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1 2 SUMÁRIO 1 TERAPIA NUTRICIONAL ........................................................................... 4 2 NORMAS PARA TERAPIA NUTRICIONAL ................................................ 5 2.1 Normas gerais ...................................................................................... 6 2.2 Normas específicas .............................................................................. 7 3 CONSULTA PÚBLICA SOBRE PORTARIAS QUE ORGANIZAM A TERAPIA NUTRICIONAL .......................................................................................... 10 4 BENEFÍCIOS DO PROCESSO DE QUALIDADE NA TERAPIA NUTRICIONAL .......................................................................................................... 12 5 PLANO DE TERAPIA NUTRICIONAL ...................................................... 14 6 TRATAMENTO NUTRICIONAL ................................................................ 16 7 TERAPIA NUTRICIONAL DO PACIENTE CRÍTICO ................................ 18 7.1 Recomendações nutricionais ............................................................. 19 7.2 Recomendações de energia e macronutrientes ................................. 20 8 TERAPIA NUTRICIONAL NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA HOSPITALAR . .................................................................................................................. 21 9 OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL NOS PACIENTES OBESOS EXTREMOS HOSPITALIZADOS COM ENFERMIDADE AGUDA? .......................... 24 10 BELEZA, CORPO E ESTÉTICA ............................................................ 25 11 ALIMENTAÇÃO E ESTÉTICA ............................................................... 28 11.1 A beleza está no prato. ................................................................... 29 12 ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL .................................................. 29 13 ALIMENTAÇÃO E ESTÉTICA: VEJA COMO OS NUTRIENTES AJUDAM A NOS DEIXAR MAIS BONITOS .............................................................................. 32 14 ALIMENTOS FUNCIONAIS E A ESTÉTICA .......................................... 33 14.1 Alimentos funcionais e os cabelos .................................................. 34 14.2 Alimentos funcionais/ nutrientes e a pele ........................................ 36 3 14.3 Alimentos funcionais/ nutrientes e as unhas ................................... 37 14.4 Alimentos funcionais e a celulite ..................................................... 38 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 40 4 1 TERAPIA NUTRICIONAL Fonte: unidospelanutricaoclinica.com.br As terapias de nutrição enteral (NE) e parenteral (NP) compreendem um conjunto de procedimentos terapêuticos (Agência Nacional de Vigilância Sanitária,2000). O uso dessas terapias implica necessariamente na seleção, preparo e administração de fórmulas enterais e parenterais em um ambiente especialmente desenvolvido para esse objetivo. Também pressupõe a disponibilidade de profissionais da saúde adequadamente treinados e qualificados para prescrever e participar de um trabalho multidisciplinar. A pratica dessas terapias é considerada em programa de saúde que exigem sua implementação em unidades hospitalares, despesas envolvidas em controle de qualidade e possíveis complicações tais como aquelas relacionadas à contaminação de formulas enterais e parenterais (Silva,1995). A Nutrição Enteral (NE) abrange o suporte nutricional para pacientes incapazes de consumir nutriente suficientes por via oral. A via enteral é a primeira opção terapêutica na intervenção nutricional, preservando da estrutura fisiológica do trato gastrintestinal (TG), pode modificar a resposta de estresse e melhorar a evolução clinica final do paciente. A TNE objetiva manter ou recuperar o estado nutricional do paciente e quando empregada em pacientes graves, visa fornecer substratos para 5 atender a demanda de nutrientes (Neto,1993). As dietas enterais artesanais constituíram um marco na nutrição enteral, surgiram várias tentativas de definir fórmulas que pudessem ser empregadas com segurança na prática clínica. O custo quase sempre elevado das dietas industrializadas e o reduzido orçamento dos hospitais, exige dos nutricionistas a opção pela dieta artesanal, num exercício da técnica dietética (Henriques & Rosado, 1999). Reconhecida a necessidade do suporte nutricional, a alimentação enteral é apropriada para indivíduos cuja a ingestão oral é inadequada ou insuficiente para atender as necessidades nutricionais, (Cuppari, 2002). Há necessidade na maioria das vezes de requerimentos maior de alguns oligoelementos em razão das variações em seus níveis em resposta ao trauma, às infecções e possivelmente a uma série de outras circunstâncias clínicas (Serpa et al, 2003; Monteiro et al, 2004). O valor nutricional de uma alimentação enteral é essencial para a terapia de um pacienta. Os níveis de nutrientes, razões de macro e micronutrientes e a densidade calórica, devem ser estabelecidos sob medida para atender as necessidades de cada paciente (waitzberg,2000). O suporte nutricional iniciado precocemente pode auxiliar na redução da frequência e severidade das manifestações clínicas da doença, prevenindo a desnutrição e melhorando a qualidade de vida dos pacientes imunodeprimidos, geralmente apresentam alterações celulares que impedem o fornecimento e a assimilação adequada de nutrientes, resultando em perda ponderal e deterioração do estado nutricional. Com a evolução da doença o paciente passa apresentar infecções oportunistas e manifestações decorrentes do hipermetabolismo da desnutrição proteico-calórica, com perdas acentuadas do peso corporal e da massa muscular (Augusto & Zuccaro et al, 1999). 2 NORMAS PARA TERAPIA NUTRICIONAL Considerando as modalidades existentes na Terapia Nutricional (Nutrição Enteral, Nutrição Oral Especializada e Nutrição Parenteral), deverão ser observadas as seguintes normas: I- Normas Gerais II- Normas Específicas 6 1. Nutrição Parenteral 2. Nutrição Enteral 3. Nutrição oral 2.1 Normas gerais a) Desenvolver ações de apoio e ensino para o usuário e família na Terapia Nutricional, tendo em vista a obtenção de sua participação em nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar. b) Planejar e implementar ações que visem a redução de riscos e a potencialização dos resultados da Terapia Nutricional. c) Promover meios que assegurem o processo interativo da Equipe de Enfermagem na Terapia Nutricional (EMTN). d) Orientar o usuário quanto à utilização da Terapia Nutricional em nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar, destacando: d.1. Terapia, seus objetivos e riscos, quanto a importância da sua durante todo processo. d.2. A via de administração da Terapia Nutricional, técnica de inserção, via de acesso e as possíveis intercorrências que possam advir. Enfatizar que possíveis intercorrências deverão ser comunicadas de imediato a equipe de enfermagem. e) Sistematizar a Assistência de Enfermagem na Terapia Nutricional. f) Administrar e controlar a infusão de soluções nutritivas, calculando o seu gotejamento; registrando início e término da infusão, bem como as intercorrências. No caso de uso de bomba infusora, programar volume e gotejamento da solução a ser infundida . g) Comunicar à equipe Multiprofissional, as intercorrências relacionadas à Terapia Nutricional. h) Elaborar protocolos de assistência, interligados à Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN). i) Treinar e supervisionar a equipe de Enfermagem (Enfermeiro, Técnico e Auxiliar de Enfermagem), para atuação específica em Terapia Nutricional. j) Preparar o usuário para o auto cuidado e a família da Terapia Nutricional domiciliar, mantendo a supervisãoe avaliação pertinentes. 7 k) Participar do processo de aquisição de materiais utilizados na Terapia Nutricional. l) Desenvolver e participar de pesquisas relacionadas com a Terapia Nutricional, observando os preceitos éticos. m) Desenvolver, rever e atualizar regularmente os procedimentos relativos ao cuidado com o usuário em Terapia Nutricional. 2.2 Normas específicas 1. NUTRIÇÃO PARENTERAL- NP Compete ao profissional Enfermeiro: 1.1 - Sistematizar a Assistência de Enfermagem em Nutrição Parenteral. 1.2 - Orientar o usuário, a família ou responsável legal, quanto à utilização e controle da Terapia Nutricional. 