 3 – HIPERCOAGULABILIDADE DO SANGUE • É a alteração sanguínea e um dos fatores principais na TROMBOGÊNESE CAUSAS: 1 – TROMBOCITOSE • Termo referente a um NÚMERO EXCESSIVO DE PLAQUETAS no sangue (hiperplaquetose) • São exemplos de trombocitose: anemias ferroprivas (↓ Fe), após hemorragias graves, disseminações de neoplasias malignas e síndromes mieloproliferativa 2 – INCREMENTO DE FATORES DE COAGULAÇÃO • Na gestação (VII e VIII), na síndrome nefrótica (V, VII, VII e X) e em neoplasias malignas 3 – REDUÇÃO DA ATIVIDADE FIBRINOLÍTICA • Diabete melito, obesidade e síndrome nefrótica (perda de antagonistas da coagulação) 4 – AUMENTO DA VISCOSIDADE SANGUÍNEA • Por anemia falciforme (redução da flexibilidade das hemácias), policitemia (número excessivo de hemácias no sangue), desidratação e queimaduras TROMBOSE QUANTO À MORFOLOGIA: TROMBO VERMELHO • Normalmente ocorre nas veias com grande quantidade de hemácias porque a velocidade do sangue é baixa TROMBO BRANCO • Se formam nas artérias e predominam fibrina porque a velocidade do sangue é alta TROMBO MISTO • É o que mais acontece porque há um equilíbrio na quantidade de hemácias e fibrina TROMBOSE QUANTO À ORIGEM: VENOSO • Geralmente vermelhos e localizados predominantemente nos membros inferiores • São úmidos e gelatinosos ARTERIAL • Geralmente brancos, acometendo mais comumente a aorta, a celíaca e a gástrica (cão) CAPILAR • Geralmente hialinos, ocorrendo nas coagulopatias de consumo (coagulação intravascular disseminada) CARDÍACO • Podendo ser: MURAIS (principalmente no endocárdio da aurícula direita e no ventrículo esquerdo) ou VALVULARES (aórtica e mitral) TROMBOSE QUANTO AO EFEITO DE INTERRUPÇÃO DO FLUXO DE SANGUE: OCLUSIVO ou OCLUDENTES • Obstruem totalmente a luz vascular • É relativamente comum tanto nas tromboses arteriais (ateroscleróticas) quanto nas venosas MURAIS, PARIETAIS ou SEMI OCLUDENTES • Obstruem parcialmente a luz vascular • Comuns na trombose arterial e na cardíaca CANALIZADOS • É um trombo oclusivo que sofreu proliferação fibroblástica e neovascularização, restabelecendo pelo menos parte do fluxo TROMBOSE QUANTO AO DESTINO DO TROMBO: PROPAGAÇÃO • O trombo sofre lise pelos macrófagos FRAGMENTAÇÃO ou EMBOLIZAÇÃO • Muito frequente • Solta pequenos fragmentos formando êmbolos CICATRIZAÇÃO ou LISE • Organização com incorporações à parede do vaso • Nesse caso não dá êmbolos, mas diminui o calibre do vaso • Sofre a ação da plasmina, sobre alguns fatores de coagulação, fibrinogênio e fibrina, digerindo o trombo ORGANIZAÇÃO E RECANALIZAÇÃO • Dificilmente é completa e o órgão continua com isquemia (irrigação parcial) • Ocorre a invasão do órgão por macrófagos e fibroblastos (pode ocorre fibrose e calcificação) FENÔMENOS CADAVÉRICOS (COÁGULO x TROMBO): COÁGULO 1- Aspecto gelatinoso, liso e brilhante 2- Elástico 3- Solto no interior do vaso TROMBO 1- Aspecto seco 2- Inelástico 3- Aderido à parede do vaso 4- Quando retirado, deixa a superfície rugosa e sem brilho TROMBOSO QUANTO À CARACTERÍSITICAS: MACROSCOPICAMENTE VENOSO • Vermelhos e oclusivos de aspecto úmido e gelatinoso • Ficam aderidos ao endotélio ARTERIAL • Brancos, oclusivos ou semi- ocludentes CARDÍACO • Brancos (secos, inelásticos, associados à alterações no endocárdio) ou vermelhos (lembrando aos venosos) • Estão associados ao retardamento da circulação sanguínea nas câmeras cardíacas MICROSCOPICAMENTE VERMELHOS • Lamelas amorfas, granulosas, desprovidas de células e levemente eosinofílicas • Formadas por plaquetas conglutinadas e desintegradas que se bifurcam (lamelas bifurcadas) dando ao trombo um aspecto coraliforme típico • Na periferia das lamelas ocorre um grande infiltrado de neutrófilos “Orla Marginal” BRANCOS • Constituído de redes de fibrina com conglomerados plaquetários nos pontos nodais, retendo em suas malhas leucócitos e hemácias CONCEQUÊNCIAS GERAIS DO TROMBO: • São dependentes do tipo do trombo, do tipo de localização, do tipo anatômico da circulação (terminal, colateral ou dupla) e da vulnerabilidade dos tecidos à hipóxia • Em geral, ocorrem embolia, hiperemia passiva (levando à edema e infarto vermelho) e isquemia (infarto) 4.5 – EMBOLIA • É a ocorrência de qualquer elemento estranho (êmbolo) na corrente circulatória e transportado por ela até eventualmente se deter em um vaso de menor calibre TIPOS DE EMBOLIA: EMBOLIA DIRETA • É a mais frequente • Se deslocam no sentido do fluxo sanguíneo ORIUNDOS DE ARTÉRIAS OU DO LADO