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- -1
ATIVIDADES DE ACADEMIA E AO AR 
LIVRE
CAPÍTULO 2 - PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS 
PARA O ENSINO EM TREINAMENTO 
COLETIVO
Paulo Costa Amaral
- -2
Introdução
Nesta unidade, iniciaremos um dos momentos mais importantes para o profissional que atua com treinamento
em grupo: estudar música aplicada em aulas coletivas. A proposta é proporcionar aos seus alunos uma
experiência única com a sincronização do ritmo da música e a execução dos exercícios. No primeiro momento
você achará muito difícil, porém, com muito estudo e prática, você vai aprender a construir coreografias!
Além disso, você aprenderá algumas técnicas de como se comunicar e se expressar corporalmente perante as
pessoas. Mas é possível falar em público mesmo sendo tímido? Independente se é tímido ou não poderá falar em
público, desde que coloque em prática todas as técnicas que serão apresentadas. Bons estudos!
2.1 Musicalidade aplicada em aulas coletivas
A música está presente na vida das pessoas. Com o avanço da tecnologia, podemos ouvir músicas a qualquer
momento por de músicas (ex.: , , , , e ),streaming Spotify Deezer Apple Music YouTube Music Amazon Music Tidal
modificando o nosso modo de praticar exercícios. Nas academias e parques públicos é muito comum olhar para o
lado e ver pessoas com fone de ouvido e, muitas vezes, executando exercícios no mesmo ritmo, aumentando a
percepção de prazer, evitando o cansaço, dor e tensão psicológico durante a atividade, ajudando o praticante a
terminar a sua sequência de exercícios. Além disso, as pessoas são atraídas para as salas de ginástica coletiva,
muitas vezes, por conta do som das músicas e sincronização das pessoas em uma mesma coreografia.
Entretanto, como vamos utilizar a música no treinamento coletivo? Seja bem-vindo ao universo da Musicalidade
!
Ter domínio da música em aulas coletivas fará com que você emocione os seus alunos. Além disso, é um aliado
VOCÊ QUER VER?
Saiba como foi o surgimento desde os primórdios da humanidade até a nossa época, passando
rapidamente pela música clássica, , , e música eletrônica. Está em a “História dajazz blues rock
música”. Acesse: .https://youtu.be/If_T1Q9u6FM
VOCÊ QUER LER?
“Música e exercício físico: revisão de literatura”, artigo de Larissa Pereira Cova, Gabriela Kaiser
Fullin Castilho e Paula Teixeira Fernandes, publicado em 2017, apresenta uma análise de 13
artigos publicados entre 2010 e 2015 a respeito da influência da música no esporte e exercício.
Acesse: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8646494
./16495
https://youtu.be/If_T1Q9u6FM
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8646494/16495
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8646494/16495
- -3
Ter domínio da música em aulas coletivas fará com que você emocione os seus alunos. Além disso, é um aliado
na prescrição de treinamento físico com relação à quantidade de repetições e velocidade de execução dos
exercícios.
2.1.1 Estrutura musical
O primeiro assunto que deve aprender é sobre a , composta por unidades de tempo, tambémestrutura musical
conhecido como , utilizada para marcar o tempo quando a intensidade é forte. Embatida por minuto (BPM)
algumas músicas é evidente o , quando existe uma marcação mais suave entre cada batida forte.contratempo
Deste modo, a métrica é determinada pela divisão das unidades de tempo, podendo ser classificadas em:
• compasso binário: ao dizer as palavras um...dois..., um..., dois..., fale mais forte o número 1;
Figura 1 - Representação do compasso binário
Fonte: TRIPOD, [s. d.].
• : primeiro tempo forte, segundo e terceiro tempos fraco;compasso ternário
Figura 2 - Representação do compasso ternário
Fonte: TRIPOD, [s. d.].
• : primeiro tempo forte, segundo tempo fraco, terceiro tempo meio forte e quarto compasso quaternário
tempo fraco.
•
•
•
- -4
Figura 3 - Representação do compasso quaternário
Fonte: TRIPOD, [s. d.].
Já em aulas coletivas, geralmente, são empregados dois quaternários, compondo uma (1/8 ou 8oitava musical
tempos musicais).
Assim, com o intuito de facilitar o profissional de Educação Física, os tempos ímpares são mais utilizados,
principalmente, para iniciar os movimentos ou proporcionar simetria entre os lados esquerdo e direito. Em
algumas músicas, os tempos ímpares são caracterizados por batidas mais intensas.
Figura 4 - Representação de uma oitava (1/8 ou 8 tempos)
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Já na construção coreográfica, principalmente, em coreografias de baixa complexidade, os movimentos são
empregados com a união de quatro oitavas musicais (4/8 ou 32 tempos), denominado .frase musical
VOCÊ SABIA?
Existem aplicativos de em que você pode ouvir os compassos bináriosMetrônomo de Batidas
(2/4), ternário (3/4) e quaternário (4/4). Atualmente utilizo o app “ Acesse Metronome”.
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.eumlab.android.
.prometronome&hl=pt_BR
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.eumlab.android.prometronome&hl=pt_BR
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.eumlab.android.prometronome&hl=pt_BR
- -5
empregados com a união de quatro oitavas musicais (4/8 ou 32 tempos), denominado .frase musical
Figura 5 - Representação de uma frase musical (4/8 ou 32 tempos)
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Em geral, nos últimos quatro tempos da frase musical ocorre um que sinaliza que irá iniciarsom de mudança
uma nova frase (antecipação).
Figura 6 - Representação de um som de mudança
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
No entanto, existem músicas em sua construção que possuem frases musicais com mais ou menos de 32 tempos,
denominado Com o intuito de facilitar a memorização por parte do profissional de Educação quebra musical. 
Física, é recomendado utilizar em suas coreografias músicas que não possuem quebra musical, exceto em aulas
de dança. Neste sentido, aconselhar-se que as músicas sejam remixadas por um DJ contendo apenas frases
musicais sem quebra musical.
