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Espondiloartrite: grupo de doenças inflamatórias

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Reumatologia 2021/1 ART
Espondiloartrite 
Introdução: 
É um grupo de dçs que é d.d de várias outras dçs na reumatologia e é um grupo subnotificado, 
muitas vezes o pct passa anos sentindo dor e ele é tratado como lombalgia, por acometimento de 
OA de coluna, radiculopatia e na realidade ele tem uma dç inflamatória, então é importante termos 
um certo grau de suspeição desses pcts pra conseguirmos mudar o curso da dç, mudar a progressão 
da dç, quanto mais cedo fazemos o dx da dç, melhor é o prognóstico, é um grupo dçs que pode se 
tornar limitante pq acomete a coluna como um todo e acometendo a coluna pode diminuir muito a 
mobilidade do pct e pode deformar esse pct, deixar sequelado. 
As espondiloartrites são um grupo de artrites, ou seja, de dçs inflamatórias com características 
comuns, elas podem acometer o esqueleto axial, toda a coluna e a sacroilíaca e pode também ter 
acometimento periférico com oligoartrite- artrite até 04 articulações ao mesmo tempo, entesite - 
inflamação no local da inserção dos tendões no osso, hoje sabemos que esse local tem um 
metabolismo próprio, ele tem uma atividade própria e é um local que sofre influência de impactos 
mecânicos, por ex na contração muscular - e dactilite - inflamação de todos os tecidos subcutâneos 
do dedo da mão ou do pé, 
causando o dedo em salsicha. 
Acometimento extra 
articular em comum, ele 
pode pegar alguns locais fora 
das articulações, pode pegar 
olho causando uveíte - 
inflamação da úvea - pode 
inflamar o intestino, 
causando dç inflamatória 
intestinal (DII) e pode 
inflamar a pele causando 
psoríase. 
Todas as espondiloartrites 
podem causar uveíte, 
osteoporose, entesite, 
aumenta o RCV, pode causar 
DII, pode causar uma artrite 
periférica e psoríase. 
As espondiloartrites são divididas entre periféricas e axial, ou seja, periférica tem um 
acometimento periférico maior, tem predominância pelas articulações apendiculares, ou pode ser 
axial, pega a coluna e sacroilíacas. E ela pode ser radiográfica ou não radiográfica, radiográfica 
quando conseguimos fazer o dx pela radiografia e não radiográfica quando não tem acometimento 
radiográfico. 
Quais são as dçs que fazem parte das espondiloartrites? 
Espondilite anquilosante 
Espondiloartrite periférica - grupo de artrites periféricas, dactilite, entesite, sema cometimento 
axial. 
Artrite psoriásica 
Artrite enteropática 
Artrite reativa - Artrite de Reiter 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
Reumatologia 2021/1 ART
Espondiloartrite indiferenciada - dç que não conseguimos classificar nem como anquilosante, 
nem como, psoriásica, enteropática, mas ela tem característica comum de espondiloartrite, então 
acabamos classificando ela como indiferenciada. 
Fisiopatologia 
Sabemos que esse grupo de dçs sofre influência importante dos fatores genéticos e o principal fator 
genético associado é o HLA B27, ele é observado em 90% das espondiloartrites como um todo, da 
espondilite anquilosante, porém menos de 5% do HLA B27 positivo desenvolve a dç. O que isso 
quer dizer? Você vai dosar HLA de todo mundo? Obviamente não, você vai dosar quando você tem 
um grau de suspeição, quando você está suspeitando de uma espondiloartrite, porque menos de 5% 
desenvolve a dç, então se você dosar 100 pacientes que tem positivo, só 5 desses que vão 
desenvolver a dç. 
Sofre a influências de fatores ambientais, principalmente fatores mecânicos, serviços de esforço 
acentuado e fatores imunológicos. 
Na figura: osso, tendão, fibrocartilagem e inserção do tendão, isso daqui é uma entese. Sabemos que 
é um local metabolicamente ativo, sofre vários processos de reparação, de regeneração e de 
inflamação, principalmente devido a fatores mecânicos. Tudo começa na entese, a entese 
inflamando devido a fatores mecânicos e/ou infecciosos em pcts suscetíveis, ou seja, a parede 
inflama por estes fatores em pcts predispostos a ter, principalmente aqueles HLA B27 +. 
Tem uma ativação da imunidade inata, então aqui vamos parar um pouco para falar sobre dç 
autoimune e dç auto inflamatória, antigamente as espondiloartrites eram consideradas um grupo de 
dçs autoimunes, hoje em dia as espondiloartrites são consideradas um grupo de dçs 
autoinflamatórias. Qual a diferença? Você tem predominância da imunidade adquirida, você tem 
produção de anticorpos, então na dç autoimune produz anticorpos. Na dç autoinflamatoria você tem 
uma desregulação da imunidade inata, você não produz anticorpo, então não adianta dosar 
anticorpo, nos nao vamos achar anticorpo circulante nas espondiloartrites, então não há atividade de 
linfócitos e não produz anticorpos, então é uma dç autoinflamatória. 
