da Educação Inclusiva. 3 Conhecer projetos de Artes relacionados à Educação Inclusiva. 3 Relacionar os conhecimentos teóricos com as práticas que valorizam o processo inclusivo de alunos com deficiência intelectual. 58 Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Educação Física, Arte e Ludicidade 59 Arte e Ludicidade: Caminhos para a Inclusão do Aluno com Deficiência Intelectual Capítulo 3 Contextualização Este capítulo abordará a área das Artes e a sua relação com a ludicidade, bem como as possibilidades de inclusão do aluno com deficiência intelectual através desta área. O trabalho com a Arte e a ludicidade contribui no desenvolvimento artístico, cultural e histórico de todos os alunos. A arte necessita ser compreendida como uma importante área do conhecimento a ser trabalhada na escola. Esta área vem ampliando seu espaço nos currículos, tendo em vista que as primeiras manifestações artísticas registradas datam desde a pré-história, conservadas através das pinturas rupestres. Neste capítulo abordaremos a importância do ensino da arte e suas relações com a ludicidade com foco em “todos” os alunos, pois acreditamos na necessidade de valorizar as produções de cada um, através do contato e da ampliação do repertório artístico e cultural. Arte, Cultura e Inclusão: Trajetória do Ensino da Arte na Educação Inclusiva A Arte está presente na vida das pessoas desde o início da humanidade como forma de comunicação e expressão. Por meio das expressões artísticas, é possível manifestar sentimentos e perceber o mundo de forma poética e sensível. Assim, ouvir uma música, uma poesia, apreciar um quadro, uma fotografia, uma apresentação de teatro ou dança, são modos de sentir Arte. Sentir Arte é um processo pelo qual o ser humano conhece a respeito de si e do mundo. Assim, o trabalho com a Arte está relacionado à percepção, à emoção, à intuição, à sensibilidade. O trabalho com a Arte está relacionado à percepção, à emoção, à intuição, à sensibilidade. 60 Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Educação Física, Arte e Ludicidade Figura 14 – Criança pintando Fonte: Disponível em: <http://www.correio24horas.com.br/noticias/ detalhes/detalhes-2/artigo/garotinha-de-cinco-anos-fatura-mais-de- 300-mil-reais-com-pinturas/>. Acesso em: 15 jan. 2013. A Arte na escola, por exemplo, tem o papel de desenvolver a criatividade das crianças, possibilitando a expressão de sentimentos e de visão de mundo por meio das diferentes linguagens artísticas. Assim, a criança, quando cria, desenvolve a forma de pensar e de comunicar-se por meio da Arte e normalmente o faz brincando. “A arte é, por conseguinte, uma maneira de despertar o indivíduo para que este dê maior atenção ao seu próprio processo de sentir” (DUARTE JÚNIOR, 1988, p. 65). Por meio da Arte, podemos conhecer e entender a cultura do nosso tempo, sendo este um processo fundamental para a construção humana sensível. Para Pillotto (2004, p. 38), “A arte como linguagem, expressão e comunicação, trata da percepção, da emoção, da imaginação, da intuição, da criação, elementos fundamentais para a construção humana sensível.” Como vetor de construção humana sensível, a Arte possibilita contato com o mundo e consigo mesmo. Permite que, por meio dela, a criança conheça e compreenda o contexto onde está inserida, bem como desenvolva conhecimentos artísticos, culturais e históricos. Em se tratando desse contato da criança com o mundo, há muito tempo, Vigotsky (1998) já atentava para a importância de aprender por meio das relações com o outro, pois é por meio dessas relações que a criança desenvolve seu potencial, passa a observar-se e a perceber-se como sujeito de sua própria história. No que se refere ao ensino da arte, este proporciona aos alunos o contato direto com imagens e obras de arte. A arte é, por conseguinte, uma maneira de despertar o indivíduo para que este dê maior atenção ao seu próprio processo de sentir. 61 Arte e Ludicidade: Caminhos para a Inclusão do Aluno com Deficiência Intelectual Capítulo 3 Figura 15 – Crianças apreciando obra de arte Fonte: Disponível em: <http://ctamsap.com. br/?pagina=noticias&acao=28>. Acesso em: 20 jan. 2013. Este contato e o trabalho com as produções artísticas desenvolvidas por professores no contexto escolar permitem, além do contato com a Arte, momentos de criação e de expressão individuais e coletivos. Permitem ao aluno conhecer a realidade do seu tempo, a sua cultura e a sua história. Se pretendemos de fato uma educação para a cidadania, que entenda os sujeitos como construtores de suas histórias, temos que garantir a educação estética e artística nos espaços das instituições educacionais, talvez o único para a maioria das crianças, a única possibilidade para adentrarem no universo poético e estético (PILLOTTO, 2004, p. 59). Garantir a educação estética e artística, como sugere Pillotto (2004), é papel do professor nos espaços educacionais. Além de compreender a Arte como possibilidade de desenvolvimento da criatividade de todos os alunos, pois, para Puccetti (2007), a arte- educação nas escolas poderá servir como grande vetor de inclusão social, levando em consideração a diversidade humana no sentido de expressão, produção, imaginação e criação. A produção artística deve ser considerada sob a perspectiva da diversidade, propiciando a inclusão social, compreendida como abandono, paradigma da igualdade e da transformação da diversidade em singularidade, de ruptura com Se pretendemos de fato uma educação para a cidadania, que entenda os sujeitos como construtores de suas histórias, temos que garantir a educação estética e artística nos espaços das instituições educacionais, talvez o único para a maioria das crianças, a única possibilidade para adentrarem no universo poético e estético. A produção artística deve ser considerada sob a perspectiva da diversidade, propiciando a inclusão social. 62 Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Educação Física, Arte e Ludicidade a hierarquia, com a classificação segregacionista dos níveis cognitivos e demais deficiências, que busca não o tratamento especial, mas o singular e criativo. Nesse sentido, representam a possibilidade ilimitada de percepções do mundo e podem fugir ao sistemático, ao convencional, ao normal, ao modelo instituído, pois o que faz a diferença é o olhar que se tem para a diversidade (PUCCETTI, 2007, p. 07). A diversidade humana mencionada por Puccetti (2007) está passando despercebida nos ambientes escolares: muitos professores ainda estão presos a uma concepção de educação homogênea, voltada aos conteúdos que deverão ser transmitidos, e distante do que pode ser chamado de educação para a diversidade. São poucos os professores que se preocupam em observar como a criança aprende e como o professor ensina. Entendemos que seja fundamental parar para refletir sobre o modo como a criança aprende para que seja possível oportunizar uma educação voltada para a diversidade, uma educação que entenda os indivíduos como sujeitos construtores de sua própria história, a qual é única, carregada de particularidades e cultura. É por meio da Arte que podemos oportunizar o conhecimento da cultura e da história, bem como o conhecimento das diferentes manifestações populares que ajudam a construir o contexto de cada indivíduo. Segundo Barbosa (2000, p. 01), Todo brasileiro e brasileira têm garantido pela Constituição o direito de através da arte contemplar sua própria cultura e a dos outros, qualquer que seja o seu nível intelectual e/ou a diferença física, mental ou social que ameaça separá-lo/a dos outros que constituem a maioria. A inclusão