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Farmacologia aplicada Antiarrítmicos e anticoagulantes, antiagregantes e trombolíticos ANTIARRITMICOS ➢ Digitálicos ou Glicosídeo Cardíaco • Digoxina -Extraídos da planta Digitalis ianata (dedaleira) -Efeitos: Aumentam a contratilidade miocárdica; Diminui frequência cardíaca (pela prolongação do período refratário do nódulo AV); Alivia a sintomatologia clínica da insuficiência cardíaca (congestão venosa, edema periférico); Agente Inotrópico positivo -Uso Terapêutico: Disfunção sistólica ventricular esquerda grave; IC com fibrilação atrial. -IC leve ou moderada frequentemente respondem ao tratamento com IECA e diuréticos, não necessitando de digoxina -Mecanismo de Ação dos Digitálicos: Digoxina é um antagonista da bomba de sódio/potássio ATPase. Bloqueia esse canal não permitindo a saída do sódio e a entrada do potássio > para de sair sódio > concentração interna de sódio aumenta > começa a ter uma alteração interna devido ao acúmulo de sódio que leva a proteína (trocador) ter a eversão da sua função > passa a tirar sódio pelo trocador colocando o cálcio para dentro da célula > cálcio se liga a calmodulina e se tem como resposta a contração. - Aumento de força de contração; Diminuição frequência cárdica -OBS: em condições normais sem o fármaco essa bomba colocava para dentro da célula o sódio e para fora o cálcio -Meia vida longa: ≈ 36h. Eliminação renal Digitálicos Aumento da contração do miocárdio - reduz volume diastólico final - aumenta a eficiência da contração – aumenta a fração de ejeção A melhora da circulação – reduz atividade simpática – reduz a resistência periférica Tonus vagal é aumentado – frequência cardíaca diminui – demanda de oxigênio pelo miocárdio é reduzida - Efeitos adversos: Toxicidade digitálica • Efeitos cardíacos: arritmia (redução a condução do nodo AV), diminuição de potássio (cardiotoxicidade) • Efeitos gastrointestinais: anorexia, náusea e êmese • Efeitos SNC: cefaleia, confusão, visão turva, xantopsia - Fatores que predispõem a toxicidade digitálica: Competição por proteína plasmática – níveis de digoxina pode aumentar de 70 a 100% Verapamil, amiodarona, eritromicina, tetraciclina Fármacos que interagem com digoxina e outros glicosídeos cardíacos TRATAMENTOS PARA DISTÚRBIOS DE COAGULAÇÃO · Antiagregantes plaquetários -Inibidores da aglutinação plaquetária diminuem a formação ou ação dos sinais químicos promotores da aglutinação -Relembrando: • Após lesão tecidual as plaquetas se aderem a área danificada e são ativadas • Plaquetas ativadas tem sua forma modificada, expondo receptores GP IIb/IIIa e liberam ADP, tromboxano A2, PAF (fator de aglutinação plaquetaria), serotonina e trombina que ativam outras plaquetas • Os receptores GP IIb/IIIa se ligam ao fibrinogênio, formando pontes entre as plaquetas • ADP e tromboxano A2 (TXA2) atuam ativando os receptores GP IIb/IIIa -Fármacos vão agir: • Abciximabe, Tirofibana, Eptifibatida - antagonistas dos receptores Gp IIb/IIIa inibem a ligação entre os receptores e o fibrinogênio • Clopidogrel e Ticlopidina - Inibem a ação de ADP • AAS – inibe cox (tromboxano A2) - Uso clinico dos fármacos antiagregantes plaquetários • Risco de infarto agudo do miocárdio • Angina • Após revascularização do miocárdio • Síndrome coronariana instável • Após angioplastia das artérias coronárias e/ou colocação de stent • Isquemia cerebral transitória ou AVC trombótico, para prevenir recorrência · Anticoagulantes - Varfarina, Heparina, Rivaroxabana, Apixabana, Dabigatrana -Inibidores da ação dos