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Governança de Tecnologia da Informação Aula 06 Serviços de TI Objetivos Específicos • Conhecer os fundamentos da gestão de TI (ITIL) Temas Introdução 1 Histórico e objetivos do ITIL 2 Estrutura do ITIL 3 Gestão de Nível de Serviço 4 Aplicabilidade e benefícios 5 Certificações: Considerações finais Referências Orlando Tuzzolo Júnior Professor Autor Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Governança de Tecnologia da Informação 2 Introdução Nesta aula vamos estudar sobre o gerenciamento de serviços de TI, mais especificamente o modelo mais consagrado e utilizado nas Organizações, o ITIL (Information Technology Infrastructure Library ou Biblioteca de Infraestrutura de Tecnologia da Informação). De forma a compreendermos claramente o ITIL, vamos entender seu histórico e objetivos, descritos na primeira seção; a estrutura e aplicabilidade, na segunda seção; os benefícios que a organização pode colher, na terceira seção; e, finalmente, na quarta seção, as certificações disponíveis para os profissionais de carreira em Tecnologia da Informação. 1 Histórico e objetivos do ITIL “Um serviço é um meio de entregar valor aos clientes, facilitando o atingimento dos resultados que eles desejam, através da aplicação de recursos (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 225). Para Fernandes e Abreu (2012, p. 225): O ITIL foi desenvolvido pelo CCTA (Central Computer and Telecommunications Agency) no final dos anos 80, a partir de uma encomenda do governo britânico, que não estava satisfeito com o nível de qualidade dos serviços de TI a ele prestados. “Neste cenário, foi solicitado o desenvolvimento de uma abordagem de melhores práticas para gerenciar a utilização eficiente e responsável dos recursos de TI, independentemente de fornecedores e aplicável a Organizações com necessidades técnicas e de negócios distintas. Em abril de 2001, o CCTA foi incorporado ao OGC (Office of Government Commerce), que era na época o organismo responsável pela evolução e divulgação do ITIL. A versão 3 do ITIL foi lançada em maio de 2007, e representou uma grande evolução em relação à versão anterior, por organizar os processos de gerenciamento de serviços em uma estrutura de ciclo de vida, e por fornecer uma base sólida para a convergência com outros padrões e modelos de gestão e governança, tais como ISO/IEC 20000, Cobit, CMMI, PMBoK, etc. Além disso, há abordagens de retorno sobre investimento para serviços, práticas de desenho de serviços e um sistema de gerenciamento de conhecimento sobre os serviços e as requisições. (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 226). O framework do COBIT, por exemplo, traz uma abordagem de gestão e controle para os processos de gerenciamento de serviços de TI, oferecendo metas e métricas para a gestão, os papéis e responsabilidades definidos na Matriz RACI e os modelos de maturidade para Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Governança de Tecnologia da Informação 3 que se possa medir o grau de excelência com que os processos são desempenhados na Organização, possibilitando a identificação de deficiências e a preparação de planos de ação para a implementação de melhorias (ISACA, 2015). “Em julho de 2011 foi publicada uma atualização do ITIL v3, denominada ITIL 2011, composta por mudanças mais simples, como a correção de algumas inconsistências no texto e nas figuras, sugestões de problemas representados por usuários, fornecedores e instrutores e uma revisão no glossário de termos”. (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 226-227). 1.2 Objetivos Segundo Fernandes e Abreu (2012, p. 227): Como um framework, o principal objetivo do ITIL é prover um conjunto de práticas de gerenciamento de serviços de TI testadas e comprovadas no mercado, que podem servir como modelo para Organizações que já possuem operações de TI em andamento, e pretendem empreender melhorias, quanto para a criação de novas operações. A adoção do ITIL pretende levar uma Organização a um grau de maturidade e qualidade que permita o uso eficaz e eficiente dos seus ativos estratégicos de TI, sempre com foco no alinhamento e nas necessidades de clientes e usuários. Um outro importante objetivo é mensurar e gerenciar o valor que os serviços de TI que efetivamente adicionam ao negócio. A abordagem do ciclo de vida permite que se tenha uma visão do gerenciamento de serviços pela sua própria perspectiva, em vez de focar em cada processo ou prática por vez. 2 Estrutura do ITIL O ITIL v3 está estruturado em cinco publicações: Estratégia de serviço, Desenho de serviço, Transição de serviço, Operação de serviço e Melhoria Contínua de serviço. 