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Habilidades Médicas Cirurgia Geral

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4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
 Habilidades - Cirurgia Geral 
Introdução à Cirurgia 
Geral 
 Engloba cirurgia abdominal, cirurgia ambulatorial, 
cirurgia videolaparoscópica e cirurgia do trauma. 
 3 anos de residência – acesso direto 
 Pré requisito para várias especialidades 
 Atendimentos ambulatoriais, plantões de emergência, 
sobreaviso cirúrgico e cirurgias eletivas. 
Perfil do profissional: resistência física, controle emocional, 
transmitir segurança, ótima habilidade manual, saber 
trabalhar em equipe e manter um bom relacionamento 
com o paciente 
Perfil do paciente: todas as classes e idades, sexos, 
sentem medo dos procedimentos, relatam dificuldades 
em entender os diagnósticos 
Abscessos 
Definição: coleções de material purulento, normalmente 
decorrem de infecções bacterianas, porém, em alguns 
casos podem não representar infecções e serem 
manifestações de outros doenças... 
Fisiopatologia: infiltração bacteriana em algum tecido ou 
região (pode ter em qualquer lugar), decorrente de 
contato direto, penetração ou acúmulo de substâncias 
 Abscessos reacionais à doenças sem infiltração 
bacteriana – existem! 
 Sintomas: sinais flogísticos (dor, calor, rubor), febre, 
calafrios, edema, limitação e local específico 
o Sintomas em locais específico (cerebral, 
musculatura, hepático, etc) 
Exemplos: 
 Unha ou cutículas: panarício ou paroníquia. Bactéria: 
estreptococos (microorganismo gram-positivo 
aeróbio) 
 
 Folículos pilosos: foliculite 
 
 
 Panículo adiposo: paniculite 
 Pele: dermatite 
 Hidradenite: hidrosadenite ou acne inversa, facilmente 
confundida com furúnculos ou espinhas grandes – 
doença inflamatória crônica da pele com nódulos 
subcutâneos inflamatórios 
 Amígdala: abscesso periamigdaliano causado 
geralmente por estreptococos, podendo causar 
complicações como meningite 
 Cabeça e pescoço: apesar de existir, deve-se 
suspeitar antes de neoplasia (boca, orofaringe, língua, 
etc) – investigar antes de drenar! 
 
 
 Abscesso Cerebral: é investigado por meio de 
exames de imagem. A TC é o exame realizado de 
imediato, por ser de acesso mais fácil (porém, pode 
precisar de contraste); a RM não necessariamente 
utilizamos contraste (nível T1-T2) 
o História clássica: idoso, queda da própria altura 
(trauma) → hematoma (sangue parado é um 
ótimo meio de cultura para bactérias) → atinge 
meninge, peridural, etc 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
 
 Abscesso Pulmonar: observar níveis hidroaéreos 
(bactérias produzem ar, formando uma “bolsa” de 
líquido e outra de ar). Ao realizar a drenagem → pus 
o Estreptococo e Estafilococo (bactérias normais 
da nasofaringe) 
o Pode ocorrer por aspiração (de vômito por 
exemplo) 
o Derrame pleural unilateral: doença localizada 
(tratar a doença localizada) 
o Derrame pleural bilateral; doença sistêmica 
(tratar a doença de base) 
 
 Abscesso Hepático: coleção + nível hidroaéreo 
o Nódulo hepático: suspeitar primeiramente de 
metástase, NÃO de abscesso. Realizar exame 
de imagem contrastado para poder diferenciar 
 
 Diverticulite: perfuração, coleção abdominal 
o Infecção ativa: mais claro/cinza que a gordura, 
perto das alças intestinais 
o Classificação de Hinchey (TC) 
 0: diverticulite clinicamente leve 
 Ia: inflamação pericólica confinada 
 Ib: formação de abscesso pericólico ou 
mesocólico (<5cm) na proximidade do 
processo inflamatório primário 
 II: abscesso intra-abdominal, pélvico ou 
retroperitoneal, abscesso distante do 
processo inflamatório primário 
 III: peritonite purulenta generalizada 
 IV: peritonite fecal generalizada 
 
