Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
IRA · Injúria renal aguda = + correto · Queda abrupta da função renal (filtração glomerular) → horas ou dias · Creatinina sérica ≥ 0,3 em 48h ou ≥50% do valor basal · Débito urinário também é um dado válido, porém menos importante · Rins → 25% do débito cardíaco · Perfusão do córtex > medula · Alterações agudas associadas à redução na TFG · Edema (hipervolemia) · Potássio = * eletrólito → arritmia → PCR · Tende a aumentar na IRA · Desregulação da concentração da urina · Desequilíbrio ácido básico · Retenção de escórias nitrogenadas (uréia e creatinina) · Não é possível de remoção clínica → diálise · Uremia · Encefalopatia urêmica · Derrames cavitários Etiologia · Pré-renal · Hipoperfusão renal com integridade do parênquima · Choque hemorrágico – Hipovolemia * · Sepse - vasodilatação · IAM · Hipoalbuminemia · Gera isquemia → vira IRA renal · 60% dos casos · Renal · Dano tissular renal → + comum na medula renal (túbulos) · Necrose tubular aguda (NTA) · Para isquemia córtex = dano na artéria renal · Outras causas · AINEs · Aminoglicosídeos · Anfotericina B · Aciclovir · Contraste iodado · Rabdomiólise (CPK e mioglobina) · Nefrites intersticiais · Pós-renal · < 5% dos casos · Sempre pensar nela, pois é de fácil resolução · Obstrução · HPB · Cálculos IRA pré-renal · Glomérulos respondem normalmente (não há lesão ainda) · Ao perceber a hipoperfusão eles começam a reabsorver Na+ e consequentemente água → oligúria · Acaba reabsorvendo ureia também → ureia sobe mais do que a creatinina na IRA pré-renal · Na urinário muito baixo (<20) → ajuda a dif. pré-renal de renal · Fração excretada de sódio <1% · Vasoconstrição das arteríolas glomerulares → com o tempo acaba piorando a isquemia → IRA renal · Ativa sistema adrenérgico · ADH · SRAA · Clínica · Diurese <400ml/dia · Na urinário < 20 · FENa+ <1% · FEu baixa <35% · Osmolalidade urinária elevada · Aumento desproporcional da Ureia · Relação ureia/creatinina >40 · Cilindros hialinos · Transição para IRA renal · Medula consome muito O2, tensão de O2 se reduz em direção à papila renal, reduz fluxo de sangue. IRA renal · NTA = 90% → isquemia ou toxinas · Lesão parenquimatosa → néfrons não conseguem reabsorver Na nem concentrar a urina · Ureia e creatinina elevam o nível sérico juntas (aumento proporcional) · Relação ureia/creatinina <15 · Concentração de sódio na urina alta · FEna > 1% · Osmolalidade da urina mais próxima a do plasma · Cilindros granulosos (tem células tubulares que morreram e descamaram) · Oligúria ou não oligúrica IRA pós-renal · Obstrução → doenças prostáticas (HPB, neoplasias, infecções) · Aumenta muito a pressão da cápsula de Bowman · Se desobstruir após 12 semanas = perdeu função renal · Se desobstruir em até 1 semana = não perde função Diagnóstico · Atenção para sintomas de doença de base (choque séptico, ICC, LES) · Oligúria é pouco sensível → 50% forma não-oligúrica · Valorizar comorbidades → DM, HAS, LES · Medicações → AINEs, IECA/BRA, diuréticos, ATB · Buscar história de depleção volêmica → SNG, diarreia, drenos, poliúria, redução da ingesta oral · DRC · Cirugias · Contrastes · Antecedentes de queixas urológicas · Cirrose (síndrome hepato-renal) → faz expansão com albumina · Exame físico · Foco cardiovascular → hipervolemia (creptos, edema, hipertensão) · Arritmia (se K+ alto) · Uremia (pericardite/tamponamento) → bulhas abafadas, estase jugular · Respiratório → taquipneia (compensação da acidose metabólica) · Estado mental, flapping, convulsão, confusão, coma · TGI → uremia dá náuseas, vômitos, pode dar HDA · Renal · Anúria → fala a favor de