ESQUERDO DO CORAÇÃO: • Sequem para a “árvore arterial sistêmica” em direção aos capilares, exemplo, EMBOLIA SISTÊMICA ORIDUNDOS DE VEIAS OU DO LADO DIREITO DO CORAÇÃO: • Seguem aos pulmões, causando, por exemplos, a EMBOLIA PULMONAR • Nesses casos, os êmbolos podem determinar a INSUFICIÊNCIA SÚBITA DO CORAÇÃO (LD) e a MORTE POR HIPÓXIA SISTÊMICA EMBOLIA CRUZADA ou PARADOXAL• É quando o êmbolo passa da circulação arterial para a circulação venosa ou vice-versa, sem atravessar a rede de capilares • Ocorre a comunicação interatrial ou interventricular EMBOLIA RETRÓGRADA • Os êmbolos se deslocam no sentido contrário ao do fluxo sanguíneo • Muito comum em casos de verminoses • Pode ocorre a alteração de pressões (venosa > arterial) TIPOS DE ÊMBOLO: ÊMBOLO SÓLIDO • São os mais frequentes • A grande maioria provém de trombos por fragmentação ou por deslocamento integral (TROMBOELISMO) • Além desses, estão na mesma categoria de sólidos: ÊMBOLOS NEOPLÁSICOS, ÊMBOLOS BACTERIANOS E ÊMBOLOS PARASITÁRIOS ÊMBOLO LÍQUIDO ou GORDUROSO • São os menos frequentes • Os êmbolos lipídicos são formados a partir: esmagamento ósseo e/ou do tecido adiposo. Esteatose hepática intensa, queimaduras de pele, inflamações agudas e intensas da medula óssea e do tecido adiposo (osteomielites e celulites) e injeção de grandes volumes de substâncias oleosas IV, ÊMBOLO GASOSO • São os mais raros • Os gases podem ocorrer na circulação em situações de: injeções de ar nas contrações uterinas durante o parto, perfuração torácica, aspiração de ar para vasos rompidos e em descompressões súbitas CONCEQUÊNCIAS GERAIS DA EMBOLIA: • São dependentes do TIPO DE ÊMBOLIA (séptico, neoplásico ou trombo) e pelo volume do êmbolo e também, dependente do LOCAL ATINGIDO pelo êmbolo (essencialidade, presença e eficiência de circulação colateral, vulnerabilidade à hipóxia e entre outros... • As massas de êmbolos chegam a um ponto onde a luz vascular é mais estreita e obstruem o fluxo sanguíneo • Em casos de embolia, no geral, ocorre À AJUSANTE (isquemia, levando à necrose) e À MONTANTE (hiperemia passiva, levando à edema, degeneração e por fim o infarto) 4.6 – ISQUEMIA • Deficiência no suprimento (afluxo) sanguíneo a determinado órgão ou tecido por diminuição da luz de artérias, arteríolas ou capilares CAUSAS: CAUSAS FUNCIONAIS 1- Espasmo vascular (dor, frio, alcaloide de ergot ...) 2- Hipotensão acentuada 3- Hemoglobina alterada 4- Redistribuição sanguínea (sono por isquemia cerebral na digestão/hiperemia gastrointestinal) CAUSAS MECÂNICAS 1- Compressão vascular (neoplasias, fragmentos ósseos, calor ósseos, hematomas, abscessos e cicatrizes) 2- Obstrução vascular (trombose ou embolia) 3- Espessamento da parede vascular com diminuição da luz (arteriosclerose e arterites) CONCEQUÊNCIAS GERAIS DA ISQUEMIA: • Dependentes: da velocidade com que se instala (lenta ou rápida), do grau de redução do calibre da artéria afetada (total ou parcial), da vulnerabilidade do tecido e da eficiência da circulação colateral • Isquemia são capazes de causas: hipóxia, anóxia, degeneração, infarto e lesões de reperfusão 4.7 – LESÕES DE REPERFUSÃO • Série complexa de alterações regressivas que se instalam nos TECIDOS PRÉ-ISQUEMICOS, após a restituição do fluxo sanguíneo, principalmente quando associado à reperfusão, ocorre a PRODUÇÃO DE RADICAIS LIVRES e INFILTRAÇÃO NEUTROFILÍCA, que paradoxalmente lesa esses tecidos, muitas vezes até mais do que se a isquemia fosse mais prolongada e seguida de reperfusão menos intensa • É uma TENTATIVA DE DIMINUIR OS EFEITOS DA HIPÓXIA, as células aumentam a capacidade de oxidação (elevando a concentração de oxidades), de maneira a manter as reações essências de oxidação mesmo em baixas tensões de O2, o problema ocorre quando a tensão de O2 se eleva, resultando em grandes quantidades de radicais livres (xantino-oxidades e NADPH-oxidase) junto a mediadores inflamatórios (leucotrienos) 4.8 – INFARTO • Necrose que se instala após a interrupção do fluxo sanguíneo CLASSIFICAÇÃO: INFARTO BRANCO ou ANÊMICO ou ISQUÊMICO • Área de necrose de coagulação (isquêmica) ocasionada por hipóxia letal local, em território com circulação do tipo terminal CAUSA: • A causa é SEMPRE ARTERIAL (por oclusa de trombo- embólica compressiva) ÓRGÃOS AFETADOS: • Os órgãos mais comumente lesados são os rins, o baço, o coração e o cérebro CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 1- De 0 a 6 horas: sem alterações visíveis, mesmo