Na entese tem uma liberação local de prostaglandina 2 (PGE2) causando vasodilatação e 
liberação de citocinas inflamatórias entre elas a IL-17, IL-23 e TNF alfa, isso gera uma 
inflamação sistêmica, uma liberação local e citocinas inflamatória gerando uma inflamação 
sistêmica. 
Epidemiologia 
As espondiloartrites é um grupo de dçs que acomete principalmente homens, jovens, na 3ª ou 4ª 
década de vida, então aqui muda um pouco o padrão das dçs que estávamos vendo, como LES e 
SSj, acomete principalmente homem, pode acometer mulher, mas o principal acometido é 
homem. Tem uma prevalência geral de 0,5 a 1,4%, dentro dessa prevalência geral a espondilite 
anquilosante (EA) é o subgrupo mais comum, entre a artrite psoriásica e artrite enteropática a EA 
é a que mais tem prevalência, mais encontrada. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
Reumatologia 2021/1 ART
Manifestações axiais 
E o que as espondiloartrites causam no esqueleto axial, ou seja coluna e sacroilíaca, ela cursa com 
lombalgia inflamatória e tem início insidioso antes dos 40 anos de idade, por ser inflamatória ela 
tem característica importante, ela melhora com exercício físico e piora pela noite e pela manhã, o 
pct acorda com a dor mais intensa no período da manha e ao longo do dia a dor tende a melhorar, 
ela vai melhorando a medida que o pct vai fazendo atividade física, que o corpo vai esquentando, 
essa é uma dor de ritmo inflamatório. É completamente diferente de uma lombalgia mecânica, o que 
é uma lombalgia mecânica? O pct acorda bem e ao longo do dia a medida que vai movimentando, a 
dor vai piorando, a hora que relaxa a hora que deita a dor melhora. 
Pode ocorrer também a dor alternante em nádegas, a dor alternante em nádegas é altamente 
sugestivo da inflamação da sacroilíaca, então o pct vai queixar que de manha acorda com a nádega 
direita doendo, depois a nádega esquerda, então tem que ficar muito atento a dor em nádegas. É 
associado a rigidez matinal, pct acorda e fala que de manhã o corpo tá duro, parece que está 
congelado e a medida que o tempo vai passando, normalmente mais de uma hora, o corpo dele vai 
voltando ao normal, ele vai conseguindo fazer as movimentações que ele precisa durante o dia. 
Pode ocorrer também espondilodiscite, ou seja inflamação da coluna e dos discos e pode ter artrite 
costoclavicular associada. 
Manifestações periféricas 
O que acontece no esqueleto periferico? 
Normalmente, tem uma artrite periférica e 
tem como característica importante ser 
oligoarticular, ou seja pega ate 4 
articulações, com predominância em 
membros inferiores, ou seja, pega mais 
abaixo da coxofemoral, também tem 
predominância por grandes articulações. 
Diferente, por ex, da AR que é poliarticular e 
pega pequenas articulações, as 
espondiloartrites pega grandes articulações, 
tipo joelho e tornozelo. Assimétrica, diferente 
da AR que tem característica de ser simétrica. 
Tem que saber fazer d.d com AR, o principal 
d.d da espondiloartrite é a AR. 
Outra característica importante é que ela 
causa entesite, normalmente a entesite é mais 
comum em mmii, na figura estão os 
principais locais da entese acometidos: 
costoclavicular, joelho, patelar, anserina, 
epicôndilo. 
Manifestações sistêmicas 
Quando eu estou falando das espondiloartrites de uma maneira geral eu acabo falando mais de EA, 
aqui estamos falando tb da EA. 
As espondiloartritesde uma maneira geral causam uveíte, principalmente a EA, e ela é anterior, 
diferente da dç de Behçet que da panuveíte, normalmente a uveíte das espondiloartrites pega só a 
úvea anterior. Pode dar um quadro de psoríase e quadro de DII. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
Reumatologia 2021/1 ART
Diagnóstico 
O dx da EA tem critérios, como várias outras dçs na reumatologia, no da EA chamamos de critérios 
ASAS, pra falarmos que um pct tem EA ele tem que ter lombalgia por tempo maior ou igual a 3 
meses e com início menor que 45 anos de idade, então é ai que começamos a suspeitar, lombalgia 
por + 3 meses, de ritmo inflamatório, em pct com menos de 45 anos de idade. 
E ai vamos avaliar a radiografia e o HLA-B27, se ele tem uma imagem de sacroileíte na 
radiografia, ou seja, inflamação da sacroilíaca, quando consegue confirmar na radiografia que a 
sacroilíaca ta inflamada, só precisa de mais uma característica para fechar o dx, essa característica 
pode ser: artrite, entesite, uveíte, dactilite, psoríase, Crohn, HLA-B27 +, PCR e HFAM de 
espondiloartrite ou uma boa resposta ao AINE. Então se temos mais 01 dessas características fecha 
o dx de espondiloartrite. 
Porem radiografamos esse pct e ele não tem sacroileíte na radiografia, faz o HLA-B27 dele e vem 
com HLA-B27 +, ai precisa de mais 02 características da lista para fechar o dx de espondiloartrite. 
Então para diagnosticar espondiloartrite , a radiografia mais os critérios clínicos ou o HLA-B27 
mais critérios clínicos. 
