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ALIMENTOS FUNCIONAIS Professor: Me. Murilo Barbosa de Andrade Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Editoração Ellen Jeane da Silva Ilustração Ellen Jeane da Silva Qualidade Textual Meyre Barbosa da Silva DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; ANDRADE, Murilo Barbosa de. Aplicação de Técnicas Gastronômicas voltadas à Alimentação Saudável. Murilo Barbosa de Andrade. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 39 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Gastronomia. 2. Saudável. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 372.37 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 06| ALIMENTOS FUNCIONAIS: ASPECTOS FUNDAMENTAIS 19| A INGESTÃO DE ALIMENTOS FUNCIONAIS E SUA ATUAÇÃO NO ORGANISMO 13| OS ALIMENTOS FUNCIONAIS E SUAS PROPRIEDADES NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Compreender o que são alimentos funcionais. • Conhecer os benefícios que os alimentos funcionais trazem à saúde. • Entender funcionalidades e propriedades dos alimentos funcionais na pre- venção de doenças. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Alimentos funcionais: aspectos fundamentais • Os alimentos funcionais e suas propriedades na prevenção de doenças • A ingestão de alimentos funcionais e sua atuação no organismo ALIMENTOS FUNCIONAIS INTRODUÇÃO introdução Nos dias atuais, a população tornou-se mais complexa e vem querendo mo- dificar os padrões alimentares e de vida. A sociedade moderna tenta mudar a alimentação porque vem sofrendo com o ritmo acelerado dos dias atuais, como cansaço, depressão e irritação sob a forma de estresse. Desta forma, surge a necessidade da compreensão de que a alimentação exerce um papel fundamen- tal, fornecendo nutrientes essenciais e energia. Compreenderemos, também, quando é que um alimento pode ser considerado funcional e se qualquer um pode ser assim considerado. Sendo assim, exploraremos e compreenderemos os benefícios que uma ali- mentação constituída por alimentos funcionais causa, descobriremos também quais são os benefícios de cada grupo de alimento funcional e quais são suas funções nutricionais, como as frutas, verduras, cereais, peixes e derivados do leite podem trazer à saúde e como integrar estes alimentos em uma dieta sau- dável que trará muitas vantagens na sua vida. Neste estudo, verificaremos quais são os componentes químicos que geram a funcionalidade aos alimentos, como os flavonoides, as fibras, os probióticos entre outros, bem como qual a relação do consumo de alimentos funcionais com a prevenção ou retardo de doenças, como diabetes, hipertensão, mal de Alzheimer, doenças ósseas, cardiovasculares, intestinais dentre outras. Desta forma, caro(a) aluno(a), convido você a conhecer um pouco mais sobre a relevância do tema abordado, esclarecendo quais são os efeitos dos alimen- tos funcionais para se obter um melhor entendimento sobre a relação entre a ingestão de uma alimentação adequada e equilibrada com a saúde. Por fim, o interesse da população por melhor qualidade de vida. Vamos lá? Iniciaremos nossos estudos falando sobre: O que são alimentos funcionais? Quais são seus benefícios? Com o aumento da expectativa de vida da população nos últimos anos, ao mesmo tempo, tem aumentado a incidência de doenças crônicas, como diabetes, câncer, hipertensão etc. Devido a esses fatores, a população vê-se obrigada a adotar novos hábitos alimentares mais saudáveis, visando à busca por uma alimentação mais sau- dável. Por conta dessa procura por uma alimentação mais saudável e equilibrada, alguns alimentos vem despertando o interesse por prevenirem algumas doenças e suprirem os nutrientes básicos necessários para o organismo. Alimentos Funcionais: Aspectos Fundamentais Pós-Universo 7 Tem-se que há milhares de anos vem se utilizando certas classes de alimentos visando à redução do risco de doenças. Uma confirmação desse uso faz referencia a uma frase de Hipócrates, utilizada há cerca de 2500 anos, a qual diz: “Faça do ali- mento o seu medicamento”. De acordo com Young (1997), historicamente, a terceira geração de alimentos foi a dos alimentos funcionais, introduzidos no mercado com o intuito de promover a saúde ou, até mesmo, um apelo para melhorar e manter ex- celente saúde nos indivíduos que os consomem. Gerações anteriores conviveram com os produtos light e os enriquecidos. “Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova concepção de alimen- tos, lançada pelo Japão, na década de 80, por intermédio de um programa de governo, que tinha como objetivo desenvolver alimentos saudáveis para uma população que envelhecia e apresentava uma grande expectativa de vida” (ANJO, 2004, p. 145). Denominados FOSHU (Foods for Specified Health Use), estes apresentam um selo de aprovação do Ministério da Saúde e Bem- Estar do seu país. Hoje, esses produtos estão presentes em vários países, enquadrados em suas legislações específicas. Fonte: Anjo (2004). saiba mais Alimentos funcionais são aqueles que produzem efeitos fisiológicos ou metabóli- cos, por meio do desempenho de algum nutriente, na manutenção das funções do organismo humano. É valido destacar que todos os alimentos são funcionais já que possuem valores nutritivos, porém, segundo Almeida e Salgado (2009), a palavra funcional, nos últimos anos, assumiu o sentido de proporcionar benefícios fisiológi- cos adicionais, e não só de satisfazer necessidades básicas de nutrição. O conceito de alimentos funcionais é amplo, e uma definição simples é que eles são alimentos ou ingredientes que oferecem benefícios à saúde, além de suas funções nutricionais básicas, podendo reduzir o risco de doenças crônicas degenerativas, como câncer e diabetes, entre outras. Segundo Angelis (2001), um alimento funcional possui aparência semelhante a um alimento convencional, o qual, além da nutrição básica, beneficia as funções metabólicas e fisiológicas, favorece a boa saúde mental e física e tem o potencial de reduzir riscos de doenças crônico-degenerativas. Pós-Universo 8 Termos, como nutracêuticos, compostos bioativos ou fitoquímicos são utilizados para os ingredientes ativos presentes nesses alimentos. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ele é de- finido como um alimento com propriedade funcional: “aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente e/ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e/outras funções normais do organismo humano” (BRASIL, 1999). Sendo assim, os alimentos funcionais precisam fazer parte da alimen- tação usual ocasionando efeitos benéficos sem a necessidade de acompanhamento médico, mesmo que, após a suspensão da ingestão, continue promovendo efeito e que não se destinem a tratar ou curar doenças, estando seu papel ligado à redução do risco de contrair doenças. Um alimento pode ser considerado funcional se for comprovado que ele pode afetar, positivamente, uma ou mais funçõesalvo no organismo, além de ter os ade- quados efeitos nutricionais, de maneira que seja relevante tanto para o bem-estar e a saúde quanto para a redução do risco de uma doença. Os alimentos funcionais são alimentos que têm a oportunidade de combinar produtos comestíveis de alta flexibilidade com moléculas biologicamente ativas, como estratégia para corrigir dis- túrbios metabólicos, resultando na redução dos riscos de doenças e na manutenção da saúde. Responsáveis por desempenhar um papel potencialmente benéfico na redução do risco de doenças crônico-degenerativas, os alimentos funcionais carac- terizam-se por oferecerem vários benefícios à saúde, além do valor nutritivo inerente à sua composição química. Por exemplo, os tomates, que são ricos em licopeno, têm ação antioxidante e protege as células contra os radicais livres. Os alimentos e ingredientes funcionais podem ser classificados quanto à fonte de origem, vegetal ou animal, ou quanto aos benefícios que oferece, atuando em seis áreas do organismo: no sistema gastrointestinal, no sistema cardiovascular, no metabolismo de substratos, no crescimento, no desenvolvimento e na diferenciação celular, no comportamento das funções fisiológicas bem como antioxidantes. Uma grande variedade de produtos tem sido caracterizada como alimento funcional, in- cluindo componentes que podem afetar inúmeras funções corpóreas relevantes tanto para o estado de bem-estar e saúde como para a redução dos riscos de doenças. Pós-Universo 9 Esta classe de compostos pertence à nutrição, e não à farmacologia, merecen- do uma categoria própria que não inclua suplementos alimentares, mas o seu papel em relação às doenças esteja, na maioria dos casos, concentrado mais na redução dos riscos do que na prevenção. Os alimentos funcionais apresentam algumas características. Entre outras, devem ser alimentos convencionais e ser consumidos na dieta normal/usual, devem ser compostos por componentes naturais, algumas vezes, em elevada concentração ou presentes em alimentos que normalmente não os supririam. Devem, também, ter efeitos positivos, além do valor básico nutritivo, que pode aumentar o bem-estar e a saúde e/ou reduzir o risco de ocorrência de doenças, promovendo benefícios à saúde, além de aumentar a qualidade de vida, incluindo os desempenhos físico, psicológi- co e comportamental. A alegação da propriedade funcional deve ter embasamento científico. Pode ser um alimento natural ou um alimento do qual um componen- te tenha sido removido. Pode, ainda, ser um alimento cuja natureza de um ou mais componentes tenha sido modificada, bem como pode ser um alimento cuja bioati- vidade de um ou mais componentes tenha sido modificada. Os alimentos funcionais devem possuir algumas características para, assim, serem denominados, tais como: exercer ação metabólica ou fisiológica que contribua para a saúde física e para a diminuição de morbidades crônicas; os efeitos positivos devem ser obtidos em quantidades não tóxicas, per- durando mesmo após suspensão de sua ingestão; integrar a alimentação usual e, por fim, os alimentos funcionais não são destinados ao tratamen- to ou cura das doenças. Fonte: Borges (2000). saiba mais Pós-Universo 10 Temos que ter o entendimento quanto ao que se refere a esses alimentos. Eles não são responsáveis por curarem as doenças, e sim por prevenirem o seu aparecimento, ajudando, assim, os organismos a combatê-las de maneira mais eficaz. Por meio do consumo diário desses alimentos numa dieta balanceada, o organismo se fortalece, não sendo necessário o uso de remédios. Sendo assim, para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos, recomenda-se uma dieta rica em alimentos funcionais que contribuem para uma vida com mais disposição e energia. Sugere-se, ainda, que, preferencialmente, estes alimentos devem ser consumidos em sua forma original quando inseridos dentro de um padrão alimentar normal, para que possam demons- trar o seu real benefício à saúde. Sendo ideal um maior consumo de frutas, verduras, fibras e alimentos integrais. Os brasileiros começaram a adotar hábitos mais saudáveis, devido aos altos níveis de gorduras e muita ingestão de açúcares, aumentando, assim, os riscos das doenças cardiovasculares e de morte. Sendo assim passaram a ingerir maior quantidade de frutas, grãos integrais, peixes, aves e legumes e deixaram um pouco de lado as gor- duras, as frituras e a carne vermelha. Realizando essas mudanças de hábitos com inserção dos alimentos funcionais numa dieta balanceada e consumidos de maneira correta podemos diminuir o risco desses tipos de doenças. Os alimentos enriquecidos com vitaminas e minerais na maioria dos casos não são considerados alimentos funcionais. Eles só podem ser considerados funcionais se for comprovado algum efeito benéfico à saúde ou sobre alguma doença crônica, caso contrário é classificado como alimento comum. Alguns alimentos industrializa- dos podem ser considerados funcionais, porém estes, geralmente, apresentam baixas concentrações dos compostos funcionais. De acordo com Cardoso e Oliveira (2008), a FDA - Food and Drug Administration - estabeleceu regulamentos e a liberação de alimentos, considerando o uso que se pretende dar ao produto e a descrição dos rótulos e ingredientes presentes no produto. Após as devidas avaliações, são classificados em: alimento, alimento-medi- camento, suplementos alimentares, alimento para usos dietéticos especiais ou droga. Segundo Cardoso e Oliveira (2008), no Brasil, o Ministério da Saúde, que determi- na a legislação que a indústria deve seguir. Os alimentos e/ou ingredientes funcionais devem seguir normas e procedimentos para o seu registro de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Pós-Universo 11 Quando se faz necessário a obtenção de um registro para um alimento que alega possuir propriedades funcionais e/ou benefícios à saúde, ele deve possuir um relató- rio científico técnico bem embasado, comprovando seus benefícios e qual a forma mais correta para a utilização desse alimento. Os alimentos funcionais devem apre- sentar algumas características, tais como: a. Alimentos convencionais e de fácil obtenção que devem ser ingeridos em uma dieta normal/usual; b. Os componentes naturais devem ser os compostos presentes nesses alimen- tos, às vezes, em altas concentrações ou disponíveis em outros alimentos que, habitualmente, não os supririam; c. Apresentar um valor nutritivo básico e possuir efeitos positivos à saúde, reduzir a incidência de doenças e aumentar o bem-estar, melhorando a qualidade de vida, além dos desempenhos psicológico, comportamental e físico dos indivíduos. d. Um bom embasamento científico sobre as propriedades funcionais do alimento; e. Alimento natural ou alimento de que tenha sido removido um ou mais componentes; f. Alimento com alteração de um ou mais componentes; g. Alimento em que um ou mais componentes de sua bioatividade tenho sofrido modificações. De acordo com Cardoso e Oliveira (2012), a intensificação dada a essas informações tem sido evidente pelo fato de que os consumidores estão cada vez mais se certifican- do da relação existente entre saúde e nutrição, ou seja, a preferência pela prevenção, e não somente pela cura de doenças. Estudos mostram a evidência científica sobre a eficiência dos alimentos funcionais crescendo cada vez mais e passando seguran- ça ao ser consumido. Pós-Universo 12 Por isso, vem sendo pronunciadas atividades de sensibilização nos setores in- dustriais de alimentos para produtos industrializados mais saudáveis e naturais. No Japão, EUA e na Europa, muitos dos alimentos funcionais já são industrializados. No Brasil, o mercado ainda é tímido em relação a alimentos funcionais, mas as perspec- tivas são evidentes para que o país seja um grande produtor de alimentos in natura e processados. Portanto, as indústrias brasileiras, quandonecessitam do uso de pro- dutos e ingredientes funcionais, fazem por meio de importação. Entre as forças geradoras que impulsionaram a produção de alimentos funcio- nais, formam o reconhecimento da relação nutrição-saúde-doença, estão a evolução dos conceitos e recomendações nutricionais, as necessidades fisiológicas, o cresci- mento das doenças crônico-degenerativas e as perspectivas industriais. Nos dias atuais, a preocupação com a alimentação tornou-se uma questão muito séria. Devido aos problemas ocasionados pela má alimentação, precisamos sempre acompanhar a nossa alimentação de forma consciente. Para auxiliar neste equilíbrio, existem, ainda, os alimentos funcionais que são muito benéficos, e conhecê-los é fundamental para se ter uma excelente saúde. A alimentação é a principal via de nutrição do nosso corpo. É justamente por isso que devemos estar sempre muito atentos ao que comemos. Ter uma alimentação saudável e equilibrada traz diversos benefícios para a saúde. Pensando nisso, fomos atrás dos alimentos funcionais para entendermos completamente como funcionam e o que realmente são. Os Alimentos Funcionais e suas Propriedades na Prevenção de Doenças Pós-Universo 14 Eles podem também ser encontrados na forma de ingredientes para receitas es- pecíficas, são fundamentais para a qualidade de vida e também para garantir uma boa saúde. Além disso, estão relacionados à qualidade de vida e à redução dos riscos de desenvolver diversas doenças crônicas que, atualmente, influenciam a nossa so- ciedade de forma muito negativa. Os alimentos industrializados, por sua vez, são muito ricos em calorias e diversos produtos químicos para a sua conservação. Estes ingredientes não são todos be- néficos para a nossa saúde e são os principais responsáveis pela obesidade e pelas diversas doenças que surgem todos os anos. É possível implantar os alimentos fun- cionais em seu cardápio com muita facilidade, pois, além de existirem diversas opções de alimentos, é possível utilizá-los de forma bastante criativa em sua dieta. Assim, os resultados podem ser presenciados com mais facilidade e naturalidade. É preciso, no entanto, conhecer um pouco mais os alimentos, os quais serão detalhados a seguir, segundo Pessotti (2017, on-line)1: Vinho tinto, maçãs e casca de uvas Auxiliam na prevenção de doenças cardiovasculares e também evitam a forma- ção de coágulos e infecções das diferentes ordens. Para ter excelentes resultados, é necessário incluir estes alimentos em seu cardápio semanal. Rabanete, brócolis, couve-flor e repolho Estes alimentos naturais são ricos em diversos minerais, vitaminas entre outros nutrientes essenciais para uma vida saudável e de qualidade. Além destes benefí- cios, aumentam a produção de enzimas que combatem as células cancerígenas. Então eles podem combater ou mesmo atenuar as chances de câncer em sua vida e também na de seus familiares. Para um melhor aproveitamento destes alimentos é necessário ter uma variação no cardápio durante a semana. O mais utilizado nestes alimentos é nas refeições principais. Faça pratos com, pelo menos, quatro legumes diferentes, assim, você maximizará a assimilação de nutrientes e poderá ter uma vida ainda mais feliz e saudável. Pós-Universo 15 Melancia, tomate e goiaba Estes alimentos possuem funções antioxidantes além de reduzirem, significati- vamente as chances de câncer e também de problemas cardiovasculares. Estes alimentos funcionais são bastante comuns e podem ser encontrados com muita facilidade, além de ser acessível a todos pelo baixo custo. Sendo assim podem estar presentes na sua alimentação diária, complementando ainda mais as suas refeições principais, ou podem ser incluídos em lanches. Tudo isso contribuin- do para a sua saúde melhorar ainda mais e consequentemente, a felicidade dominar de vez a sua