1.3 - Preparar o material, o usuário e o local para inserção do cateter intravenoso central. 1.4 - Proceder ou assegurar a punção venosa periférica, inserindo o cateter periférico central (PICC), desde que habilitado e/ou capacitado para o procedimento de acordo com a Resolução COFEN Nº 260/2001. 1.5 - Assegurar a manutenção e permeabilidade da via de administração da Nutrição Parenteral. 1.6 - Receber a solução parenteral da farmácia e assegurar a sua conservação até a completa ministração. 1.7 - Proceder à inspeção visual da solução parenteral antes de sua infusão. 1.8 - Avaliar e assegurar a instalação da solução parenteral observando as informações contidas no rótulo, confrontando-as com a prescrição. 1.9 - Avaliar e assegurar a administração da solução parenteral, observando os princípios de assepsia, de acordo com as Boas Práticas de Administração de Nutrição Parenteral (BPANP) constantes da Portaria nº. 272 - ANVISA, de 08 de abril de 1998. 1.10 - Assegurar a infusão do volume prescrito, através do controle rigoroso do gotejamento, de preferência com uso de bomba de infusão. 8 1.11 - Detectar, registrar e comunicar Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional ou ao médico responsável pelo paciente as intercorrências de qualquer ordem técnica e/ou administrativa. 1.12 - Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e a evolução do usuário, quanto aos dados antropométricos, sinais vitais, balanço hídrico, glicemia, entre outros. 1.13 - Efetuar e/ou supervisionar a troca do curativo do cateter venoso, com base em procedimentos pré-estabelecidos. 1.14 - Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores. 1.15 - Elaborar, normatizar e executar procedimentos de enfermagem relacionados à Terapia Nutricional. 1.16 - Zelar pelo perfeito funcionamento das bombas de infusão. 1.17 - Assegurar que qualquer outra droga, solução ou nutrientes prescritos, não sejam infundidos na mesma via de administração da solução parenteral, sem a autorização formal da equipe Multiprofissional de Nutrição Parenteral. 2. NUTRIÇÃO ENTERAL - NE Compete ao profissional Enfermeiro: 2.1 - Sistematizar a Assistência de Enfermagem na Terapia de Nutrição Enteral a nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar. 2.2 - Orientar o usuário, a família e o responsável legal quanto a utilização e controle da Terapia de Nutrição Enteral. 2.3 - Preparar o material o usuário, e o ambiente para acesso enteral. 2.4 - Assumir o acesso ao trato gastrointestinal (sonda com fio-guia introdutor e transpilórica), assegurando o posicionamento adequado por avaliação radiológica. 2.5 - Assegurar a manutenção e permeabilidade da via de administração. 2.6 - Receber a solução enteral e assegurar a sua conservação até a completa administração. 2.7 - Proceder à inspeção visual da solução enteral antes de sua administração. 9 2.8 - Avaliar e assegurar a administração da solução enteral observando as informações contidas no rótulo, confrontando-as com a prescrição. 2.9 - Avaliar e assegurar a administração da solução enteral, observando os princípios de assepsia, de acordo com as Boas Práticas de Administração de Nutrição Enteral (BPANE) contidas na Resolução - RDC nº. 063 - ANVISA, de 06 de julho de 2000. 2.10 - Detectar, registrar e comunicar à equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional e/ou ao médico responsável pelo usuário, as intercorrências de qualquer natureza. 2.11 - Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e à evolução do usuário quanto aos dados antropométricos, sinais vitais, tolerância digestiva, glicemia e outros que se fizerem necessários. 2.12 - Garantir a fixação da sonda enteral. 2.13 - Garantir que a troca da sonda naso enteral e equipos, sejam realizados conforme procedimentos pré-estabelecidos pela equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional, em consonância com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - (CCIH). 2.14 - Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores. 2.15 - Elaborar, normatizar e executar os procedimentos de enfermagem relacionados à Terapia Nutricional Enteral. 2.16 - Participar do processo de aquisição de materiais utilizados na Terapia Nutricional Enteral. 2.17 - Zelar pelo perfeito funcionamento das bombas de infusão. 2.18 - Assegurar que qualquer outra droga prescrita seja preferencialmente administrada na via lateral da sonda não enteral, conforme procedimentos pré- estabelecidos. 2.19 - Assegurar a adequada permeabilidade e integridade do estoma utilizado para infusão de solução enteral. 3. NUTRIÇÃO ORAL ESPECIALIZADA - NOE Compete ao profissional Enfermeiro. 10 3.1 - Sistematizar a Assistência de Enfermagem na Nutrição Oral Especializada, a nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar. 3.2 - Na ausência do profissional fonoaudiólogo, avaliar as condições de deglutinação antes de ofertar a dieta e/ou suplemento. 3.3 - Estimular e registrar quantitativamente a ingesta da dieta e/ou suplemento ofertado. 3.4 - Avaliar a tolerância gastrointestinal ao suplemento nutricional. 3.5 - Manter rigorosamente a oferta do suplemento nutricional nos horários estipulados na prescrição dietética. 3.6 - Avaliar a resolutividade do procedimento considerando possível necessidade de suplemento nutricional. 3.7 - Comunicar e interagir com a Nutricionista quanto a aceitação oral da dieta e/ou suplemento. 3.8 - Identificar e registrar fatores que aumentem o catabolismo do usuário, tais como: Úlcera de decúbito; febre; diarreia; perdas hídricas; sinais de infecção; imobilidade prolongada, fornecendo subsídios para interagir com a Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional, na adequação da oferta nutricional. 3 CONSULTA PÚBLICA SOBRE PORTARIAS QUE ORGANIZAM A TERAPIA NUTRICIONAL Duas Portarias do Ministério da Saúde sobre Terapia Nutricional serão avaliadas até dia 9 de agosto por meio de consulta pública aberta pelo governo. É importante participar. Desde outubro de 2011, o Ministério da Saúde vem assumindo o compromisso de organizar a Terapia Nutricional na Rede de Atenção à Saúde. Nesse sentido, verificou-se a necessidade de revisar a Portaria SAS nº120, de 14 de abril de 2009, que aprova Normas de Classificação e Credenciamento/ Habilitação dos Serviços de Assistência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional Enteral e Enteral/ Parenteral, e de elaborar portaria com diretrizes para a organização da Terapia Nutricional na RAS. A minuta de portaria sobre a organização da terapia nutricional na RAS estabelece diretrizes para a organização da terapia nutricional e atribuições gerais dos 11 pontos de atenção, com objetivo de organizar e qualificar a atenção em terapia nutricional no âmbito do SUS, articulando a atenção, a prevenção de agravos e promoção da saúde, estabelecendo vínculos e participação coletiva no processo, estimulando a produção de novos modos de cuidar e novas formas de organizar o trabalho para alémdo âmbito hospitalar. A proposta da Portaria nº120/2009 revisada indica alinhamento das definições técnicas, inclusão dos indicadores de qualidade da terapia nutricional, inclusão da orientação nutricional na alta hospitalar, do procedimento terapia nutricional oral e da troca de sonda de ostomia, equipe multiprofissional complementar, compatibilidades de cateteres para a nutrição parenteral, avaliação e revisão dos valores dos procedimentos da terapia nutricional da tabela do SUS e, reitera a necessidade da triagem e avaliação nutricional, indicação e acompanhamento nutricional na atenção especializada hospitalar. A alimentação e nutrição são requisitos básicos para a promoção e proteção da saúde, constituindo-se como um de seus fatores determinantes e condicionantes. A organização da atenção nutricional no SUS é norteada pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), a qual também orienta que o perfil epidemiológico do território deve ser base para a definição de prioridades para ações. A desnutrição e obesidade, assim como as doenças crônicas não transmissíveis e as necessidades alimentares especiais são consideradas demandas para a organização da atenção nutricional. Existem inúmeras patologias e agravos à saúde que, assim como as próprias fases do curso da vida, podem causar mudanças nas necessidades alimentares de cada indivíduo. As necessidades alimentares especiais são definidas na PNAN como necessidades alimentares, sejam restritivas ou suplementares, de indivíduos portadores de alteração metabólica ou fisiológica que cause mudanças, temporárias ou permanentes, relacionadas à utilização biológica de nutrientes ou a via de consumo alimentar (enteral ou parenteral). O aumento da população idosa, do número de pessoas com doenças crônicas e de vítimas de acidentes de trânsito e de situações de violência podem ter como consequência alterações clínicas relacionadas à deglutição e/ou integridade do trato gastrointestinal. Em muitos desses casos é necessária via alternativa e atenção diferenciada quanto à alimentação, que pode ser permanente ou temporária. 