2.1.2 Contagem musical
O uso da frase musical pelo profissional de Educação Física facilita a contagem de repetições de movimentos.
Neste sentido, o domínio das frases musicais possibilita mais tempo para o(a) professor(a) dedicar-se às
correções e interação com os alunos.
VOCÊ O CONHECE?
Prof. Ms. Paulo Costa Amaral, profissional de Educação Física, é uma das autoridades no ensino
de mapeamento de músicas. Adquiriu esta habilidade quando foi DJ entre os anos de 1995 a
2000. Atualmente, continua ensinando estudantes e profissionais de Educação Física esta
habilidade, produzindo músicas e coreografias para academias.
- -6
Há duas formas de aplicar os conceitos de oitavas e frases musicais durante a prática de exercícios físicos:
• : quando se considera na contagem todos os tempos musicais (ímpares e pares). Ela é contagem rápida
mais utilizada durante a montagem de uma aula coreografada ou no processo de ensino de uma 
sequência coreográfica onde exista usos de movimentos aeróbicos ou uso de frases cruzadas (quando por 
exemplo, o último movimento da primeira oitava não termina nela e sim no primeiro tempo da segunda 
oitava);
• : quando se considera na contagem apenas os tempos musicais ímpares. Ela é mais contagem lenta
utilizada em aulas neuromusculares para a marcação rítmica do movimento.
Na tabela a seguir é possível observar a contagem rápida e lenta em uma oitava, uma frase musical e duas frases
musicais.
Tabela 1 - Contagem musical
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Em modalidades de resistência aeróbia coreografada (ex.: Aeróbica, , ), todos os blocos utilizados sãoStep Jump
construídos em frases musicais. O primeiro movimento de um bloco deve ser sempre realizado no primeiro
tempo de uma frase musical, o que fará com que haja uma sincronia entre a música e coreografia. Se a
coreografia não coincidir com a frase musical, será mais difícil para os alunos acompanharem a aula.
Já em aulas de ciclismo há uma relação direta com o BPM e o RPM (rotações por minuto), sendo que paraindoorrotações lentas (entre 60 a 80 rpm), utiliza-se somente a tempos ímpares (ou batida forte) da música e para
rotações mais rápidas (entre 80 a 100 rpm) utilizam-se todos os tempos musicais. Significa que, em muitas
vezes, o(a) professor(a) não pedala no ritmo da música.
Como processo pedagógico no planejamento das aulas neuromusculares, aconselhamos a utilização da contagem
lenta, com foco na velocidade de execução dos exercícios, evitando, desta forma, que fique contando cada tempo
musical.
Tabela 2 - Contagem lenta em aulas neuromusculares
•
•
- -7
Tabela 2 - Contagem lenta em aulas neuromusculares
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Neste tipo de aula, caso o(a) professor(a) não domine a estrutura musical (ver Item 1.1.), recomenda-se utilizar a
estratégia de determinar a execução dos exercícios apenas pelo tempo por meio de um cronometro ou
temporizador (Ex.: 1 minuto para cada exercício). Porém, deverá, ainda assim, realizar os movimentos nos
tempos musicais da música.
Em aulas com foco no treinamento de flexibilidade, visando o aumento ou manutenção da amplitude do
movimento, os movimentos podem ser realizados de forma dinâmica (utilizando a contagem lenta) ou estática
utilizando as frases musicais ou apenas como fundo musical, mudando o movimento em cada frase musical.
Segundo o ACSM (2014), recomenda-se para a maioria dos adultos manter o flexionamento estático por 10 a 30
segundos. Deste modo, dependendo do BPM da música (ver tabela anterior), recomenda-se uma (4/8) ou duas
frases musicais (8/8) para os exercícios estáticos.
Em aulas em formato de circuito (sem intervalo) é recomendada a utilização dos exercícios por tempo, utilizando
um cronômetro ou temporizador disponível em formato de No entanto, é preciso realizar os movimentosapp.
nos tempos musicais da música (aeróbicos: contagem rápida; neuromusculares: contagem lenta).
2.1.3 Elementos formais da música
Com relação aos elementos formais da música, segue abaixo uma representação gráfica dos elementos que dão
forma à música.
Figura 7 - Elementos formais da música
Fonte: CURITIBA, 2012.
No quadro a seguir, apresentamos o descritivo dos elementos formais da música:
- -8
Quadro 1 - Detalhamento dos elementos formais da música
Fonte: CURITIBA, 2012.
Na maioria das músicas, a cada mudança de frase musical ocorre uma modificação nos seus elementos formais e
um exemplo é a inclusão de um instrumento ou da voz do(a) cantor(a) entre as frases musicais.
2.1.4 Segmentos musicais
Com base na compreensão dos elementos formais das músicas, na prática do profissional de Educação Física, a
elaboração das coreografias depende da identificação dos segmentos musicais:
• : parte instrumental, sem verso ou refrão;instrumental
• : refere-se à parte cantada da música, na qual se conta uma história em forma de canção – parte verso
•
•
- -9
• : refere-se à parte cantada da música, na qual se conta uma história em forma de canção – parte verso
vocal;
• : é a parte principal da música, de mais impacto. Designa a parte da música que se repete algumas refrão
vezes e no qual se concentra a carga emocional da música ou da história que é contada em forma de 
canção. Seria a conclusão da história;
• : quando o volume da música diminui lentamente, geralmente, no final de uma música.fade
2.1.5 Como contar o BPM da música?
A velocidade da música é determinada através dos BPM, influenciando na velocidade dos movimentos e,
consequentemente, na intensidade do esforço. Antes de iniciar o planejamento de aula é importante a escolha da
música e identificar o seu BPM, conforme a tabela a seguir:
Tabela 3 - Identificação do BPM da música através do cronômetro
Fonte: VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018, p. 57.
Como utilizar a tabela? Cronometrar uma frase musical (32 tempos), iniciando o cronômetro no tempo 1 (um)
do primeiro oito da primeira frase e terminando no tempo 1 (um) do primeiro oito da segunda frase.