 Abscesso Anorretal ou Perianal: principalmente em 
trabalhadores que ficam muito tempo sentados, 
homens jovens, muito pelo, infecção de pelos 
encravados, obesidade, diabetes descontrolado, 
fissuras anais, etc 
o Principal complicação: gangrena ou síndrome de 
Fournier ou Fasciite necrosante ou síndrome 
Mellené – infecção aguda dos tecidos moles do 
períneo, com celulite necrotizante secundária a 
germes anaeróbicos ou gram negativos (ou 
ambos) 
 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
 Bartholinite ou Cistos de Bartholin 
 
 Erisipela bolhosa: gânglios linfáticos associados à 
vasculite. Pacientes diabéticos. Rachadura no 
tornozelo, lesão no pé. 
o Estreptococos, Haemophilus influenzae 
 
Basicamente, a principal causa é piogênica (bacteriana). 
 
Diagnóstico: clínico (Bartholinite, panarício, pele, etc) + 
exames de imagem (USG, tomografia computadorizada, 
ressonância magnética). Às vezes: laparoscopia 
Tratamento: drenagem + antibiótico (no livro) ou apenas 
drenagem (na prática) 
 Calor local 
 Drenagem: espontânea (pelo calor) ou cirúrgica (ou 
guiada) 
 Antibioticoterapia empírica 
o Cefalexina geralmente 
o É empírica – caso não funcione, pode drenar e 
realizar cultura para mudar o tratamento 
 
CASOS CLÍNICOS 
CASO 1 
V.M., 33 anos, motorista, sem comorbidades. Chega ao 
PS, vítima de capotamento de caminhão, referindo dor 
torácica ventilatório-dependente, dor abdominal em 
andar superior, mais proeminente em HD. FC 110, PA 
120x80, Sat 95% em ar ambiente, ECG 15 
Exame físico: AP: MV diminuído em base direita, com 
estertores basais. Dor importante a palpação de arcos 
costais a D. AC: normal Abd: Dor a palpação abdominal 
difusa, com hematoma e escoriações em faixa em andar 
superior, com defesa a palpação, sem SIP. Ausência de 
plastrões ou massas palpáveis. Membros normais 
 Órgãos mais afetados no trauma: pulmões e fígado 
 Órgãos que mais sangram/matam mais rápido no 
trauma: baço e fígado 
 Tipos de traumas: 
o Penetrantes – quando há rompimento e 
laceração da pele, como perfurações por armas 
de fogo e fraturas expostas; 
o Contusos – quando não há perfuração da pele, 
como no caso de pancadas ou escorregões; 
o Mistos – uma combinação dos dois tipos, 
bastante comuns em acidentes de trânsito, por 
exemplo. 
 Esse trauma do caso foi um trauma CONTUSO 
o 20% dos pacientes que sofrem desse tipo de 
trauma têm lesão hepática (pode ser 
decorrente do impacto direto, compressão 
entre o rebordo costal direito e a coluna 
vertebral e forças de desaceleração) 
 Estertores: início da inspiração, menor duração, 
líquidos nos alvéolos (pela contusão pulmonar) 
 Plastrão: zona de induração de um foco inflamatório 
 
Conduta: hidratação EV, analgesia (mais importante), 
solicitar exames complementares para investigar 
 TC de tórax: fratura de múltiplos arcos costais, com 
contusão pulmonar a direita, sem pneumotórax, com 
derrame pleural pequeno em base direita 
o Contusão pulmonar: hematoma, acumula líquido, 
dispneia – OBSERVAR A EVOLUÇÃO 
o Derrame pleural: acúmulo de líquido entre as 
pleural visceral e parietal 
 TC de abdome: presença pequena quantidade de 
líquido livre em pelve, associado a lesão hepática grau 
2 em lobo direito 
o Lesão hepática grau 2 = observação (o 
tratamento conservador é utilizado em mais de 
80% dos traumas hepáticos contusos, sendo 
considerado método seguro e eficaz) 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
o As lesões hepáticas podem ser classificadas 
quanto à gravidade das lesões em dois grupos: 
pré-operatoriamente por métodos de imagem 
(TC) ou operatoriamente por avaliação 
anatomopatológica 
 