12 Esse cenário tem demandado ao SUS a organização de Redes de Atenção à Saúde (RAS) capazes de atender tanto às condições crônicas quanto às agudas (urgências e emergências), além de realizar ações de promoção da saúde, prevenção e vigilância de doenças e agravos, bem como de seus fatores de risco. 4 BENEFÍCIOS DO PROCESSO DE QUALIDADE NA TERAPIA NUTRICIONAL Fonte: crn2.com.br O processo de Qualidade na Terapia Nutricional é de extrema importância para a recuperação de pacientes nos ambientes hospitalares, especialmente na UTI. Por isso, é necessário conhecer esse recurso e saber aplicá-lo de forma a garantir os benefícios da alimentação de acordo com a intercorrência de cada paciente. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a qualidade é definida como um conjunto de atributos que inclui um nível de excelência profissional, o uso eficiente de recursos, um mínimo de risco ao usuário, um alto grau de satisfação por parte dos clientes, considerando-se essencialmente os valores sociais existentes. E de acordo com a SBNPE (Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral) todos os pacientes em Terapia Nutricional (TN) devem ser monitorados de maneira rotineira e essa avaliação deve garantir ao paciente o acesso ao melhor que a terapia pode lhe oferecer, tendo como resultado a recuperação clínica a custos baixos. O profissional nutricionista especializado para cuidar da Nutrição https://www.iespe.com.br/blog/nutricao-hospitalar-na-uti/ https://www.iespe.com.br/pos-graduacao-faculdade-redentor/nutricao/nutricao-hospitalar-aplicada-uti/ 13 Hospitalar do paciente acumula uma série de capacidades que permitem esse tipo de abordagem e é importante conhecer também outros recursos que já abordamos aqui no Blog, como a avaliação e a triagem nutricional, que serão utilizados para possibilitar esses benefícios. Estabelecer procedimentos de terapia nutricional que possam conferir benefícios e agregar valores aos clientes atendidos é o objetivo principal da terapia nutricional. Como consequência, temos a materialização desses benefícios em melhorias do estado nutricional do paciente, sendo eu critico ou não. Confira alguns dos principais objetivos/resultados desse trabalho: Estancar as perdas de massa muscular e adiposa Recuperar o estado de hidratação do paciente e buscar manter o equilíbrio hidroeletrolítico Melhorar as taxas de glicemia Melhorar as taxas de proteínas séricas Evitar ou diminuir edemas Fechar ou evitar feridas e facilitar a cicatrização Atuar na recuperação das hemácias e eritrócitos Manter ações nutricionais para controle das taxas de creatinina Manter ações nutricionais para controle das taxas lipídicas como colesterol e triglicerídeos Ganho de peso contínuo Manter hábitos intestinais e evitar intercorrências como vômito ou diarreia Gerar maior resistência às infecções Atuar nas deficiências nutricionais especificas e prover todos os nutrientes, calorias, proteínas, lipídios, carboidratos, vitaminas, minerais, fibras, considerando a condição clínica e o grau de severidade da patologia do paciente Recuperar o estado nutricional ou corrigir distorções nutricionais Evitar eventos adversos provenientes da própria terapia nutricional ou da manipulação para as infusões das dietas https://www.iespe.com.br/pos-graduacao-faculdade-redentor/nutricao/nutricao-hospitalar-aplicada-uti/ https://www.iespe.com.br/blog/nutricao-hospitalar/ https://www.iespe.com.br/blog/avaliacao-nutricional/ https://www.iespe.com.br/blog/triagem-nutricional/ 14 São vários os objetivos a serem alcançados e muitos têm seu ponto crítico de sucesso. Por isso, é impossível alcançar essas metas sem ter um processo de qualidade. O assunto ocupa um alto nível de interesse e todas as instituições de saúde praticam algum tipo de processo de qualidade. No entanto, esse procedimento deve ser contínuo e ascendente. E quando se fala de paciente critico, as práticas de terapia nutricional têm que estar alicerçadas em critérios e requisitos de qualidade. 5 PLANO DE TERAPIA NUTRICIONAL Fonte: aprendernutrir.com.br A finalidade primordial de uma terapia nutricional é estabilizar ou aumentar o peso do paciente e melhorar o seu estado nutricional. Isso significa garantir que a ingestão total de nutrientes do paciente forneça energia, proteínas, micronutrientes e fluido suficientes para atender às necessidades individuais do paciente.1 Outros objetivos da terapia nutricional incluem manter as funções imunológicas e prevenir complicações metabólicas. Ao desenvolver um plano de terapia nutricional, são recomendadas as seguintes etapas: Definir as metas nutricionais do paciente Definir as necessidades nutricionais do paciente Definir o suporte nutricional e implementar um plano de terapia nutricional https://www.unidospelanutricaoclinica.com.br/pt-br/plano-de-terapia-nutricional-2#footnote1_4z1gbru 15 Definir a(s) via(s) de nutrição Definir as metas nutricionais do paciente A primeira etapa ao desenvolver-se um plano de terapia nutricional e definir a meta nutricional para o paciente. Para alguns pacientes, isso pode significar a estabilização do peso corporal. Para outros, pode significar aumento do peso corporal. A meta de peso e índice de massa corporal (IMC) deve ser determinada. A segunda etapa ao desenvolver-se um plano de terapia nutricional e definir a meta nutricional específica do paciente. Necessidades energéticas, ingestão de proteína e fluido devem ser todos calculados. Definir o suporte nutricional e implementar um plano de terapia nutricional. A terceira etapa é avaliar a ingestão nutricional do paciente e compará-la com as exigências clinicamenteestabelecidas. Isso revelará quaisquer lacunas energéticas do paciente e informará as necessidades de suplemento necessárias para preenche-las. Se houver desnutrição relacionada a doença, pode-se usar uma série de estratégias, como fortificação alimentar ou o uso de nutrição enteral ou parenteral. De acordo com as Diretrizes de Alimentação Enteral da Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo (ESPEN, na sigla em inglês)3, o termo “nutrição enteral” é utilizado para descrever todas as formas de suporte nutricional que envolvem o uso de “alimentos dietéticos para fins medicinais específicos” independentemente da via de administração. A Nutrição Enteral, portanto, inclui suplementos nutricionais orais (SNO) e alimentação enteral por sonda nasoenteral, jejunal ou percutânea. O termo “nutrição parenteral” (também conhecido como nutrição intravenosa) é utilizada para descrever a infusão intravenosa de nutrientes diretamente na circulação sistêmica, contornando o trato gastrointestinal (GI). Quando a suplementação é necessária a seguir, um guia aproximado de um plano de tratamento para suplementação: Se 100% das necessidades são atendidas, não há lacuna energética e não é necessária suplementação. Se 75% a menos de 100% das necessidades forem atendidos, há uma lacuna energética de menos de 25%, o que requer energia e proteína de alimentos ricos fortificados e suplementos nutricionais orais. https://www.unidospelanutricaoclinica.com.br/pt-br/plano-de-terapia-nutricional-2#footnote3_1xb398a 16 Se 50% a menos de 75% das necessidades forem atendidas, há uma lacuna energética de pelo menos 25%, o que requer suplementos nutricionais orais. Se menos de 50% das necessidades forem atendidas, a lacuna energética pode ser suplementada por uma dieta rica em energia e proteína com alimentação suplementar ou total por meio de sonda. A substituição de fluido pode ser necessária se um paciente não receber fluidos adequados dos alimentos que consome. O conteúdo de fluido de SNO/alimentação por sonda ou nutrição parenteral (NP) também deve ser incluído nos cálculos. As necessidades de substituição de fluido são iguais às necessidades totais de fluido menos a ingestão de fluido. A quarta etapa no desenvolvimento de um plano de terapia nutricional é determinar a melhor via ou vias de nutrição. A regra de ouro é: “se o intestino funciona, use-o”. No entanto, a nutrição parenteral suplementar ou total por meio de um acesso central ou periférico é indicada quando as exigências nutricionais não podem ser atendidas por meio de alimentação oral ou enteral. 