•
•
•
- -10
Cada modalidade de aula possui um BPM específico cujo intuito é manter a segurança na execução dos
exercícios. Segue sugestão de BPM nas modalidades de ginástica coletiva, conforme tabela a seguir:
Tabela 4 - BPM sugerido para modalidades de ginástica coletiva
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
A melhor maneira de desenvolver a sensibilidade musical é escutar variados estilos musicais aprendendo a fazer
contagem do BPM (com palmas ou batida dos pés) e logo após encaixar movimentos em diversos ritmos (lento,
moderado e rápido).
2.1.6 Escolha da música
Em cada aula devemos considerar o estilo musical. Por exemplo, em aulas de alongamento, utilizamos músicas
calmas com BPM mais baixo, ao contrário de aulas aeróbicas, nas quais o BPM é mais elevado com músicas atuais.
O profissional de Educação Física deve escolher as músicas de acordo com o gosto musical dos alunos e não
exclusivamente da sua preferência. Por exemplo, alunos jovens gostam de músicas atuais ou “ ” dotop hits
momento, enquanto pessoas com mais de 40 anos gostam de músicas da sua época. Em aulas heterogêneas é
fundamental variar os estilos musicais para agradar e motivar todos os alunos.
Segue abaixo outras instruções importantes na seleção musical:
• : descaracteriza o trabalho, além de colocar em risco a segurança na execução dos BPM inadequado
movimentos e dificultar a assimilação por parte do grupo;
• : tomar muito cuidado para mudar o BPM durante a aula, pois mudança de BPM durante a aula
compromete a execução física e segurança dos alunos. O ideal é aumentar de forma progressiva, 
respeitando o BPM ideal para a prática da modalidade. Também é utilizada para aumentar ou diminuir a 
intensidade do exercício;
• : procure fazer um em seu celular com organizar uma sequência musical com antecedência playlist
antecedência. Não fique procurando músicas durante a aula, pois perderá o ritmo de trabalho e a 
motivação dos alunos;
• : é muito importante variar as músicas para sempre manter sua motivação e a do variação de músicas
grupo;
• : cuidado com o volume do som e do microfone (indicado a sua utilização em todas as volume do som
aulas). Lembre-se: exercício físico é para trazer benefícios em geral.
Existem aplicativos específicos para estimar o BPM de uma música. Recomendo o app “Simple
 Acesse: Android: BPM Detector”. https://play.google.com/store/apps/details?id=lelloman.
 / IOS: com.simplebpmdetector&hl=pt_BR https://apps.apple.com/br/app/simple-bpm-
detector-detect/id1042224245
VOCÊ SABIA?
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https://play.google.com/store/apps/details?id=lelloman.com.simplebpmdetector&hl=pt_BR
https://play.google.com/store/apps/details?id=lelloman.com.simplebpmdetector&hl=pt_BR
https://apps.apple.com/br/app/simple-bpm-detector-detect/id1042224245
https://apps.apple.com/br/app/simple-bpm-detector-detect/id1042224245
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aulas). Lembre-se: exercício físico é para trazer benefícios em geral.
2.2 Mapeamento de músicas e construção coreográfica
O mapeamento de uma música e construção coreográfica em uma aula completa de ginástica coletiva requer o
conhecimento dos seguintes itens: Quais são as fases de uma aula? Como mapear uma música? Como organizar
os exercícios em blocos coreográficos? Quais os métodos de ensino? Como planejar uma aula completa?
Neste tópico veremos todas estas informações e você compreenderá como colocar em prática o conceito de
musicalidade e construir as suas próprias coreografias.
2.2.1 Estrutura de uma aula de ginástica coletiva
O profissional de Educação Física deve organizar o tempo de uma aula ou sessão em fases distintas, conforme
segue:
• : duração aproximada de 5% do tempo total da aula. Momento de primeiro contato (apresentação)
apresentação do(a) professor(a) para alunos novos, informar qual a estratégia da aula, equipamentos e
/ou acessórios necessários, comentar assuntos do cotidiano com todos os alunos. Este momento é muito 
importante para promover no grupo o sentido de integração e interação. Deixe os seus alunos se 
relacionarem;
• : duração aproximada de 10% do tempo total da aula. Nesta fase, o objetivoé aumentar a aquecimento
circulação sanguínea e/ou preparar o corpo para o trabalho proposto. São utilizados movimentos 
multiarticulares de baixa intensidade como alongamento dinâmico, transferência de peso, agachamento, 
deslocamentos laterais, elevação de joelho e de calcanhar, entre outros, combinados com movimentações 
de membros superiores, membros inferiores e core (região central do corpo);
• : duração aproximada de 75% do tempo total da aula. Momento em que se concentra a parte principal
escolha e/ou a opção das propostas práticas de trabalhos que se encontram articuladas com o 
planejamento e os objetivos de processo de ensino-aprendizagem proposto pelo(a) professor(a). Nesta 
fase, a escolha dos exercícios, o volume, intensidade e a ordem de execução serão determinadas de 
acordo com a estratégia escolhida para se atingir um objetivo específico;
• : duração aproximada de 5% do tempo total da aula. Tem o objetivo de parte final ou volta a calma
reduzir a frequência cardíaca por meio de atividades com menor intensidade. Podem ser realizados 
técnicas de respiração, assim como movimentos naturais, lentos e tranquilos.
• : duração aproximada de 5% do tempo total da aula. Momento para agradecer a encerramento
participação de todos, orientar os alunos no armazenamento dos equipamentos e/ou acessórios, 
promover eventos internos e/ou recomendar a prática de outros meios de treinamento físico.