obstrução bilateral · Palpar pra ver bexigoma · Exames de imagem · Poliúria → lítio, aminoglicosídeos, contraste iodado · Oligúria → AINEs · Alternância entre anúria/urina → lesões sésseis · Hemato → gengivorragia, petéquias (uremia interfere na função plaquetária) · Ureia e creatinina elevados · K+ · > 5 = hipercalemia leve; 6-7 = moderada; > 7 = grave · Gasometria → pH e HCO3 · Fósforo e cálcio · Hiperfosfatemia · Hipocalcemia · Se vier com hipercalcemia → pode ser a causa da IRA → pesquisar mieloma múltiplo (eletroforese de proteínas) e tumor sólido com metástase óssea (próstata, mama) · Proteinúria = sugere lesão renal · Hematúria dismórfica: sugere origem glomerular · Leucocitúria: infecção ou inflamação renal · Imagem = procurar obstrução · USG → todos os pacientes com IRA de origem indeterminada · Contrastes = evitar o iodado · Gadolínio: evitar se ClCr < 60 e CI se < 30 Tratamento · Descobrir a causa para reverter · Sempre pensar na pré e pós renal → tratamento mais fácil · Ajustar a dose das medicações para função renal · ATB, heparina… · Colher exames séricos e urinários antes do tratamento · Hipovolemia = cristaloides · Choque = bólus de 20-40 mL/kg nas primeiras horas · Bólus 300-500 mL em 15 a 30 minutos · Hipotensão persistente = noradrenalina · Complicações · Hipervolemia · Vasodilatador se hipertenso · Nitroprussiato ou nitroglicerina · Furosemida (1mg/kg de ataque), repete se precisar · VNI · Morfina → vasodilata e diminui a sensação de dispneia · Hipercalemia → ECG · Onda T apiculada com base estreita (em tenda) · Onda P fica achatada · Alargamento do QRS · Quanto + alto > risco de PCR · Medida se alterações no ECG · Gluconato de cálcio → não baixa o K+ mas estabiliza a membrana miocárdica e evita PCR · Quem coloca o K+ para dentro da célula é a insulina · Solução polarizante → Insulina no soro glicosado · B2 agonista também coloca K+ para dentro da célula · Espoliar K+ · Furosemida · Sorcal (elimina pelas fezes) · Se nada der certo = diálise · Prescrição · Gluconato de cálcio 10% 10-20ml + SF0,9% 100 mL, IV, correr em 5 minutos (se alt. ECG) · Furosemida 40-80 mg, IV, 4/4h (se hiperK leve) · Sorcal 30g + manitol 20% 100mL, VO, 8/8 a 4/4h (moderada/grave) · Fenoterol 10 gotas + SF o,9% 5 ml, via inalatória 4/4jh · Insulina regular 10UI sg10% 500ml IV 4/4h, correr em 30 minutos · Acidose · Geralmente não é grave e não precisa de tratamento · HCO3 = conduta de exceção · Diálise · Hipercalemia refratária · Hipervolemia de difícil controle · Acidose de difícil controle · Uremia com manifestações ameaçadoras · Pericardite com risco de tamponamento · Mioclonias · Encefalopatia · Não há valor laboratorial de corte para indicação de diálise, mas geralmente Ureia > 180-200 · 20-60% dos casos necessitam Lesão Renal Aguda Definições e classificação · Do ponto de vista fisiopatológico, lesão renal aguda (LRA) é definida como uma síndrome caracterizada por: · queda abrupta (horas ou poucos dias) da taxa de filtração glomerular (TFG) · ocasionando retenção de escórias do metabolismo nitrogenado e de outros produtos normalmente excretados pelos rins · Oligúria: débito urinário <400ml em 24h · Anúria: <100ml em 24h · De acordo com os critérios de KDIGO, LRA é definida pela presença de qualquer um dos seguintes critérios: · Elevação da creatinina sérica maior ou igual a 0,3mg/dL dentro de 48h ou · Elevação da creatinina > ou igual 1,5x o valor basal nos últimos 7d ou · Redução do débito urinário para menos de 0,5ml/kg/h, durante 6h · É dividida em três estágios de gravidade · Não se sabe o real valor dessa classificação, pois muitas vezes não se sabe o valor da