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1 LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA E HIGIENE DOS ALIMENTOS IDENTIFICAÇÃO DE Staphylococcus aureus EM ALIMENTOS E VIAS AÉREAS ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br IDENTIFICAÇÃO DE Staphylococcus aureus EM ALIMENTOS E VIAS AÉREAS O gênero Staphylococcus é composto por bactérias gram-positivas, que têm a forma de esferas (cocos). O gênero apresenta mais de 30 espécies, sendo 18 de interesse em alimentos, pois o consumo está associado a toxinfecções causadas pelo consumo de enterotoxinas. As enterotoxinas são proteínas produzidas por algumas espécies de estafilococos. Embora a produção de enterotoxinas esteja associada à Staphylococcus aureus (Figura 1) coagulase e aos ternonucleases (TNase) positivos, algumas espécies que não produzem essas enzimas podem produzir enterotoxinas. As TNase é uma enzima termorresistente que cliva o DNA, e as enteroxinas são as toxinas que causam gastroenterites. Estafilococos produtores de enterotoxina, em particular, o Staphylococcus aureus, são provavelmente a principal causa de doença de origem alimentar em todo o mundo (JAY, 2010; FRANCO, 2008). Figura 1 – Bactérias Staphylococcus aureus na superfície da pele ou membrana mucosa. mailto:contato@algetec.com.br 2 LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA E HIGIENE DOS ALIMENTOS IDENTIFICAÇÃO DE Staphylococcus aureus EM ALIMENTOS E VIAS AÉREAS ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br O Staphylococcus aureus é uma bactéria esférica, do grupo dos cocos gram- positivos. É a espécie que apresenta maior potencial patogênico para o ser humano. Cepas de Staphylococcus aureus produzem várias enzimas e toxinas que participam do seu mecanismo de patogenicidade. As enterotoxinas são particularmente importantes no processo de gastrenterite de origem alimentar, pois ocorre a ingestão da toxina pré- formada, e não das células vegetativas. São vários os tipos de enterotoxinas envolvidos em toxinoses de origem alimentar por Staphylococcus aureus: A, B, C1, C2, C3, D. Portanto, o desenvolvimento de Staphylococcus aureus em alimentos está relacionado a casos de intoxicação alimentar pela ingestão de enterotoxina (JAY, 2010). Geralmente, os alimentos associados são as carnes bovina, suína ou de aves e seus subprodutos (presunto, salsichas e salames), as saladas com presunto, frango ou batata e os cremes de recheio de produtos panificados e produtos lácteos, com destaque para os queijos. A doença é autolimitante e ocorre depois de incubação por cerca de 4 horas após a ingestão do alimento, apresentando um quadro emético logo no início. Entretanto, já foram observados períodos mais curtos (cerca de 30 minutos a 3 horas) e períodos de até 10 horas. Algumas pessoas podem apresentar febre e não ter vômitos, e a diarreia é geralmente aquosa, podendo conter sangue (FRANCO, 2008). O Staphylococcus aureus pode estar presente no nariz, mesmo temporariamente, de cerca de 30% dos adultos saudáveis e na pele de cerca de 20% deles. Os percentuais são maiores em pessoas que são pacientes ou trabalham em um hospital. As bactérias podem ser transmitidas de pessoa para pessoa pelo contato direto ou por meio de objetos contaminados. Equipamentos de ginástica, telefones, maçanetas de porta, controles remotos de televisão ou botões de elevador ou, com menos frequência, a inalação de gotículas infectadas dispersas por espirro ou tosse são exemplos de possíveis locais de contaminação e disseminação desse micro-organismo. O Staphylococcus aureus é um importante patógeno, extremamente oportunista, que tem grande impacto sobre a saúde humana (JAY, 2010; FRANCO, 2008). Embora seja conhecido por causar infecções de pele e dos tecidos moles, ele tem capacidade de infectar quase todos os sistemas e órgãos do corpo humano, muitas vezes com consequências fatais devido à variedade de seus fatores de virulência. Os fatores de virulência são estruturas, produtos ou estratégias que as bactérias utilizam para “driblar” o sistema de defesa do hospedeiro e causar uma infecção. Alguns estão mailto:contato@algetec.com.br 3 LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA E HIGIENE DOS ALIMENTOS IDENTIFICAÇÃO DE Staphylococcus aureus EM ALIMENTOS E VIAS AÉREAS ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br relacionados com a colonização do micro-organismo; outros, com as lesões causadas pelo organismo — por exemplo, as toxinas (JAY, 2008). Além disso, o Staphylococcus aureus é um patógeno extraordinariamente versátil. Além da intoxicação alimentar por toxina, ele é responsável por infecções hospitalares e comunitárias, bem como pela síndrome do choque tóxico. É considerado o patógeno bacteriano de origem alimentar mais eficaz (JAY, 2010; FRANCO, 2008). Na aula prática, identificaremos o Staphylococcus aureus em amostras de queijos e vias aéreas. Para isso, usaremos placas de Petri contendo o ágar hipertônico manitol. Ágar sal manitol é um meio de cultura usado para o isolamento e a identificação de estafilococos em alimentos como leite, carnes, peixes e seus derivados, como os queijos. Além disso, esse meio é usado em amostras biológicas como urina, secreções, feridas e exsudatos (ANVISA, 2005; APHA, 2012). Figura 2 – Staphylococcus aureus em placas contendo ágar sal manitol. Esse meio de cultura tem como princípio de ação a mudança de cor do meio de cultura (de rosado a amarelo), causada pela degradação do manitol. A produção de ácido causada pela degradação muda a cor do meio. Devido ao seu alto conteúdo de cloreto de sódio, pode-se fazer uma inoculação maciça da amostra em estudo. Geralmente, se incubadas as placas por mais ou menos 36 horas, surgem as colônias de estafilococos não patogênicos de tamanho pequeno e rodeadas por uma zona vermelha. mailto:contato@algetec.com.br 4 LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA E HIGIENE DOS ALIMENTOS IDENTIFICAÇÃO DE Staphylococcus aureus EM ALIMENTOS E VIAS AÉREAS ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br As colônias de Staphylococcus aureus fermentadores do manitol são maiores e rodeadas por uma zona amarela. Não havendo crescimento bacteriano, constata-se que a amostra está isenta de bactérias. Os Staphylococcus aureus fermentadores de manitol produzem colônias grandes e rodeadas por uma zona amarela. Os estafilococos não patogênicos produzem colônias pequenas e rodeadas por uma zona vermelha. O Staphylococcus epidermidis e o Bacillus subtillis produzem colônias brancas (ANVISA, 2005; APHA, 2012). Figura 3 – Colônia de Staphylococcus aureus patógeno bacteriano em uma placa de ágar em um hospital. mailto:contato@algetec.com.br 5 LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA E HIGIENE DOS ALIMENTOS IDENTIFICAÇÃO DE Staphylococcus aureus EM ALIMENTOS E VIAS AÉREAS ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Descrição dos meios de cultura empregados nos exames microbiológicos. Módulo IV. 2005. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/microbiologia/mod_4_2004.pdf. Acesso em: 28 set. 2020. APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 22. ed. Washington: American Public Health Association; American Water Works Association; Water Environment Federation, 2012. BUSH, L. M. 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G. Roteiros de aulas práticas. Disponível: https://www.ufjf.br/microbiologia/files/2013/05/ROTEIRO-PARA-AULAS- PR%c3%81TICAS-bacteriologia-2018-vers%c3%a3o-02-2018.pdf. Acesso 28 set. 2020. FAGUNDES, H.; OLIVEIRA, C. A. F. Infecções intramamárias causadas por Staphylococcus aureus e suas implicações em saúde pública. Cienc. Rural, Santa Maria, v. 34, n. 4, p. 1315-1320, ago. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 84782004000400058&lng=en&nrm=iso. Acesso 28 set. 2020. FRANCO, B. D. G.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu, 2008. JAY, J. M. Microbiologia de alimentos. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. LAMAITA, H. C. et al. Contagem de Staphylococcus sp. e detecção de enterotoxinas estafilocócicas e toxina da síndrome do choque tóxico em amostras de leite cru refrigerado. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., Belo Horizonte, v. 57, n. 5, p. 702-709, 2005. 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