O que seria a sacroileíte? 
Usamos os chamados critérios de 
Nova Iorque modificados para ver 
se uma radiografia de sacroilíaca tá 
inflamada ou não, os critérios vão 
de 0 a 4, o grau 0 é considerado 
normal, a sacroilíacas tá com 
espaço preservado, não tem 
esclerose de bordas, pontes ou 
erosões, uma sacroilíacas ótima. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
Reumatologia 2021/1 ART
O grau I tem uma suspeição de alteração, mas não da pra falar o que é, talvez esteja alterada, tem 
dúvida. 
O grau II já tem alterações mínimas, porém o espaço articular da socroilíaca tá preservado, tem 
áreas de erosão e esclerose com espaço completamente preservado. 
Já o grau III apresenta anormalidades moderadas, o que são anormalidades moderadas, erosões, 
esclerose com alteração do espaço, ou seja, o espaço da sacroilíacas já tá reduzido. 
Grau IV é a anquilose total, fusão completa das sacroilíacas. 
Para considerar sacroileíte na radiografia segundo os critérios de NY, tem que ter uma sacroileíte 
grau 3 unilateral, ou seja, uma alteração do espaço unilateral ou grau 2 bilateral, presença de erosão 
e esclerose dos dois lados. 
Sacroilíacas normal, se seguir toda a articulação é possível 
ver que tem um espaço bom, não tem esclerose de borda, 
não tem erosão, consegue delimitar completamente a borda. 
Grau 0 de NY. 
Olha só aqui na borda, tem o espaço, 
ele tá presente, porém não 
conseguimos delimitar com clareza 
o espaço, e se olhar aqui o espaço 
deixa de ser presente, não da pra 
delimitar o espaço, além de 
esclerose de borda. Grau 3 a direita e 
Grau 2 a esquerda, de NY. 
 Sacroileíte Grau IV, fusão 
completa da sacroilíacas, ela não existe mais, está toda 
fundida. 
O que a EA causa na coluna? Ela inflama a coluna 
e o disco, causando a formação de sindesmófito, o 
que seria o sindesmófito, é como se fosse um 
osteófito fino no sentido vertical da coluna, então 
une, uma vértebra a outra e reduz o espaço, assim 
une uma vértebra a outra causando a coluna em 
“bambu”. Isso diminui muito a mobilidade da 
coluna e o pct vai ficando com movimentação em 
bloco, ele não consegue virar a cervical, por ex. 
Olha essa coluna cervical toda acometida, ele 
não consegue fazer o movimento de virar, 
quando ele vai virar, ele passa a virar em 
bloco, ele tem que virar o corpo todo para 
olhar para os lados, então é uma dç altamente 
limitante se não tratada. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
Reumatologia 2021/1 ART
Coluna em “Bambu”. 
Presença de sindesmófitos unindo as 
vértebras. 
Sindesmófitos em perfil, formando como 
se fosse um bambu. Diminui 
completamente a mobilidade do pct, 
movimento de agachar e colocar a mão no 
chão ta praticamente ausente, muito 
reduzido. 
RNM de sacroilíacas 
Quando vamos pedir ressonância da sacroilíacas do pct? 
Quando pedimos um Rx e ela tá normal e tem alta suspeita, o pct tem uma clínica de suspeita, tá 
com lombalgia inflamatória, tá com artrite, tá com dactilite, pediu Rx e tá normal, pode ser o início 
de uma sacroileíte que ainda não alterou a articulação a ponto de alterar radiograficamente. 
Na RNM vamos pesquisar por edema 
ósseo subcondral (setas), essas áreas 
brancas na RNM, tem inflamação do 
lado sacral e do lado ilíaco. A EA, 
diferente da artrite psoriásica, tende a ter 
acometimento bilateral, a artrite 
psoriásica tende a ter acometimento 
unilateral na sacroilíacas. 
Na RNM da pra ver tb a presença de 
esclerose, erosões e lesões gordurosas, as lesões gordurosas são lesões crônicas, a parte de edema 
foi substituída por gordura. Aqui vejo que é edema pois é um STIR, ou seja, tem a saturação da 
gordura, no STIR oque brilha é o líquido, edema ósseo. 
Avaliação clínica 
Para a avaliação clínica, fazemos as medidas a cada 6 meses, para calcular 
no BASMI, que é uma escala de acometimento deste pct, tem algumas 
medidas que fazemos para ver o grau de acometimento da espondiloartrite. 
Uma das medidas é trágus-parede, vamos medir do trágus até a parede, o pct 
que tem EA avançada, tem a posição do esquiador, fica com a cabeça pra 
frente, não consegue encostar a cabeça na parede quando ele encosta o tórax 
na parede. Quanto maior o espaço trágus-parede, mais acometido tá o 
paciente, 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
Edema medular ósseo subcondral. 
Sacroileíte bilateral aguda.
Reumatologia 2021/1 ART
 
Outra medida feita é a lateralização do pct, mede o 
pct da ponta do dedo até o pé, pede o pct pra descer 
ao máximo lateralizando e mede na parede. Quanto 
menor o delta dessa medida, maior é o 
acometimento, faz em ambos os lados esquerdo e 
direito. 