Cr de base, e o débito urinário necessita ser observado entre 6-24h além de a monitorização da diurese, habitualmente, ser realizada nos pacientes mais graves · Para superar essa limitação, em casos em que a Cr basal não é conhecida → estimar a creatinina basal através da fórmula MDRD, considerando-se uma TFG de 75 · utilizar desde que não haja evidências de DRC · LRA frequentemente acomete o paciente com DRC, existindo uma sobreposição denominada agudização da DRC · LRA pode evoluir para DRC, doença renal de estágio final (diálise necessária permanente) e pode piorar ou acelerar a evolução de pacientes com DRC · DRC: · lesão renal (p.ex. albuminúria >30mg/24h) · TFG <60 · duração de mais de 3 meses Epidemiologia · 1-4% dos pacientes apresentam LRA à admissão hospitalar · Complica 2-10% das inernações hospitalares e 30-40% dasinternações na UTI · 3-5 casos:1000 pessoas/ano · Achados de risco: · antecedente de DRC · doenças CV: DM, HAS, idade avançada · Redução da volemia efetiva e/ou edema: IC, IH, desidratação, diuréticos, IECA ou ARA-II · condições crônicas: autoimunes, neoplasias, pneumopatias, anemia, hipoAlbu, icterícia · Nefrite interstiticial, glomerulonefrites, patologias de pequenos e grandes vasos são causas raras de LRA-aH, mas relativamente frequentes na LRA-aC · No Brasil lembrar de: leptospirose, dengue, malária, febre amarela, hantavírus, infecções gastrintestinais e acidentes com animais peçonhentos Etiologia e fisiopatologia LRA pré-renal · Mais frequente no DE (60-75%) · Condições de depleção de VEC → conservação de Na a qualquer custo pelas céls tubulares renais · Fração de excreção de Na (FENA) cai a quase zero · Baixo débito cardíaco → liberação de mediadores cujo efeito imediato é a vasoconstrição de arteríolas glomerulares · Mesmo com redução do fluxo plasmático renal o efeito pronunciado da angio II na arteríola eferente (+intenso que na aferente) explica a manutenção da pressão hidrostática capilar glomerular, evitando a redução na TFG · Outros mecanismos compensadores atuam para evitar uma redução excessiva na perfusão renal · Existe um limite para conseguir manter a TFG em razão de hipotensão sistêmica ou redução do volume arterial efetivo · Mesmo em adultos saudáveis, a autorregulação renal é prejudicada quando PAS<80 → redução da TFG e do fluxo urinário · Sem reversão do quadro → lesão tubular aguda e LRA intrínseca por isquemia · Quatro grande grupos de lesão pré-renal: · depleção de volume intravascular: diarreia, sangramento, uso de diuréticos · redução do volume circulante efetivo e/ou vasodilatação: sepse, pancreatite aguda, ou insuficiência hepática avançada · redução do débito cardíaco: exacerbação grave de ICC ou choque cardiogênico · alteração da autorregulação renal: uso de AINEs, IECA ou ARA-II LRA pós-renal · É consequência de um fator obstrutivo do trato urinário · 10-22% dos casos de LRA-aC · Para que ocorra: necessária obstrução entre o meato uretral externo e o trígono vesical (baixa) ou obstrução ureteral bilateral, ou obstrução ureteral unilateral (alta) e rim único funcionante · também pode haver alteração na TFG na obstrução alta unilateral se houver DRC prévia · Etiologia → estrutural ou funcional · Obstrução → aumento da pressão hidráulica da via urinária → transmissão p os túbulos e espaço de Bowman → anulação da pressão efetiva de filtração → redução da TFG · Produção de vasoconstritores e redução de vasodilatadores → contribuem p manter a TFG baixa · Obstrução alta · intrínseca: cálculos, coágulos, infecções piogênicas · extrínseca: câncer abdominal, pélvico, ligadura inadvertida de ureteres · Obstrução