OBS – 1: lesão esplênica 
 
OBS – 2: lesão renal 
I. Hematúria isolada ou associada com hematoma 
subcapsular estável, sem lacerações 
II. Hematoma perineal ou laceração estável <1cm. 
III. Laceração >1cm, córtex renal, sem lesão de sistema 
coletor ou extravasamento de urina. 
IV. Laceração de córtex ou medula até o sistema 
coletor ou artéria renal segmentar ou lesão renal 
com hematoma. 
V. Rim dilacerado ou lesão do pedículo vascular renal ou 
rim divulsionado. 
Evolução: no 10° dia, paciente evolui com dor ventilatório-
dependente, febre 38,9°C, sinais vitais estáveis e defesa 
abdominal. Leucocitose de 16.000, com 8% de bastões. 
PCR > 100 Febre + leucocitose = infecção (abscesso) 
 VR Leucócitos: de 3.700-10.000 
 VR Bastões: 1-5% 
 VR PCR: abaixo de 0,3 mg/dL 
o PCR até 1 mg/dL: inflamação mínima 
o PCR até 40 mg/dL: infecções virais fortes 
o PCR > 40 mg/dL: infecção bacteriana/sepse 
Abscesso Hepático 
Polimicrobiana: Klebsiella pneumoniae, E. coli, 
Streptococcus sp, Staphyloccus sp 
 Bactérias mais comuns do trato digestivo 
 Causa mais comum de abscesso: piogênico 
(infecções abdominais), não trauma 
Tratamento – antibiótico: por escalonamento 
 Cefalosporrina 3° ou 4° geração + metronidazol 
(Internação hospitalar) 
 Beta-Lactâmico + inibidores da B-lactamase + ou - 
metronidazol 
 Ampicilina + gentamicina + metronidazol (esquema 
antigo mas extremamente eficiente – causa muitos 
efeitos colaterais) 
 Quinolonas + metronidazol 
 Carbapenêmicos + ou - metronidazol 
Tratamentos: cirurgia aberta, videolaparoscopia ou 
punção guiada por US (menos invasivo) 
Abscesso pulmonar 
 Mais comum: piogênico + por aspiração 
Anaeróbias: flora da orofaringe 
 Peptostreptococcus, Prevotella, Bacteroides spp, 
Fusobacterium. 
Imunocomprometidos (atípicos): 
 Mycobacterium spp, Nocardia spp, Rhodacoccus equi, 
Aspergillus spp. 
Antibioticoterapia: mais agressivos, pois não chega muito 
sangue nos alvéolos 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
 Quinolonas: Levofloxacino 
 Lincosaminas: clidamicina 
 Penicilinas: Amoxicilina + clavulanato, piperacilina + 
tazobactam 
 
Drenos 
Tipos de drenos: 
 Laminares 
 Tubulares 
 Túbulo-laminares 
 Sucção 
 Reservatório 
Dreno de penrose 
 Dreno mais utilizado; é do tipo laminar, seu 
material é borracha/silicone e ele drena por capilaridade: 
drenagem por pressão (o que está dentro vai pra fora). 
 Drena por gravidade 
 Não é usado no tórax 
 Usado para perpetuar um orifício de drenagem 
 Cirurgias abdominais: periapendicular, peridiverticular, 
abscesso subcutâneo, etc 
 Dreno sentinela: você coloca um dreno para “vigiar” 
uma anastomose de risco (por prevenção). 
Normalmente, são drenos dos tipos laminar ou 
túbulo-laminar. Este dreno fica até 7 dias. A retirada 
deve ser gradual para que o processo cicatricial 
ocorra da profundidade para a superfície; se o débito 
sugerir uma complicação, o dreno deverá 
permanecer no seu local, sem ser tracionado, 
monitorando a evolução da complicação 
 O orifício de passagem do dreno deve ser amplo, 
deve ser posicionado à menor distância da loja a ser 
drenada, não utilizando o dreno através da incisão 
cirúrgica, mas sim através de uma contra-incisão. 
o Se infectar: não há como saber se a infecção 
é da ferida ou um abscesso 
 