Medimos tb o ângulo da coluna cervical do pct, pede 
pra virar p ambos os lados completamente, o normal 
é fazer acima de 45-50º graus, até quase 90º, quanto 
menor o ângulo, mais acometido tá o pct. 
Faz o índice de Schober, palpa a crista ilíaca postergo-superior, 
marca um ponto, marca 10 cm acima do ponto e pede ao pct pra 
descer o máximo que ele conseguir, essa variação de 10 tem que 
ficar no mínimo 15, se ficar menor que isso ele já tem uma 
alteração significativa. 
Outra medida que fazemos para calcular o BASMI é a distância 
intermaleolar, colocar o pct deitado na maca e medir de um 
maléolo ao outro. Quanto maior o acometimento da coluna desse 
pct, menor é o espaço intermaleolar, menos ele consegue abrir a 
perna. 
Pega todas essas medidas e joga no índice pra ver o grau de 
acometimento, feito de 6 em 6 meses com a EA. 
Índices compostos para avaliar atividade 
 Para avaliar se o pct tá com dç ativa ou 
inativa, como saber se ele tá melhorando, se 
ele tá respondendo ao tto ou se ele não 
responde tto, existem 2 índices principais, o 
BASDAI e ASDAS. 
Nestes índices leva-se em consideração 
algumas perguntas feitas para o pct, o pct da 
de 0 a 10, 0 é sem nada e 10 é dor “pior do 
mundo”. 
BASDAI: fadiga, dor no esqueleto axial, dos 
nas articulações periféricas, presença de 
entesite, intensidade da rigidez matinal, e a 
duração da rigidez matinal. Não leva em 
consideração VHS e PCR 
ASDAS: dor no esqueleto axial, artrite 
periférica, duração da rigidez matinal, 
PGA - como o pct está se sentindo, 0 você 
está ótimo perfeito, 10 você tá muito 
inflamado, muito mal- e valor do PCR ou 
VHS. 
Se o ASDAS der menor q 1,3 
consideramos dç inativa, porém se for maior que 3,5 consideramos dç mto ativa, com um grau alto 
inflamatório, através destes índices conseguimos avaliar se o pct está respondendo ao tto ou não. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
Reumatologia 2021/1 ARTTratamento não medicamentoso 
Fisioterapia, o pct tem que trabalhar a mobilidade do esqueleto axial, tem que trabalhar a cervical, 
tem que trabalhar a lombar. 
Perda de peso é importantíssimo, sabemos que quando mais o pct perde peso, melhor a 
mobilidade, melhor o quadro do pct, ele passa a sentir menos dor, pq sabemos que a obesidade é um 
quadro inflamatório, e o quadro de EA tb é um quadro inflamatório sistêmico, então se você 
melhora o peso do pct vc melhora a inflamação sistêmica tb. 
Atividade física, antigamente falava que atividade para EA era só aeróbico e não podia fazer 
atividade de carga, de peso, hoje sabemos que a melhor opção para atividade física é o misto, é a 
atividade aeróbica mais atividade de peso, é puxar peso, ir na academia, malhar com cautela, mas 
tem que puxar peso, pode trabalhar a musculatura lombar, a musculatura torácica, trabalhar, 
quadríceps, bíceps, sabemos que a melhor modalidade é a associação. 
A fisioterapia entra mesmo quando o pct ja tem coluna em bambu? Melhora a mobilidade do pct, 
mas o pct que ja tem coluna em bambu ele perdeu completamente a mobilidade, não tem o que 
fazer mais, acabamos mandando para preservar o resto de mobilidade que o pct tem, mas chegou 
em coluna em bambu passou mto o timing da dç, não pode deixar chegar neste ponto. 
Tratamento farmacológico 
A primeira linha são os AINES e eles podem ser dados sobre demanda ou fixo, o que seria 
demanda? O pct sente dor ele toma, é o pct que tem quadros esporádicos da dor, ou pro pct que 
sente dor todo dia de maneira fixa, ele vai tomar todo dia. Pode tomar qualquer AINE, a eficácia é a 
mesma, sempre lembrando do RCV do pct, se o pct é DM e tem uma função renal ruim, ou se ele 
tem HAS não vamos começar o AINE pra ele, mesmo se começar AINE para esse pct, de uma 
maneira fixa nós vamos acompanhar esse pct, vamos pedir função renal, vamos calcular o RCV 
dele em toda consulta, olhar a P.A em toda consulta pra ir acompanhando, então ficar atento a isso. 
Normalmente EA é uma dç de homens jovens, são homens pouco acometidos por outras 
comorbidades, então dá pra começar o anti inflamatório de uma maneira tranquila. 
Pode usar também a sulfassalazina, normalmente é usada em pcts que tem predominância do 
componente periférico, então no quadro axial ela não tem uma resposta muito boa, tem uma 
resposta maior no quadro periférico. 
Metotrexato só tem resposta no quadro periférico, ou seja, na artrite de joelho, cotovelos e 
tornozelos, não tem efeito na inflamação de sacroilíacas e da coluna. Então só vamos usar o 
metotrexato quando o pct tem um quadro importante periférico, sem o acometimento axial. 