vida. Folhas verdes As folhas verdes, além de excelentes opções de alimentos, podem contribuir de diversas maneiras com a sua alimentação. Estes alimentos não possuem calo- rias significativas, ou seja, podem ser utilizados para quem pretende emagrecer com saúde. Além disso, existem vários nutrientes presentes nas folhas verdes, além da clorofila, que traz diversos benefícios para a saúde humana. Estes ali- mentos podem ser consumidos antes das refeições principais. Além de serem excelentes alimentos, são simples de serem preparados e, geralmente, são con- sumidos crus, na forma de saladas. O consumo destes alimentos pode ser diário, sem nenhuma implicação direta. Linhaça Os benefícios do consumo da linhaça estão relacionados à redução das chances de tumores se desenvolverem e também na prevenção das doenças cardiovas- culares. A linhaça também está relacionada ao processo de emagrecimento. Desta forma é possível perder peso e ter um corpo bonito e escultural, ao passo que também garantirá saúde ainda melhor para você. Este alimento pode ser consumido no café da manhã e nas refeições principais. Existe a opção de ser adicionada diretamente nos alimentos do café da manhã bem como no almoço e jantar. Pós-Universo 16 Grãos integrais Os grãos integrais trazem diversos benefícios para a sua saúde, mas os mais co- nhecidos estão relacionados à saúde intestinal. Os grãos integrais ajudam na manutenção da flora intestinal, mantendo o intestino funcionando adequada- mente. Estes alimentos funcionais também são indicados para quem tem intestino lento e sofre com as dores do acúmulo intestinal. Existem muitas opções de grãos integrais que podem ser incluídas no seu cardápio agora mesmo. Leite, iorgurte e outros derivados Estes alimentos possuem um grande impacto na saúde intestinal. Servem para regular o funcionamento dos intestinos para que estes órgãos possam assimilar adequadamente os nutrientes e também eliminar, de forma eficaz, os dejetos. Tudo isso te possibilita uma vida melhor e mais saudável. Consumindo estes ali- mentos diariamente, é possível reduzir grande parte do inchaço e do acúmulo abdominal, que causam dor e sensação de incômodo” (PESSOTTI, 2017, on-line)1. Para Lbn Análises ([2018], on-line)2, estes são alimentos funcionais: Peixes Os peixes, em especial aqueles cultivados em águas frias, são alimentos ricos em ácidos graxos da família ômega, que ajudam a melhorar o nosso perfil li- pídico, controlando os níveis de colesterol e triglicérides no sangue. Este perfil ajustado é extremamente benéfico para o funcionamento do sistema cardíaco e vascular. Além disso, o ômega também atua como antioxidante natural, com- batendo a ação de radicais livres em nosso organismo. Pós-Universo 17 Soja Soja é um dos alimentos funcionais mais conhecidos pela população mundial, e vários estudos já foram publicados, divulgando os benefícios de seu consumo regular. Além de ser rica em fibras alimentares, que ajudam a controlar o co- lesterol e a glicose no sangue, a soja também tem participação no controle de sintomas da menopausa, já que um de seus nutrientes é precursor de hormô- nios femininos que estão com produção reduzida nesta fase da vida” Azeite de Oliva O tradicional azeite de oliva que utilizamos em nossa dieta diária é um alimen- to funcional indispensável em uma alimentação saudável. Este óleo é rico em ácidos graxos essenciais, que ajudam a melhorar o perfil lipídico de quem faz uso desse alimento regularmente. Dessa maneira, as atividades cardíaca e cir- culatória beneficiam-se bastante do consumo deste produto” (LBN ANÁLISES, 2015, on-line)2. A ANVISA elaborou e apresentou uma lista de vários alimentos e nutrientes, classificados como funcionais e que trazem muitos benefícios para a nossa saúde. Para saber mais, acesse o link disponível em: <http://bvsms.saude. gov.br/bvs/dicas/220_alimentos_funcionais.html>. Fonte: Brasil (2009, on-line)3. saiba mais Os alimentos funcionais podem ser difundidos na sua dieta de forma muito simples e efetiva. No entanto todareadaptação exige seu tempo e seu esforço. Para se adaptar bem aos novos alimentos, basta substituir, aos poucos, até tudo estar perfeitamen- te no seu lugar. Primeiramente, os alimentos menos saudáveis devem ser removidos para os resultados favoráveis poderem se apresentar posteriormente. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/220_alimentos_funcionais.html Pós-Universo 18 Os alimentos industrializados encabeçam esta lista e devem ser removidos com- pletamente da sua alimentação. Integre cada alimento de forma adequada, assim, você aproveitará o máximo o potencial de cada um e tornará sua alimentação sabo- rosa. Para isto, é preciso criar um cardápio semanal e distribuir os alimentos funcionais em grupos diferentes. Existe o grupo das refeições principais e também os lanches, café da manhã e ceia. Cada refeição deve ser planejada individualmente, tendo dois focos principais: o primeiro é manter a variação para abranger a assimilação nutricional, e o segundo é atentar para as quantidades consumidas. Até mesmo os alimentos funcionais podem não ser tão benéficos se consumidos em quantidades insignificantes ou com excesso. Nesta etapa é preciso ter cuidado e atenção. Após a programação da sua tabela alimentar, agora, basta colocar em prática todos os conhecimentos que adquiriu com os alimentos funcionais. Os resultados podem ser vistos em curto prazo, principalmente, quando relacionados ao peso cor- poral e também à sua disposição. Pós-Universo 19 Os efeitos metabólicos e fisiológicos melhoram o desempenho do organismo dos indivíduos pela ingestão dos alimentos funcionais. Segundo Ferrari e Torres (2010), é possível explicar o mecanismo de ação que define que certas substâncias realizam interação com os componentes celulares, gerando um consequente efeito biológi- co, por meio das vias bioquímicas e fisiológicas ou farmacológicas. A Ingestão de Alimentos Funcionais e sua atuação no Organismo Pós-Universo 20 Tabela 1 - Componentes químicos envolvidos em alguns mecanismos de ações benéficos cau- sadas pela ingestão de alimentos funcionais Componente químico Mecanismo de ação Vitaminas A, C e E que possuem carac- terísticas