6 TRATAMENTO NUTRICIONAL Fonte: saudenocorpo.com Em primeiro lugar temos que nos assegurar que a absorção dos nutrientes necessários ocorra efetivamente. Portanto é extremamente importante que o intestino 17 esteja em pleno funcionamento. Para isso devem-se incluir na alimentação, cereais integrais (farelo de aveia, gérmen de trigo, arroz integral e etc), frutas, verduras e legumes variados, além de um grande consumo de água, sucos e etc. em alguns casos podem ser necessário um tratamento específico para restabelecer a flora microbiana intestinal, todavia, para isso é necessária orientação de um nutricionista. Quando falamos em tratamento estético, devemos partir do princípio de uma alimentação anti-inflamatória, uma vez que a alimentação habitual (carnes gordas, leite integral, alimentos refinados, doces, bebidas alcoólicas, embutidos e enlatados), são pró-inflamatórios, ou seja, favorecem o aparecimento da inflamação. Vale lembrar que a inflamação contínua (crônica) pode causar alterações celulares, e contribuir para o surgimento de algumas doenças. Essa inflamação contínua apesar de ser extremamente perigosa, pode ser modulada pela alimentação e por hábitos de vida saudáveis. Uma alimentação baseada em alimentos anti-inflamatórios, reduz a inflamação, favorece a saúde e previne danos aos tecidos. Existe uma grande variedade de alimentos que podem ser incorporados ao hábito alimentar, para que haja o benefício não só anti-inflamatório, mas também antioxidante. Os principais são: - Peixes: os peixes são fontes de proteínas leves, e apenas por isso já deveriam ser mais utilizados na alimentação habitual, claro que em preparações adequadas (grelhados, ensopado com legumes e etc.). No caso dos peixes de água salgada e profunda (salmão, atum, arenque sardinha e etc.), podemos aproveitar a grande quantidade de Ômega 3 que eles possuem. -Hortaliças: As hortaliças são fontes indispensáveis de muitas vitaminas, minerais e fibras. Os folhosos de cor verde-escuro são riquíssimos em nutrientes que combatem a inflamação e os radicais livres. Hortaliças de cor alaranjada são fontes de betacaroteno, um excelente antioxidante. O ideal é que se faça um rodízio das hortaliças, para que se consiga uma maior quantidade de nutrientes. -Frutas: Assim como as hortaliças é importante que haja uma variação constante das frutas consumidas. Frutas cítricas são fontes de vitamina C que atua como antioxidante. Frutas vermelhas além da ação antioxidante atuam também contra a inflamação. 18 - Castanhas: As castanhas de caju, castanha do Pará, amêndoas, nozes, são alimentos ricos em selênio, que atua como antioxidante, além de possuírem boas gorduras. - Sementes/Integrais: A linhaça, assim como os peixes de água salgada e profundas, é rico em Ômega 3. Gergelim, rico em cálcio e fósforo, e gordura de boa qualidade. O gérmen de trigo tem ação protetora contra a poluição. Quinua excelente fonte de proteínas, gorduras boas, grande quantidade de vitaminas, fibras e minerais. De tudo o que foi colocado aqui, é importante frisar que os anti-inflamatórios são para reduzir a inflamação no organismo, ou seja, são benéficos para acnes e celulite, principalmente; os alimentos antioxidantes agem contra os radicais livres, que favorecem o processo do envelhecimento precoce; e as fibras tem papel muito importante no aumento da saciedade e por consequência na redução de peso, além de alimentarem as bactérias intestinas, garantindo ainda mais a saúde como um todo. Aliada a alimentação devem estar os tratamentos estéticos (drenagem linfática, manthus e etc.), atividade física e adoção de hábitos de vida mais saudáveis (não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas), tudo isso para garantir uma maior eficácia dos resultados. Procurando um nutricionista capacitado, você ainda pode contar com os benefícios da fitoterapia, que tem grandes benefícios em tratamentos estéticos. 7 TERAPIA NUTRICIONAL DO PACIENTE CRÍTICO Um paciente é considerado crítico/grave quando se encontra em risco iminente de perder a vida ou função de órgão/sistema do corpo, bem como aquele em frágil condição clínica decorrente de trauma ou outras condições relacionadas a processos que requeiram cuidado imediato clínico, cirúrgico, gineco-obstétrico ou em saúde mental. O paciente crítico internado numa UTI está numa situação de estresse na qual suas necessidades básicas são afetadas, uma delas, a nutricional. Isso ocorre porque, como parte da resposta metabólica ao trauma/sepse/doença aguda, o gasto energético basal aumenta, levando a um intenso catabolismo, ou seja, há grande perda calórica. Dessa forma, ele tem necessidades nutricionais complexas e precisa de Terapia Nutricional intensiva. Vários estudos são realizados todos os anos a respeito 19 de nutrição em pacientes críticos. Um deles publicado na revista Critical Care, em 2014, e associou o baixo nível da área de massa muscular avaliado por tomografia computadorizada a mortalidade em pacientes críticos que estão em ventilação mecânica. Fonte:prodiet.com.br No caso de pacientes acima de 80 anos, um estudo holandês divulgado na 39ª edição do Congresso Europeu de Nutrição Clínica (ESPEN), em 2017, associou a porcentagem de massa muscularcom complicações e morte hospitalar. No grupo com baixa massa muscular, 45% tiveram complicações e 23% faleceram no hospital, contra 15% e 4%, respectivamente, no grupo com massa muscular normal. A maioria das evidências científicas aponta que o estado nutricional interfere diretamente na evolução clínica, com diminuição da morbidade, diminuição da resposta catabólica, incremento do sistema imune, manutenção da integridade funcional do trato gastrointestinal, além de contribuir para um menor tempo de internação em unidade fechada com consequente redução no custo do tratamento. 7.1 Recomendações nutricionais Após feitas diversas avaliações, considerando vários aspectos do paciente, inicia-se a Terapia Nutricional nos pacientes críticos. Neste contexto, são consultados os guidelines, revisões clínicas práticas publicadas por sociedades de nutrição para o 20 manejo nutricional do paciente, como a Sociedade Americana de Nutrição Enteral Parenteral (ASPEN), Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabólica (ESPEN) e as Diretrizes Brasileiras em terapia Nutricional (DITEN). Nelas, existem as recomendações de energia e macronutrientes, como proteínas, carboidratos e lipídios, para diversos tipos de pacientes, incluindo os críticos e graves. Segundo a DITEN, existem fortes evidências de que a desnutrição é causa e efeito de doenças graves, e não uma consequência, como se costumava acreditar há poucos anos. Subestimá-la traria, portanto, sérios problemas ao paciente. Além disso, diz o Projeto, a Terapia Nutricional (TN) deve ser instituída nas primeiras 24-48 horas, especialmente em pacientes com diagnóstico de desnutrição e (ou) catabolismo intenso decorrente do quadro patológico. A entidade também afirma que os benefícios do suporte nutricional enteral têm sido observados em pacientes que recebem pelo menos 50% a 65% das necessidades calóricas estimadas durante a primeira semana de internação. 7.2 Recomendações de energia e macronutrientes A mais recente diretriz, organizada pela Society of Critical Care Medicine (SCCM) e Sociedade Americana de Nutrição Enteral Parenteral (ASPEN), em 2016, recomenda que, para a estimativa das necessidades energéticas de pacientes graves, seja usada a fórmula de bolso com base na proporção de 25 – 30 Kcal/Kg/dia (quando o uso de calorimetria indireta estiver indisponível). Além disso, as entidades alertam para a importância de reavaliações regulares conforme as alterações do quadro clínico. Já a DITEN, recomenda a oferta de 20 a 25 kcal/kg/dia a pacientes graves, respeitando a tolerância do paciente. Tratando-se da distribuição dos macronutrientes, o destaque é do aporte proteico, o qual deve corresponder a valores entre 1.2 – 2.0 g/Kg/dia (ASPEN) considerando o peso atual e o grau de estresse do organismo, sendo que as proporções de carboidratos e lipídeos devem seguir as tradicionais recomendações do público geral. De acordo com a SCCM e a ASPEN, é importante ressaltar que na terapia nutricional do paciente crítico deve ser priorizado o aporte proteico frente ao aporte energético por conta de sua atuação na redução da mortalidade. Para a DITEN, é 21 importante observar se há necessidade da adequação da oferta energética ao se decidir a oferta proteica, pois caso o suprimento energético esteja abaixo das necessidades, a proteína será utilizada como principal fonte energética. 