A tabela a seguir contém a duração aproximada de cada estrutura de aula de modalidades de ginástica coletiva:
•
•
•
•
•
- -12
Tabela 5 - Duração aproximada do tempo total em aulas de ginástica coletiva
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
As aulas podem ter tempo de duração variável (15, 30, 45, 50 ou 60 minutos). Nesse caso, dependendo do nível
do aluno, o professor deve ministrar aulas maior intensidade (se a aula for com tempo menor para alunos
condicionados) ou uma menor intensidade, com maior número de intervalos de curto prazo durante a aula (se a
aula for de 60 minutos para um público iniciante).
2.2.2 Mapeamento de uma música
A primeira etapa antes da construção coreográfica é identificar o BPM da música (verificar tabela anterior “
Identificação do BPM da música através do cronômetro”). Em seguida, fazer o mapeamento das músicas que
farão parte da aula, identificando em cada música os segmentos musicais (instrumental, verso, refrão e/ou fade)
e tempos (1/8; 4/8, 8/8 ou quebra musical). Veja o exemplo abaixo:
Quadro 2 - Exemplo de mapeamento de uma música
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
- -13
Após o mapeamento da música, identificar qual o momento da aula (aquecimento, parte principal ou volta a
calma) incluir esta música, pois a mesma será um indicador de intensidade para os alunos.
Na videoaula a seguir, podemos entender um pouco melhor sobre a ginástica coletiva. Acompanhe!
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.1/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/30443981
/ e n t r y _ i d / 1 _ w 3 j g w 4 a s ?
wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1581717632&entry_id=1_w3jgw4as
Agora, vamos passar para o estudo dos blocos musicais. Vejamos o próximo item.
2.2.3 Blocos musicais
Após a compreensão do conceito de musicalidade, o profissional de Educação Física deverá incluir movimentos
coreográficos nas oitavas e/ou frases musicais. Para que a aula seja estruturada de forma assimétrica (a mesma
quantidade de exercícios que inicia do lado esquerdo também é aplicada ao lado direito) os blocos coreográficos
e a coreografia devem sempre estar interligados.
Neste sentido, na construção coreográfica, os movimentos organizados em formato de blocos, que somados
completam meio (2/8), uma (4/8) ou duas (8/8) frases musicais, são classificados em B16, B32 ou B64.
• Bloco B16: os blocos B16 possuem a duração de 1/2 frase musical (16 tempos) e é a forma mais simples 
de combinação de movimentos. É composto por uma oitava musical ou 8 tempos que se iniciam com a 
lado esquerdo do professor e, na sequência, repetir os mesmos movimentos em mais 8 tempos que se 
iniciam com a lado direito do(a) professor(a).
Figura 8 - Representação de um bloco B16
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
• : os blocos B32 possuem a duração de uma frase musical (32 tempos). É composto por duas Bloco B32
oitavas musicais (16 tempos) que se iniciam com a lado esquerdo do professor e, na sequência, repetir os 
mesmos movimentos em mais 16 tempos que se iniciam com a lado direito do(a) professor(a).
•
•
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.1/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/30443981/entry_id/1_w3jgw4as?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1581717632&entry_id=1_w3jgw4as
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.1/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/30443981/entry_id/1_w3jgw4as?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1581717632&entry_id=1_w3jgw4as
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.1/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/30443981/entry_id/1_w3jgw4as?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1581717632&entry_id=1_w3jgw4as
- -14
Figura 9 - Representação de um bloco B32
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
• : os blocos B64 possuem a duração de duas frases musicais (64 tempos). É composto por 1 Bloco B64
frase musical (32 tempos) que se iniciam com a lado esquerdo do professor e, na sequência, repetir os 
mesmos movimentos em mais 32 tempos que se iniciam com a lado direito do professor.
Figura 10 - Representação de um bloco B64
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Após definir o formato do bloco, o(a) professor(a) seleciona os movimentos que irão utilizar em cada música,
diferenciando os movimentos nos diversos blocos, pois facilita a assimilação e memorização por parte dos
alunos.
Em relação ao grau de complexidade dos blocos, existem algumas orientações que ajuda na compreensão dos
alunos:
• intercalar os movimentos complexos com outros mais simples, pois se o aluno se perder, conseguirá 
acompanhar no próximo movimento, fazendo com que ele não pare a aula e consiga realizar um trabalho 
mais eficiente;
• evitar usar giros consecutivos;
• evitar colocar movimentos que sejam semelhantes em uma mesma música;
• unir movimentos que combinem entre si para que haja uma transição suave e natural (entre os 
movimentos do bloco ou do fim de um para o início de outro).
2.2.4 Método de ensino
Os exercícios ensinados, dependendo da complexidade, podem ser de fácil execução e compreensão, ou quando
elaborados com uma complexidade maior, ensinar “por partes” e introduzi-los gradualmente.
Em uma aula de ginástica coletiva o grupo na maioria das vezes é homogêneo, portanto, é muito importante
•
•
•
•
•
- -15
Em uma aula de ginástica coletiva o grupo na maioria das vezes é homogêneo, portanto, é muito importante
balancear exercícios simples e complexos para motivar todos os alunos. A aula deve ser planejada pensando na
característica dos alunos. Podemos ter aulas nas quais os alunos possuam um bom nível de condicionamento,
mas não tenham muita coordenação ou habilidade com aquela modalidade. Nesse caso, priorizar movimentos
com menor complexidade e trabalhar com a intensidade. Logo, temos dois métodos que podem ser aplicados:
• : os exercícios são simples e de assimilação imediata. método direto (nível de complexidade baixa)
Consiste em executar diretamente o produto final elaborado. Este produto final não pode ser complexo, 
nem conter demasiada informação, pois os alunos não conseguirão copiá-lo com a velocidade exigida;
• método por partes (nível de complexidade média ou alta): o método por partes possui várias 
técnicas em sua aplicação, conforme quadro a seguir:
Quadro 3 - Técnicas do método por partes
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
Na construção coreográfica devemos considerar também o movimento dos alunos no espaço. O espaço possui os
seguintes aspectos:
• : refere-se à altura na qual o movimento é realizado (baixo, médio ou alto). Exemplo: Exercício nível
abdominal – plano baixo; Exercíciorosca direta – plano alto;
• direção: refere-se à trajetória do movimento, tendo como ponto de referência o próprio corpo, 
executados nas seguintes direções: para frente/para trás, para direta/para esquerda, para cima/para 
baixo, para as diagonais e combinação de direções. Ex.: Linha reta, curva ou zig-zag;
• amplitude: refere-se à localização relativa do corpo e como os vários tamanhos e as várias extensões do 
corpo (grande/pequeno, largo/estreito, longe/perto) são usados nos movimentos. O termo amplitude é 
utilizado para designar o tamanho do segmento. Ex.: Manter os braços estendidos nos exercícios 
aeróbicos.