Dreno de portovac ou de sucção 
 Material: silicone. Sua ponta possui várias perfurações 
para evitar que ele se oblitere 
 É um dreno maleável, sanfonado, normalmente 
utilizado como reservatório para drenagem à vácuo 
(drenagem ativa), pois faz pressão negativa para 
aspirar o conteúdo 
 Cirurgias pélvicas, ortopédicas, abdominoplastia 
 Se ele ficar encostado em alguma estrutura, suga e 
a pressão negativa pode criar um hematoma, 
isquemia, necrose e pode até perfurar um órgão 
 
Dreno Kehr 
 Material: borracha 
 Faz drenagem passiva 
 Altamente específico para as vias biliares, porém 
pode ser usado em cirurgia abdominal – região 
extremamente reativa 
 Tem o formato de T, a parte vertical se exterioriza 
e as outras duas partes vão permitir que a secreção 
continue passando/seja drenada (o dreno molda a 
saída de bile até o intestino) 
 Permite a injeção de contraste para ver se ainda há 
obstrução nas vias biliares. 
o Colangiografia – avaliar vias biliares intra e extra-
hepáticas (cálculo, deformidades – cistos 
hepáticos, cistos da via biliar, estenose, cirrose, 
doença de Caroli) 
 Doença de Caroli: doença hereditária e 
rara que afeta o fígado; dilatação das vias, 
gerando dor devido à inflamação 
 Deve ser retirado em 7 dias 
 Secretamos 1-2L de bile por dia – dá a cor às fezes 
o Falta de drenagem: icterícia, acolia e colúria 
 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
Dreno de tórax 
 Pode ser usado em qualquer lugar: tórax, abdome 
 Tubular, silicone, pouco maleável 
 Pode ser transformado em tubulolaminar colocando 
um penrose (por capilaridade + ativo) 
 Deve ser preenchido com 500mL de soro 
o Considerar acima dos 500mL líquido drenado 
 Dói quando já está quase todo drenado 
 Pneumotórax: só ar = dreno fino 
 Empiema: coleção de pus dentro de uma cavidade 
natural = quanto mais grosso o dreno, melhor 
o Enfisema subcutâneo: um furo do dreno ficou 
pra fora e acumula ar na pele (consequência do 
mal posicionamento) 
Localização: 
 Posiciona-se na cavidade pleural (entre pleura visceral 
e parietal). 
 Drenar mais na parte posterior e superior do tórax 
 5° espaço intercostal, linha axilar média – cuidar com 
a artéria mamária 
 Deve ficar 2cm inserido no soro 
Critérios para retirar o dreno de tórax: 
 Pulmão se reexpandiu 
 Ausência de escape aéreo (pedir pra tossir) 
 < 200 ml de líquido drenado 
 
