Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 1 Farmacocinétic� Farmacocinética - o que o indivíduo faz, como o nosso corpo processa o fármaco. Farmacodinâmica - o que o fármaco faz no indivíduo Farmacocinética -> cinética é movimento. É a forma como o indivíduo processa o medicamento, ADM -> Excretado. Conceito dos 4 fatores que constituem ou formam a farmacocinética: absorção, distribuição e metabolização ou biotransformação e excreção. ❖ ABSORÇÃO: igual a passagem, logo precisa de uma direção. O local que esse fármaco vai é o sangue. Ex: estômago -> sangue. Numa administração endovenosa têm absorção? NÃO. Passagem do sangue pro tecido é distribuição e não absorção. Nessa passagem para ir pró sangue, encontramos barreiras, fatores que influenciam na absorção: difusão passiva/ativa (proteínas), lipídica (+ lipossolúvel -> + fácil absorção) - lipossolubilidade que é o coeficiente de partição = óleo/água, < CO -> - absorvido, + hidrossolúvel, pH+ -> 50% dos ácidos se encontram na forma HA (molecular ou não ionizada) os outros 50% se encontram na forma de H+ e A- -> equilíbrio. De HA para H+ e A- temos a presença do H+ do estômago, aí o A- se desloca para a esquerda ajudando no processo de absorção ao aumentar HA já que ela é apolar. Mantra -> fármaco de característica ácida é melhor absorvido em meio ácido. Área -> maior área, maior superfície de contato -> mais tranquilo a absorção no intestino (que têm uma maior área que o estômago). Gráfico: eixo X = pH do meio, o eixo Y = íons livres. Vermelho = Z aumentando, Preto = D diminuindo e pergunta: quem têm característica ácida e quem têm básico. Z é ácido, pois menor ph -> mais forma molecular e menos íons livres. Ácido em meio básico aumenta os íons livres. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 2 Diabetes descompensado -> cetoacidose, acidose metabólico. Com fármaco de característica ácida -> mais absorvido -> mudar a dose. Existe uma comunicação entre o intestino e o fígado -> uma circulação chamada de Porta ou entero-hepática. Forma de administração oral -> 100% no estômago, mas não é absorvido todo, absorve 60% por exemplo. Os 40% restantes vão para o intestino. Vamos supor que 20% é absorvido no intestino. Os 20% que sobram -> circulação porta e cai no fígado onde parte do fármaco é metabolizada e outra é absorvida. O nome do processo que metaboliza o fármaco antes de ser absorvido na circulação sistêmica e que já é excretado, após ser metabolizado -> METABOLISMO DE 1a PASSAGEM. O estado condicional para que tenhamos metabolismo da 1a passagem, é ter a absorção. Todas as formas de administração que tenha absorção vai ter metabolismo de 1a passagem. A única exceção é a administração sublingual e endovenosa (que nem absorção têm). ❖ DISTRIBUIÇÃO: os fatores são os mesmos, o que diferencia é que o pH não influência tanto. Os fatores que influenciam mais é a quantidade de proteínas séricas -> determinam se a distribuição vai ser maior ou menor. proteínas: albumina e alfa 1 Gp ácida a medida que o fármaco vai indo para o sangue, ele vai se ligando às proteínas. A proteína depende da característica físico química. Ácida, no sangue, albumina. Básica, no sangue, alfa 1 Gp acida. Temos uma porção de Farm ligado (80%) e Farm livre (20%). Não é sempre assim, depende do fármaco e do indivíduo. Farm ligado pode ser livre e livre pode ser ligado. Farm livre consegue sair do sangue e ir para o tecido, é ele que é distribuído. Varfarina -> anticoagulante O Cetoconazol potencializa a porção da Varfarina por aumentar o seu estado livre no sangue. Ele compete pela mesma proteína que a varfarina que é a albumina e a albumina têm muito mais afinidade pelo cetoconazol. Diabetes proteinúria -> baixa albumina Desnutrição com deficiência de proteína -> kwashiorkor Deficiência total -> marasmo No riacho temos sítios próximos e sítios distantes. Os próximos conseguem fazer as coisas mais rápido do que quem está distante do riacho. A velocidade para que Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 3 cheguem nos próximos é bem mais rápida do que os que estão distantes. Tecidos poucos perfundidos são reservatórios: ossos, tecidos adiposos. Demoram para devolver, excretar podendo dar o processo de