Dependendo do layout da sala devemos priorizar uma ou outra forma de se deslocar. Por exemplo, em uma aula
de fitness de combate onde a sala seja retangular, o deslocamento frontal, se for longo, será prejudicado. Se a sala
for pequena evitar grandes deslocamentos. Se a sala for pequena e o número de aluno for grande, evitar fazer
grandes deslocamentos ou utilizar muitos acessórios.
2.2.5 Equilíbrio com a fundamentação básica
Na construção coreográfica o(a) professor(a) de ginástica coletiva deve considerar o equilíbrio dos seguintes
aspectos relacionados a fundamentação básica:
• : está relacionado com a intensidade. Em aulas coletivas devemos ter blocos com movimentos fisiológico
mais intensos seguidos por movimentos de menor intensidade, buscando assim um equilíbrio e 
participação de todos os alunos, independente do seu nível de condicionamento;
• : tem como preocupação evitar que haja pontos de estresse excessivo e garantir que os biomecânico 
•
•
•
•
•
•
•
- -16
• : tem como preocupação evitar que haja pontos de estresse excessivo e garantir que os biomecânico 
membros inferiores e/ou superiores sejam estimulados com a mesma intensidade. Uma das principais 
medidas é construir blocos simétricos (tudo que faz para a esquerda se repete para a direita);
• : está relacionado com o grau de complexidade dos blocos coreográficos. Os movimentos psicomotor 
selecionados deverão ser aqueles que a maior parte dos alunos conseguem fazer.
2.2.6 Planejamento de uma aula de ginástica coletiva
Após a seleção das músicas e análise de quais exercícios serão utilizados com base na proposta da aula e perfil
dos alunos, determine os exercícios ou combinação de movimentos que serão utilizados nos segmentos musicais
em cada música, conforme o quadro a seguir:
Figura 11 - Modelo de planejamento coreográfico de uma música
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
Após o mapeamento completo de cada música, analisar a estrutura da sua aula em formato de blocos, composto
de produto final de exercícios simples ou combinados, com o intuito de organizar e facilitar a montagem
coreográfica.
Quadro 4 - Exemplo de estrutura de aula em blocos de músicas – Circuit training
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
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Quadro 4 - Exemplo de estrutura de aula em blocos de músicas – Circuit training
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
Lembre-se de que dominar o mapeamento de músicas requer muito treino. No entanto, após muita repetição e
persistência, tenho certeza de que será nesta área!expert 
2.3 Habilidades de comunicação e expressão
O profissional de ginástica coletiva, além do conhecimento técnico, relaciona-se com pessoas. Este tópico
apresenta técnicas de comunicação e expressão corporal para que este relacionamento seja satisfatório por
ambas as partes.
2.3.1 Estratégias de abordagem em grupo
Supervisionar atividades coletivas não é uma tarefa fácil, motivo pelo qual o(a) professor(a) deve adotar
estratégias com o intuito de aumentar o senso individual de auto eficácia de cada aluno, conforme o quadro a
seguir:
Quadro 5 - Estratégias em grupo para aumentar a autoeficácia
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em ACSM, 2014.
O(a) professor(a) em nenhum momento deve ficar de costas para os alunos, mesmo na presença de espelhos. Em
todo o momento devemos ter o contato visual com eles. Neste sentido, o profissional de Educação Física deve
iniciar os momentos sempre do lado esquerdo e informar para os alunos iniciarem com o lado direito, como se
estive em frente a um espelho. Esta é uma habilidade que deve ser treinada para que os movimentos em
conjunto com a comunicação verbal e/ou não verbal durante a aula sejam executados com fluência.
Antes de iniciar a aula, o(a) professor(a) deve orientar os seus alunos com relação ao posicionamento, conforme
vemos no quadro a seguir:
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Quadro 6 - Estratégias de posicionamento do professor e dos alunos
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
Com relação aos alunos iniciantes, recomenda-se, durante a montagem da coreografia, priorizar:
• sequências mais simples;
• menor número de movimentos por sequência;
• movimentos menos complexos;
• movimentos com menor intensidade;
• ausência de giros;
• não acrescentar movimentos onde o aluno esteja de costas.
E o que devo fazer quando for ministrar uma primeira aula? Neste caso, considerar os seguintes itens:
• Qual a quantidade aproximada de alunos?
• Qual o nível de condicionamento físico e motor dos alunos?
• O tamanho da sala ou espaço suporta a quantidade de alunos?
• Qual a quantidade de matérias/acessórios necessários na aula?
• Os movimentos dos alunos vão interferir na execução dos outros alunos ao lado?
• Devo utilizar microfone? Caso positivo, qual a voltagem?
• Qual a potência ideal do som?
• O sistema de ventilação é suficiente?
• Qual o estilo musical de preferência dos alunos?
2.3.2 Preparação
Falar com os alunos com um discurso bem-sucedido requer tempo, dedicação, disciplina e persistência. O bom
professor prepara a sua aula através das seguintes informações sobre os alunos: média de idade, preferência
musical, perfil dos alunos, exercícios que mais gostam de realizar e outros assuntos de interesse.
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2.3.3 Escolha da roupa
A aparência física é um elemento da linguagem não-verbal e traz impacto para os alunos. É muito importante
escolher roupas limpas e em condições de uso para cada modalidade ministrada.