à microscopia óptica 2- De 6 a 12 horas: área pálida e pouco definida, com ou sem estrias hemorrágicas (resto de sangue x paredes vasculares lesadas pela anóxia) 3- De 12 a 24 horas: área pálida delimitada por halo hiperêmico, hemorrágico, cuneiforme, com base voltada para a cápsula do órgão e vértice para o vaso ocluído 4- De 24 a 48 horas: área cuneiforme ou em mapa geográfico 5- Do 2° ao 5° dia: halo branco acinzentado leucocitário internamente ao hiperêmico, com deposição de fibrina na serosa capsular 6- Do 5° em diante: proliferação fibro e angioblástica com posterior cicatrização INFARTO VERMELHO ou HEMORRÁGICO • Área de necrose edematosa e hemorrágica, ocasionada por hipóxia letal local, em território com circulação preferencialmente do tipo dupla ou colateral • Tanto a oclusão arterial como a venosa podem causar infartos vermelhos CAUSA: 1 – OCLUSÃO ARTERIAL • A área de necrose isquêmica é pequena (ocorre hemorragia da periferia e invasão da área isquêmica) • Exemplo: cérebro 2 – OCLUSÃO VENOSA • Causa mais comum no infarto vermelho • É vista nas torções de vísceras ocasionadas pela hipertensão no vênulo-capilar, ocorrendo edema e hemorragia seguido de necrose CONSEQUÊNCIAS GERAIS DO INFARTO: • Dependem basicamente da EXTENSÃO DO INFARTO e do ÓRGÃO ACOMETIDO • Variam de INSIGNIFICANETES (infarto esplênico) a GRAVISSÍMOS (infartos no miocárdio, nos pulmões, nas alças intestinais e no cérebro) • Em geral, há DOR LOCAL ou IRRADIANTE, por muitas vezes febre e aumento da hemossedimentação e de enzimas (transaminases, fosfatases, desidrogenases ...) e às vezes até icterícia (em infartos mais extensos) 4.9 – CHOQUE • É um colapso (falência) circulatório caracterizado por uma hipotensão significativa • O estado de choque é a incapacidade generalizado do sistema circulatório de perfusão às células e tecidos com teores adequados de O2 e nutrientes • O choque traz complicações pela redução da perfusão, por exemplo, processos degenerativos (necrose) CHOQUE = ↓ PERFUSÃO (IRRIGAÇÃO) CAUSAS: 1 – DISTÚRBIO INICIAL DA MACROCIRCULAÇÃO 1- Falha na bomba cardíaca (choque cardiogênico) 2- Redução do volume sanguíneo (choque hipovolêmico) 2 – DISTÚRBIOS DA CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA 1- Choque séptico, anafilático ou neurogênico TIPOS DE CHOQUES: 1 – CHOQUE SÉPTICO (ENDOTOXEMIA) • É provocado principalmente por bactérias gram-negativas produtoras de endotoxina (lipopolissacarídeo- LPS), menos frequente por bactérias gram-positivas e fungos • É caracterizador pela SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATORIA SISTÊMICA (SRIS) • SRIS: manifestação exagerada e generalizada de uma reação imunológica ou inflamatória e é, com frequência, fatal, ela também desencadeia a falência de múltiplos órgãos e é altamente mediada por citocinas (TNF e ILs) 2 – CHOQUE CARDIOGÊNICO • É produzido quando o coração é incapaz de bombear adequadamente o sangue, isso geralmente acontece quando há a destruição do miocárdio (ou por arritmias cardíacas ou por tamponamento cardíaco), em todas essas situações o débito cardíaco encontra-se diminuído • Exemplos: infarto, impossibilidade de contração eficaz, tamponamento cardíaco e hidro ou hemopericárdio 3 – CHOQUE ANAFILÁTICO • Resulta de uma reação antígeno-anticorpo mediada por IgE na superfície dos mastócitos e basófilos resultando da liberação de aminas vasoativas (histaminas) • É uma reação de hipersensibilidade tipo I 4 – CHOQUE HIPOVOLÊMICO • Resultado da perda brusca de líquidos doorganismo • A hemoconcentração diminui a fluidez sanguínea e agrava a redução no retorno venoso • Podendo ser provocada: por sangramentos intensos (hemorragia, traumatismos, cirurgias, rupturas de vasos calibrosos), perda de plasma (queimaduras) ou desidratação (diarreia profunda ou calor excessivo) 5 – CHOQUE NEUROGÊNICO • Se caracteriza pela desregulação neurogênica, resultando na redução do tônus das artérias e veias, queda da resistência vascular, pela dificuldade do retorno venoso ao coração e pela redução da volemia • Principais causas: afecções no SNC e sobretudo, traumatismo e sangramentos HIPOTENSÃO SISTÊMICA: A pressão arterial depende do rendimento cardíaco e do tônus vasomotor periférico. Uma grande redução em um desses dois elementos, sem uma elevação compensatória do outro, causa a hipotensão sistêmica 5 – INFLAMAÇÃO • É uma resposta complexa a um estímulo nocivo (microrganismos, toxinas e células necróticas) que