Sempre deixa-lo abaixo do paciente 
 
Dreno Sistema Características Utilização 
Redivac Fechado a vácuo Tubos flexíveis, reservatório tipo garrafa, deve ser 
substituído quando enche 
Amplo 
Jackson-Pratt ou 
dreno JP 
Fechado a vácuo Tubo de silicone flexível e fenestrado, reservatório 
em formato de bulbo 
Face e pescoço, 
mastectomias 
Portovac ou 
Hemovac 
Fechado a vácuo Pressão negativa de baixa intensidade, tubo flexível 
e reservatório em sanfona, causa menos dor 
Cavidade 
abdominal 
Curavac Fechado a vácuo Curativo a vácuo indicado para feridas abertas e 
extensas da pele; dreno de superfície que previne 
infecção e ajuda na cicatrização 
Pele, por até 48 
horas 
Robinson ou D-Bag Fechado sem vácuo Bolsa ligada a um tubo flexível de silicone; dreno de 
sistema passivo mais utilizado; pode ser conectado a 
uma sonda vesical de demora 
Sonda vesical de 
demora 
Malecot Fechado sem vácuo Dreno tubular de látex com extremidade em 
formato de cogumelo; serve para evitar retração 
das cavidades 
Cistostomia, 
nefrostomia e 
gastrostomias 
Pigtail Fechado sem vácuo Formato em “rabo de porco”, tubular e de pequeno 
calibre, geralmente guiado por TC ou USG; são 
passivos e obstruem facilmente 
Cavidades únicas 
(como a pleural) 
Dreno de tórax Fechado sem vácuo Dreno passivo ligado a um reservatório com água; 
faz drenagem em selo d’água; pode drenar gases 
(forma bolhas) e líquidos (mensuração). 
Pneumotórax, 
derrame pleural 
Kehr Fechado sem vácuo Dreno em T; cria uma fissura biliar controlada, 
conectada a um saco coletor. Permite realizar 
colangiografia 
Vias biliares 
Penrose Aberto Laminar e de látex; não há sistema coletor, usa-se 
gazes para absorver a secreção, porém faz muita 
infecção bacteriana local 
Drenar pus 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
Prática: colocação de dreno de tórax 
1. Posicione o paciente em decúbito dorsal com o 
membro superior ipsilateral em abdução e com a 
mão apoiada sobre a cabeça. 
2. Localize o 4o ou 5o EIC, na linha axilar média, na 
borda superior do arco costal. 
3. Realize a medida do comprimento do dreno que será 
inserido. A medida é realizada do meio da clavícula 
até o local escolhido para a inserção. 
4. Realize anestesia local com lidocaína 1 ou 2%. 
5. Faça uma incisão de 1-2 cm paralela ao arco costal e 
realize a dissecção dos planos, do tecido subcutâneo 
e da musculatura acima do arco costal, utilizando uma 
pinça hemostática curva. 
6. Posteriormente, utilizando uma pinça com ponta 
romba do tipo “Kelly curva” (divulsão), faça uma 
abertura com cerca de 1,5 cm na pleura. Não usar 
bisturi ou algo afiado para acessar a cavidade pleural. 
7. Faça a clampagem da extremidade do dreno com a 
pinça hemostática curva e utilize-a para direcionar a 
inserção do dreno. Introduza o dreno em direção 
cranial e posterior. Avance o dreno até o local 
marcado. 
8. Façaum ponto em “U” circundando o dreno para 
fechar a incisão e, em seguida, faça um nó em 
“bailarina” em torno do dreno, usando o mesmo fio. 
9. Realize radiografia de tórax, para confirmação do 
posicionamento do dreno. 
Pneumotórax extenso: colocar primeiro um tubo menor, 
em eu a drenagem será lenta, a fim de evitar e 
reexpansão rápida e complicções (edema pulmonar) 
Pneumotórax hipertensivo: realizar punção no 2° espaço 
intercostal (logo abaixo da clavícula) com abocath 12, até 
começar a drenagem efetiva, a fim de evitar uma PCR 
Queimados 
Introdução 
Definição 
 Lesão tecidual decorrente de trauma térmico, 
elétrico, radioativo ou químico, que destrói 
parcialmente ou totalmente a pele e seus anexos, 
podendo alcançar tecidos mais profundos, como o 
subcutâneo, músculos, tendões e ossos. 
Incidência: 
 A taxa de mortalidade não é tão alta, mas as 
queimaduras graves são bastante rotineiras no PS 
 Homens jovens (20-29 anos), crianças < 10 anos 
(acidentes domésticos) 
 2 milhões de casos/ano → 100 mil casos procuram 
o hospital → 5 mil evoluem para óbito 
Classificação 
Primeiro grau: superficial, limitadas à epiderme, eritema 
(por conta da vasodilatação), edema, dor local e leve. Não 
há comprometimento de anexos 
 Causas: excesso de sol, água quente 
 Tratamento: hidratação, analgesia, hidratação tópica 
(gel pós sol). Não precisa de internação hospitalar; o 
manejo é ambulatorial 
 Mais comuns no dia-a-dia 
Segundo grau: 
 Superficial: toda a epiderme até a camada papilar da 
derme, coloração rosa, com bolhas geralmente mais 
tardias (após 12-24h), resolução rápida (3 semanas), 
muito dolorosas, úmidas 
o Crianças com água ou com panela, grelha. 
Doem devido a descamação da pele 
 Profunda: mais extensas e profundas, toda a 
epiderme e derme, seca, rosa pálido, dor moderada 
o Necessita de analgesia endovenosa, 
o Pode ocorrer perda de sensibilidade ao toque 
o Mantém sensibilidade barestésica: compressão 
de massa muscular 
o Pode causar retração cicatricial ou hipertrofia 
(cicatrizam de 3-9 semanas) 
Terceiro grau: acomete epiderme, derme e hipoderme 
(tecido subcutâneo). Fica pálida ou vermelho-amarelada, 
até mesmo chamuscada. 
 Firme (couro) com perda da sensibilidade 
 Necessidade de tratamentos extensos 
o Enxertos 
o Escarotomias 
 Extremo cuidado com ferimentos circunferenciais 
Quarto grau: ossos, músculos, muito graves 
 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
 