2.3.4 Ansiedade e medo
Falar em público com as pessoas é uma atividade importante. A ansiedade prévia é positiva, desde que faça uma
boa preparação. Muitos professores possuem medo do que os alunos pensam sobre ele. O medo é um estado
mental sob o qual temos controle. O importante é lidar com as inquietações pensando sempre em realizar um
bom trabalho, independente de manifestações negativas, caso existir. No entanto, controlar as próprias emoções
exige autoconhecimento e domínio de si mesmo.
2.3.5 Controle da respiração
Devemos falar em público pausadamente. Quando uma pessoa fala sem os devidos recortes, ela perde o ar e o
sentido da frase é prejudicado. Em todo o processo de comunicação é muito importante utilizar a respiração
torácica, inspirando o ar pelo nariz e expirando pela boca. Três ou quatro respirações profundas também ajudam
a relaxar em caso de ansiedade.
2.3.6 Ânimo
Em qualquer aula devemos ser positivos e deixar os problemas particulares não atrapalhar a sua comunicação
com os alunos. Tenha confiança em si mesmo, evitando autocríticas em público. A melhor alternativa é manter a
imaginação sob controle e basear-se em fatos concretos.
2.3.7 Linguagem verbal
A comunicação verbal é o modo de comunicação mais utilizado entre as pessoas. É muito importante refletir
antes de falar com os alunos, para não correr o risco de contradizer-se ou ter que se corrigir a todo momento.
Um dos erros mais comuns de muitos professores é falar rápido as palavras e, consequentemente, não
pronunciar as palavras até o final. Para falar bem em público devemos, constantemente, aprimorar o nosso
idioma, começando pela pronúncia das palavras através da correção linguística. Como exercício, faça leituras
sobre assuntos variados para melhorar o vocabulário.
2.3.8 Vícios de linguagem
Expressões como “há, hum, bem, então, pessoal, tá?, entende?, perfeito?, ok?” são muito utilizadas pelos
professores. A utilização dessas expressões, denominadasmuletas linguísticas, são empregadas quando as
pessoas não possuem vocabulário amplo, com o intuito de cobrir os espaços vazios do discurso. Quando
utilizadas em excesso, os alunos passam a prestar atenção nelas e nem ouve mais o conteúdo do(a) professor(a).
2.3.9 Modismos
Os modismos são termos ou frases sazonais e desgastadas pelo excesso de uso, normalmente, difundido pela
televisão através de um bordão de um personagem de novela ou programa humorístico. Essas frases podem até
ter um forte apelo interativo, mas transferi-las para as aulas de ginástica empobrece a capacidade comunicativa.
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2.3.10 Voz
A voz é utilizada para comunicação verbal entre as pessoas e a maneira mais direta de expressão com o outro. É
fundamental para a audição dos alunos, que a voz seja variada através do ritmo, velocidade, volume e tom. A voz
deve ser projetada ao centro do grupo de alunos, proporcionando uma comunicação direta e clara. Os alunos
localizados no final da sala devem ouvir todas as informações, sem ensurdecer quem está na frente do(a)
professor(a). Recomenda-se investir em um microfone sem fio para preservar a sua voz e proporcionar maior
compreensão dos alunos.
2.3.11 Linguagem não verbal
A comunicação não verbal refere à transmissão de uma mensagem por algum meio diverso da fala e da escrita. É
muito importante que executemos os movimentos com perfeição, já que os alunos ao imitarem esses
movimentos, geralmente, tendem a modificá-los. Por isso, devemos ser um modelo perfeito a ser imitado. Se não
executarmos uma boa técnica, não inspiraremos confiança, pelo contrário, ao não nos sentir seguros do que
fazemos irradiaremos uma negativa insegurança.
2.3.12 Contato visual
Para os alunos, o contato visual aumenta a proximidade com o(a) professor(a). É muito importante não ficar
olhando para cima, para baixo ou para as paredes. Devemos manter o contato visual com os alunos durante toda
a aula. Três segundos são suficientes como contato visual. Caso permanecer por um tempo prolongado, o olhar
pode tornar-se ameaçador.
Quando o número de alunos for grande e isso inviabilizar o contato individual, utilizar a técnica de olhar por
vários setores da sala: lado direito da frente; lado direito de trás; lado esquerdo de trás; e lado esquerdo da
frente. A tendência é que todos os alunos daquele setor se sintam olhados e valorizados.
2.3.13 Expressão fisionômica
A linguagem corporal revela o estado emocional das pessoas. O(a) professor(a) não deve se apresentar com o ar
sisudo, excessivamente sério. Quando o(a) professor(a) sorri para os alunos, demonstra calma, tranquilidade e
alegria, sobretudo, deve ser natural, espontâneo e verdadeiro.
2.3.14 Antecipação
Baseia-se em avisar, antecipadamente, para os alunos, a mudança de exercícios. Para que a antecipação seja
efetiva devemos realizá-la com tempo suficiente. Como alternativa podemos chamar a atenção dos alunos para
que prestem atenção à mudança, por exemplo, “Atenção, vamos mudar”, ou simplesmente “mudança de
movimento”. Com este tipo de antecipação conseguimos chamar a atenção de todos os alunos, mesmo os mais
distraídos. Aproveite o som de mudança das frases musicais para antecipar os movimentos.
Se mudarmos os exercícios e não comunicarmos, a aula perde dinâmica e se desordena. Além disso, os alunos
não conseguirão executar os exercícios com fluência, promovendo uma sensação de frustração e desmotivação
em retornar nas próximas aulas.
É possível antecipar visualmente realizando contagem com os dedos das mãos, indicando “4, 3, 2, 1” sem emitir
som algum. Outra forma de antecipação é a indicação das direções verbalmente e/ou pela indicação da direção
com movimentos de cabeça ou membros superiores/inferiores. Para assegurar-nos de que todos recebam a
mensagem, a melhor forma de antecipação é a combinação de verbal e não verbal, simultaneamente.