ocorre apenas em TECIDOS VASCULARIZADOS envolvendo o RECRITAMENTO e ATIVAÇÃO de várias proteínas plasmáticas e células que são dependentes de MEDIADORES QUÍMICOS • É uma RESPOSTA PROTETORA que causa LESÃO TECIDUAL e está associada a doenças infecciosas, vasculares, imunológicas e traumáticas BARREIRAS NATURAIS DO ORGANISMOS: • OLHOS: lágrimas • PELE: descamação, ácidos graxos e flora normal • BOCA: saliva e vômito • TRATO RESPIRATÓRIO: muco, cílios e tosse • ESTÔMAGO: pH gástrico • INTESTINO: muco, diarreia, enzimas proteolíticas e microbiota normal SISTEMA MONOCÍTICO FAGOCITÁRIO: • SNC: micróglia • TECIDO CONJUNTIVO: histiócitos • PULMÃO: macrófagos alveolares • SANGUE: monócitos • MEDULA ÓSSEA: macrófagos • RIM: células mesanginais • FÍGADO: células de kupffer • LINFONODOS: células dendríticas • OSSO: osteoclasto SINAIS CARDEAIS DA INFLAMAÇÃO: • DOR: liberação de mediadores químicos + afetam terminações nervosas • RUBOR: vasodilatação + hiperemia • CALOR: vasodilatação + aumento do metabolismo • PERDA DE FUNÇÃO • TUMOR: vasodilatação + aumento da permeabilidade + influxo celular (quimiotaxia) TIPOS DE INFLAMAÇÃO: INFLAMAÇÃO AGUDA • Tem duração relativamente CURTA, sendo de alguns minutos, horas ou poucos dias • Ocorre a exsudação de líquido e proteínas plasmáticas e emigração de leucócitos (NEUTRÓLIFOS) • Presença de CÉLULAS POLIMORNUCLEADAS: neutrófilo, basófilo, eosinófilo e mastócito INFLAMAÇÃO CRÔNICA • Tem MAIOR DURAÇÃO e esta associada histologicamente à presença de LINFÓCITOS e MACRÓFAGOS • Ocorre a proliferação de vasos sanguíneos e tecido conjuntivo • Presença de CÉLULAS MONONUCLEADAS: plasmócito, linfócito, monócito e macrófago ALTERAÇÕES VASCULARES NA INFLAMAÇÃO: ALTERAÇÃO NO FLUCO E CALIBRE DO VASO • Vasodilatação de arteríolas • Abertura de novas redes capilares • ↑ Fluxo sanguíneo • ↓ Circulação em pequenos vasos (aumento da permeabilidade vascular) • ESTASE: permitindo a adesão de leucócitos no endotélio PERMEABILIDADE-EXSUDAÇÃO AUMENTADA DE FLUÍDOS RICOS EM PROTEÍNA PARA O TECIDO • ↑ Pressão hidrostática • ↓ Pressão oncótica • Alterações e lesões endoteliais EXSUDATO x TRANSUDATO • TRANSUDATO é o fluído de BAIXO CONTEÚDO PROTEÍCO resultado de alterações na pressão hidrostática, com permeabilidade vascular normal e EXSUDATO são FLUÍDOS COM PUS que passam através das paredes vasculares em direção aos tecidos adjacentes (presente em locais de inflamação ou infecção) CAPTAÇÃO DE LEUCÓCITOS: 1° - CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA NORMAL • Em condições normais o fluxo sanguíneo é rápido (vaso sanguíneo estreito e com alta pressão) 2° - PROCESSO INFLAMATÓRIO – ROLAMENTO DOS LEUCÓCITOS • No processo de inflamação o fluxo sanguíneo torna-se mais lento (pela vasodilatação e pela baixa pressão) havendo também o extravasamento do plasma pela permeabilidade vascular (edema) • Pela baixa velocidade da corrente os glóbulos vermelhos do plasma começam a se empilhar e se deslocam para as periferias dos vasos • A concentração de glóbulos vermelhos leva a uma concentração de glóbulos brancos 3° - ADESÃO CELULAR • O processo de adesão ocorre com o acúmulo de leucócitos que acabam expressando moléculas de adesão que interagem diretamente com a parede do epitélio (QUIMIOCINAS ATIVAM INTEGRINAS PAAR UMA ADRÊNCIA ESTÁVEL AO ENDOTÉLIO) • A expressão das moléculas de adesão é induzida, alterado ou aumentado por agentes de mediadores químicos (leucotrienos, IL-1 e TNF) 4° - MIGRAÇÃO CELULAR (DIAPEDESE) • É a migração dos leucócitos (processo em que os leucócitos escapam dos vasos sanguíneos em direção aos tecidos alvo) 5° - OCORRIMENTO DA FAGOCITOSE • A partícula a ser ingerida deve aderir-se à superfície do leucócito (acompanhado pelo reconhecimento do leucócito) • Endocitose (ingestão intracelular com formação de vacúolo) • Destruição e/ou degradação do material ingerido CLASSIFICAÇÃO DA INFLAMAÇÃO: 1 – SEROSA • Quando o exsudato produzido é aquoso, límpido e pobre em células 2 – INFLAMAÇÃO CATARRAL • Quando o exsudato produzido é viscoso com alto teor de mucina e com variedade celular 3 – PURULENTA • Quando o exsudato produzido é cremoso • PÚSTULA • FURÚNCULO • ABSCESSO: coleção focal ou multifocal de pus encapsulada por tecido epitelial • FLEGMÃO: coleção de pus não-encapsulada e sem limites precisos • EMPIEMA: acúmulo de pus em uma cavidade natural do organismo 4 – FIBRINOSA • Quando o exsudato produzido é filamentoso, rico em fibrina e com