baixa · HPB, ca de próstata · Ca de bexiga, cálculos, coágulos, infecções fúngicas da bexiga · Estenose uretral · Neuropatia autonômica ou retenção urinária por anticolinérgicos LRA intrínseca (renal) · Dano ao parênquima renal · 15-30% dos casos de LRA-aC · Principal causa em pacientes graves internados em UTI · Frequentemente necrose tubular aguda (NTA) é usada como sinônimo de LRA intrínseca · mas nem todos os casos tem verdadeira necrose · continua sendo muito usado para LRA causada por isquemia ou nefrotoxinas · túbulos sofrem alterações morfológicas → perda de céls epiteliais tubulares viávevis e inviáveis na urina · Uma vez instalada não mais pode ser revertida → recuperação da TFG e do fluxo urinário só ocorrerá após um período de dias ou semanas · Os cinco grandes grupos são: · NTA: isquemia grave e persistente (choque de qualquer etiologia), nefrotoxinas externas (aminoglicosídeos, contrastes radiológicos) ou toxinas endógenas (mioglobinúria, hemoglobinúria ou urato) · Associada à sepse: neste caso é multifatorial · Lesão intersticial ou túbulo-intersticial aguda (nefrite intersticial): infecções, medicamentos ou doenças sistêmicas (LES, Sjogren) · Lesão glomerular: glomerulonefrites agudas, vasculites de pequenos vasos, doenças autoimunes, pós-infecciosa; raramente dçs nefróticas: doença de lesão mínima ou GEFS (* associada ao HIV) · Lesão vascular: microangiopatia trombótica, doença ateroembólica, poliarterite nodosa ou dissecção de aa. Renais Achados clínicos · Achados da doença de base ou etiologia da LRA · Achados relacionados à alteração da função renal: · acidose, distúrbios eletrolíticos, hipervolemia ou uma síndrome urêmica · Apesar da possibilidade de cursar com vários sintomas, a LRA pode ser oligoassintomática ou se apresentar com achados clínicos inespecíficos · Deve ser uma hipótese diagnóstica quando: · um ou mais dos seguintes: náuseas, vômitos, fraqueza, anorexia, perda de peso · *em idosos, diabéticos ou pacientes de risco para LRA · dispepsia, dor adominal, sangramento ou HD nos pacientes de risco para LRA · edema pulmonar cardiogênico, hipertensão, hipervolemia, com ou sem antecedente de IC · cefaleia, confusão, crise epiléptica, torpor ou coma · arritmias sem causa aparente, * ECG com QRS alargado ou BAV · Grave síndrome urêmica pode ser a apresentação · hipertensão, edema pulmonar cardiogênico, arritmias, pericardite com tamponamento cardíaco, convulsões, RNC e coma Complicações da LRA e síndrome urêmica · neurológico: encefalopatia urêmica, flapping, confusão, torpor e coma, convulsões, irritabilidade neuromuscular e tetania · Coração: hipertensão, hipervolemia, arritmias, pericardite, tamponamento cardíaco, IAM · respiratório: dispneia, taquipneia, hipoxemia, edema pulmonar agudo · hematológico: anemia, disfunção plaquetária, trombocitopenia, sangrameno · TGI/hepático: anorexia, soluços, nauseas e vômitos, dispepsia, dor abdominal, hemorragia digestiva, colestase, aumento de transaminases · Outros: acidose metabólica, hiperK, hiperMg, hiperP, hipoCa, hipoNa, hiperuricemia Investigação · Investigar todos os medicamentos ingeridos pelo paciente (uso crônico e agudo) · Exame de imagem contrastado nos últimos dias? · Procedimento CV recente? → isquemia, ateroembolismo ou contraste · Vômitos, diarreia, excesso de diuréticos, idosos em períodos de intenso calor · Doenças tropicais, viagem recente a áreas endêmicas ou contato com rato · Redução do volume urinário pode sugerir LRA → não é sensível nem específica · DU pode variar desde anúria, oligúria à poliúria · Verdadeira anúria súbita pode ocorrer: · obstrução completa bilateral