Grande queimado 
Um dos critérios abaixo – internar: 
 ≥ 25% superfície corporal queimada entre 10-40 
anos; 
 ≥ 20% superfície corporal queimada em <10 e >40 
anos (extremos de idade) 
 ≥ 10% superfície corporal queimada com 3° grau; 
o Já precisa internar 
 Olhos, ouvidos, face, mãos, pés e períneo (áreas 
críticas, graves) 
 Queimaduras elétricas de alta voltagem – podem 
evoluir para queimaduras de 4° grau 
 Queimadura + trauma ou inalação associados (muito 
comum no ATLS) 
 Queimadura + comorbidades graves 
o Exemplos: Asma severa, uso de corticoide 
crônico, doença renal crônica dialítica, etc 
Avaliação Inicial: avaliar a cinemática do trauma – o que 
ocorreu? Como ocorreu? 
Comprometimento da ventilação: 
 Lesão térmica 
 Lesão por inalação 
 Intoxicação por monóxido de carbono 
 Intoxicação por cianeto 
 Restrição a expansão torácica: queimaduras 
circulares 
Ressuscitação volêmica na sala de emergência: com 
Ringer Lactato: evitar choque hipovolêmico 
 >20% scq 
 Ringer lactato: solução isotônica, preferível nesses 
casos, pois soluções hipertônicas de NaCl podem 
agravar a queimadura, favorecer insuficiência renal e 
suprimir a função imunológica. 
 Evitar o uso de coloides, diuréticos ou drogas 
vasoativas nesse momento 
 Fórmula de Parkland: 4ml x kg x scq (mais comum) 
 Fórmula de Brooke modificada: 2ml x kg x scq 
o Cálculo para 24 horas 
 Infundir 50% nas primeiras 8 horas 
 Infundir outros 50% nas próximas 16 horas 
 Se chegar depois, exemplo, após 4h: infundir tudo 
das 8h em 4h apenas (ou no tempo restante) 
o Porém depende também do tempo – não tem 
como infundir 4L de RL em 2h, por exemplo 
Cefaleia, baixamento de nível de consciência e mucosas 
secas – sinal de desidratação = INTERNA 
Avaliação da área queimada: regra dos 9 
 
 
 
Regra das palmas: uma palma = 1% de SCQ 
Vítima Cabeça TX+ABD MMSS MMII Genitália 
Adulto 9% 32% 9% un 18% un 1% 
Criança 18% 32% 9% un 14% un 1% 
Bebê 18% 32% 9% un 14% un 1% 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
 