2.1 Estratégia de Serviço “Uma estratégia de serviço deve definir como um provedor utilizará seus serviços para potencializar os resultados de negócio de seus clientes, ao mesmo tempo em que viabiliza o atingimento de seus próprios objetivos” (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 230). Outro ponto crucial é a identificação e qualificação adequadas dos clientes do serviço, assim como de suas necessidades e do que ele espera como resultado, o que remete ao conceito de valor. Os provedores de serviço podem ser internos, ou seja, as áreas internas da Organização, menos arriscadas e flexíveis, e os externos, onde há mais riscos e necessidade de definição de níveis de serviço e responsabilidades por meio de contrato. Adicionalmente, a estratégia deve estar ligada à cultura e ao estilo de gestão organizacional. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Governança de Tecnologia da Informação 4 2.1.1 Processos da Estratégia de Serviços • Gerenciamento estratégico para serviços de TI – auxilia a definir critérios e mecanismos para estabelecer os serviços mais adequados para atender aos requisitos do negócio, assim como a forma mais efetiva de gerenciá-los; • Gerenciamento do Portfólio de serviços – é um método que visa governar os investimentos em gerenciamento de serviços através da empresa e gerenciá-los para que adicionem valor ao negócio. Tem como etapas a definição do inventário dos serviços, a análise de viabilidade das iniciativas, sua aprovação e a abertura do projeto de desenho ou redesenho dos serviços; • Gerenciamento financeiro – visa gerenciar o ciclo financeiro do Portfólio de serviços de TI de uma organização, de forma a prover a sustentação econômica necessária para a execução de seus serviços; • Gerenciamento de demanda – visa gerenciar de forma síncrona os ciclos de produção dos serviços, que consomem demanda, e os ciclos de consumo dos serviços, que geram demanda; • Gerenciamento do relacionamento com o negócio – visa gerenciar as relações entre uma organização provedora de serviços e seus clientes, de forma a permitir um entendimento adequado das suas necessidades e o fornecimento de serviços que estejam alinhados com as suas expectativas. 2.1.2 Implantação da Estratégia no Ciclo de Vida do Serviço “A estratégia de serviços está no coração do ciclo de vida do serviço, representando a grande fonte de requisitos para todas as demais disciplinas que a implementam” (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 258). Entretanto, a estratégia deve ser implementada dentro do espaço de soluções delimitado pelas restrições impostas pelo negócio, tais como utilidade, garantia, capacidade máxima, preço, questões de licenciamento, padrões e regulações, recursos, valores morais e éticos etc. Aspectos tecnológicos também são importantes no desenho da estratégia, em termos de automação e ferramentas a serem utilizadas. 2.2 Desenho de Serviço “Este estágio do ciclo de vida tem como foco o desenho e a criação de serviços de TI cujo propósito será realizar a estratégia concebida anteriormente” (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 237). Através do uso das práticas, processos e políticas de TI vigentes, os serviços devem ser construídos de forma a assegurar a qualidade da entrega, a satisfação dos clientes, a eficiência dos custos e a facilidade de colocá-los em produção. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Governança de Tecnologiada Informação 5 2.2.1 Processos do Desenho de Serviços • Coordenação de desenho – garante que os objetivos e as metas do estágio de Desenho de serviço sejam atingidos, fornecendo e mantendo um ponto único de coordenação e controle de todos os demais processos desse estágio do ciclo de vida de serviços; • Gerenciamento do catálogo de serviços – garante uma fonte única de informações consistentes e atualizadas sobre todos os serviços que estão operacionais e sobre aqueles que estão sendo preparados para entrar em operação. É composto pelo catálogo de serviços de negócio, que contém a visão do cliente sobre os serviços de TI e seus relacionamentos com os