do trato urinário · choque séptico grave · isquemia grave com necrose cortical · grave glomerulonefrite proliferativa ou vasculite · trombose de vv. ou aa. renais bilaterallmente · dissecção de ambas as aa. renais na síndrome aórtica aguda · LRA com oligúria: +grave, pior prognóstico · Aminoglicosídeos, contraste radiológico, nefrite tubulo-intersticial aguda ou condições que causam diabetes insípidus nefrogênico → comumente LRA não oligúrica · Alternância entre anúria e diurese → obstrução urinária de caráter intermitente? Exame clínico · estado geral, hidratação, SSVV · paciente descorado? hipovolemia, perda de sangue, DRC, hemólise e microangiopatia · Icterícia leve → anemia hemolítica / marcante → cirrose avançada, lepto, febre amarela · Febre → quadros infecciosos, poliarterite nodosa, vasculites, nefrite inter. aguda · Hipertensão acentuada: sínd. nefrítica, crise renal esclerodérmica, hipertensão acelerada maligna, hipervolemia · Hipotensão e TREC prolongado: LRA pré-renal, sepse, pancreatite aguda · Exantema maculopapular discreto → nefrite inter. por drogas · Sinais de sangramento, plaquetopenia ou CIVD → infecções · Púrpura ou lesões típicas de vasculites sisêmicas · Eritema malar no lúpus · Espessamento da pele na esclerose · Fundo de olho pode sugerir HAS maligna, endocardite bacteriana ou vasculite · Uveíte: nefrite intersticial por Sjogren, sínd. nefrite-uveite, sarcoidose · Estase jugular: hipervolemia, IC ou tamponamento · Lesões nasais ou em VAS: granulomatose de Wegener · Linfonodomegalias: linfomas, meta · B3, sopro, ictus desviado: IC com sind cardiorrenal ou choque cardiogênico· Arritmias? hiperK, acidose, isquemia miocárdica, FA · Atrito pericárdico ou bulhas abafadas → pericardite ou tamponamento · Sopro: endocardite ou embolização sistêmica · Taquipneia e respiração profunda → acidose · Estertores e dispneia → edema pulmonar · Sibilos difusos → Churg-Strauss · Sínd rins-pulmões: doença antimembrana basal glomerular (Goodpasture), poliangiite microscópica, LES, hantavírus e lepto · Dor à palpação do hipogástrio → bexigoma? · Dor abdominal difusa: vasculite IgA (Henoch-Schonlein), poliarterite nodosa, sepse abdominal, PA · Massas palpáveis: câncer, linfoma? · Ascite → cirrose e PBE · Asterixis ou flapping? · Alteração do nível de consciência · Achados neurológicos marcantes: HAS maligna, PTT, SAAF, vasculites, endocardites · Parestesias periorais ou cãibras? HipoCa → Chvostek, Trousseau · HipoCa grave: Laringoespasmo, convulsões, tetania espontânea → sind de lise tumoral, rabdomiólise após infusao de Bic · Mononeurite múltipla: poliarterite nodosa, poliangeite microscopica, Wegener · Edema de extremidades? Artrite ou infecção de partes moles? · Palpar pulsos centrais, distais e procurar sinais de vasculite ou isquemia digital Exames complementares · Pacientes com dispneia, dor torácica, sinais de hiper ou hipovolemia, arritmias, alteração do NC ou outra manifestação de gravidade → sala de emergência, MOV, RX de tórax, ECG, glicemia capilar · Observações sobre a Cr · não é um parâmetro totalmente fidedigno da TFG · Até 40-50% da função renal pode ser perdida sem o correspondente aumento da creatinina sérica · Existe um intervalo de horas ou dias entre uma LRA até que a elevação da Cr seja detectada · Pacientes ictéricos (BT>6) apresentam níveis falsamente baixos de Cr · Elevação de creatinina, sem alteração ou piora da TFG: · intenso catabolismo → rabdomiólise p.ex. · cimetidina ou trimetoprim · Queda da creatinina, sem aumento da TFG: · reposição agressiva de fluidos = diluição · Ureia é filtrada mas não secretada · depleção de volume → aumento significativo da reabsorção de ureia nos túbulos proximais · elevação sérica desproporcional à Cr na hipovolemia (pré-renal) · Relação da ureia com metabolismo proteico · Alta carga de proteínas (sangramento GI), estados hipercatabólicos (febre, trauma, infecção) ou uso de altas doses de corticoide → aumento da ureia · Idosos, desnutridos ou hepatopatas → dosagem de ureia pode ser falsamente < · A relação ureia/creatinina (U/C) costuma ser em torno de 10/1 a 20/1 · U/C> 40/1 pode sugerir: · LRA pré-renal · hemorragia digestiva, hipercatabolismo, uso de corticoides · Cistatina C → exame pouco disponível, mas superior a Cr, * nas situações limitantes · NaU < 20 sugere LRA pré-renal · pode ocorrer também em: nefropatia induzida por contraste, sepse, sind hepatorrenal, início de glomerulonefrites e vasculites · NaU >40 sugere LRA intrínseca · O cálculo da FENa é muito mais representativo · Pré: FENa muito baixa, geralmente <1% (frequentemente <0,01%) · Intrínseca: FENa frequentemente >1%, embora >2% tenha +especificidade para NTA · FeUr: não é influenciada pelo uso de diuréticos · FeUr <35% indica LRA pré-renal · Osmolalidade urinária elevada (>500): pré-renal · Avaliar microscopia e sedimento urinário · cilindros hialinos com sendimento pouco alterado → pré · presença de cillindros granulares são sugestivos de NTA (75% dos casos) · HiperK é comum e potencialmente fatal · Hipo pode ocorrer nas doenças tubulares, sendo a lepto o exemplo clássico · Regra geral: o K se eleva em torno de 0,5 ao dia em pacientes oligúricos · HiperK grave sugere rabdomiólise, hemólise ou lise tumoral · Manifestações ECG: · onda T apiculada · prolongamento do PR · alargamento do RS · achatamento e desaparecimento de onda P · finalmente → ondas sinusoidais · Acidose metabólica com aumento do ânion gap é frequente · HiperP também é frequente · HipoCa é comum, na > das vezes assintomática · HiperMg leve é vista em LRA oligúrica · CPK ou aldolase → muito elevadas na rabdomiólise · Hiperuricemia leve é comum; se grave → lise tumoral? · Alguns outros testes podem ser úteis a depender da causa: VHS, PCR, FAN, anti-DNA, sorologias, complemento, crioglobulinas, procura de focos infecciosos etc · Exames de imagem: úteis para avaliar obstrução do trato urinário, cálculos, massa renal, análise de fluxo de vv. e aa. renais, diagnóstico de refluxo vesicoureteral ou bexiga neurogênica · Biópsia renal para os casos que permanecem sem etiologia Tratamento · Os achados sugerem LRA pré-renal? · se sim, rapidamente, busque restaurar a volemia, além de, concomitantemente, buscar e tratar a etiologia · Foi afastada uma etiologia pós? Se não, ou se houver dúvida, é crucial descartar uma etiologia obstrutiva · O paciente está sintomático? · sim → estabilizar e/ou tratar condições de > risco relacionadas à sind. urêmica · Além da própria LRA, há alguma manifestação relacionada a causas específicas? · oferecer o tratamento de acordo com a etiologia · Colher amostras de sangue e de urina imediatamente · Hipovolemia → reposição imediata · cristaloides ou sangue · Paciente com LRA que não responde à expansão provavelmente não tem LRA pré-renal · Expansões volêmicas agressivas podem levar a hipervolemia e congestão pulmonar · Caso não se consiga atingir a PAM ideal após adequada expansão → noradrenalina · O uso de diuréticos não reduz a mortalidade do pct com LRA oligúrica · Não aumentam a taxa de recuperação da função renal ou reduzem a duração da uremia · Não reduzem a necessidade de diálise · Diuréticos são úteis no manuseio da hipervolemia · Furosemida IV pode ser considerada no paciente oligúrico, com