antioxidantes, ácido fólico, antocianinas, carotenoides, ubiquinona, flavonóides, isoflavonas, catequinas, licopeno e fenólicos. Esses compostos possuem a capacida- de de proteção dos órgãos vitais (fígado, cérebro, rins, sistema cardiovascular etc.) e características antioxidantes. Compostos sulfurados, isotiocia- natos, isoflavonas, flavonoides e indol-3-carbinole. Regula as enzimas de detoxificação de xenobióticos (compostos tóxicos). Polifenóis e compostos sulfurados. Redução da aglomeração plaquetária e do risco de trombose e aterosclerose. Curcumina, antocianinas, compostos sul- furados e polifenólicos. Redução do risco de aterosclerose e causa modificações no metabolismo do colesterol. Os efeitos benéficos, como a redução do risco de câncer, da osteoporose e das doenças cardiovasculares são os efeitos causados pelo isoflavonóides, além de ser uma alternativa para a terapia de re- posição hormonal. Regula o sistema endócrino e controla as concentrações de hormônios esteroides. Dietas abundantes em minerais, fibras, compostos sulfurados e potássio. Efeito de diminuição da pressão sanguínea. Terpenóides e o bactericida alicina que é um dos principais compostos sulfurados. Efeitos antibacterianos e antivirais. A produção de prostanóides que são os causadores do processo inflamatório são inibidos pelos polifenóis. Possui várias atividades anti-inflamatórias. As fibras vegetais reduzem a absorção de agentes causadores do câncer, além de acelerarem a velocidade de diges- tão e eliminação do bolo fecal, licopeno (câncer de próstata), resveratrol (forte causador morte de células tumorais), to- cotrienóis (causador da morte de células neoplásicas). Efeitos anticancerígenos. Luteína. Defesa contra a ação dos radicais livres para proteção da visão, catarata e dege- neração macular. Pós-Universo 21 Componente químico Mecanismo de ação Beta-D-glucanas (fibra alimentar). Glicose sofre uma redução da sua absorção. Ácidos clorogênicos e melanoidinas. Causa um inibitivo na vontade de con- sumir álcool e drogas ilegais e age com efeito antidepressivo. Fonte: adaptada de Ferrari e Torres (2010). Segundo afirmou Conselho Regional de Nutricionistas (2009), o aumento da proteção do sistema imunológico do individuo infectado pode estar re- lacionado à ingestão de alguns nutrientes, tais como proteínas, gorduras e compostos bioativos, leites fermentados e iogurtes, vitaminas A, B e C, betacaroteno, acido fólico; minerais, como selênio e zinco; ácidos graxos (ômega-3) e alho. Essa comprovação foi feita durante o surto de H1N1 no Paraná. Fonte: adaptado de Conselho Regional de Nutricionistas (2009 apud MEIRELLES et al., 2012). saiba mais Uma das informações de extrema importância quanto aos alimentos é sua composi- ção química com um controle rígido para se obter alimentos frescos e processados com excelente qualidade. Essas informações são de suma importância para os órgãos ou entidades que analisam o estado nutricional da população ou auxiliam grupos específicos com necessidades fisiológicas. Segundo Fagundes e Costa (2003), os alimentos funcionais podem ser classificados de acordo com seus compostos bioa- tivos, como os fitoquímicos, os ácidos graxos, os oligossacarídeos e polissacarídeos e os pró e prebióticos. Pós-Universo 22 Fitoquímicos De acordo com Taipina e Fontes (2002), os fitoquímicos são considerados subs- tâncias encontradas em hortaliças e frutas que podem ser ingeridas diariamente, em determinadas quantidades, que mostrem um potencial para modificar o me- tabolismo humano de maneira favorável à prevenção do câncer, entre outras doenças crônicas não transmissíveis. Segundo Fagundes e Costa (2003), alguns alimentos possuem esses compostos em maiores quantidades, destacando-se: frutas cítricas, alho, cebola, repolho, soja, brócolis, aveia, entre outros, e entre as mais importantes classes dessas substâncias estão os terpenóides, os compos- tos nitrogenados e os compostos fenólicos. Terpenóides De acordo com Arrabi (2001), os terpenos ou isoprenóides representam a maior classe de fitonutrientes nos alimentos verdes, soja e grãos. Estes compostos apre- sentam atividade antioxidante e interação com os radicais livres, por sua extensa cadeia carbônica em membranas lipídicas e sua atuação implica redução do risco de câncer. Shami e Moreira (2004) citam que os carotenóides são um tipo de terpeno alta- mente pigmentado (amarelo, laranja e vermelho), presentes em frutas e hortaliças. Estes, juntamente com as vitaminas, são as substâncias mais investigadas como agentes quimiopreventivos, funcionando como antioxidantes em sistemas bio- lógicos. Araya e Lutz (2003) dizem que os carotenoides são, também, agentes antioxidantes e estimulam o sistema imunológico, compreendendo, assim, outra classe de compostos funcionais. Os carotenos atuam na proteção contra câncer do útero, próstata, seio e pulmão, e as xantofilas oferecem proteção para outros compostos antioxidantes. Os grupos mais conhecidos são: Pós-Universo 23 • Betacaroteno: pode ser encontrado em legumes e frutos (abóbora, cenoura, mamão, manga e couve), é responsável por reduzir o risco de câncer, de doenças cardiovasculares e problemas de visão. • Licopeno: pode ser encontrado em legumes e frutos (tomate e derivados, goiaba vermelha, pimentão vermelho, melancia e beterraba), é responsá- vel pela prevenção de câncer de próstata e redução dos níveis de colesterol. • Luteína: pode ser encontrada nos brócolis, pêssegos e gema de ovo e é res- ponsável pela proteção da retina contra degeneração macular e retinal. Compostos Nitrogenados De acordo com Arrabi (2001), dentre os alcalóides e outros metabólicos nitro- genados encontram-se os glicosinolatos, que são umgrupo de glicosídeos armazenados dentro dos vacúolos celulares de todas as hortaliças crucíferas como brócolis, couve-flor, repolho e couve de Bruxelas. Fagundes e Costa (2003) dizem que os glicosinolatos são ativadores das enzimas responsáveis pela eliminação de toxinas do fígado. O consumo de crucíferas oferece uma estratégia fitoquímica para proteção contra carcinogênese, muta- gênese e outras formas de toxidade. Freitas (2003) cita que alguns estudos têm associado o consumo frequente de vegetais crucíferos