8 TERAPIA NUTRICIONAL NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA HOSPITALAR Na Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan), na primeira diretriz “Organização da Atenção Nutricional”, a atenção nutricional é definida como cuidados relativos à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento de agravos, devendo estar associados às demais ações de atenção à saúde do SUS para indivíduos, famílias e comunidades, contribuindo para a conformação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados (BRASIL, 2012). O Ministério da Saúde, em 2009, publicou a Portaria nº 120/SAS/MS, de 14 de abril, que conceituou a Assistência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional (papéis e qualidades técnicas necessárias), estabelecendo critérios e rotinas para habilitar serviços no atendimento para a assistência nutricional; subsidiando tecnicamente o controle e a implantação de serviços hospitalares; estabelecendo uma nova conformação para a Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Materiais Especiais do SUS e instituindo a necessidade de Protocolos de Triagem e Avaliação Nutricional e Protocolos de Indicação e Acompanhamento Nutricional. A terapia nutricional tem como principais objetivos prevenir e tratar a desnutrição, preparar o paciente para o procedimento cirúrgico e clínico, melhorar a resposta imunológica e cicatricial, modular a resposta orgânica ao tratamento clínico e cirúrgico, prevenir e tratar as complicações infecciosas e não infecciosas decorrentes do tratamento e da doença, melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzir o tempo de internação hospitalar, reduzir a mortalidade e, consequentemente, reduzir custos hospitalares (MCCLAVE et al., 2013; DROVER et al., 2011; WAITZBERG et al., 2006). Estudos realizados apontam que parte dos indivíduos não se alimenta corretamente no período de internação hospitalar, levando à desnutrição, ao aumento das complicações e, consequentemente, ao aumento dos custos de internação para o SUS. 22 No Brasil, a desnutrição representa o fator de risco de morte mais importante em adultos entre 60 e 74 anos vivendo na comunidade, e essa associação se mostrou ainda mais forte em indivíduos acima de 75 anos de idade (FERREIRA et al., 2011). Outro dado importante é que muitos pacientes já chegam às unidades de internação apresentando desnutrição, aproximadamente 50% dos pacientes admitidos (CRISTAUDI et al., 2011; AGUILAR-NASCIMENTO et al., 2011), podendo chegar a 80% em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, pâncreas e do trato gastrointestinal (MENDELSOHN et al., 2012; ARGILÉS, 2005; PINHO; TARTARI, 2011). Na Europa, a desnutrição relacionada à doença é altamente prevalente, havendo 20 milhões de pacientes desnutridos, o que custa para os governos europeus 120 bilhões de euros por ano (LJUNGQVIST; MAN, 2009; LJUNGQVIST et al., 2010). Estudos europeus mais específicos sobre idosos vivendo na comunidade mostraram que a prevalência de desnutrição associada à doença varia de 19% na Rússia até 84% na Irlanda (FREIJER et al., 2012). Infelizmente, os dados brasileiros sobre desnutrição são ainda mais negativos que os europeus. Um estudo descritivo, realizado na Escola Nacional de Saúde Pública, verificou que, no Brasil, entre 1980 e 1997, ocorreram 36.955 óbitos por desnutrição em idosos. Desse total, a maioria ocorreu na faixa etária de 70 anos e mais (OTERO et al., 2002). No idoso, a perda de massa muscular característica dessa etapa (sarcopenia), em geral, está associada à desnutrição, que, por sua vez, relaciona-se com o aumento da susceptibilidade às infecções, maior taxa de mortalidade e redução da qualidade de vida. Entretanto, a desnutrição é frequentemente ignorada, pois é vista, erroneamente, como parte do processo normal de envelhecimento (OTERO et al., 2002). De acordo com estudo multicêntrico realizado com base nos dados da pesquisa coordenada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), denominada Saúde, bem-estar e envelhecimento (Sabe), em que foram avaliados idosos residentes no domicílio na cidade de São Paulo no ano 2000, a prevalência de desnutrição foi de 2,2% (n=15.600) e o risco de desnutrição foi de 23,1% (n=161.511), ou seja, ¼ (25,3%) da população apresentava algum déficit do ponto de vista nutricional. O mesmo estudo também verificou que a probabilidade de o idoso apresentar 23 desnutrição aumenta de forma significativa com a idade, confirmandoque a idade é fator de risco para desnutrição (ALVES, 2006). Assim como os idosos, as crianças também constituem um grupo etário que merece atenção do ponto de vista nutricional. De acordo com estudo organizado pelo MS/Opas e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que avaliou a prevalência de desnutrição em 904 crianças hospitalizadas de nove capitais brasileiras (Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Pará e Brasília) no ano 2000, 16,3% das crianças apresentaram baixo peso/estatura e 30% baixa estatura para idade na admissão, sendo que 56,7% não tinham registro no prontuário do estado nutricional e da terapia nutricional adotada (SARNI; MUNEKATA, 2002). A desnutrição pode afetar adversamente a evolução clínica de pacientes hospitalizados, aumentando a incidência de infecções, doenças associadas e complicações pós-operatórias, prolongando o tempo de permanência e os custos hospitalares (NORMAN et al., 2008). A identificação da desnutrição constitui importante objetivo de atenção ao tratamento global do paciente internado. Um diagnóstico adequado é essencial para que a terapia nutricional individualizada seja iniciada o mais brevemente possível (BEGHETTO et al., 2008). Estudo multicêntrico, transversal, foi realizado em hospitais em diferentes regiões geográficas do Brasil (2009 a 2011). Conforme a Avaliação Global Subjetiva (AGS), a prevalência de úlcera por pressão (UP) foi de 16,9%, sendo que 52,4% dos pacientes avaliados estavam desnutridos. De acordo com esse estudo, a desnutrição é um dos fatores de risco mais importantes, associados com o desenvolvimento e a gravidade de UP em hospitais. O estudo revela, ainda, que os pacientes que estão desnutridos são mais propensos a desenvolver UP (BRITO; GENEROSO; CORREIA, 2013). Critérios para detectar o risco nutricional na admissão e durante a permanência no hospital são necessários e devem ser implementados nos procedimentos de rotina hospitalar, uma vez que a depleção nutricional pode ocorrer durante a internação. Por meio do estudo Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar (Ibranutri), foi possível detectar a progressão da desnutrição durante a internação hospitalar. De acordo com esse estudo, a desnutrição chegou a atingir 61,0% dos pacientes quando se prolongou por mais de 15 dias, sendo que na admissão acometia 31,8% destes indivíduos (WAITZBERG; CAIAFFA; CORREIA, 2001). 24 A desnutrição em indivíduos internados é resultado de uma série de fatores, podendo estar associada à doença e/ou ao tratamento. O consumo alimentar inadequado é uma das principais causas e está relacionado com várias situações clínicas que podem causar perda de apetite ou dificultar a ingestão de alimentos, além de procedimentos de investigação e tratamento que demandam a necessidade de jejum e/ou alterações na composição da dieta. Detecção e intervenção inadequadas também podem resultar no agravamento do estado nutricional durante a internação (AQUINO; PHILIPPI, 2012). 