significativa hipervolemia · não se recomenda o seu uso, se estiver anúrico · HiperK é o distúrbio +preocupante · risco de PCR e arritmias · Manifestações mais graves de HiperK se: cardiopatia prévia, elevação sérica rápida e alterações do ECG · Cálcio é indicado sempre que alteração ECG compatível com hiperK · independe do nível do potássio · Gluconato de cálcio 10-30mL, em 100ml de SG, infundir em 2-5min · Repetir ECG após infusão · Se persistirem alterações → repetir gluconato · Outras medidas terapêuticas para HiperK: · inalação com salbutamol 10gts 4/4h · Solução polarizante: 5Ui de IR + 100ml SG 50%, ambos IV, em bolus de 4/4h · Furosemida · Bicarbonato de sódio: contraindicado se hipervolemia · Sorcal: 30-60g VO 8/8 a 4/4h · Diálise: hipercalemia refratária ou de difícil manuseio · Em geral indica-se diálise no paciente com LRA, oligúria, hipervolemia e pH<7.1 · Bic oral e/ou IV pode ser usado p manter o Bic>15 e pH >7,15-7,2 · Nos pacientes com acidose metabólica grave, Bic em bomba ou bolus pode ser prescrito enquanto aguarda diálise · Recomenda-se aporte nutricional de 20-30 kcal/kg/d independente do estádio da LRA · O aporte energético deve ser composto por 3-g de CHO por kg/d, 1g de gordura /kg/d · Não é mais recomendada restrição proteica · Em pacientes não catabólicos: 0,8-1g/kg/d de proteína; nos catabólicos 1,7g; 1-1,5g para os pcts com diálise intermitente · Preferir administração oral → se não possível → dieta enteral · Tratamento da doença de base · Ajuste da dose de medicamentos · Consultar se determinada droga é nefrotóxica e se necessita de ajuste à função renal · Estimar o ClCr · Diálise quando medidas clínicas são insuficiente para o controle de manifestações graves ou potencialmente graves associadas à LRA. Indicações: · sobrecarga de volume refratária · potássio sérico elevando-se rapidamente, ou que persiste acima de 6,5 apesar do tto clínico · uremia: pericardite, RNC sem causa aparente, neuropatia ou diátese hemorrágica · Acidose metabólica: pH <7,1 · algumas intoxicações agudas (p.ex.etilenoglicol) Hipercalemia · Definida quando K sérico >5, * >5,5 · Íon predominantemente intracelular · Pequenas alterações no K sérico → profunda alteração na condução e excitabilidade do coração · Avaliar se é pseudo-hipercalemia · Coleta inadequada??? · Aumento do número de céluas hematológicas (leucocitose, trombocitose) Etiologia · Prejuízo à excreção renal· DRC, * associada a medicamentos causadores de hiperK ou DM · Hipoaldostorenismo hiporreninêmico: DM, uso de AINEs, dç falciforme e nefropatias intersticiais · Destrução das adrenais com marcada elevação de renina também causa hipoaldo · Acidose metaólica também causa · CAD · Rabdomiólise, quadros hemolíticos ou lise tumoral · Diversas drogas: ARA-II, IECA, diuréticos poupadores de K, B-bloq, AINEs, suplementos com potássio, ingestão aguda de altas doses de digitálicos, quimioterapia Achados clínicos · adinamia, fadiga, fraqueza muscular · palpitações, extrassístoles, bradicardia · náuseas, vômitos, redução dos ruídos intestinais, distensão abdominal e íleo · bexigoma se obstrução urinária · Grave: paralisia flácida, hipoventilação, IrPa, hipotensão, BAV e PCR Tratamento · Estabilização elétrica do miocárdio → gluconato de cálcio · Translocação para o intracelular: B2 agonista inalatório, Bic, solução polarizante · Redução do pool corporal de potássio: diurético de alça, resinas trocadoras de íon, diálise peritoneal ou hemodiálise · Recomenda-se que a resina seja diluída com um laxante (manitol ou sorbitol) · O Bic tem menor eficácia quando há DRC e pode causar sobrecarga de volume
Compartilhar