celularidade variável 5 – HEMORRÁGICA • Quando o exsudato é avermelhado e rico em hemácias INFLAMAÇÃO PROLIFERATIVA: GRANULAMENTOSA • Inflamação crônica que se caracteriza pela formação de ESTRUTURAS NODULARES (GRÂNULOS) • É uma reação de MACRÓFAGOS à agentes inanimados e inertes (agentes inflamatórios não-imunogénicos ou do tipo corpo estranho) ou animados (de baixa virulência e de grande resistência) • MACRÓFAGOS MODIFICADOS: células epitelióides, linfócitos, células gigantes tipo corpo estranho ou de Langhans e fibroblastos organizados em torno do agente agressor MEDIADORES QUÍMICOS SOLÚVEIS DA INFLAMAÇÃO • Originam-se do plasma ou de células e ligam-se a receptores celulares específicos • Tem atividade enzimática direta e um mediador pode estimular a liberação de mediadores (amplificação ou regulação) sobre múltiplos tipos de células. São de vida curta TIPOS DE MEDIADORES: 1 – AMINAS VASOATIVAS HISTAMINAS SEROTONINA • FONTE PRINCIPAL: GRÂNULOS DE MASTÓCITOS (pré-formados) • Sua liberação é estimulada por trauma, calor, frio, sistema complemento e citocinas • AÇÃO PRINCIPAL: dilatação arterial e aumento da permeabilidade vascular • FONTE PRINCIPAL: GRÂNULOS DE PLAQUETAS (pré-formados) • AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA (colágeno, trombina, ADP e FAP de mastócitos) • AÇÃO PRINCIPAL: dilatação arterial e aumento da permeabilidade vascular 2 – PROTEASES PLASMÁTICAS • Sistema complemento, cininas e sistema de coagulação 3 – ÁCIDO ARACDÔNICO E MATABÓLITOS • Prostaglandinas (dor), leucotrienos e lipoxinas 4 – FATOR ATIVADOR DE PLAQUETAS 5 – CITOCINAS E QUIMIOCINAS • IL-1, TNF e IL-8 6 – ÓXIDO NÍTRICO • Relaxamento da musculatura lisa e vasodilatação 7 - RADICAIS LIVRES DERIVADOS DE OXIGÊNIO SISTEMA COMPLEMENTO: • Este sistema refere-se a proteínas que atuam na DEFESA DO HOSPEDEIRO e no PROCESSO INFLAMATÓRIO. Quando ativas, as proteínas do SC atuam na OPSONIZAÇÃO dos microrganismos, além disso AUMENTAM A PERMEABILIDADE DE CONTATO VASCULAR e a QUIMIOTAXIA. A ativação do SC ativa também ao MAC VIAS DE ATIVAÇÃO: VIA CLÁSSICA VIA LECTINA VIA ALTERNATIVA • São iniciadas por IgG e IgM formando complexos com osantígenos • ATIVADORES: C1q • Utiliza uma proteína similar a C1q para ativas a CASCATA DE COMPLEMENTO • ATIVADORES: MBL • ATIVAÇÃO: hidrólise espontânea do tiol-éster METABÓLITOS DO ÁCIDO ARACDÔNICO • É uma via metabólica essencial na fisiologia animal para a formação de PROSTAGLANDINAS, TROMBOXANOS e LEUCOTRIENOS. A importância da cascata do Ác. Aracdônico radica um conjunto de funções desempenhadas pelos seus produtos (EICOSANÓIDES) • O seu papel é a formação da via pró-inflamatória e de alvo TERAPÊUTICO DOS FÁRMACOS (AINES) • CICLOOXIGENASES: sintetizam prostaglandinas e tromboxanos • LIPOOXIGENASES: sintetizam leucotrienos e lipoxinas CITOCINAS QUE MEDEIAM A RESPOSTA INFLAMATÓRIA AGUDA: 1 – FATOR DE NECROSE TUMORAL (TNF) • PRINCIPAL FONTE CELULAR: macrófago • PRINCIPAL ESTÍMULO PARA PRODUÇÃO: LPS - endotoxina • PRINCIPAL FUNÇÃO: ↑ da adesividade vascular endotelial para leucócitos e da permeabilidade vascular para proteínas plasmáticas 2 – INTERLEUCINA 1 (IL-1) • PRINCIPAL FONTE CELULAR: macrófagos • PRINCIPAL ESTPIMULO PARA PRODUÇÃO: LPS - endotoxina + TNF (cascata de citocina) • PRINCIPAL FUNÇÃO PROTETORA: ↑ aderência leucocitária ao endotélio e da permeabilidade celular, além de induzir a resposta de fase aguda 3 – QUIMIOCINAS • Estimulam o movimento de leucócitos e regulam a migração leucocitária do sangue aos tecidos • PRINCIPAL ORIGEM CELULAR: leucócitos, células endoteliais, células epiteliais e fibroblastos • PRINCIPAL ESTÍMULOS PARA PRODUÇÃO: produtos microbianos + TNF + IL-1 6 – PROCESSOS DE REPARAÇÃO • Todo processo de reparação requer crescimento celular, diferenciação e interação entre célula e matriz • Os processos de reparação são controlados por fatores BIOQUÍMICOS liberada em resposta a lesão celular, necrose ou trauma mecânico. O seu controle é feito a partir da INDUÇÃO DE CÉLULAS que estavam em repouso a entrarem em seu ciclo celular TIPOS DE REPARO: 1 – REGENERAÇÃO • Reposição de um grupo de células destruídas pelo mesmo tipo (REQUER MEMBRANA BASAL) • O tecido lesado é substituído por outro morfologicamente idêntico 2 – SUBSTITUIÇÃO • O tecido original é substituído por tecido fibroso (FIBROPLASIA/CICATRIZAÇÃO) CAPACIDADE REGENERATIVA DAS CÉLULAS: • Quanto mais especializado for um tecido, menor a capacidade regenerativa de