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2.3.15 Instrução técnica
Na instrução técnica são apresentadas a execução dos exercícios mais complexos e as informações de segurança
dos exercícios. Devem ser utilizadas repetidas vezes para descrever os movimentos que mal executados podem
lesionar os alunos. Ao ministrar a aula, devemos ficar atentos ao grupo, detectar os erros técnicos que
potencializam a uma lesão.
Quando realizamos uma correção técnica para o grupo, por exemplo, “...Turma, no agachamento os joelhos não
passam da ponta dos pés...”, caracteriza-se como uma instrução técnica.
Se quisermos oferecer um trabalho complementar, sugerir na academia onde trabalha “ ” deaulas preparatórias
15 a 20 minutos com o objetivo de trabalhar unicamente a parte técnica. Desta maneira, os alunos que
participarem desta aula o farão sabendo que trabalharão especificamente a técnica.
A instrução não verbal também é utilizada a partir da simples execução dos movimentos do(a) professor(a).
Contudo, o(a) professor(a) utiliza o ensino técnico exagerando os movimentos ou tocando-nos com o objetivo de
mostrar aos alunos a execução correta de determinada parte do corpo.
2.3.16 Correção dos exercícios: feedback
Corrigir a execução dos exercícios é uma das maneiras de ajudar outra pessoa, individualmente, a considerar e
aceitar mudanças em seu comportamento motor através da correta execução dos exercícios. A correção dos
exercícios leva a uma melhor e segurança, pois se torna um processo de aprendizagem que coloca operformance 
indivíduo na rota adequada para atingir seus objetivos.
Seguem abaixo as etapas para aplicar uma correção com eficiência:
• identificar: identifique em qual estágio de desenvolvimento perceptivo-motor encontra-se os alunos;
• contato: estabeleça contato com o aluno, olhando nos olhos e chamando-o pelo nome 
(preferencialmente) com um tom de voz cordial;
• instrução: recomende a mudança no movimento verbalmente e visualmente;
• conscientização: estabeleça um tempo para o aluno receber a informação e transmitir para o corpo;
• feedback: posteriormente, observe novamente o aluno e efetue uma nova correção, sempre com 
manifestação positiva, por exemplo, “...continue assim, melhorou muito o movimento”.
As pessoas não gostam de ser corrigidas com muita frequência. Concentre-se no movimento de maior índice de
lesão e evite sobrecarregar o aluno com excesso de informações ou críticas. Em todas as etapas é muito
importante ser verdadeiro, pois os outros alunos julgarão os seus atos caso as informações não sejam
verdadeiras.
2.3.17 Figuras associativas
São elementos lúdicos apresentados na instrução técnica, cujo objetivo principal é facilitar a compreensão na
execução do movimento, através de palavras ou posições corporais similares. Exemplo: “Ao realizar o
agachamento, imagine que está sentando em uma cadeira”.
Devemos tomar cuidado na elaboração das figuras associativas para não constranger os alunos com palavras
desagradáveis. Utilize termos comuns do dia a dia, como objetos, personagens, elementos físicos ou estruturais.
2.3.18 Interação e motivação
Para interagir e comunicar-nos ao máximo com nossos alunos, devemos adotar uma atitude aberta, sincera,
transparente e alegre. É bom falar com um sorriso no rosto e com um tom de voz amistoso e cordial.
A interação é o exemplo mais claro da comunicação dentro da aula. Tem como objetivo não somente transmitir
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A interação é o exemplo mais claro da comunicação dentro da aula. Tem como objetivo não somente transmitir
informações, mas também obter a participação dos alunos. Vale lembrar que, na aula, todos devem sentir-se
como em uma reunião de amigos. Se fizer de nossa aula um monólogo, o grupo não integrará e perderá toda
comunicação.
Esta participação se obtém mantendo uma espécie de diálogo com o(a) professor(a) através de perguntas
formuladas de forma geral ou individual, por exemplo, perguntamos “como estão”; “como se sentem”; “se gostam
da música” etc. É muito importante manter este diálogo antes, durante e depois da aula.
Outra forma de aproximar-se é partilhando algo de nós com eles. Se falarmos anteriormente de fazer perguntas
para que eles respondame se sintam parte ativa da aula, é lógico pensar que ajudaria à comunicação se eles
também nos fizessem perguntas. Como as condições não estão dadas para que os alunos nos perguntem durante
a aula diretamente, podemos omitir o passo de esperar a pergunta e dar diretamente a resposta, contando-lhes
coisas de nossa vida diária que, seguramente, eles gostariam de saber.
Assim, ao partilhar parte de nossa vida, deixamos de ser “inalcançáveis e distantes” e nos convertemos em seres
“reais”. Podemos, por exemplo, recomendar-lhes o último filme que vimos no cinema que tanto gostamos, ou
comentar o que vamos fazer pela noite ou no próximo fim de semana etc.
Contudo, é certo que o(a) professor(a) é uma espécie de ídolo para seus alunos, possui um misto de magia e
mistério que causa um efeito positivo em todos. Por isso, é importante manter um equilíbrio e não perder este
mistério nem esta magia, não permitindo que conheçam os mínimos detalhes de nossa vida. Lembre-se de que os
alunos são os seus clientes! Mantenhamos um bom balanço entre “mistério e realidade” para que todos
obtenham o que buscam, que na maioria dos casos é pouco de ambos.
Também podemos fazer uso do como meio para interagir com nossos alunos. Ao corrigi-losfeedback
demonstramos nossa preocupação para conseguir que avancem e se superem. Se não interagirmos como nossos
alunos, se não nos comunicarmos com eles, nossa aula não terá sucesso.
