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Profa. Ma. Ana Paula Trubbianelli UNIDADE III Gestão de Pessoas O processo de segurança visa a estabelecer disciplina e segurança, bem como qualidade de vida no trabalho. Inclui higiene e segurança no trabalho e as relações sindicais. Desde o início do século passado, a racionalização do trabalho a partir de métodos científicos foi uma tendência dominante. O objetivo maior era a elevação da produtividade. Essa preocupação permanece até os nossos dias, porém se tende a um tratamento mais humanizado. A noção de QVT surgiu no início da década de 1950, na Inglaterra, por meio de Eric Trist e colaboradores, que estudaram um modelo para agrupar o trinômio indivíduo/trabalho/organização. Qualidade de vida no trabalho e relações sindicais A ciência comportamental, tratando especificamente de aspectos ligados ao bem-estar das pessoas em situação de trabalho, desenvolveu uma linha de pesquisas cujo foco central era o questionamento das formas a serem adotadas, “para que os cargos se mostrem mais produtivos e satisfatórios, com vantagens para as pessoas e organizações, mediante a reformulação de desenho de cargos e postos de trabalho” (WALTON, 1974, p. 52). Qualidade de vida vai além da remuneração, relaciona-se às condições de trabalho e da organização psicossocial. Qualidade de vida no trabalho e relações sindicais Ao se estudar a produtividade de uma empresa, não se pode, apenas, concentrar atenção nos processos de trabalho e na tecnologia a ser aplicada. O fator humano é uma ferramenta relevante dentro desse processo, portanto, deve ser dada a ele uma atenção toda especial. Cipriani (1998, p. 12) afirma: “Acredito que investimentos em proteção e prevenção do funcionário sejam indispensáveis no mercado que busca produtividade, competitividade e asseguramento de liderança”. Empresas que têm esse tipo de preocupação podem desfrutar de vantagens oferecidas pela QVT, com o retorno do capital investido, ao tentarem proporcionar o melhor ambiente de trabalho. Qualidade de vida no trabalho e relações sindicais Produtividade e QVT: podem representar tanto para o indivíduo quanto para a organização uma fonte de desenvolvimento ou de estagnação. Pode ser um fator de desenvolvimento humano, mas pode também constituir-se em um fator de instrumentação somente para aumentar o nível de produtividade, sem uma preocupação mais profunda e sincera com o indivíduo. Hackman; Oldham apud Rodrigues (1994, p. 124) entendem que a QVT tem muito a ver com produtividade e também com a relação de satisfação entre o indivíduo e a organização na qual trabalha. Produtividade e QVT Possível inferir que ela, ainda que propicie benefícios para o homem, é principalmente um instrumento da produtividade necessária às organizações. A melhoria das condições de trabalho envolve flexibilidade de horário, modificação do local, entre outros, que podem tornar os indivíduos mais satisfeitos e, consequentemente, melhores em seus serviços. QVT O termo Qualidade de Vida no Trabalho engloba motivação, satisfação, condições de trabalho, estilos de liderança, dentre outros. Fernandes (1996) sugere que o termo se sustenta em quatro pontos básicos: 1. a resolução de problemas com o envolvimento de todos os funcionários (participação, sugestões, inovações); 2. a reestruturação da natureza do trabalho (enriquecimento de tarefas, redesenho de cargos, rotação de funções, grupos autônomos ou semiautônomos); 3. a inovação no sistema de recompensas (remunerações financeiras e não financeiras); 4. a melhoria do ambiente organizacional (clima, cultura, ambiente físico, aspectos ergonômicos e assistenciais). Conceito de QVT Para Fernandes (1996, p. 59), em primeiro lugar convém lembrar que QVT, na prática, não dispensa em absoluto a teoria, ou seja, é preciso a fundamentação advinda de conhecimentos interdisciplinares e em especial ligados à ciência comportamental, pois não se pode implantar um programa sem um forte apoio teórico e técnico sobre o tema. Por outro lado, mesmo que cada experiência de implantação de projetos de QVT seja única, é possível, a título de sistematização, estabelecerem-se algumas fases que, independentemente das características particulares, aplicam-se a todas as empresas. Programa de QVT