9 OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL NOS PACIENTES OBESOS EXTREMOS HOSPITALIZADOS COM ENFERMIDADE AGUDA? Os efeitos adversos da obesidade sobre todo o organismo estão bem estabelecidos e, portanto, o objetivo e as estratégias de terapia nutricional visam à redução dos efeitos da hiperalimentação e das complicações relacionadas; para tanto, a nutrição hipocalórica tem sido instituída para pacientes obesos. Em pacientes obesos hospitalizados com enfermidade aguda, o regime de terapia nutricional hipocalórica pode promover o equilíbrio nitrogenado e diminuir o balanço negativo, sem causar perda de peso. Comparando-se a eficácia clínica da nutrição enteral normocalórica e hipocalórica, foi revelado que pacientes obesos que receberam nutrição hipocalórica tiveram menor permanência em unidade de terapia intensiva, diminuição na terapia antibiótica e tendência a redução do tempo de ventilação mecânica. Porém, não houve diferença significativa no balanço nitrogenado e nos níveis de pré-albumina sérica. Pacientes obesos hospitalizados devem ser monitorados em relação às morbidades relacionadas à obesidade. Esses cuidados devem ser rigorosos, pois as complicações da hiperalimentação, particularmente a hiperglicemia, podem comprometer o prognóstico do doente. Portanto, a terapia nutricional no obeso gravemente enfermo é hipocalórica e hiperproteica, enteral ou parenteral. Promover a moderada perda de peso corporal, de 5% a 10%, representa queda significante de 30% do tecido adiposo visceral e significante decréscimo dos fatores de risco do paciente obeso. A diminuição da pressão arterial e dos lipídios séricos, a melhora da sensibilidade à insulina, a normalização da glicemia e da insulinemia, a 25 diminuição da suscetibilidade à trombose venosa, assim como redução dos marcadores inflamatórios e de doenças cardiovasculares, são alcançados com a perda de peso. Recomendação: Os objetivos da terapia nutricional nos pacientes obesos extremos hospitalizados são: diminuir as complicações relacionadas à hiperalimentação, reduzir as comorbidades, diminuir o catabolismo proteico, restaurar as funções orgânicas e metabólicas, bem como aumentar a expectativa e a qualidade de vida. 10 BELEZA, CORPO E ESTÉTICA Fonte: corpoescultural.com.br A imagem corporal é a maneira pela qual o corpo se apresenta para si próprio. A indústria cultural, pelos meios de comunicação, encarrega-se de criar desejos e reforçar a imagem padronizando corpos. O hábito de fazer dietas e de consumir produtos dietéticos são uma das preocupações mais marcantes do público feminino, embora demonstrem uma preocupação excessiva com a quantidade de gordura no corpo, elas evitam comidas que “engordam” e expressão o desejo de serem cada vez mais magras. A importância dada à imagem, aparência, corpo, beleza e estética é notória nos dias atuais, onde o culto ao corpo e ao belo é predominante. A sociedade contemporânea assiste deslumbrada à passagem dos corpos perfeitos, que invadem progressivamente todos os espaços da vida moderna. 26 Vivemos em um mundo em que os meios de comunicação veiculam ou produzem notícias, representações e expectativas nos indivíduos com propagandas, informações e noticiários. Sendo a televisão o veículo de comunicação mais utilizado para o entretenimento e para a educação, representa a maior fonte de informação sobre o mundo, sendo capaz de transmitir aos mais diversos lugares e culturas dados sobre como as pessoas se comportam, o que vestem, o que pensam, o que comem e o padrão de beleza. Os meios de comunicação padronizam corpos, corpos que se veem fora de medidas sentem-se cobrados e insatisfeitos. O reforço dado pela mídia em mostrar corpos atraentes, faz com que uma parte de nossa sociedade se lance na busca de uma aparência física idealizada. Durante muito tempo, temas como beleza, corpo e estética foram considerados menores no campo das ciências sociais brasileiras. Apesar de alguns autores terem tratado destes temas, já no início do século XX, estes demoraram a surgir em nosso país. No entanto, no final do século XX e início do século XXI, parece ter ocorrido uma verdadeira explosão de trabalhos científicos, em diferentes áreas de conhecimento, que trazem como objetivo central discutir a singularidade do corpo, da construção da beleza e estética na nossa cultura. Pode-se afirmar que o final do século XX e o início do século XXI serão lembrados como o momento em que o culto ao corpo se tornou uma verdadeira obsessão. E a associação corpo e prestígio se tornou um elemento fundamental da nossa cultura brasileira. A busca por um modelo ideal de beleza, nunca foi tão estimulado e valorizado. Ao longo dos séculos, os padrões de beleza mudaram. Nos anos 80, ocorreu um crescimento considerável do mercado relacionado à manutenção docorpo. Nas últimas décadas, além de ter se estabelecido um fascínio pela imagem, que é medida pelo culto ao corpo, passa a ter um espaço privilegiado na publicidade O aumento da exigência por um padrão de beleza esguio pode ocasionar no indivíduo uma relação entre seu estado nutricional, com uma visão não condizente, e a auto percepção da sua imagem corporal, com algum sentimento de insatisfação. A idealização da magreza pode influenciar o comportamento das pessoas a fazerem dietas que prometem rápida perda de peso e sem sofrimento. 27 A mídia veicula um modelo de beleza, que é possível apenas para uma parcela da população mundial, já que para conseguir estes padrões envolve custos para diferentes classes sócias e culturais. Além disso, as propagandas existentes, principalmente nas revistas, de uma forma indireta, afirmam que a aparência física é responsável pela felicidade e sucesso, formando uma ilusão de bem-estar que para ser conquistado, será necessário que a pessoa se enquadre no padrão de beleza estabelecida. A cultura ocidental enfatiza mais a boa forma e a imagem corporal, o que facilita a identificação de incômodos com pequenos excessos de peso. Nossos padrões culturais fazem com que até indivíduos com o peso dentro dos parâmetros da normalidade, possam sentir-se com seu peso acima do desejado. Segundo Kawalski e Ferreira o corpo ocidental está em plena metamorfose. Não se trata mais de aceitar como ele é, mas sim de corrigi-lo, transformá-lo e reconstruí-lo. O indivíduo busca em seu corpo uma verdade sobre si mesmo que a sociedade não conseguia mais lhe proporcionar. Sendo que os padrões valorizados não são os mesmos para todos. A expectativa de corpo das pessoas em relação a esses padrões de beleza é o que provavelmente interliga uma variedade de fenômenos cada vez mais comuns, como a maior incidência de anorexia e bulimia nervosa. Saikali et al, descreve anorexia bulimia como um transtorno caracterizado por um padrão de comportamento alimentar gravemente perturbado, com um controle patológico do peso e por distúrbios da percepção do formato corporal. Para Gol-denberg, estes distúrbios deixaram a condição de patologia para a categoria de estilo de vida. Diante desta preocupação com o corpo, a imagem corporal se torna um tema de interesse da nossa sociedade, sendo tão preponderante que leva as pessoas a se preocuparem excessivamente com ela. Desse ponto de vista, a noção de estética nos assola, já que, sobretudo na sociedade atual, ela é determinada por padrões culturais que variará de acordo com cada concepção de mundo, fazendo com que haja um corpo típico para cada sociedade. É esse corpo que pode variar de acordo com o contexto histórico e cultural, é o corpo que entra e sai da moda O estilo de vida contemporâneo evidencia uma necessidade crescente dos indivíduos procurarem formas de se manterem nos padrões estéticos exigidos pela cultura em que, no que se refere ao corpo, prevalecem processos simbólicos 28 funcionais a um mercado controlado por setores hegemônicos que ditem a maneira de ser aceito. Dentre os fenômenos da procura pela beleza, o crescimento da cirurgia plástica estética merece destaque pelo impacto que as alterações corporais, propostas pela medicina da beleza, causam em relação à imagem corporal Segundo a sociedade brasileira de cirurgia plástica, o brasileiro, especialmente a mulher, se tornou logo após o norte-americano, o povo que mais faz plástica no mundo. A lipoaspiração é a cirurgia mais realizada, seguida da operação das mamas, abdômen, pálpebras e nariz. Dados recentes demonstram que a mulher brasileira é campeã na busca de um corpo perfeito. Diversos estudos atuais estão evidenciando proporções elevadas de comportamentos alimentares considerados anormais e de insatisfação com a imagem corporal em ambos os sexos, em diferentes faixas etárias e classes sociais o que faz aumentar significativamente a procura por profissionais que possam auxiliar na busca por um corpo ideal. São profissionais da área da saúde, como: médicos, cirurgiões plásticos, psicólogos, personal training e nutricionistas. 