fatores de coagulação (inibidores da trombina-heparina) -Inibidores da síntese dos fatores de coagulação (antagonistas da vitamina K ) -Uso clínico dos Fármacos Anticoagulantes • Prevenção de trombose venosa profunda • Embolia pulmonar • Trombose e embolização em pacientes com fibrilação atrial • Trombose em próteses valvares • Coagulação em circulação extracorpórea (ex: durante hemodiálise) • Progressão do dano do miocárdio em pacientes com angina instável e durante o tratamento do infarto do miocárdio com elevação de ST • A heparina (geralmente em forma de heparina de baixo peso molecular) é usada no atendimento imediato (injetável) • Para tratamento prolongado emprega-se varfarina (v.o.) -VARFARINA • Marevan®, Marcoumar®, Coumadin® • 1950 – derivados cumarínicos • Antagonista da vitamina K • A vitamina K (alemão Koagulation) é um cofator lipossolúvel necessário para a produção hepática normal de 4 fatores de coagulação (II, VII, IX e X) • O resultado é um prejuízo na produção de fatores de coagulação (II, VII, IX e X) • Metabolização hepática • Meia vida aproximada: 40h • Aproximadamente 99% é ligada às proteínas plasmáticas • Excreção renal -Usos Clínicos: • Trombose venosa • Profilaxia e tratamento da embolia pulmonar • Embolia sistêmica pós-infarto ou associada à fibrilação atrial - Efeitos colaterais principais: • Necrose de pele e outros tecidos • Hemorragia • Hepatite • Dor abdominal • Reação de hipersensibilidade -Contra indicação: • Gravidez • Tendência hemorrágica ou discrasias sanguíneas • Aneurismas • Hemorragias • Pericardite, endocardite, cirurgia ocular, cerebral ou espinal recente • Hipertensão grave não controlada • Eclâmpsia, pré-eclampsia • Anestesia por bloqueio regional ou lombar -Considerações sobre a varfarina 1. É necessário monitorar tempo de protrombina 2. Várias interações medicamentosas - albumina e de CYP 3. O efeito anticoagulante da varfarina pode ser reduzido por fatores como ganho de peso, diarreia, vômito e consumo excessivo de vitamina K na dieta alimentar 4. A dose da varfarina a ser utilizada é influenciada por fatores genéticos -Como reverter o efeito da varfarina? • Vegetais e óleos, sendo esses os responsáveis pelo aumento da absorção da filoquinona (forma natural da vitamina K) • Alimentos folhosos verde-escuros • Preparados à base de óleo, oleaginosas e frutas como o kiwi, abacate, uva, ameixa contêm teores significantes de vitamina K • Cereais, grãos, pães e laticínios possuem teores discretos de vitamina K • O paciente que faz uso de varfarina não precisa evitar a ingestão destes alimentos, basta ter sempre a preocupação de não modificar drasticamente o consumo -Rivaroxabana, Apixabana, Dabigatrana • Inibidores diretos do fator Xa e Iia da cascata de coagulação • A ação é rápida e a meia vida é curta nos 3 medicamentos • Possuem menor interação medicamentosa que a varfarina • Menor necessidade de monitoramento quando comparados com a Varfarina FA = fibrilação atrial TVP = trombose venosa profunda TEV= tromboembolismo venoso -Efeitos colaterais: • Hematológicos e do sistema linfático (anemia, trombocitopenia) • Imunológicos (Reação alérgica, dermatite alérgica) • Do Sistema Nervoso (Tonturas, cefaleias) Hemorragia cerebral e intracraniana • Afecções oculares • Cardiopatias, taquicardia, vasculopatias, hipotensão, hematomas • Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino • Hemorragia do trato gastrointestinal • Afecções hepatobiliares -HEPARINA • Fisiologicamente, a heparina é um mucopolissacarídeo armazenado em grânulos secretores de