intoxicação. Excreção do fármaco acontece de maneira quebrada e não como uma linha reta. ❖ METABOLIZAÇÃO: conceito - é a conversão ou reação que se têm do qual converte-se um fármaco de característica lipossolúvel e hidrossolúvel. Têm haver com reação química. X ativo (composto ativo). É absorvido, distribuido, efeito, volta pró fígado onde temos uma família de enzimas que se encontram no REL. Sofre efeito da enzima 1. Essa enzima 1, ela vai produzir uma exposição nesse composto ativo de um grupo funcional químico que seja mais hidrossolúvel -> fazendo com que o X ativo vire Y inativo. O nome desse processo é REAÇÃO DE FUNCIONALIZAÇÃO (fase 1). O Y inativo com a enzima 2 -> aumentando muito a hidrossolubilidade ex: ac.glicurônico. Temos o nome de CONJUGAÇÃO (fase 2) para essa reação. Ser ativo e virar inativo, podemos dar o nome de fármaco. Composto Z inativo, sem efeito. No fígado ele sofre a ação de uma enzima, a enzima 1 que faz uma reação de FUNCIONALIZAÇÃO (fase 1) aí esse composto inativo, é convertido agora a um composto ativo -> A ativação. Aí esse composto é absorvido, distribuído, volta pro fígado e sofre a ação da enzima 1 que agora com o composto ativo, vai inativar -> inativação = I inativo. Tanto o ac.glicurônico como o I inativado vão sofrer a ação da enzima 2. Pró-fármaco (composto inicial é inativo). Pró-fármaco aumenta a meia-vida, adesão faramacologica é melhor. Dois fármacos -> o segundo induz, acelera, catalisa a enzima 1 (indutor do fármaco) -> logo ele reduz o efeito do fármaco pois ele aumenta a quantidade de composto inativo. Se reduzir a enzima 1, vamos aumentar o efeito do fármaco. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 4 Antirretroviral ou varfarina é um fármaco se a pessoa toma com o cetoconazol que é outro fármaco, ele atua inibindo a enzima 1 -> inibindo a conversão da inativação -> aumentando a concentração de antirretroviral -> efeito tóxico. Se for pró-fármaco, às reações são contrárias. O fenobarbital são indutores enzimáticos. Enalapril nos pró-fármacos é convertido em enalaprilato de sódio que causa o efeito inibidor da angiotensina -> reduzindo a pressão arterial. Inibe o ECA -> regula a pressão arterial. ANG II -> vasoconstrição -> estimula a supra renal liberando a aldosterona -> interfere no túbulo. Enzimas de metabolização -> citocromo p450. CYP3A4 - metabolização de 60% de todos os fármacos existentes. CYP2D6 -> metaboliza 30%. CYP2E1 -> 10% metaboliza o paracetamol (composto hepatotóxico), álcool (inibidor ou indutor enzimático - pode atuar). Se indivíduo toma álcool só no final de semana -> inibidor (aguda). Etilista crônico -> indutor enzimático (crônico). Um composto faz com o outro -> sinérgico + Negros tendem a ter metabolismo mais rápido. ❖ EXCREÇÃO: existem várias formas, inalatória pulmonar, hepática via biliar fezes e renal urinária. A hepática constitui 10% das excreções dos fármacos. 90% é a renal. Quando o fármaco é lipossolúvel para eliminar na urina, têm que ter uma transformação hepática. Se indivíduo usa fármaco mais hidrossolúvel e é hepatopata -> eliminar mais. Na presença de lipossolúvel -> chance maior de se intoxicar. A excreção varia de acordo com o pH. Básico com meio do néfron ácido -> mais excretado A quantidade de fármaco no sangue, seja ele ligado ou livre, chamamos isso de BIODISPONIBILIDADE (concentração de cada uma das formas). Se temos muita excreção -> menos fármaco no sangue. Muita metabolização e excreção -> pouca biodisponibilidade que dificulta a distribuição. LIVRO KATZUNG Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 5 Farmacocinética - a dose padrão de um fármaco baseia-se em experimentos realizados com voluntários sadios e pacientes com capacidade média de absorver, distribuir e eliminar o fármaco. Essa dose não será adequada para todos ospacientes. Vários processos fisiológicos e patológicos obrigam ao ajuste da dose em pacientes individuais. Esses processos modificam parâmetros farmacocinéticos específicos. Os dois parâmetros básicos são a depuração, a medida da capacidade do corpo de eliminar o fármaco; e volume de distribuição, a medida do espaço aparente no corpo disponível ao fármaco. Volume de distribuição (V) -> correlaciona a quantidade de