11 ALIMENTAÇÃO E ESTÉTICA Os alimentos funcionais além de nutrirem nosso organismo agem potencialmente prevenindo ou no tratamento de algumas doenças como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares, obesidade, entre outras. Eles também colaboraram para resgatar o equilíbrio do organismo alcançando o perfeito e harmônico funcionamento de todas as suas funções. E, além de promoverem esses inúmeros benefícios à saúde, são essenciais à estética por colaborarem fundamentalmente retardando os danos do envelhecimento celular. Maus hábitos alimentares com deficiências nutricionais e excessos de alimentos ricos em gorduras saturadas, carboidratos simples e sódio sobrecarregam os nossos órgãos, prejudicam os tecidos e danificam as células. Todos estes estragos podem resultar em olheiras, celulite, acne, queda de cabelos, unhas frágeis e com manchas, gorduras localizadas, além de uma aceleração no processo de envelhecimento e outras queixas comuns das mulheres com a estética. 29 Não existem alimentos milagrosos, porém alguns, são fontes de nutrientes específicos e podem trazer, de fato, importantes benefícios para a estética e boa forma. 11.1 A beleza está no prato. De forma geral, as proteínas, vitaminas e minerais têm como função a construção e manutenção de tecidos, órgãos e estruturas do corpo. Desta forma, são fundamentais na composição de uma alimentação saudável. Já os carboidratos e as gorduras são responsáveis pelo fornecimento de energia. Porém, o que merece cuidado é o tipo de carboidrato a ser consumido, sendo preferido o carboidrato de baixo e moderado índice glicêmico e a gordura “boa” (poli e monoinsaturada). O consumo de carboidratos simples, refinados de alto índice glicêmico e de gorduras saturadas e trans são uma das maiores causas do envelhecimento precoce que acabam por provocarem a oxidação das células através do aumento na produção dos chamados radicais livres que ocasionam a intoxicação no organismo. Além disso, quando os açúcares juntam-se com uma proteína, ocorre um processo chamado de glicação ou caramelização celular, o que prejudica a formação de colágeno (proteína que causa firmeza do tecido muscular), provocando a flacidez de tecidos. 12 ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL A procura por aconselhamento nutricional tem aumentado muito nos últimos anos, já que é comprovado que uma boa alimentação pode evitar uma série de doenças, além de trazer inúmeros benefícios a nossa saúde, e uma melhor qualidade de vida. A educação nutricional pode promover o desenvolvimento da capacidade de compreender práticas e comportamentos, os conhecimentos ou as aptidões resultantes desse processo contribuem para a integração do indivíduo com o meio social. O nutricionista deve estar preparado para captar o estado emocional do cliente (ansiedade, nervosismo e insatisfação) declarado verbalmente ou por meio de gestos, postura, movimento do corpo, expressões faciais, qualidade da voz e o silêncio. O 30 profissional deve, antes de tudo, saber ouvir e saber aceitar, criando um ambiente favorável para a construção de estratégias que favoreçam o desenvolvimento de ações pelo cliente. Fonte:brancoeverde.com.br Considera-se que a ajuda para resolver problemas alimentares insere-se numa busca de âmbito maior por qualidade de vida. Esta ocorre em determinado momento crítico, no qual surge um problema, que, por sua vez, também é fruto de uma história de vida. A educação ou aconselhamento nutricional é o processo pelo qual os clientes são efetivamente auxiliados a selecionar e a implementar comportamentos desejáveis de nutrição e estilo de vida. Então, o resultado desse processo não é somente a melhora do conhecimento sobre nutrição, mas umamudança de comportamento. A qual deve ser específica às necessidades e à situação de cada indivíduo. O conselheiro nutricional é apenas um facilitador das mudanças de comportamento. Ele dá apoio emocional, auxilia na identificação de problemas nutricionais e estilo de vida, sugere comportamentos a serem modificados e facilita a compreensão e o controle do cliente. Conceitua-se o aconselhamento dietético como uma abordagem de educação nutricional, efetuada por meio de diálogo entre o cliente e o nutricionista. É importante considerar que o processo de aconselhamento não busca impor ao cliente respostas 31 prontas para o problema, mas sim estabelecer uma relação de ajuda entre o aconselhador e o cliente, efetivada por meio das etapas do aconselhamento. As necessidades psicológicas exercem mais influência nos hábitos alimentares do que a lógica. Fornecer informações, prover materiais educativos, criar estatísticas e pesquisas científicas não necessariamente conduzem a uma mudança de comportamento. O principal é aprender a entender o cliente e seus problemas ou insatisfações, a ponto de conhecer os obstáculos que ele enfrenta quando tenta alcançar seus objetivos O método mais utilizado por psicólogos é a terapia cognitiva comportamental (TCC), uma intervenção semiestruturada, objetiva e orientada para metas, que aborda fatores cognitivos, emocionais e comportamentais no tratamento dos transtornos de imagem. A TCC ocupa-se da identificação e correção das condições que favorecem o desenvolvimento e a manutenção das alterações cognitivas e comportamentais que caracterizam os casos clínicos. Consequentemente, a modificação de padrões distorcidos de raciocínio e a reestruturação de crenças supervalorizadas, associadas ao peso e à imagem corporal são focos primários do tratamento, sendo utilizadas várias técnicas cognitivas com essa finalidade. Nos últimos anos os casos mais comuns para a abordagem da TCC foram: os transtornos alimentares e distorção de imagem. Além das técnicas cognitivas, a TCC também emprega as comportamentais para ajudar na modificação dos hábitos alimentares. Diferentes estudos vêm mostrando a eficácia de se associar orientação nutricional e atividade física à TCC. A terapia cognitiva pode ser aplicada em pacientes de diversas idades e de diferentes níveis educacionais, econômicos ou culturais, podendo ser realizada individualmente ou em grupos. Os programas de TCC resultam em melhoras significativas. As quais também são observadas na autoestima, na solução das dificuldades interpessoais, no humor e na qualidade de vida, além de um aumento do sentimento subjetivo de bem-estar. Entretanto, nem todos os pacientes apresentam boa resposta à TCC. O avanço na compreensão da natureza humana, além do conhecimento da ciência da nutrição, tem elevado o nível da prática da educação. A experiência tem- nos mostrado que entregar listas de alimentos e dietas calculadas em detalhes não necessariamente garante uma adesão ou motivam os clientes a mudarem seus 32 comportamentos. Não é tão simples assim, pois as pessoas estão ligadas a seus hábitos. A natureza humana, o querer do indivíduo e a saúde mental podem ter um papel significativo no processo de mudança. O cliente tem o direito e a responsabilidade de fazer as escolhas sobre seus cuidados com a saúde. O papel do educador é facilitar esse processo, sempre com o objetivo de promover a melhor qualidade de vida. Além disso, faz-se importante que os profissionais envolvidos, principalmente os das áreas de saúde e educação, atentem cada vez mais para a importância de incentivar as pessoas a conhecerem melhor a si mesmo e ao seu corpo e a refletirem sobre os padrões corporais em voga e a compreenderem essa relação com a sua saúde e qualidade de vida. 13 ALIMENTAÇÃO E ESTÉTICA: VEJA COMO OS NUTRIENTES AJUDAM A NOS DEIXAR MAIS BONITOS Fonte: conquistesuavida.com.br Quando falamos em alimentação associada à estética é quase que instantâneo pensarmos na perda de peso. Mas, os poderes nutricionais vão muito além disso. As ingestões de alimentos com componentes anti-inflamatórios, por exemplo, podem beneficiar nosso corpo de uma forma geral. "Não podemos deixar de citar que quando 33 falamos em tratamento estético, devemos partir do princípio de uma alimentação anti- inflamatória, uma vez que a alimentação habitual (carnes gordas, leite integral, alimentos refinados, doces, bebidas alcoólicas, embutidos e enlatados), são pró- inflamatórios, ou seja, favorecem o aparecimento da inflamação", explica a a nutricionista Karen Sussman, ressaltando os aspectos contrários de uma alimentação ruim na beleza de nosso corpo: "Diversos estudos já mostraram e comprovaram que maus hábitos alimentares, com deficiências nutricionais e excesso de gordura saturada, carboidratos simples e sódio, podem causar diversas alterações estéticas", destaca a profissional que respondeu algumas perguntas sobre o tema. Confira! 