A segunda linha de tratamento, o pct que falhou aos AINES, estamos tratando com AINE e os 
BASDAI e ASDAS continuam muito altos, o pct está queixando muita dor então nós vamos pra 
segunda linha de tto. Essa segunda linha usa o anti TNF alfa, são anticorpos contra o TNF alfa, que 
é uma citocina inflamatória, produzida na EA. Vamos tentar o TNF alfa quando já tentamos pelo 
menos 2 AINES, tentou um AINE por 03 meses e não melhorou, tentou outro AINE por 03 meses e 
não melhorou então vamos para o anti-TNF alfa. Quais são? Inflizimabe(venoso a cada 2 meses), 
Etanercept (subcutâneo a cada 7 dias), Adalimimabe(subcutâneo a cada 15 dias), 
Golimumabe(subcutâneo 1x ao mês) e certulizumabe. Começar qualquer um, a eficácia deles é a 
mesma em teoria. O que fazemos na prática é a escolha compartilhada, perguntar pro pct qual ele 
quer tomar, para ele ver qual ele vai se adaptar melhor. 
Testamos o anti TNF-alfa e o pct não melhorou, pode testar outro anti-TNF alfa, não melhorou vai 
pro IL-17. A anti IL-17 é uma interleucina pró-inflamatória, gera muita inflamação, o anticorpo 
contra a IL-17, recebe o nome de “Secuquinumabe”. O pct que falhou no anti-TNF alfa, ou tem 
contra indicação a ele, vamos passar o secuquinumabe. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
Reumatologia 2021/1 ART
Artrite psoriásica(AP) 
É uma dç inflamatória crônica 
recorrente na qual ocorre 
hiperplasia da epiderme e 
estimulação imune e tem uma 
prevalência alta de 1,33, sendo que 
10 a 30% desenvolvem artrite 
psoriásica, então ter psoríase 
significa ter artrite psoriásica? Não, 
só 10-30% destes pct vão 
desenvolver a artrite. E quais são os fatores preditivos para desenvolver a artrite psoriásica? 
Quanto maior a duração da dç, maior a chance de ter artrite psoriásica, quanto maior o 
envolvimento cutâneo, se teve comprometimento do couro cabeludo, comprometimento 
ungueal, história familiar e uso de corticoides, maiores são as chances de ter a artrite psoriásica. 
Quadro clínico 
Artrite oligoarticular assimétrica ou poliartrite simétrica ou artrite com envolvimento 
predominante de interfalangiana distal (IFD) ou uma artrite mutilante ou uma dç axial 
predominante, ou seja, existem varias formas da apresentação da artrite psoriásica, ela pode 
acometer somente o esqueleto axial? Pode. Somente articulação periférica? Pode. Pode ser 
mutilante das mãos? Pode. Então são fenótipos diferentes da artrite psoriásica, cada pessoa 
desenvolve um fenótipo diferente. 
Sendo que a maior parte dos pcts com artrite psoriásica iniciam com quadro com oligoartrite 
assimétrica, normalmente de grandes articulações, por ex tornozelo, joelho, um joelho esquerdo e 
um tornozelo direito e acaba evoluindo para poliarticular, pegando pequenas articulações, então a 
evolução da artrite psoriásica, normalmente é muito parecida com a AR, porém muito mais 
agressiva e muito mais erosiva. 
Normalmente é uma artrite mutilante, com acometimento das IFD são manifestações mais 
específicas e associam-se com dactilite e pode dar dç ungueal, pode dar acometimento do leito 
ungueal. 
O acometimento das IFD chega a 3,9% do quadro de artrite psoriásica na dç inicial, mas mais 
54% durante o curso da dç. 
A dç axial isolada, como única manifestação predominante é rara, normalmente ela pega 
esqueleto axial e articulação periférica → só 5% vai apresentar dç com acometimento axial único. 
A entesite ocorre em 20 a 40% dos pcts, então é muito comum acontecer, os locais mais 
comumente acometidos são a fáscia plantar, calcâneo, ligamentos patelares e ligamentos 
pélvicos, são os que mais inflamam. 
A Dactilite pode ocorrer em 30 a 40% dos pcts com artrite psoriásica, pode 
ocorrer em mãos e pés. 
Isso daqui pessoal é uma dactilite “dedo em salsicha”, “dedo em fuso”, e é a 
inflamação dos tecido subcutâneos, ligamentos e tendões de todo o dedo. 
A uveíte ocorre em até 7% dos pcts com artrite psoriásica e o mais comum é 
a uveíte anterior, como na espondilite anquilosante. 
Aqui é uma imagem de uma uveíte, o branco acumulado é chamado de 
hipópio, o que é? É o acúmulo de pus na câmara anterior, ta produzindo pus e 
tá se acumulando na câmara anterior, o problema do hipópio é que ele evolui 
pra sinéquia, ou seja, evolui para aderência, causando aderência, causa 
cegueira, é um quadro extremamente grave e tem que ser tratado urgentemente com oftalmologista. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
Reumatologia 2021/1 ART
A artrite psoriásica vem muito associada aos distúrbios metabólicos, ou seja, HAS, DM, 
Dislipidemia, então é uma dç que vem muito associada ao RCV elevado, ela aumenta muito o RCV. 