processos, e pelo catálogo de serviços técnicos, que contém detalhes sobre os serviços entregues ao cliente e seus relacionamentos com os serviços de suporte, itens de configuração, componentes e serviços compartilhados necessários à entrega do serviço ao cliente; • Gerenciamento do nível de serviço – visa manter e melhorar a qualidade dos serviços de TI através de um ciclo contínuo de atividades envolvendo planejamento, coordenação, elaboração, estabelecimento de acordos de metas de desempenho e responsabilidades mútuas, monitoramento e divulgação de níveis de serviço (em relação aos clientes), de níveis operacionais (em relação aos fornecedores) e de contratos de apoio (com fornecedores de serviço externo); • Gerenciamento de capacidade – assegura que a capacidade da infraestrutura de TI absorva as demandas do negócio de forma eficaz e dentro do custo previsto; • Gerenciamento de disponibilidade – visa assegurar que os serviços de TI sejam projetados para atender e preservar os níveis de disponibilidade e confiabilidade requeridos pelo negócio, minimizando os riscos de interrupção; • Gerenciamento da continuidade de serviços de TI – é um desdobramento do processo de gerenciamento de continuidade do negócio, que visa assegurar que todos os recursos técnicos e serviços de TI necessários possam ser recuperados dentro de um tempo preestabelecido; • Gerenciamento de segurança da informação – abrange processos relacionados à garantia da confidencialidade, integridade e disponibilidade de dados, assim como à segurança dos componentes de hardware e software e da documentação dos procedimentos; • Gerenciamento de fornecedores – gerencia fornecedores e os contratos necessários para suportar os serviços por eles prestados, visando prover um serviço de TI com qualidade transparente para o negócio, assegurando o valor do investimento realizado. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Governança de Tecnologia da Informação 6 2.2.2 Implantação do Desenho do Serviço: “Para implementar os processos de desenho do serviço, uma Organização deve analisar o impacto no negócio, definir os requisitos de nível de serviço, avaliar os riscos, executar as atividades de implementação e medir o processo” (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 242). Dentro desta etapa, dá-se a definição de uma matriz de responsabilidades, na qual as atribuições de cada função devem estar bastante claras. 2.3 Transição de Serviço Segundo Fernandes e Abreu (2012, p. 243): O estágio de transição de serviço tem como objetivo colocar no ambiente de Produção, em plena operação, um serviço que acabou de sair do desenho de serviço, garantindo o cumprimento dos requisitos pré-estabelecidos de custo, qualidade e prazo, de forma que haja impacto mínimo nas operações atuais na Organização. 2.3.1 Processos da Transição de Serviços • Gerenciamento de mudanças – visa assegurar o tratamento sistemático e padronizado de todas as mudanças ocorridas no ambiente operacional, minimizando assim os impactos decorrentes de incidentes ou problemas relacionados; • Gerenciamento de ativos de serviço e da configuração – abrange a identificação, registro, controle e verificação de ativos de serviço e itens de configuração, incluindo suas versões, componentes e interfaces, dentro de um repositório centralizado; • Gerenciamento de liberação e da distribuição – abrange o gerenciamento do tratamento de um conjunto de mudanças em um serviço de TI, devidamente autorizadas, e visando criar um conjunto de componentes finais e implantá-los em bloco em um ambiente de Produção, em consonância com os requisitos estabelecidos na estratégia e no desenho do serviço; • Validação e teste do serviço – está relacionado à garantia da qualidade de uma liberação, incluindo todos os seus componentes de serviço, os serviços resultantes e a capacitação do serviço por ela viabilizada, sendo que um serviço validado e testado está pronto para uso, dentro dos propósitos para os quais foi desenhado e construído; • Avaliação de mudanças – visa criar meios padronizados e consistentes para avaliar o desempenho de uma mudança no contexto da infraestrutura de TI e serviços já existentes, confrontando-os com as metas previstas; Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Governança de Tecnologia da Informação 7 • Gerenciamento de conhecimento – visa garantir que a informação correta seja entregue no local apropriado, para as pessoas que tenham competência para atuar no tempo certo, habilitando a tomada de decisões. 