mastócitos • É considerada o ácido orgânico mais forte do organismo - Heparinas comerciais • Farmacocinética: sem absorção oral. Usados somente por via parenteral, intravenosa ou subcutânea (nunca via IM) • HEPARINA NÃO-FRACIONADA (HNF) • HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR (HBPM OU LMW-low molecular weight): Fragmentada: enoxaparina, dalteparina Pentapeptídeo sintético: fondaparinux Heparina mais avançada, com ½ vida mais longa, entretanto pouco usada na clínica -Mecanismo de ação da heparina • Atua ativando um dos sistemas de controle da coagulação anti-trombina III, que inativa os fatores XIIa, XIa, IXa, Xa, e IIa. (Acelerando em até 1000 vezes a ação inibitória da antitrombina III) • A LMW não afeta a inativação da trombina (fator IIa) -Diferenças entre as heparinas -Efeitos colaterais: • Hemorragia • Trombocitopenia • Reações anafilactoides e de hipersensibilidade • Não Fracionadas: prolongamento de tempode coagulação, ulceração de mucosa e hematoma • Fracionadas: edema, diarreia, náusea, hematoma, anemia hipocrômica normocítica, confusão, dor dispneia, febre, irritação local • Contra-indicações: Sangramentos ativos, trombocitopenia induzida por heparina, tendências hemorrágicas, hipersensibilidades, hipertensão grave · Trombolíticos (Fibrinolíticos) -Estreptoquinase, Alteplase, Tenecteplase -São fármacos que ativam o plasminogênio em sua transformação para plasmina, a qual tem a capacidade para degradar a fibrina, o maior componente do trombo -ESTREPTOQUINASE • Proteína extraída de culturas de estreptococos • Pode desencadear resposta antigênica após doses repetidas; risco anafilaxia -Mecanismo de ação: Forma complexo com plasminogênio endógeno, o qual ativado induz a formação de plasmina. A plasmina formada é uma potente enzima proteolítica que dissolve a matriz da fibrina contida no trombo, e consequentemente resultando em trombólise (fibrinólise) -Usos Clínicos: • Principal: Infarto Agudo do Miocárdio com elevação ST (o quanto antes melhor) • Outros usos: Trombose arterial e venosa, embolia pulmonar, oclusão de cateter -Efeitos Colaterais: • Arritmias • Sangramentos • Hipotensão • Febre • Calafrios • Síndrome de embolia por colesterol (muito raro) • Reação anafilactóide -Contra-indicações: • Hipertensão grave não-controlada • Sangramentos internos ativos • Cirurgias, traumatismos ou AVC há menos de 2 meses -ALTEPLASE -Mecanismo de ação: É um ativador de plasminogênio tecidual recombinante. Sendo mais ativo sobre o plasminogênio ligado a fibrina do que sobre o plasmático, é considerado “seletivo para o coágulo” -VANTAGENS: pouco antigênico; Produz fibrinólise local (liga-se a trombos recém-formados) -Sua ação resulta na conversão de plasminogênio em plasmina, que, por sua vez, promove a dissolução da fibrina do coágulo -Usos Clínicos: • Após IAM com elevação ST: diminui taxa de mortalidade • Embolia pulmonar potencialmente fatal • AVC isquêmico agudo • Recanalização de artéria coronárias ocluídas -Efeitos Colaterais: Quando em doses farmacológicas pode produzir • Hemorragia • Arritmias • Síndrome de embolia por colesterol (raro) -Contra-indicações: • AVC hemorrágico recente • Hipertensão grave não-controlada • Sangramentos internos ativos • Cirurgias, traumatismos há menos de 2 meses RANG, H. P. et al. Rang & Dale farmacologia. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. FIBRINOLÍTICOS: INDICAÇÕES E TRATAMENTO DAS COMPLICAÇÕES HEMORRÁGICAS. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 2018;28(4):421-7
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