E ela também vem muito associada aos distúrbios do humor, principalmente ansiedade e 
depressão, então o pct com artrite psoriática ele é um pct poliqueixoso, é um pct mais deprimido, 
por múltiplos fatores, pelo próprio fator da dç inflamatória, pelo fator de ser uma dç crônica, por ser 
uma dç deformante, por alterar muito a pele, pode pegar rosto, pode pegar couro cabeludo, então 
isso tudo deixa o pct muito deprimido. 
Testes Laboratoriais 
Normalmente o hemograma ta normal, TGO/TGP ta normal, ureia e creatinina ta normal. 
E o que nós vamos avaliar nos testes laboratoriais da artrite psoriásica, o VHS e PCR normalmente 
estão elevados em elevado em 50% dos pcts, então tem uma alteração de provas inflamatórias. 
Normalmente o fator reumatoide normalmentenegativo, acabamos dosando para d.d, para 
excluir AR, então na artrite psoriásica o fator reumatoide é negativo, faz parte dos critérios 
diagnósticos. 
O anti CCP também normalmente é negativo. 
Exames de imagem 
Fazemos a radiografia comum, nela pode ter aumento das partes moles, erosões grosseiras com 
reabsorção óssea e osteoproliferação, erosão grosseira com osteoproliferação é altamente 
sugestivo de artrite psoriásica, é uma artrite mutilante, causa a presença de osteófitos grosseiros. 
Pode ter a presença de sindesmófitos e pode ter a presença de sacroileíte que normalmente é 
assimétrica, pelos critérios de NY. 
Achados radiográficos 
A erosão da artrite psoriásica é 
grosseira, destrói a articulação, causa a 
presença de osteoproliferação, olha só, 
uma neoproliferação óssea. 
Olha essas articulações, todas 
destruídas, então é uma artrite 
mutilante, causa uma erosão mutilante. 
Olha como erodiu a articulação (1), a 
presença de neoformação óssea, presença 
de osteófito (2). 
Este sinal aqui (3) chamamos de Pencil in 
cup”, que seria a reabsorção óssea em 
forma de triângulo 
Ela destrói tanto a articulação que 
causa estes dedos curtos, olha como pode encurtar o dedo do pct. 
Lembrando que pega muito a interfalangiana distal e tende a poupar 
mais a proximal, diferente da AR que pega mais a proximal e poupa a 
distal 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
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Diagnóstico 
Para o diagnóstico da artrite 
psoriásica, usa-se os critérios 
CASPAR, segundo esses critérios 
com 3 ou mais pontos fecha para 
artrite psoriásica. Pro pct tem 
artrite psoriásica ele precisa tem 
psoríase? Não necessariamente, 
sabemos que a artrite pode 
acometer o pct anos antes de surgir 
a psoríase, então o pct pode abrir o 
quadro com artrite psoriásica e 
depois de muitos anos abrir um 
quadro de psoríase, pelos critérios 
CASPAR se o pct tem HFAM de 
psoríase ele ganha 01 ponto, não 
necessariamente ele precisa ter 
psoríase, se tem psoríase atual, já ganha 2 pontos. Pra ter artrite psoriásica não necessariamente 
precisa ter psoríase e isso torna o diagnóstico mais difícil, se o pct tivesse que ter psoríase seria 
muito fácil, pct com psoríase começou a ter artrite é artrite psoriásica e não é assim, temos que 
desconfiar da AP mesmo o pct não tendo psoríase. 
Se o pct não tem a psoríase, mas tem a AP, quer dizer que ele vai desenvolver? Não tem como falar 
com certeza, pq pode começar a tratar e o paciente não desenvolver, começar um anti-TNF alfa e o 
pct nunca vir a abrir o quadro de psoríase. 
Distrofia ungueal seria as depressões puntiformes na unha, chamamos de pitting. 
Onicólise gera 1 ponto, fator reumatoide negativo 1 ponto, dactilite 1 ponto, historia de dactilite 1 
ponto e evidência radiológica de neoformação óssea justa-articular 1 ponto. 
Tratamento 
No tratamento não medicamentoso a atividade física é importante e reduz o quadro inflamatório 
sistêmico, a fisioterapia é muito importante melhorar a mobilidade do pct e controlar as 
comorbidades é um pct que tem alto RCV, então tem que tratar a HAS, tratar o DM e tentar baixar 
o RCV do pct. 
Quadro periférico 
 O tratamento medicamentoso é dividido em quadro periférico e axial, no quadro periférico 
podemos tentar tratar com AINE, Metotrexato - responde bem - a Sulfassaliazina - responde 
parcialmente - pode fazer a Leflunomida - que é um imunossupressor, usamos mto na AR, 
podemos tentar o anti- TNF alfa, que é o Certulizumabe, inflaximabe, adalimumabe, 
golimumabe e etanercept, falhou o anti-TNF alfa, tentamos o anti- IL 17 que é o 
Secuquinumabe, e ainda na falha do anti IL-17 podemos tentar o anti- IL 12-23, que são IL pró 
inflamatórias importantes que seria o Ustequinumabe. 