2.3.2 Implantação da Transição do Serviço A implementação dos processos de transição do serviço em uma organização deve começar pela justificativa de sua importância estratégica para o negócio, passando pelo desenho de seus padrões, políticas e relacionamentos e chegando à institucionalização dos processos. 2.4 Operação de Serviço Para Fernandes e Abreu (2012, p. 247): O estágio de operação de serviço é bastante crítico dentro do ciclo de vida de serviços, pois erros na condução, no controle e na gestão das atividades do dia a dia operacional poderão comprometer totalmente a disponibilidade do serviço, mesmo que tenha sido bem desenhado e que sua implementação em Produção tenha sido um sucesso. 2.4.1 Processos da Operação de Serviços • Gerenciamento de eventos – monitora todos os eventos que ocorrem na infraestrutura de TI para atestar a normalidade da operação. Eventos podem ser incidentes, problemas, mudanças ou pedidos de informação que terão tratamentos distintos; • Gerenciamento de incidentes – visa restaurar a operação normal de um serviço no menor tempo possível, de forma a minimizar os impactos adversos para o negócio, garantindo que os níveis de qualidade e disponibilidade sejam mantidos dentro dos padrões acordados; • Gerenciamento de problemas – visa minimizar os impactos adversos das interrupções em serviços, prevenindo que incidentes relacionados a essas falhas ocorram novamente; • Cumprimento de requisições – trata requisições dos usuários que não foram geradas por um incidente, mas que foram originadas a partir de uma solicitação de serviço; • Gerenciamento de acesso – controla o acesso de usuários aos direitos de utilizar os serviços, garantindo-o àqueles que foram previamente autorizados e restringindo-o a todos os demais. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Governança de Tecnologia da Informação 8 2.4.2 Implantação da Operação do Serviço “A implantação da operação de serviços em uma Organização pode começar pelo gerenciamento de mudanças no ambiente atual da operação e pela utilização de processos de gerenciamento de projetos nas ações de melhoria que representarem mudanças significativas na infraestrutura ou nos processos” (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 252). Adicionalmente, engloba avaliar e gerenciar os riscos da operação e a alocação antecipada dos colaboradores nos estágios de desenho e de transição dos serviços. 2.5 Melhoria Contínua de Serviço “Os serviços de TI devem ser continuamente alinhados e integrados às necessidades de negócio, através da identificação e da implementação de ações de melhoria para o suporte aos processos de negócio” (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 254). O escopo desta etapa contém elementos que favorecem o planejamento contínuo de melhorias em processos, tais como análisede informações gerenciais e das tendências quanto ao atingimento dos níveis de serviço e dos resultados esperados. 2.5.1 Processos da Melhoria Contínua de Serviço Para Fernandes e Abreu (2012, p. 256): Um dos princípios mais importantes deste estágio é a medição do serviço, que é realizada para validar decisões tomadas, direcionar atividades para o atingimento de metas, justificar direcionamentos necessários e/ou identificar pontos onde é necessário intervir com mudanças ou ações corretivas. Simplesmente melhorar algo não é suficiente, pois deve-se estabelecer a visão de futuro, fixar referências iniciais e metas a serem atingidas e avaliar, posteriormente, se houve sucesso ou não. “Todos esses conceitos fazem parte do único processo da melhoria contínua de serviço, o Processo de melhoria em 7 passos” (FERNANDES; ABREU,2012, p. 256): 1. Identificar visão, estratégia, metas táticas e metas operacionais; 2. Definir o que você vai mudar; 3. Obter os dados (quem, como, quando, integridade dos dados); 4. Processar os dados (frequências, formato, sistema, acurácia); 5. Analisar os dados (relacionamentos, tendências, de acordo com o plano, alvos atingidos, ações corretivas); Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Governança de Tecnologia da Informação 9 6. Apresentar e utilizar a informação, sumário de avaliação, planos de ação etc.; 7. Implementar ações corretivas. 