Medidas adicionais 
 Exposição e retirada de corpos estranhos (piercings, 
brincos, tecidos, etc). Destaque para queimaduras por 
produtos químicos – permanecem corroendo o 
paciente 
 Analgesia 
 Sondagem vesical de demora: controle do débito 
urinário – controle de lesão renal 
 Sonda nasogástrica: faz descompressão, tira todo o 
conteúdo 
 Proteção gástrica: evoluem para úlceras gástricas 
malignas 
o Úlcera gástrica no grande queimado: úlcera 
de Curling 
 Vacina antitetânica: conferir no PS, pois o paciente 
perde a proteção cutânea e é mais suscetível a 
infeções 
 Antibiótico: assunto controverso, não se sabe se 
deve ou não ser usado. Não é obrigatório 
Cuidados com o paciente queimado: 
 Debridamento: tirar o tecido necrótico; pode servir 
como curativo biológico, porém também pode 
causar retração cicatricial – restringir mobilidade 
 Curativos oclusivos: tentar “driblar” a perda de 
proteção; curativos extensos trocados a cada dia ou 
2-3 dias 
 Curativos com antibiótico tópico: colagenase, 
sulfadiazina de prata 
 Curativos biológicos: pele de peixe, sanguessugas 
(limpeza da pele necrótica – debridamento natural) 
 Curativo sintético 
 Enxertos 
 Queimaduras em articulações: mobilidade reduzida 
Queimadura elétrica 
 4° grau, de alta intensidade 
 Pele tem resistência mais alta que a musculatura – 
músculos e vasos sanguíneos te m mais água, então 
“queima mais” 
 Parece inócuo, mas tem porta de entrada (pequena) 
porta de saída (maior) 
 Destruição ‘invisível’ 
o Cardíacas: mortes por arritma, PCR 
o Musculares: rabdomiólise 
o Renais: insuficiência renal aguda 
o Oftalmológicas: catarata precoce 
o Neurológicas 
 Cirurgias com eletrocautério: não pode em pacientes 
com marca-passo, brincos, piercings, anéis, etc 
Complicações tardias 
Mecanismo: 
 Infecção e sepse: perde a proteção, há uma porta 
de entrada (lesão) – muito susceptível pra infecção. 
 Lesões pulmonares: por intoxicações (sequelas: 
pneumonia, DPOC, fibrose pulmonar grave, 
carbonarcose) 
o Sinais de lesões inalatórias: rouquidão, estridores, 
expectoração carbonácea, insuficiência 
respiratória, dispneia, queimadura facial, cervical 
ou nasal 
 Úlcera gástrica de Cushing: decorrente de problemas 
do SNC (relaciona-se com síndrome de Cushing) 
 Síndrome de Ogylvie: pseudobstrução intestinal; 
obstrução intestinal clínica, não mecânica. 
Normalmente por baixa da oxigenação intestinal = 
começa a dar distensão colônica 
o Uso de pro cinéticos 
o Colostomia descompressiva 
 Insuficiência hepática 
 Colecistite alitíasica 
 Coagulopatias: alto consumo de fatores de 
coagulação 
 Úlcera de Marjolin: câncer de pele que evolui dentro 
da área queimada 
Caso clínico 
CASO 1 
Homem, 45 anos, vítima de queimadura por fogo de 2° 
grau, com 30% da scq, incluindo tórax, pescoço anterior 
e face. Estável hemodinamicante, com FC 108, lucido, 
contactuante, com rouquidão e escarro borráceo. 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
Apresenta cerca de 80 kg e não apresenta 
comorbidades em tratamento. 
 1° conduta: Intubação orotraqueal por conta de FACE 
e PESCOÇO QUEIMADOS – prevenção insuficiência 
respiratória 
 Exposição + hidratação 
 HEV – 4 x 80 x 30 = 9600 
o RL 4800 ml em 8h + RL 4800 em 16h 
 Medidas adicionais: proteção gástrica, sondagens, 
analgesia e curativos 
 