com a diminuição do risco de câncer. A diminuição do risco de alguns tipos de câncer tem sido associada ao consumo de brócolis por apre- sentarem componentes químicos, como os glicosinolatos, que podem modular o processo de carcinogênese. Pós-Universo 24 Compostos Fenólicos Os compostos fenólicos têm como importante função a conservação da quali- dade dos alimentos, além de reduzir o risco de desenvolvimento de patologias, como o câncer e a arteriosclerose, eles também são responsáveis pela cor, ads- tringência, aroma e estabilidade oxidativa. Por essas funcionalidades, esses compostos são considerados nutrientes funcionais, além de serem antioxidan- tes responsáveis pela redução da oxidação lipídica e devem ser incorporados na alimentação. Segundo Ângelo e Jorge (2007, p. 1-9), “As substâncias respon- sáveis pela inibição e diminuição das lesões causadas pelos radicais livres são os antioxidantes”. Entre os antioxidantes podemos citar: • Resveratrol e quercetina: o consumo dessas substâncias está relacionado ao favorecimento da produção de HDL e a diminuição de LDL pelo fígado, sendo esses responsáveis pela redução do risco de problemas vasculares e a diminuição na proliferação de células tumorais, pela inibição da proteína que está relacionada com a regulação na proliferação celular. Essas substân- cias podem ser encontradas nas uvas, nos vinhos e nas maçãs; • Antoxantina responsável por ajudar em processos inflamatórios e alérgicos, além de combater a formação de tumores, essa substância pode ser encon- trada nas batatas; • Antocianina: é a substância que pode ser encontrada em açaí, uva, jabutica- ba e amora agindo como anti-inflamatório e prevenindo doenças cardíacas, além de diminuir a oxidação celular e evitar cânceres e algumas alergias; • Fitoestrógenos: são substâncias que auxiliam na redução de doenças, como osteoporose e câncer de mama, além de amenizar os sintomas da tensão pré-menstrual e da menopausa. Podem ser encontradas nas sementes das leguminosas, como soja, ervilha e amendoim; • Flavonóides: o consumo dessa substância está relacionado à prevenção de câncer, às diarreias e à amenização dos sintomas da menopausa, além disso, são oxidantes muito fortes que atuam como anti-inflamatório. Podem ser en- contrados em soja, frutas cítricas, tomate e pimentão; Pós-Universo 25 • Taninos: são substâncias que podem estar presentes na soja, laranja, mamão, pêssego e milho. Eles atuam como vasoconstritores, antioxidantes e antissépticos; • Zeaxantina: substância localizada nas maçãs, manjericão, uva e caju, evita a degeneração macular e retinal, por ser considerada um agente oxidante que atua na retina. Ácidos Graxos Os ácidos graxos são componentes orgânicos sintetizados, quando as gorduras são quebradas, e podem ser usados como energia pelas células. São encontrados em óleos vegetais e gorduras animais e são necessários para o bom funcionamen- to do corpo humano nas doses adequadas, portanto, devem estar presentes na dieta alimentar. Essa necessidade existe, pois eles participam da constituição das membranas celulares, de alguns hormônios e ainda dos processos metabólicos. Os ácidos graxos poli-insaturados ou ácidos graxos essenciais, como o ácido li- noleico, ômega-3 e 6, reduzem inflamações e os níveis séricos de LDL-colesterol. Segundo Fagundes e Costa (2003), os ácidos linoleicos são necessários para manter sob condições normais as membranas celulares, as funções cerebrais e a transmissão de impulsos nervosos. Esses ácidos também participam da transferência do oxigênio atmosférico para o plasma sanguíneo, da síntese da hemoglobina e da divisão celular. Castelluci e Sampaio (2002) citam que o grupo composto por ácidos graxos poli-insaturados é que dá o título de funcional ao alimento. Em definição, os ácidos graxos poli-insaturados consistem em duas famílias: ácido graxo da família ômega 3 (w3) e ácido graxo da família ômega 6 (w6). Os dois são ácidos graxos essenciais na dieta porque previnem sintomas de deficiência e não podem ser sintetizados pelos seres humanos. Pós-Universo 26 Segundo Bonadia (2011), as substâncias que podem atuar no organismo, diminuir os danos vasculares e o colesterol total, evitando a formação de coágulos (trombose) e de depósitos de gordura (aterosclerose), além de combater alergias e processos inflamatórios, são o ômega-3 e ômega-6. Para garantir todos os benefícios, o consumo dessas substâncias não pode passar de 10% do valor calórico total, evitando o excesso que pode estar relacio- nado à redução da ação do bom colesterol HDL e dificultar a coagulação sanguínea. O ômega-3 e o ômega-6, que são ácidos graxos poli-insatura- dos, podem estar presentes em óleos vegetais, linhaça, cereais, oleaginosas (amêndoas, nozes e castanhas), peixes (atum, salmão, anchova entre outros), frutos do mar e alimentos artificialmente enriquecidos. Fonte: Bonadia (2011). saiba mais Fagundes e Costa (2003) dizem que os principais efeitos dessas substâncias estão re- lacionados com a prevenção de doenças cardiovasculares, pela redução dos níveis de triglicerídeos e colesterol sanguíneo, aumentando a fluidez sanguínea e reduzin- do a pressão arterial e a incidência de câncer. Ácidos Graxos Ômega 3 O ácido alfa-linolênico (ALA) é o representante mais abundante deste grupo, sendo este necessário para a manutenção das funções cerebrais, das membra- nas celulares e da transmissão de impulsos nervosos. As sementes de linhaça, de chia e as nozes são alimentos ricos em ômega 3, os quais também podem ser consumidos na forma de óleos. Segundo Castelluci e Sampaio (2002), o ALA pode ser modificado em outros dois ácidos graxos quando estão presentes no organismo humano e são essenciais a este: são eles o ácido docosahexaenóico (DHA) e o ácido eicosapentaenóico (EPA). Esses dois ácidos podem ser encon- trados em peixes (salmão, atum e arenque) e também em algas marinhas. O aumento do bom colesterol (HDL), a diminuição de triglicérideos e o nível de colesterol total podem estar relacionados ao consumo de alimentos ricos em EPA e DHA. https://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/3962-oleo-de-linhaca-natural-vegetal-beneficios-rico-omega-nutrientes-saude-cabelo-pele-dieta-acido-graxo-tres.html