suas células TIPOS CELULARES: 1 – LÁBEIS • Células de CONSTANTE renovação (renovam-se sempre) • Alto índice mitótico ↑ • Exemplo: epitélios da pele, cavidade oral, ductos exócrinos, trato gastrointestinal e hematopoese 2 – ESTÁVEIS • Células comumente em G0 e de PROLIFERAÇÃO RÁPIDA • Baixo índice mitótico ↓ • Exemplo: fígado, rim, pâncreas endotélio e fibroblastos 3 – PERMANENTES • Células que NÃO SE DIVIDEM • São permanentemente removidas do ciclo celular • Lesões nesse tecido induzem cicatrizes • Exemplo: SN e miocárdio COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO INTERCELULAR • As moléculas de sinalização de origem celular podem pertencer a várias famílias de substâncias bioquímicas e atuarão como mensageiras entre duas células mais ou menos distantes entre si (3 VIAS DE SINALIZAÇÃO) TIPOS DE SINALIZAÇÃO: 1 – AUTÓCRINA • Ocorre quando o sinal age SOBRE a célula que o emitiu • As células têm receptores para seus próprios fatores secretados (FÍGADO) 2 – PARÁCRINA • É a comunicação entre células vizinhas que NÃO UTILIZAM A CIRCULAÇÃO • As células respondem a secreção de células vizinhas (FERIDAS DE CICATRIZAÇÃO) 3 – ENDÓCRINA • Torna-se a possível a ligação de células distantes através de SINAIS QUÍMICOS • As moléculas sinalizadoras são os HORMÔNIOS e atingem a células alvo através da CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA MECANISMOS DE REGULAÇÃO DA POPULAÇÃO CELULAR: • TAMANHO DE UM ÓRGÃO OU ORGANISMO É DEFINO POR: crescimento celular, divisão celular (mitose) e morte celular (apoptose) • PROGRAMAS INTERCELULARES • MOLÉCULAS SINALIZADORAS EXTRACELULARES: proteínas solúveis secretadas, proteínas ligadas a superfície celular e proteínas componentes da matriz extracelular FATORES DE CRESCIMENTO: EPIDERMAL (EGF) VASCULAR ENDOTELIAL (VEGF) TRANSFORMANTE-β (TGF-β) DERIVADO DE PLAQUETAS (PDGF) • Ceratinócitos e fibloblastos • Angiogênese • Fibrogênese • Migração e proliferação de fibroblastos, musculatura lisa e monócitos CICLO DA CICATRIZAÇÃO: PRIMEIRA INTENÇÃO • Incisão limpa • Linha de fechamento precisa de hemostasia • Desidratação na superfície e formação de crosta • 24h: neutrófilos e mitoses no epitélio basal • 1-2 dias: células epiteliais basais crescem ao longo da derme • 3 dias: neutrófilos saem, macrófagos entram e formação de tecido de granulação • 5 dias: espaço preenchido com tecido de granulação e por pontes de união de fibras colágenas • Espessamento da epiderme permanece normal • 2° semana: acúmulo de colágeno e fibroblastos (edema e fibroblastos reduzidos) • Fim do 1° mês: tecido conjuntivo sem inflamação e epiderme intacta • Força de tensão aumentada de 70-80% em relação à pele normal em 3 meses SEGUNDA INTENÇÃO • Lesão tecidual maior • Atividade inflamatória maior • Mais tecido de granulação • Contração cicatricial (miofibroblastos) FATORES INDIVIDUAIS QUE INFLUENCIAM NA INFLAMAÇÃO E REPARO: • Nutrição, esteroides, infecções, fatores mecânicos e suprimento sanguíneo ABERRAÇÕES DE INFLAMAÇÃO E DO REPARO: 1 – FORMAÇÃO INADEQUADA DA CICATRIZ • Deiscência da ferida • Ulceração 2 – CICATRIZ HIPERTRÓFICA/QULÓIDE • Cicatriz exuberante • Abundante deposição de colágeno tipo III 3 – TECIDO DE GRANULAÇÃO EXUBERANTE • Carne esponjosa 4 – RETRAÇÃO DA CICATRIZ 7 – DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO, CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR ALTERAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO CONGÊNITA ALTERAÇÕES NO CRESCIMENTO ADQUIRIDAS ALTERAÇÕES NA DIFERENCIAÇÃO CELULAR CONGÊNITAS/ADQUIRIDAS 7.1 – DISTÚRBIOS NO DESENVOLVIMENTO CELULAR 1 – APLASIA • Ausência de formação de um órgão • Só estão presentes apenas rudimentos do órgão ou tecido 2 – ATRESIA • Ausência de perfuração • A estrutura se forma, porém não apresenta luz (só ocorre em órgão tubulares ou em orifícios naturais) 3 – AGENESIA • Ausência na iniciação do desenvolvimento total do órgão ou de parte dele 7.2 – DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO CELULAR 1 – HIPOPLASIA • Deficiência na formação • O órgão é menor e com função reduzida e seu desenvolvimento é incompleto 2 – HIPERTROFIA • É o aumento da síntese dos constituintes celulares (anabolismo > catabolismo) em células que tem bloqueada a sua capacidade para dividir-se (células pós-mitóticas, permanentes ou perenes) • É o aumento do volume de um órgão por aumento da demanda funcional (adaptação) ou por aumento dos estímulos tróficos (hormonais) 3 – HIPERPLASIA • Aumento do número de células de um órgão por aumento da demanda funcional (adaptação) ou por aumento de estímulos tróficos (hormonais) • É uma consequência do aumento de mitoses HIPERTROFIA x HIPERPLASIA HIPERTROFIA AUMENTO DO VOLUME DO ÓRGÃO HIPERPLASIA AUMENTO DO NÚMERO CELULAR DE UM ÓRGÃO 7.3 – DISTÚRBIOS DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR 1 – ATROFIA • Ausência, privação ou deficiência de nutrição, geralmente associada com APOPTOSE ou AUTOFAGIA • Ocorre a diminuição das organelas na célula, além da redução do volume e função celular (catabolismo > anabolismo) 2 – METAPLASIA • Transformação de um tecido maduro para outro diferente (mais resistente ao ambiente adverso), mas de mesma origem embrionária, podendo ser: ESCAMOSA ou ÓSSEA 3 – DISPLASIA EM ÓRGÃO • Processo regressivo, degenerativos, com frequência ligados a condições genéticas • Exemplo: displasia-coxofemoral EM TECIDO • Resposta proliferativa atípica e irregular às irritações crônicas• É reversível e caracterizada por perda de diferenciação (anaplasia), atipia celular (pleomorfismo e hipercromasia) e atipia estrutural • Exemplo: nervos cutâneos CLASSIFICAÇÃO DAS MALFORMAÇÕES: 1 – MONSTROS (TERAS/TERATAS) • Indivíduo com deformações graves 2 – HEMITERIAS (HEMITERAS/HEMITERATAS) • Indivíduo com deformações leves 3 – ANOMALIAS TARDIAS • Aparecem com o desenvolvimento CAUSAS DA MAFORMAÇÃO: CONGÊNITAS • Genes letais e não-letais CONGÊNITAS ADQUIRIDAS (CAUSAS EXTERNAS NÃO-HEREDITÁRIAS) • Separação parcial dos envoltórios fetais • Pressão normal sobre o feto • Produtos químicos • Deficiência nutricional • Infecções virais e bacterianas 8 – NEOPLASIA • É uma massa anormal de tecido cujo o crescimento excede e não está coordenado ao crescimento dos tecidos normais, persistindo em seu crescimento mesmo quando cessado o estímulo que a provocou e com tendência (alta taxa de mitose) a perda de diferenciação celular CARACTERÍSTICAS DA NEOPLASIA: PROGRESSIVIDADE • Crescimento tecidual excessivo e incoordenado, e de intensidade progressiva INDEPENDÊNCIA • Ausência da resposta aos mecanismos de controle (autonomia) IRREVERSIBILIDADE • Ausência de dependência da continuidade do estímulo COMPORTAMENTO DAS NEOPLASIAS: NEOPLASIA BENIGNA NEOPLASIA MALIGNA PADRÃO DE CRESCIMENTO: • EXPANSIVO (CRESCIMENTO CENTRÍFUGO) não invade tecidos adjacentes, sua expansão é limitada TAXA DE CRESCIMENTO: • LENTO PRESENÇA DE CÁPSULA: • Geralmente com presença de cápsula DIFERENCIAÇÃO CELULAR: • Sempre bem diferenciadas NÃO-PRODUÇÃO DE METÁSTASE PADRÃO DE CRESCIMENTO: • INFILTRATIVO (CRESCIMENTO CRENTRÍPTO) invade tecidos adjacentes, sua expansão é ilimitada TAXA DE CRESCIMENTO: • RÁPIDO PRESENÇA DE CÁPSULA: • Sem cápsula DIFERENCIAÇÃO CELULAR: • Podendo ser: bem diferenciado, moderadamente diferenciado, pouco diferenciado ou indiferenciado PRODUÇÃO DE METÁSTASE ANAPLASIA: • A DIFERENCIAÇÃO refere-se à EXTENSÃO com que as células neoplásicas parecem células parenquimatosas normais correspondentes, tanto na MORFOLOGIA, quanto na FUNÇÃO • Anaplasia refere-se a perda de diferenciação e é um ponto fundamental para a transformação maligna (auxilia no diagnóstico de malignidade) • QUANTO MAIS DIFERENCIADO, MAIS PARECIDO COM O TECIDO ORIGINAL • NEOPLASIAS BENIGNAS: tendem a ser caracterizadas por serem BEM DIFERENCIADAS • NEOPLASIAS MALIGNAS: são POUCO ou NÃO-DIFERENCIADAS • Quanto maior o grau de anaplasia de uma célula neoplásica, menor é o grau de diferenciação DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA 1- Pleomorfismo celular 2- Núcleos evidentes 3- Perda da relação de núcleo/citoplasma 4- Basofilía aumentada 5- Aneuploidia 6- Mitoses atípicas, bizarras ou aberrantes METÁSTASE: • Envolve a PENETRAÇÃO do tumor no VASOS SANGUÍNEOS, LINFÁTICOS e CAVIDADES CORPORAIS, seguidas de TRANSPORTE e CRESCIMENTO de massas células secundárias VIAS DE DISSEMINAÇÃO: 1 – VASOS SANGUÍNEOS • A metástase segue o fluxo sanguíneo. O fígado e o pulmão são mais facilmente atingidos porque toda a drenagem da área portal flui ao fígado e a cava flui ao pulmão. Típica de sarcomas 2 – VASOS LINFÁTICOS • Transporte de células tumorais para linfonodos regionais e de outras partes do corpo. Típico em carcinomas 3 – CAVIDADES CORPORAIS • Ocorre pela superfície dos espaços peritoneais, pericárdicos ou subaracnóides NOMENCLATURA DAS NEOPLASIAS: ONCOGÊNESE: • A proliferação das células normais é regulada de mono INIBITÓRIO pelas proteínas