ATLS: atendimento ao 
paciente queimado 
Importante: 
 Definir as prioridades do atendimentoao paciente 
queimado 
o Poli traumatismo grave: priorizar o atendimento 
ao trauma e as efeitos sistêmicos da 
queimadura 
o Afastar o agente causador, irrigar com água a 
temperatura, remover roupas, cobrir lesões 
com tecido limpo 
 Água fria aumenta a extensão do dano 
 Roupas aderidas à pele não devem ser 
removidas 
 Avaliar a profundidade e extensão da queimadura 
 Calcular a reposição volêmica 
 Instituir analgesia 
 Oferecer cuidados gerais no tratamento da ferida 
 Avaliar os critérios de transferência para UT de 
queimaduras 
 Considerações especiais 
Avaliação primária – princípios do 
suporte ao trauma 
A: avaliação das vias aéreas. A desobstrução da via aérea 
é prioridade máxima no atendimento das vítimas de 
queimaduras. Neste ponto, é importante reconhecer a 
necessidade de uma intubação orotraqueal 
 Via aérea não pérvia: verificar presença de corpos 
estranhos e desobstruir 
 Via aérea pérvia: avaliação da respiração 
 
B: avaliação da respiração. A ventilação com bolsa-valva-
máscara pode ser difícil, porque queimaduras extensas 
dificultam o movimento da parede torácica, devido à 
contração da pele e edema dos tecidos moles. Nesses 
casos, está indicada a escarotomia imediata, na qual uma 
incisão cirúrgica é feita para permitir a expansão do tórax. 
 Não respira espontaneamente: 
o Aspirar se necessário 
o Administrar O2 a 100% em máscara umidificada 
(por 3h se suspeita de inalação por CO2) 
o Investigar lesão inalatória 
o Investigar necessidade de intubação 
 Glasgow menor que 8 
 PaO2 < 60mmHg 
 PaCO2 > 55mmHg 
 SaO2 < 90% 
 Edema importante de face e orofaringe 
 Sinais de lesão inalatória 
o Avaliar a presença de queimaduras circulares e 
necessidade de escarotomia 
 Se respira espontaneamente: avaliar se a SCQ é 
maior que 20% 
o Se for: avaliação da circulação 
o Se não for: avaliação neurológica e exposição 
completa da vítima 
 
Escarotomia: 
 
 
C: avaliação da circulação. A mensuração da PA pode ser 
difícil/impossível e, mesmo que posso ser obtida, seu 
valor pode ser impreciso. O mais importante neste ponto 
da avaliação primária é a obtenção de dois acessos 
venosos calibrosos periféricos (16 G no mínimo) para a 
reposição volêmica, quando a superfície corporal 
queimada envolver mais de 20% da área corpórea 
superficial total e a monitorização do débito urinário 
como forma de avaliar o volume sanguíneo circulante 
 Monitorização do débito urinário: instalar sonda 
vesical de demora se SCQ maior que 20% em 
adultos ou maior que 10% em crianças 
 
4° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
D: avaliação neurológica. As queimaduras, por serem 
lesões óbvias e intimidantes, podem roubar a atenção da 
equipe, ofuscando outras lesões não térmicas 
potencialmente graves, como déficits neurológicos 
 
E: exposição completa da vítima. A exposição da vítima, 
além de facilitar a inspeção de toda a superfície corporal 
e a visualização de queimaduras ocultas, tem um valor 
terapêutico, uma vez que roupas podem reter calor e 
agravar as lesões ou podem conter o agente causador. 
É de fundamental importância lembrar que o paciente 
com queimadura é extremamente susceptível a 
hipotermia, por isso deve-se atentar a medidas de 
preservação da temperatura como o uso de cobertores 
(manta metálica) 
 NÃO RETIRAR roupas ADERIDAS à pele 
Avaliação secundária 
 Exame físico completo 
 História clínica: buscar o agente causador, 
circunstâncias do trauma e condições clínicas que 
possam interferir nas condutas 
Mnemônico ARDEU: 
 A: alergias 
 R: remédios 
 D: doenças prévias 
 E: eventos relacionados com a lesão 
 U: última refeição

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