14 ALIMENTOS FUNCIONAIS E A ESTÉTICA Alimento funcional é definido pela RDC 18/99, como sendo aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutritivas básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produza efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica. Um alimento pode ser considerado funcional se for demonstrado de maneira satisfatória que pode agir de forma “benéfica” em uma ou mais funções do corpo, além de se adequar à nutrição e, de certo modo, melhorar a saúde e o bem estar ou reduzir o risco de doenças. Naturalmente, todos os alimentos são funcionais, uma vez que nos proporcionam sabor, aroma e valor nutritivo. Entretanto, nas últimas décadas, o termo funcional está sendo aplicado a alimentos com uma característica diferente, a de proporcionar um benefício fisiológico adicional, além das qualidades nutricionais básicas encontradas. Tais alimentos também são vistos como promotores de saúde e podem estar associados à redução ao risco a certas doenças. Segundo a ANVISA, alimentos funcionais são aqueles alimentos que contêm bioativos e substâncias fito químicas ou nutrientes que forneçam benefício à saúde, seja como prevenção ou tratamento de doenças. Assim, são considerados promotores de saúde e podem estar associados com a diminuição dos riscos de algumas doenças crônicas. 34 Alcançar a longevidade com vitalidade, boa forma física e mental, pele jovem, cabelos sedosos, menos celulite e flacidez; são os desejos de todas as mulheres e que hoje não são impossíveis nem ao menos difíceis de serem realizados. A solução é simples e está no seu prato. O segredo está na forma que você se alimenta, através de dietas personalizadas, planejadas e incorporadas ao seu dia-a-dia. A hidratação é essencial para garantir os cuidados estéticos. Beber pelo menos 2 litros de água por dia auxilia na eliminação de toxinas e desintoxicação do organismo. 14.1 Alimentos funcionais e os cabelos Fonte: dermaclub.com.br Os cabelos também sofrem com a queda e ressecamento. Alguns alimentos ajudam na missão de mantê-los saudáveis e bonitos, são eles: Pepino: É um alimento fonte de silício e enxofre que ajudam a deixar os cabelos fortes e estimulam o crescimento, pois eles estão relacionados com a formação da queratina, a proteína que estrutura o cabelo. Óleo de linhaça: 35 É responsável por melhorar a aparência do cabelo, dando mais brilho. Pois possui ácidos graxos essenciais que atuam na organização da queratinização do couro cabeludo. Nozes e castanhas: São oleaginosas fonte de zinco que age estimulando o crescimento do cabelo e ajudando a reduzir a oleosidade, uma vez que o zinco está ligado à síntese de proteínas, principal componente dos fios. Frutos do mar: São ricos em magnésio, nutriente essencialna formação de proteínas como a queratina que constrói os fios, atuando na renovação celular. Vinagre de maçã: Age contra a queda de cabelos e apresenta resultados tanto pela ingestão quanto pelo uso tópico. Feijões, leite, quinoa, carnes e ovos: São alimentos ricos em aminoácidos que são os principais componentes dos cabelos, responsáveis por estimular o crescimento e fortalecimento dos fios. Carne vermelha: É rica em ferro que, quando em falta, ocasiona queda de cabelos. Frutas secas e sementes de girassol: São ricas em potássio, importante para a hidratação dos cabelos, já que controla o equilíbrio da água na haste capilar. 36 14.2 Alimentos funcionais/ nutrientes e a pele Fonte: qualidadeemsaude.com.br Alguns alimentos devem fazer parte de seu cotidiano para ter o resultado desejado. Vamos começar pela pele, já que é o maior órgão do nosso corpo. Para uma pele saudável você deve se preocupar em comer e se hidratar bem. O processo sempre começa de dentro para fora, por isso, é necessário ver com cuidado o seu cardápio. Licopeno: É um antioxidante essencial para a pele. Ele não só retarda o envelhecimento, como ameniza seus sinais, já que o antioxidante age nas células, melhorando o aspecto da pele. Prova disso é que a indústria farmacêutica de cosméticos em Paris, já viu e já aprovou: vários cosméticos ou nutricosméticos já possuem em sua composição o licopeno. Você o encontra no tomate, na goiaba, ou no próprio suco de tomate. Há também a versão em cápsulas, em farmácias e casas de produtos naturais. Ômega-3: Tem ação antiinflamatória e é ótimo para acne e dermatites. Age como um lubrificante natural, atuando na hidratação da pele. Fontes: peixes e linhaça. 37 Polifenois: Não dá para ter uma pele bonita e saudável sem os antioxidantes. Use e abuse dos polifenois da uva ou das berrys – família das amoras. Pode ser cranberry, blueberry, blacberrys (amoras), açaí, ameixas, etc. Vitamina C e E: Agem na foto proteção da pele, diminuindo o efeito dos raios solares e, também, agem como antioxidantes, retardando o envelhecimento. A vitamina C, você sabe, pode ser encontrada na goiaba, laranja, limão. Já a vitamina E no óleo de amendoim ou nas castanhas. Zinco: Exerce proteção contra a acne e tem função antioxidante. Podemos encontrá- lo em carnes, ostras, quinoa, amaranto e amêndoas. Carotenoides: Presentes em alimentos de cor amarelo alaranjadas estimulam a produção de melanina, atuando também na foto proteção da pele. A ingestão de cápsulas de betacaroteno 15 dias antes da exposição solar gera um bronzeado maravilhoso e reduz aspecto de vermelhidão pós sol. Mas, cuidado com o excesso, pois a pele pode realmente ficar alaranjada! Quando você for tomar cápsulas de antioxidantes (licopeno, vitamina C, vitamina E, CoQ10, Ácido Alfa-lipoico, etc!!!), nunca tome isoladamente! Elas são mais absorvidas no meio da gordura, então o melhor horário é junto da refeição ou com algumas castanhas. 14.3 Alimentos funcionais/ nutrientes e as unhas Quando há carência de nutrientes as unhas logo dão o sinal, ficando quebradiças, com elevações e manchinhas brancas. Para prevenir o problema, aposte em: Zinco: Quinoa, amaranto 38 Queratina: Ovo, frango, peixes Complexo B: Gérmen de trigo, quinoa, amaranto, arroz integral Vitamina C: Goiaba, limão, mexerica O zinco, o complexo B e a vitamina C são essenciais na produção de queratina, que é uma proteína fibrosa constituinte da unha. O aparecimento de listras na unha é ingestão insuficiente de vitaminas do complexo B. Se suas unhas estão secas e quebradiças é sinal de falta de cálcio e ferro. Unhas com manchas brancas é sinal de carência de zinco ou selênio. Fonte:blog.qualfarmacia.com.br 14.4 Alimentos funcionais e a celulite Sabendo que a celulite é uma inflamação do tecido adiposo cutâneo o tratamento deve se iniciar com a retirada de alimentos ricos em substancias pró- inflamatórios, junto com a introdução de uma alimentação balanceada rica em nutrientes antioxidantes e anti-inflamatória, aliados a atividade física regula. Alguns alimentos ajudam, são eles: Soja: 39 Possuem estrógeno que reduz a atividade das glândulas sebáceas. Aveia: Possui Selênio que é um importante antioxidante contra o envelhecimento das células. Peixes de água fria (salmão, atum, sardinha, bacalhau) e na linhaça. É um tipo de ácidos graxos (gorduras) poli-insaturadas, “gordura boa”, com poder anti-inflamatório. Frutas cítricas: A vitamina C que juntamente com a água e a proteína participa da formação de colágeno, por isso ajuda a manter a pele firme e água. 40 BIBLIOGRAFIA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Aprova o regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos. Resolução n. 18, de 3 de dezembro de 1999. ALIMENTOS FUNCIONAIS. Disponível em: <http://www.drafernandagranja.com/2012/02/alimentos-funcionais-minhas- escolhas.html>. Acesso em 23/05/2018. AUGUSTO, A. L. P.; Zuccaro, A. M. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 1999. Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução o63, de 6 de julho de 2000. CABELO, PELE E UNHA. Disponível em: < http://www.drafernandagranja.com/2011/02/estetica-cabelos-pele-e-unha.html>. Acesso em 23/05/2018. CELULITE. Disponível em: <http://www.drafernandagranja.com/2010/12/estetica- olheiras-celulite-e-vasinhos.html>. Acesso em 23/05/2018. COPPINI LZ, WAITZBERG DL, SOUSA CM, CUKIER C, NASCIMENTO, Dock DB, ALVAREZ, leite J, FAINTUCH J, PASCO MJ, BUZZINI R. Terapia Nutricional para Pacientes com Obesidade Extrema. 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