Quadro axial 
O quadro axial não adianta fazer metotrexato, não adianta fazer sulfassalazina. Se o pct tem uma 
artrite psoriásica com acometimento da sacroilíaca, com acometimento da coluna, não adianta fazer 
metotrexato que não vai resolver. Podemos usar o AINE , falhou o Anti- TNF alfa, falhou pode 
usar o Anti- IL 17, falhou usa o Anti- IL 12-23. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
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Artrite enteropática(AE) 
Outro grupo de artrites que faz parte das espondiloartrites, a artrite enteropática é uma 
espondiloartrites associadas a dç inflamatória, ou seja, é associada a Dç de Crohn (DC) e 
retocolite ulcerativa (RCU), tem uma prevalência de até 0,2% da população, sendo que 2,8 a 
31% da RCU e DC vão desenvolver artrite enteropática, então cerca de 30% dos pcts com DII vai 
ter artrite. Tem que suspeitar desses pcts, tá vendo pct com DC começa a ter dor articular, temos que 
desconfiar da artrite enteropática. Artrite é a manifestação gastrointestinal mais comum do pct 
com DII. Tem uma incidência entre a 2 e 3ª décadas de vida. 
Etiopatogenia 
O que acontece na AE? Vc tem uma dç 
inflamatória intestinal, RCU ou DC, que 
gera uma quebra a barreira intestinal 
com translocação bacteriana e indução 
de resposta imune com efeitos 
extraintestinais, ou seja, gera uma 
inflamação sistêmica, fora do intestino que 
pode acometer junta, pode acometer olho, 
pode acometer pele. Então temos varias 
manifestações extraintestinais das DII. 
Quadro clínico periférico 
A artrite enteropática do tipo 01 é uma artrite periférica não deformante, oligoarticular, 
assimétrica com predomínio de gdes articulações e mmii, ou seja, é muito parecido com o início 
da artrite psoriásica, o tipo 01 depende da atividade intestinal, ou seja, se o pct ta inativo do 
intestino, a dç do intestino ta controlada, a artrite ta controlada, o pct começa a ativar a DII a artrite 
começa a ativar. 
Já o tipo 02 é uma poliartrite, ou seja, poliarticular, simétrica e predomina em mmss, 
acometendo pequenas e gdes articulações, ou seja, o tipo 02 é muito parecida com AR e ela 
independe da atividade intestinal, ou seja, pct pode ta inativo do intestino e ativo da artrite, ou ele 
pode ta ativo do intestino e a artrite ta inativa. 
Quadro clínico axial 
Ainda tem o quadro axial que é uma lombalgia inflamatória causando sacroileíte sintomática que 
pode progredir com gde limitação, ela é mais comum na DC do que na RCU, pode costuma 
preceder a enterite, ou seja, pode ter acometimento articular antes de abrir o quadro de DII. O 
quadro axial independe da atividade intestinal, ou seja, o pct pode ta inativo do intestino e ativo 
na coluna ou ele pode estar ativo no intestino e inativo na artrite da coluna. 
Quadro clínico 
No quadro clínico como nas outras espondiloartrites vamos ter a presença de entesite, dactilite, 
episclerite, uveíte anterior, normalmente essa uveíte é bilateral e é mais comum no tipo 02 ou 
axial. Pode ter a presença de eritema nodoso, que é a inflamação do tecido subcutâneo, pode ter a 
presença de pioderma gangrenoso, pode ter a inflamação da esclera do olho, dessa parte branca do 
olho, causando episclerite. Pode ter também associação com colangite esclerosante primária 
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Aqui são quadros de pioderma 
gangrenoso, são úlceras feias, acometem 
bastante o mmii, normalmente é mais de 
mmii. 
Aqui é um quadro de eritema nodoso, a 
inflamação do subcutâneo, são nódulos 
doloridos e palpáveis no tecido subcutâneo. 
Aqui uma episclerite, inflamação de toda a parte 
branca do olho, da esclera.
Diagnóstico 
No dx da AE normalmente tem o aumento de provas inflamatórias, VHS e PCR, o fator 
reumatoide é normalmente negativo o HLA-B27 é positivo em 70% dos pcts, na espondilite chega 
a 90%. A calprotectina fecal é um marcador fecal de inflamação, o aumento da calprotectina fecal 
prediz a possibilidade do pct ter DII, então podemos dosar a calprotectina fecal. 
No Rx vai ter o aumento de partes moles, uma periostite, normalmente sem erosões ou 
destruição, ou seja, a artrite da artrite enteropática é muito diferente, da artrite da artrite psoriásica, 
da AP ela é muito mutilante, muito deformante, muito erosiva, na artrite enteropática ela não éerosiva, normalmente ela não é erosiva. 
No Rx de coluna e pelve vão ter sinais típicos de EA, que seria a sacroileíte. 
Tratamento 
Fazemos o tratamento conjunto com gastroenterologista, não trata AE sozinhos, porque tem a 
parte intestinal também, tem que ser tratada junto com a parte articular, então normalmente entra 
junto com o gastroenterologista. 