fármaco no corpo à concentração do fármaco (C) no sangue e no plasma: V = quantidade de fármaco no corpo/C. O V é definido em relação ao sangue, ao plasma ou à água (fármaco não ligado), conforme a concentração usada na equação. Depuração (clearance): os princípios de depuração de fármacos assemelham-se aos conceitos de depuração da fisiologia renal. A depuração de um fármaco é o fator que prediz a velocidade de eliminação em relação à concentração do fármaco: CL = velocidade de eliminação/C. A depuração, como o volume de distribuição, pode ser definida em relação ao sangue, ao plasma, ou não ligado em água, conforme a concentração mensurada. Eliminação dependente de fluxo: em contraste com a eliminação daqueles de capacidade limitada, alguns fármacos são depurados de imediato pelo órgão responsável por sua eliminação de modo que em qualquer concentração clinicamente realista, a maior parte do fármaco no sangue que faz a perfusão do órgão será eliminada na primeira passagem do fármaco através dele. Assim Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 6 a eliminação dessas formação depende primariamente da velocidade de aporte destes ao órgão responsável pela eliminação. O fluxo de sangue para o órgão é o principal determinante do aporte do fármaco, mas a ligação a proteínas do plasma e a partição de células do sangue também são importantes para fármacos bastantes ligados que têm extração alta. Meia vida: é o tempo necessário para que a quantidade do fármaco se reduza à metade durante a eliminação. Biodisponibilidade: é definida como a fração do fármaco inalterado que alcança a circulação sistêmica logo depois da administração por qualquer via. A área sob a curva do tempo de concentração no sangue é proporcional à extensão da biodisponibilidade de um fármaco, se a eliminação for de primeira ordem. Para uma dose intravenosa, presume-se que a biodisponibilidade seja igual à unidade. No caso de um fármaco administrado por via oral, a biodisponibilidade pode ser menos de 100% por duas razões principais - extensão incompleta da absorção através da parede intestinal e eliminação na primeira passagem pelo fígado. Extensão dá absorção: depois da administração oral, um fármaco pode ser absorvido incompletamente, por exemplo, somente 70% de uma dose de digoxina alcançam a circulação sistêmica. isso se deve sobretudo à falta de absorção do intestino. Outros fármacos são demasiadamente hidrofílicos (ex: atenolol) ou lipofílicos (ex: aciclovir) para serem absorvidos com facilidade, e sua baixa biodisponibilidade também se deve à absorção incompleta. Se muito hidrofílico, o fármaco não pode atravessar a membrana lipídica celular. Se lipofílico demais, o fármaco não é solúvel o bastante para cruzar a camada de água adjacente à célula. Fármacos podem não ser absorvidos por causa de um transportador inverso associado à glicoproteína-P. Esse processo bombeia ativamente o fármaco para fora das células da parede intestinal e de volta para o lúmen do intestino. A inibição da glicoproteína-P e do metabolismo da parede intestinal. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 7 Eliminação de primeira passagem: após a absorção através da parede intestinal, o sangue da veia porta leva o fármaco ao fígado antes da entrada na circulação sistêmica. Um fármaco pode ser metabolizado na parede intestinal (pelo sistema enzimático CYP3A4) ou mesmo no sangue porta, porém,mais comumente é o fígado o responsável pelo metabolismo antes de o fármaco atingir a circulação sistêmica. Velocidade de absorção: é determinada pelo sítio de administração e pela formulação do fármaco. Tanto a velocidade de absorção quanto a extensão do influxo podem influenciar a efetividade clínica de um fármaco. Diferenças na velocidade de absorção podem se tornar importantes para fármacos dados como uma dose única, tais como um hipnotico usado para induzir o sono. Diz-se que o mecanismo de absorção de um fármaco é de ordem zero quando a velocidade não depende dá quantidade do fármaco remanescente no intestino, por exemplo, quando ela é determianda pela velocidade de esvaziamento gástrico ou por uma formulação medicamentosa de liberação controlada. Em contraste, quando a dose é dissolvida em fluidos