2.5.2 Implantação da Melhoria Contínua do Serviço Os processos de Melhoria Contínua de serviço em uma organização podem ser implementados a partir da abordagem por serviço, na qual um ponto de melhoria de um determinado serviço é escolhido como piloto, ou a abordagem do ciclo de vida, que focaliza as interfaces deste estágio com os demais, e na abordagem por grupo funcional, em que o piloto pode ser feito sobre uma equipe responsável por ativos com alto grau de falhas (FERNANDES; ABREU, 2012). Uma vez que as melhorias implicam mudanças organizacionais, geralmente esta etapa se iniciará por ações de melhoria em operações ou serviços que já estão em produção. “A matriz de responsabilidades da organização requer, para os processos de Melhoria Contínua dos Serviços, habilidades específicas para obtenção, processamento e análise dos dados, e a apresentação e utilização da informação” (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 257). 3 Gestão de Nível de Serviço Para Akabane (2012, p. 157): Complementando a visão das cinco publicações do ITIL v3, existe um processo fundamental para a gestão de serviços de TI, enfocando a infraestrutura e os sistemas informatizados, cuja função é proporcionar melhoria contínua ao ciclo de vida dos serviços, denominado Gestão de nível de serviço, em inglês “Service Level Management), e para o qual vamos doravante tratar pela sigla SLM. O autor reforça que: O sistema SLM tem o propósito de atingir os objetivos dos acordos de nível de serviço, firmados entre a área de TI e as áreas usuárias, no sentido de resolver os incidentes que causam interrupções na continuidade e prejuízos à eficiência. O acordo de nível de serviço (em inglês “Service Leval Agreement”) doravante tratado pela sigla SLA, trata da qualidade do serviço acordado entre o beneficiário e o provedor da TI. (AKABANE, 2012, p. 158). “Em suma, a prática do SLM consiste em colher e avaliar os dados do desempenho dos serviços, comparando-os com as metas estabelecidas no SLA, para identificar os pontos de melhoria possíveis” (AKABANE, 2012, p. 172). As etapas de manutenção do SLA são as seguintes: Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Governança de Tecnologia da Informação 10 • avaliação do grau de realização do plano estratégico de TI – trata da avaliação por etapas com base nos objetivos dos processos de negócio, com os objetivos da prática dos serviços estabelecidos no SLA; • processo contínuo de melhoria – consiste em uma revisão contínua e periódica das atividades correlatas ao ambiente de TI e a reengenharia dos processos de negócio; • gestão do nível de serviços – fruto do contrato que define o nível de serviços esperado entre a área responsável pela operação do serviço de TI junto a fornecedores e usuários, onde se estabelece o compromisso do fornecimento do nível de serviço que atenda os objetivos do negócio (AKABANE, 2012). 4 Aplicabilidade e benefícios 4.1 Aplicabilidade “As práticas do ITIL são compatíveis com várias modalidades de prestação de serviços de TI, que necessitem de uma forte abordagem de gestão” (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 258). O modelo tem sido largamente utilizado em projetos e operações contínuas envolvendo itens de infraestrutura, tais como manutenção de equipamentos, gerenciamento de redes, suporte à utilização de aplicações e a terceirização dos serviços de impressão, dentre outros. “Quando associado a outras práticas de modelos específicos, como por exemplo o CMMI, o ITIL pode ser útil no gerenciamento de serviços relacionados a aplicações, tais como manutenções, operações de fábrica de software, terceirização de desenvolvimento e outros” (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 258). Para os autores: O ciclo de vida de serviços pode ser utilizado a partir do seu primeiro estágio, a Estratégia de serviço. Esta abordagem é bastante indicada para situações nas quais uma Organização esteja concebendo novos serviços para seu mercado, ou esteja repensando seus investimentos com foco no seu Portfolio de serviços e nos Catálogos de serviços atuais e futuros. (FERNANDES, 2012, p. 258). A utilização das informações oriundas da análise da base de conhecimento da organização (níveis de serviço, histórico de problemas e de reclamações, ações preventivas passadas ou em curso, pesquisas de satisfação, demandas de clientes e de áreas internas, avaliações de desempenho etc.), analisadas sob a ótica da estratégia de negócios e de TI, certamente resultará em um plano de melhoria de serviços focado no valor que deve ser adicionado ao negócio. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Governança de Tecnologia da Informação 11 Em geral, qualquer que seja a abordagem, a implementação do ITIL deve ser feita de forma gradual, partindo de um escopo reduzido de operações como piloto e provendo melhorias gradativas e sucessivas para as demais operações, respeitando sempre as interdependências existentes entre os processos de gestão e os requisitos de disponibilidade e continuidade dos serviços. Devem ser consideradas também com muita atenção as questões relacionadas à estrutura organizacional e à tecnologia que sustentam os serviços, de forma que seus pontos fortes sejam aproveitados ao máximo, e que as eventuais mudanças possam ser efetuadas com impacto mínimo na disponibilidade e na continuidade dos negócios. (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 259-260). 4.2 Benefícios Segundo Fernandes e Abreu (2012, p. 261-262), “Várias Organizações têm relatado benefícios com a adoção e implementação do ITIL como modelo de melhores práticas em gerenciamento de TI, como segue:” • Corte dos custos operacionais de 6% a 8%; • Redução de 10% na quantidade das chamadas de Help Desk; • Redução de 40% nos custos de suporte; • Reduções superiores a 40% na indisponibilidade dos sistemas; • Melhoria da satisfação dos clientes; • Redução gradativa dos custos de treinamento; • Melhoria da produtividade das equipes de serviços; • Redução da rotatividade dos colaboradores; • Medições de desempenho dos serviços e de seus componentes, desdobradas com base no valor dos negócios; • Relação direta entre os ativos de serviços de TI e os serviços do negócio. 5 Certificações: Há três níveis de certificação disponíveis no mercado para o ITIL: Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Governança de Tecnologia da Informação 12 • Nível básico (Foundation) – mais generalista, destina-se a prover os profissionais com bons fundamentos acerca dos conceitos-chave, da terminologia e dos processos do ITIL; • Nível intermediário – oferece um maior grau de especializaçãoe pode ser atingido através de duas formas: a especialização no ciclo de vida (estratégia, desenho, transição, operação e melhoria contínua do serviço), ou em capacitação (portfólio de serviços e gerenciamento do relacionamento, desenho e otimização de serviço, monitoração e controle do serviço e operação e suporte do serviço); • Nível avançado – possui o curso “gerenciando através do ciclo de vida”, que enfoca a visão completa sobre a abordagem do ciclo de vida no conceito do gerenciamento de serviços de TI. “Ao acumular, através dessas certificações, um volume de 22 créditos, o profissional receberá o título ‘ITIL Expert’. Há ainda um outro título, o de “ITIL Master” (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 262). Considerações finais Em suma, nesta aula desenvolvemos um estudo sobre as principais etapas e processos do ITIL v3 e dos conceitos sobre gestão de serviços de TI. Além de conhecer o histórico e os objetivos do ITIL, nos aprofundamos na estrutura deste framework, estudando suas cinco publicações: Estratégia de serviço, Desenho de serviço, Transição de serviço, Operação de serviço e Melhoria Contínua de serviço, além de fornecer uma visão sobre os acordos de nível de serviço e suas práticas de gestão. Com o intuito de aprofundar os conceitos, estudamos, para cada uma das cinco publicações, seus processos e seus aspectos relevantes para a implementação. Concluímos com uma visão dos benefícios de se implementar o ITIL e também com informações sobre as certificações disponíveis. Referências AKABANE, Getúlio Kazue. Gestão estratégica da tecnologia da informação: conceitos, metodologias, planejamento e avaliações. São Paulo: Atlas, 2012. FERNANDES, Aguinaldo Aragon; ABREU, Vladimir Ferraz de. Implantando a governança de TI: da estratégia à gestão dos processos e serviços. Rio de Janeiro: Brasport, 2012. ISACA. COBIT 5 em Português. Rolling Meadows, IL (USA) 2007. Disponível em: <http://www. isaca.org/COBIT/Pages/COBIT-5-Portuguese.aspx>. Acesso em: 20 ago. 2015. Introdução 1 Histórico e objetivos do ITIL 2 Estrutura do ITIL 3 Gestão de Nível de Serviço 4 Aplicabilidade e benefícios 5 Certificações: Considerações finais Referências
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