Pode usar a Sulfassalazina 2 a 3 g/dia , o AINE tem que tomar muito cuidado, pq o anti 
inflamatório pode piorar a DII, se entrar com AINE pro pct o gastro não vai gostar, então AINE é só 
em caso muito específico, de maneira muito criteriosa, normalmente não usamos, se for usar 
AINE pode dar preferência aos corticóides, responde bem ao corticoide. 
O metotrexato pode usar, mas como na AP e na EA ele serve apenas no quadro periférico, então 
se o pct tem uma artrite só de joelho pode pra tratar com metotrexato, se pegou sacroilíaca já não 
conseguimos tratar com o metotrexato. 
Podemos usar o anti TNF alfa, lembrando que o etanercept / ETN não mostrou eficácia no 
quadro intestinal, então se formos usar o anti TNF alfa vamos evitar o ETN, porque queremos 
tratar o intestino e articulação. 
Podemos usar o anti IL 17 apenas quadro articular, não trata o quadro intestinal, então não 
usamos muito e podemos usar o ustequinomabe, o anti IL 12/23, para o quadro intestinal e para o 
quadro articular. 
Artrite reativa 
Antigamente a artrite reativa era chamada de Síndrome de Reiter, mudou-se esse nome pelo Reiter 
ser nazista, várias dçs da reumato que foram estudadas e descobertas por nazistas mudaram de 
nome. A artrite reativa é uma artrite transitória não purulenta, ela é reativa, ou seja, causada 
pela produção de anticorpos durante ou após uma infecção intestinal urogenital, então o pct que 
tem um corrimento genital por clamídia pode desenvolver artrite reativa, normalmente quem 
desenvolve são pcts que tem o HLA-B27 positivo, ou seja, interligadas ao HLA-B27, então se for 
olhar todas as espondiloartrites tem uma associação importante com o HLA-B27. 
Tem incidência difícil de ser estimada por ser uma dç autolimitada, então muitas vezes ela nem 
chega no reumatologista, o pct apresenta o quadro, melhora e não chega no reumatologista. 
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Etiopatogenia 
60% dos pcts com artrite reativa são HLA-B27 positivos, que seria o fator de suscetibilidade 
genética. É causada normalmente pela clamídia, campilobacter, clostridium, salmonella, 
shiguela e yersínia, ou seja, por infecções urogenitais, ou gastrointestinais, o que vemos na artrite 
reativa é que não há presença de bactérias nas articulações, ou seja, ela é reativa, não é uma 
artrite séptica, a bactéria não saí do intestino, por ex, e vai para a articulação. Começamos a 
produzir fatores inflamatórios e autoimunes contra aquela bactéria, com participação da resposta 
humoral, que acabam inflamando aquela articulação. A maioria é causada pela clamídia, cerca de 
50% é causado por clamídia. 
E 1 a 3% dos pcts com uretrite desenvolvem a artrite reativa, ou seja, teve uretrite, teve infecção 
por clamídia, vai desenvolver artrite reativa? Não, é raro, 1 a 3% dos pcts que desenvolvem. 
Quadro clínico 
Normalmente surge 1 a 4 semanas após o evento infeccioso, então o pct começou com quadro de 
uretrite e 1-4 semanas depois vai começar com o quadro de artrite. Geralmente é uma oligoartrite 
periférica assimétrica, que pega joelho e tornozelo, como na AP e na AE tipo 01. Pode ter 
acometimento da coluna e sacroilíacas, causando sacroileíte, fusão, sindesmose como na EA. 
Pode ter aparecimento de entesite e dactilite, inflamação da entese e do 
dedo. 
Pode ter a presença da balanite circinada na 
glande do pênis, lesões descamativas na 
glande, e também aparecimento de ulceras 
orais e genitais. 
Pode ter alterações ungueais similares a 
psoríase, na mão e nas unhas. 
Pode ter a presença de pustulose 
p a l m o p l a n t a r j u n t o c o m 
conjuntivite asséptica, ou seja a 
conjuntivite não é causada nem por 
vírus nem por bactéria. 
Diagnóstico 
Não há critérios diagnósticos pra artrite reativa, fazemos o dx pela história clínica e antecedentes 
sexuais, pct que começou quadro de artrite e tava tendo corrimento a mais ou menos 1-4 semanas 
atrás podemos desconfiar da artrite reativa, normalmente é uma oligoartrite assimétrica de joelho e 
tornozelo. As provas inflamatórias normalmente muito elevadas e o HLA-B27 normalmente 
positivo. 
Tratamento 
Tratamos com AINE, identificação do agente causal e faz uso de atb direcionado por tempo 
prolongado de 3 a 6 meses, então se identificamos um quadro de infecção por clamídia, vamos 
tratar essa clamídia por 3 a 6 meses, porque tratar por tempo prolongado? Para evitar a cronificação 
da dç, a dç tende a cronificar, cerca de 30 a 50% pode se cronificar, se torna uma artrite crônica. 
Nos quadros que se cronificam pode usar o MTX e pode usar também a SSZ, o anti TNF alfa 
ainda está em estudo, não é confirmado, não tem nada de evidência. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME

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