codificadas pela expressão dos GENES SUPRESSORES DE TUMORES (GST) e de modo ESTIMULATÓRIO pelas proteínas codificadas pela expressão dos PROTO-ONCOGENES. Além desses genes, há ainda os genes que regulam a MORTE CELULAR PROGRAMADA (APOPTOSE), a mobilidade celular e a produção de fatores de crescimento estão também envolvidos no processo de oncogênese • As neoplasias decorrem da PERDA ou INATIVAÇÃO (por MUTAÇÃO ou por HERANÇA de uma cópia defeituosa) de ambas as cópias dos GST (mutação recessiva), frequentemente associado à HIPERATIVAÇÃO (por mutações, transformando o proto-oncogene em oncogene, por amplificação do número de cópias do gene, por translocação cromossômica ou por inserção de um retrovírus oncogênico, integrando-se próximo a um proto-oncogene no genoma do hospedeiro) DIVISÃO CELULAR x CÂNCER NORMAL: CÂNCER DEVIDO A AÇÃO DE ONCOGENES: MUTAÇÃO NOS GENES SUPRESSORES DE TUMOR: ONCOGENES • Normalmente encontrados nas células (proto-oncogene), mas que quando afetados por MUTAÇÕES (dominantes) ou TRANSLOCAÇÕES que codificam proteínas super expressados que desviarão a cascata de eventos que controlam a proliferação celular, no sentido de uma proliferação incontrolada (levando à neoplasias). Quando uma célula produz seu próprio fator de crescimento, ela adquire AUTONOMIA GENES SUPRESSORES TUMORAIS • Normalmente encontrados nas células que quando danificados por mutações (recessivas) não mais codificam proteínas que irão controlar os processos de divisão celular. O mecanismo de controle de qualidade do ciclo celular se faz via INDUÇÃO DE APOPTOSE. Quando ativados, levam à síntese de enzimas que irão instruir a célula a cometer apoptose. A eliminação seletiva das células representa um meio adicional de controlar com precisão o número de células e suas atividades num tecido. Quando esses genes estão anormalmente reprimidos, a sobrevivência prolongada e aberrante facilita o acúmulo de mutações e irá contribuir para a oncogênese GENE P53 • A principal função é a manutenção da integridade do código genético • DURANTE O CILO DE DIVISÃO CELULAR: a proteína p53 faz uma verificação quando à eventual ocorrência de uma mutação na sequência do código genético • QUANDO HÁ EXISTÊNCIA DE MUTAÇÃO: a p53 ativa proteínas de reparação de forma a repor o DNA ao seu estado normal • EM CASO DO DNA SE ENCONTRAR MUITO DANIFICADO: a p53 impede que a célula entre em mitose • EM ÚLTIMO CASO: ou apoptose ou a senescência celular TELÔMERO x CÂNCER • A cada divisão celular, ocorre o ENCURTAMENTO dos telômeros até a indução da célula à apoptose. Diferentemente da célula neoplásica, não ocorre o encurtamento dos telômeros, ocorrendo mitoses múltiplas MITOSE x CÂNCER MITOSE EM CÉLULA NORMAL: MITOSE EM CÉLULA NEOPLÁSICA: MITOSE BIPOLAR MITOSE TRIPOLAR MITOSE TETRÁPOLAR PROCESSO DE CARCIOGÊNESE: 1 – INICIAÇÃO • Resulta na exposição a um carcinógeno (iniciador) • A iniciação implica em dano permanente ao DNA, sozinha a iniciação não dá origem a um tumor 2 – PROMOÇÃO • É a indução de tumores em células iniciadas • Um promotor isolado é não-tumorigênico, as células iniciadas promovem a proliferação celular 3 – PROGRESSÃO • Resulta do crescimento exponencial do tumor e proliferação de clones neoplásicos 4 – MANIFESTAÇÃO • Resulta da observação clínica da neoplasia FAZES METASTÁTICAS: 1 – INFILTRAÇÃO • Rompimento da membrana basal. Ocorre devido a ausência de inibição de contato, à motilidade oncocitária e à ação de enzimas líticas, sendo facilitada pelo manuseio do tumor e pela turbulência vascular 2 – EMBOLIZAÇÃO OU DISSEMINAÇÃO DE ONCÓTICOS • Desagarramento dos oncócitos com transporte e/ou migração dos mesmos 3 – SOBREVIÊNCIA • Nem todos os oncócitos que alcançam a circulação resultam em metástase. Cerca de 90% são destruídos por fagócitos ou anticorpos, ou podem ser retidos, mas falhar na proliferação, ou ainda podem ser retidos e ficar em latência e assim, aguardar estímulos que possibilitem suas passagens de G0 à G1 e às demais fases do ciclo mitótico 4 – PROLIFERAÇÃO• Nem todos os oncócitos tem a capacidade de proliferação e colonização em tecidos distintos. Esta habilidade relaciona-se com alterações bioquímicas na membrana celular, que além de causar a perda da inibição por contato, podem facilitar o reconhecimento de tecidos ou áreas de maior afinidade com os oncócitos. Alguns tecidos têm maior predisposição à metástase que outros.
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