http://ecycle.com.br/component/content/article/62-alimentos/1919-descubra-quais-sao-os-beneficios-milagrosos-das-sementes-de-chia.html Pós-Universo 27 As enzimas responsáveis pela transformação de ALA em ácidos EPA e DHA são limitadas, devido ao seu uso em outras funções do corpo. Por esse motivo, faz-se necessária a ingestão de EPA e DHA por meio de alimentos que sejam natural- mente ricos dos mesmos. Desde os anos 70, com o estudo de Bang e Dyerberg (1971) tem sido discutido o efeito cardioprotetor de uma dieta rica em ácidos graxos ômega 3, esse efeito foi relatado por meio da dieta rica em gordura dos esquimós que, mesmo possuin- do esse tipo de dieta, apresentaram baixos índices de doenças cardiovasculares. Ácidos Graxos Ômega 6 De acordo com Castelluci e Sampaio (2002), o ácido graxo ômega 6 pode ser divido em ácido araquidônico, e o mais importante, o ácido graxo linoleico, presente comumente em óleos vegetais, como soja, milho e algodão. O ácido graxo linoléico está relacionado à redução do colesterol total e do colesterol ruim (LDL) e ao aumento do colesterol bom (HDL). Para Hasler (2000),pesquisas do International Food Information Council (IFIC) indicam que os ácidos graxos ômega 6 podem reduzir o risco de doenças cardiovasculares, pois estudos clínicos mostraram que o ácido linoléico diminui o nível de colesterol total e colesterol LDL, enquanto aumenta o nível de colesterol HDL. Oligossacarídeos e Polissacarídeos Franco (1999) assegura que os oligossacarídeos e polissacarídeos são denomi- nados fibra alimentar, compostos de origem vegetais não disponíveis como fonte de energia porque não são passíveis de hidrólise pelas enzimas de intesti- no humano. Segundo Caruso et al. (1999) a capacidade de reter água, moléculas orgânicas e cátions metálicos, a formação de soluções viscosas e a degradação por bactérias intestinais são as principais ações fisiológicas das fibras alimenta- res na dieta humana. Pós-Universo 28 Caruso et al. (1999) dizem que segundo a American Dietetic Association (ADA), a diminuição do risco de doenças crônicas não transmissíveis está relacionada a uma dieta balanceada associada ao consumo de fibras alimentares. De acordo com Franco (1999), as fibras alimentares podem ser divididas em solúveis, pectina, goma, mucilagens e certas hemiceluloses, e insolúveis, a celulose e a lignina. Segundo Moraes (2000), maçãs, laranjas e cenouras são algumas das frutas e vegetais que apresentam as pectinas. Nas leguminosas, no farelo de aveia e na cevada, podem ocorrer outras formas de fibras solúveis. A melhora na digestão de açúcares e gorduras está relacionada ao aumento do tempo de exposição dos nutrientes no estômago, sendo este um aspecto importante das fibras so- lúveis. Para Freire et al. (2001), o efeito hipocolesterolêmico apresentado pelas fibras solúveis, podem estar relacionados à inibição da síntese hepática de co- lesterol, que ocorre devido ao aumento da síntese de ácidos biliares e produção de ácidos graxos. Moraes (2000) afirma que as fibras insolúveis dão estrutura às células vege- tais, entretanto sua maior fonte está na camada externa de grãos de cereais. A ação fundamental dessas fibras é de acelerar o trânsito intestinal. Isso se deve à extrema capacidade de retenção de água destas, pois, absorvendo a água dis- ponível, aumentam em volume, distendendo a parede do cólon e facilitam a eliminação do bolo fecal. De acordo com Freire et al. (2001), as fibras insolúveis também apresentam efeitos fisiológicos comprovados, como a regulação ou controle das funções intestinais, incluindo a prevenção de constipação, melhora da flora bacteriana no intestino, inibição da absorção de substâncias tóxicas, pre- venção de câncer de cólon e ativação imunológica. Pós-Universo 29 Probióticos e Prebióticos Arabbi (2001) diz que os probióticos são alimentos com microrganismos vivos (bifidobactérias ou bactérias lácticas), que inibem o crescimento de microrga- nismos patogênicos, melhoram a digestão, reduzem o risco de tumores e atuam beneficamente, por meio da melhora do balanço intestinal, colonizando o intes- tino com essas espécies, podem alterar o metabolismo microbiano e estimular o sistema imunológico. Os lactobacilos são usados como probióticos, em uso individual ou em cultura com outras bactérias. De acordo com Hasler (2000), existem estudos que apoiam o papel dos probióticos na redução do risco de câncer, particularmente, do câncer de cólon. Isso pode ser devido ao fato de que culturas de ácido láctico podem alterar a atividade de enzimas fecais, as quais acreditam desempenhar um papel no desenvolvimento do câncer de cólon. Tabela 2 - Causas e mecanismos dos efeitos benéficos atribuídos aos probióticos Mecanismos e possíveis causas Efeito benéfico Parte das proteínas, lipídios e carboidratos são decompostos. Ajuda na digestão Aminoácidos essenciais como metionina, lisina e triptofa- no e as vitaminas do complexo B em elevados níveis. Valor nutritivo aumentado Aumenta a disponibilidade de lactase e diminui os níveis de lactose. Lactose tem sua utiliza- ção melhorada Sobrevivência ao ácido gástrico, resistência à lisozima e à tensão superficial do intestino, adesão ao epitélio intes- tinal, multiplicação no trato gastrointestinal, modulação imunitária. Colonização do intestino Modificação dos potenciais pré-carcinogênicos em com- postos menos perigosos. Sistema imunológico sofre estimulo. Ação anticarcinogênica A síntese do colesterol é impedida pela produção de inibidores. Sais biliares desconjugados são precipitados e assimilados utilizando colesterol. Ação hipocolesterolêmica Os macrófagos tem aumentada sua produção, além das células supressoras terem sua produção estimulada. Regulação do sistema imunológico Fonte: adaptado de Ferrari e Torres (2010). Pós-Universo 30 Segundo Arabbi (2001), os ingredientes alimentares que não podem ser digeríveis são classificados como prebióticos, e eles podem beneficiar os hospedeiros por meio do crescimento seletivo de uma ou um número limitado de bactérias no cólon, realizando, desta forma, uma melhora à saúde do hospedeiro. Araya e Lutz (2003) afirmam que a classe de prebióticos que podem ser localizados em