Desta forma, mesmo trabalhando com grupos, todas as pessoas querem ser tratadas individualmente. Quem não
se assusta e se alegra quando o reconhecem pelo nome? Por este motivo, é importante que também prestemos
especial atenção a cada aluno, tomando em conta os objetivos e perfil de cada um deles:
• : certificar-nos de que se sintam protegidos e vigiados;aluno novo
• : guiá-lo durante a aula e encorajá-lo para continuar;aluno com menos habilidade 
• : motivá-lo e colocá-lo no nível do grupo;aluno com menos energia 
• : aceitá-lo e elogiá-lo.aluno líder 
2.3.19 Círculo de comunicação
O círculo de comunicação é uma ferramenta para auxiliar o profissional de Educação Física no planejamento do
diálogo com os alunos em cada música durante uma aula de ginástica coletiva. O intuito é transmitir a
informação e interagir com os alunos no momento correto, contribuindo para a fluência da aula (AMARAL, 2019).
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Figura 12 - Círculo de comunicação em cada música durante uma aula de ginástica coletiva
Fonte: AMARAL, 2019, p. 30.
O círculo de comunicação é dividido em cinco fases, possuindo as seguintes características:
Antes da música:
• interação pré-aula: momento para interagir com os alunos e conversar sobre atividades do dia a dia, 
ideal para conhecer o nome de todos os presentes. Para memorização, anote em uma lista de chamada os 
nomes ou repita diversas vezes para não se esquecer;
• instrução pré-aula: momento de introdução da aula, contendo a apresentação do(a) professor(a), 
identificação de novos alunos, informar sobre os materiais necessários, organização do espaço, instruções 
de segurança e execução técnica dos exercícios mais complexos. As instruções devem ser claras e 
objetivas para que não sejam repetidas diversas vezes, atrasando o andamento da aula.
Após o início da aula:
• instrução técnica (em grupo): após o início da aula, transmitir os exercícios detalhadamente e analisar 
a execução física de todos os alunos. Efetuar instruções técnicas e reavaliar novamente a execução física 
dos alunos;
• : identificar os alunos que estão realizando movimentos de forma correção dos exercícios (individual)
inadequada. Estabelecer contato individualmente, recomendar uma nova execução do movimento e, 
posteriormente, elogiá-lo positivamente. Este processo pode ser aplicado também em outras fases, caso 
necessário;
• : fase na qual os alunos estão mais cansados. O(a) interação e motivação (individual e em grupo)
professor(a) deve ter o controle do grupo, relembrando a técnica da execução dos movimentos. Utilizar 
palavras para encorajar, desafiar e motivar o grupo.
Após o final da música:
• agradecer todos os alunos por terminarem a aula e transmitir informações sobre eventos internos ou 
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• agradecer todos os alunos por terminarem a aula e transmitir informações sobre eventos internos ou 
externos do local onde trabalha. Se possível, cumprimente todos os alunos quando saírem da sala de aula 
individualmente.
Conclusão
Vimos nesta unidade informações como mapear as suas próprias músicas, criar coreografias e como se
comunicar com os alunos de forma verbal e não-verbal.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer os elementos formais da música;
• compreender a importância da seleção musical para determinar a intensidade da aula;
• aprender como estruturar uma aula de ginástica coletiva;
• aprender como fazer feedback durante uma aula;
• aprender como interagir com os alunos.
Bibliografia
AMARAL, P. C. princípios metodológicos para ensino em ginástica coletiva / editadoAtividades de Academia:
por Paulo Costa Amaral. 2. ed. São Paulo: Paulo Costa Amaral, 2019.
ACSM. American Collegeof Sports Medicine. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição.
Trad. Dilza Belteiro Pereira de Campos. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2014.
COVA, L. P.; CASTANHO, G. K. F.; FERNANDES, P. T. Música e exercício físico: revisão de literatura. Educ. Fís.,
, Campinas: SP, v. 15, n. 2, p. 200-209, abr./jun. 2017. Disponível em: Esporte e Saúde https://periodicos.sbu.
unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8646494/16495. Acesso em 18 dez. 2019.
CURITIBA (Paraná). Secretária da Educação. , 2012 Disponível em: Compreendendo a Música . http://www.arte.
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RIOS, P. M. de L. 2013 (6m58s). Disponível em: Historia de la Música (Lecciones Ilustradas). https://youtu.be
/If_T1Q9u6FM. Acesso em: 10 dez. 2019.
VIDAL, A.; ANIC, C. C.; KERBEJ, M. H. A. aprendendo a ensinar. São Paulo: Phorte, 2018.Ginástica de academia:
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https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8646494/16495
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8646494/16495
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8646494/16495
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=136%2520
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=136
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=136
https://youtu.be/If_T1Q9u6FM%2520
https://youtu.be/If_T1Q9u6FM
https://youtu.be/If_T1Q9u6FM
	Introdução
	2.1 Musicalidade aplicada em aulas coletivas
	2.1.1 Estrutura musical
	2.1.2 Contagem musical
	2.1.3 Elementos formais da música
	2.1.4 Segmentos musicais
	2.1.5 Como contar o BPM da música?
	2.1.6 Escolha da música
	2.2 Mapeamento de músicas e construção coreográfica
	2.2.1 Estrutura de uma aula de ginástica coletiva
	2.2.2 Mapeamento de uma música
	2.2.3 Blocos musicais
	2.2.4 Método de ensino
	2.2.5 Equilíbrio com a fundamentação básica
	2.2.6 Planejamento de uma aula de ginástica coletiva
	2.3 Habilidades de comunicação e expressão
	2.3.1 Estratégias de abordagem em grupo
	2.3.2 Preparação
	2.3.3 Escolha da roupa
	2.3.4 Ansiedade e medo
	2.3.5 Controle da respiração
	2.3.6 Ânimo
	2.3.7 Linguagem verbal
	2.3.8 Vícios de linguagem
	2.3.9 Modismos
	2.3.10 Voz
	2.3.11 Linguagem não verbal
	2.3.12 Contato visual
	2.3.13 Expressão fisionômica
	2.3.14 Antecipação
	2.3.15 Instrução técnica
	2.3.16 Correção dos exercícios: feedback
	2.3.17 Figuras associativas
	2.3.18 Interação e motivação
	2.3.19 Círculo de comunicação
	Conclusão
	Bibliografia

Outros materiais