gastrintestinais, a velocidade de absorção geralmente é proporcional à concentração gastrintestinal e dita de primeira ordem. A depuração sistêmica não é afetada pela biodisponibilidade. Entretanto, a depuração pode afetar acentuadamente a extensão da disponibilidade, porque determina a razão de extração. É claro que concentrações sanguíneas terapêuticas ainda podem ser alcançadas pela via de administração oral, se administradas doses maiores. Contudo, nesse caso, às concentrações dos metabólitos do fármaco serão aumentadas significativamente acima daquelas que ocorreriam em seguida à administração intravenosa. Fármacos com razões de extração altas mostram variações marcantes de biodisponibilidade entre indivíduos, por causa de diferenças de função hepática e fluxo sanguíneo. Essas diferenças explicam a grande variação em concentrações de fármaco que ocorre em indivíduos que recebem doses semelhantes de fármacos altamente excitáveis. Para fármacos altamente extraídos pelo fígado, os sítios de derivação hepática de eliminação resultam em aumentos substanciais da disponibilidade do fármaco, quanto fármacos pobremente extraídos pelo fígado a derivação do sangue que passa pelo fígado causa pouca alteração na disponibilidade. Há vários motivos para às diferentes vias de administração utilizadas na medicina clínica por conveniência (oral), para maximizar a concentração no sítio de ação e minimizá-lo em outros locais (tópica), para prolongar a duração Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 8 da absorção do fármaco (transdérmica) ou para evitar o efeito de primeira passagem. O efeito de primeira passagem hepática pode ser evitado, em grande extensão, pelo uso de comprimidos sublinguais e preparados transdérmicos e, em menor extensão, pelo uso de supositórios retais. A absorção sublingual propicia acesso direto às veias sistêmicas - não portões. Efeitos imediatos: no caso mais simples, os efeitos dos fármacos estão diretamente relacionados com as concentrações plasmáticas, mas isso não significa necessariamente que os efeitos são paralelos ao curso de tempo das concentrações. Como a relação entre concentração do fármaco e efeito não é linear, o efeito, em geral, não é linearmente proporcional à concentração. Considere o efeito de um inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA), tal como o enalapril, sobre a ECA no plasma. A varfarina funciona como um anticoagulante pela inibição da vitamina K epoxidase no fígado. A ação da varfarina ocorre rapidamente, e a inibição da enzima correlaciona-se com as concentrações plasmáticas do fármaco. Às reações de fase I geralmente convertem o fármaco mãe a um metabólito mais polar pela introdução ou pelo desmascaramento de um grupo funcional (-OH, -NH2, -SH). Com frequência esses metabólitos são inativos, embora em alguns exemplos a atividade seja apenas modificada ou até ampliada. RESUMO • Distribuição: Também é uma passagem, porém do sangue para o tecido. O fármaco que gera o efeito é o fármaco livre. Esse fármaco pode ser “preso” por proteínas séricas. Logo, se tem muita proteína sérica no sangue, menos fármaco irá para o tecido e a resposta/efeito será menor. Fármacos ácidos se ligam a proteínas básicas e fármacos básicos se ligam a proteínas ácidas. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 9 Órgãos menos perfundidos, como ossos e tecido adiposo, são reservatórios, porquepossuem cinética de distribuição mais lenta, quando comparados ao coração, cérebro e rim, que são órgãos mais perfundidos. Com isso, estes, quando já estão cheios de fármacos, liberam de volta mais rapidamente também para o sangue. Na clínica, pacientes com alto IMC recebem doses diferentes, uma vez que o fármaco pode se acumular no tecido adiposo, gerando toxicidade. Por não ser muito perfundido, o tecido adiposo libera o fármaco de volta para o sangue de forma mais lenta, diferente dos órgãos perfundidos, acumulando essa substância no organismo. Cetoconazol inibe a cip3a4, impedindo processos de metabolização e aumentando a concentração do fármaco, além disso, a cip3a4 inativa a varfarina, aumentando ainda mais suas concentrações, uma vez que age diretamente nela também, deixando-a mais livre e mais acumulada.
Compartilhar