legumes, vege- tais e cereais como aspargo, raiz de chicória e centeio são os frutooligossacarídeos (FOS). Essas fibras alimentares que não são absorvidas podem ser responsáveis pela inibição de organismos potencialmente patogênicos, podendo, também, serem res- ponsáveis por um aumento na absorção de minerais, como o cálcio, o magnésio, o ferro e o zinco. O crescimento das bifidobactérias do cólon, ainda segundo Arabbi (2001), são estimuladas por substâncias prebióticas, como lactulose, lactitol, xilitol e insulina. Dentre os benefícios causados pela ingestão dos prebióticos estão o alívio da má di- gestão da lactose, o estímulo à resposta imune, o aumento da resistência à infecção bacteriana e a possível proteção contra o câncer. atividades de estudo 1. Os alimentos funcionais devem apresentar algumas características. Sobre isso, analise as afirmações seguintes: I) Devem ser alimentos convencionais e serem consumidos na dieta normal/usual. II) A alegação da propriedade funcional, não necessariamente, deve ter embasa- mento científico. III) Pode ser um alimento natural ou do qual um componente tenha sido removido. IV) Pode ser um alimento no qual a bioatividade de um ou mais componentes tenha sido modificada. Assinale a resposta correta: a) Estão corretas apenas I e II. b) Estão corretas apenas II e III. c) Estão corretas apenas I, II e IV. d) Estão corretas apenas I, III e IV. e) Todas as afirmações estão corretas. 2. A alimentação é a principal via de nutrição do nosso corpo. É justamente por isso que devemos estar sempre muito atentos ao que comemos. Qual alimento está relacionado à redução das chances de tumores e à prevenção das doenças cardio- vasculares? Marque a alternativa correta: a) Ervilha. b) Milho. c) Linhaça. d) Melancia. e) Folhas verdes. atividades de estudo 3. Uma das informações de extrema importância para os alimentos é sua composição química. Sendo assim, os alimentos funcionais podem ser classificados de acordo com seus compostos bioativos. Marque a alternativa que não apresenta composto bioativo: a) Ácidos graxos. b) Carboxilas. c) Oligossacarídeos. d) Polissacarídeos. e) Pró e prebióticos. resumo Neste estudo, verificamos a necessidade da adesão a uma alimentação saudável em detrimen- to dos atuais hábitos alimentares da sociedade. Neste contexto, verificamos o que são alimentos funcionais, quais são os benefícios que eles podem trazer quando introduzidos numa dieta ali- mentar. Analisamos também as normas impostas pela ANVISA para caracterizar um alimento como funcional e quais são as características que eles devem ter para serem considerados funcionais. Compreendemos que os alimentos industrializados são muito ricos em calorias e diversos pro- dutos químicos utilizados para garantir sua conservação,ingredientes esses maléficos à nossa saúde, sendo os principais responsáveis pela obesidade e pelas diversas doenças que surgem todos os anos. Verificamos que manter a alimentação saudável e equilibrada traz diversos bene- fícios à saúde e que os alimentos funcionais estão relacionados à qualidade de vida e também à redução dos riscos de se ter diversas doenças crônicas que, atualmente, influenciam a nossa so- ciedade de forma muito negativa. A ingestão desses alimentos traz benefícios decorrentes de vários efeitos metabólicos e fisiológicos que contribuem para o melhor desempenho do organis- mo do individuo que os ingere, fazendo com que esses sejam alimentos bastante interessantes para serem inseridos na alimentação diária. Entendemos, no entanto, que, para alcançarmos os benefícios propostos pelos alimentos funcio- nais, devemos consumi-los de forma regular, sendo possível implantar em nosso cardápio, com muita facilidade, por meio da ingestão mais frutas, vegetais e cereais integrais, visto que são as principais fontes dos componentes ativos dos alimentos funcionais, reduzindo, assim, o consumo de carne vermelha e enlatado, e um aumento de consumo dos derivados de soja e peixes, sendo estes ricos em ômega-3. material complementar Alimentos Funcionais - Componentes Bioativos e Efeitos Fisiológicos Autor: Neuza Maria Brunoro Costa e Carla de Oliveira Barbosa Rosa Editora: Rúbio Sinopse: os alimentos funcionais têm sido, nos últimos anos, discutidos em eventos científicos de âmbitos nacional e internacional. A diversida- de de compostos bioativos presentes nos alimentos e a ampla aplicação terapêutica destes justificam a inesgotável busca por conhecimentos re- lativos às propriedades fisiológicas ou funcionais. Os profissionais de Nutrição e demais áreas da Saúde buscam continuamente maneiras de traduzir os conhecimentos científicos em prá- ticas terapêuticas aplicáveis à prescrição alimentar e nutricional de seus pacientes, ao passo que a comunidade científica investiga os efeitos e os possíveis mecanismos de ação dos compostos bioativos dos alimentos. A explanação dos conhecimentos científicos em uma linguagem acessível e compreensível aos profissionais é o objetivo de Alimentos Funcionais? Componentes Bioativos e Efeitos Fisiológicos, em que autores renomados expõem, de maneira concisa e, ao mesmo tempo, abrangente e atualizada, suas próprias experiências, bem como dados fundamentados cientificamente acerca dos efeitos dos alimentos funcionais. Os diver- sos aspectos relacionados com esses alimentos encontram-se em permanente discussão e pesquisa, mas, sem dúvida, o leitor encontrará informações úteis e cientificamente fundamen- tadas nos capítulos que tratam dos efeitos fisiológicos das fibras alimentares, das vitaminas antioxidantes, dos probióticos e prebióticos, dos flavonoides, do butirato, dos corantes na- turais, da soja, do feijão, do yacon, do quefir, das oleaginosas, entre outros. As implicações dos alimentos funcionais na osteoporose, na obesidade, no controle do apetite, no câncer, nas dislipidemias e na síndrome metabólica são também abordadas com propriedade, assim como a regulamentação dos alimentos funcionais no Brasil. referências ALMEIDA, M. A; SALGADO, J. M. Mercado de Alimentos Funcionais Desafios e Tendências. Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais (SBAF), 2009. ANGELIS, R. C. 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