Vellozo (1996, p. 68) diz que não existem fórmulas prontas para implantá-lo. Em cada organização existe um processo particular que deve ser analisado cuidadosamente. A autora entende QVT como uma política de trabalho que deve ser definida e adotada após minucioso levantamento de necessidades, devidamente analisadas de forma consciente e comprometida com as mudanças que se fizerem necessárias. Programa de QVT O modelo proposto por Walton (1973) permite analisar as práticas adotadas nas melhores empresas para trabalhar no Brasil e as dimensões de QVT. As dimensões e os seus respectivos indicadores apresentados por Walton (1973) são exibidos no quadro do próximo slide. Essas oito dimensões permitem apreender os pontos percebidos pelos trabalhadores como positivos ou negativos. Possibilitam analisar tanto o conjunto de condições e práticas organizacionais, quanto aspectos relacionados à satisfação e à percepção dos empregados sobre os fatores positivos no trabalho (SILVA; TOLFO, 1995). Modelo de Walton para avaliar a QVT Quadro – categorias conceituais de QVT Critérios Indicadores de QVT 1 – Compensação justa e adequada • equidades interna e externa • justiça na compensação • partilha dos ganhos de produtividade • proporcionalidade entre salários 2 – Condições de trabalho • jornada de trabalho razoável • ambiente físico seguro e saudável • ausência de insalubridade 3 – Utilização e desenvolvimento de capacidades • autonomia • autocontrole relativo • qualidades múltiplas • informações sobre o processo total do trabalho 4 – Oportunidade de crescimento e segurança • possibilidade de carreira • crescimento pessoal • perspectiva de avanço salarial • segurança de emprego Fonte: adaptado de: livro-texto. Quadro – categorias conceituais de QVT Critérios Indicadores de QVT 5 – Integração social na organização • ausência de preconceitos • igualdade • mobilidade • relacionamento • senso comunitário 6 – Constitucionalismo • direitos e proteção do trabalhador • privacidade pessoal • liberdade de expressão • tratamento imparcial • direitos trabalhistas 7 – O trabalho e o espaço total de vida • papel balanceado no trabalho • estabilidade de horários • poucas mudanças geográficas • tempo para lazer da família 8 – Relevância social do trabalho na vida • imagem da empresa • responsabilidade social da empresa • responsabilidade pelos produtos • práticas de emprego Fonte: adaptado de: livro-texto. Encontre a alternativa correta: a) QVT busca cuidar do indivíduo, do trabalho e da organização. b) QVT tem como focos principais a alta produtividade e a boa remuneração. c) O fator tecnológico é o mais relevante ao se tratar de produtividade organizacional. d) QVT não tem relação direta com a produtividade nas organizações. e) Para que a QVT dê bons resultados, basta praticar as ações regulares e disciplinares. Interatividade Encontre a alternativa correta: a) QVT busca cuidar do indivíduo, do trabalho e da organização. b) QVT tem como focos principais a alta produtividade e a boa remuneração. c) O fator tecnológico é o mais relevante ao se tratar de produtividade organizacional. d) QVT não tem relação direta com a produtividade nas organizações. e) Para que a QVT dê bons resultados, basta praticar as ações regulares e disciplinares. Resposta Os resultados positivos de pesquisas que avaliam a QVT, especialmente no Brasil, têm sido fonte de desconfiança por parte de estudiosos mais críticos. Concebida na sociedade americana, preocupada com as condições de trabalho e os seus reflexossobre o bem-estar do trabalhador, encontra um contexto social bastante diferenciado nos países menos desenvolvidos. Drucker (1995, p. 51): hoje, todas as organizações dizem: “as pessoas são o nosso maior ativo”. Entretanto, poucas praticam aquilo que pregam e menos ainda acreditam nisso. A maioria ainda acredita, embora talvez não conscientemente, naquilo que acreditavam os empregadores do século XIX: as pessoas precisam mais de nós do que nós delas. QVT e sua prática nas empresas Indicadores de QVT 1999 2000 2001 orgulho do trabalho e da empresa; segurança e confiança na gestão; oportunidade de carreira; camaradagem no ambiente de trabalho; treinamento; inovação no sistema de trabalho; benefícios; clareza e abertura na comunicação interna; salários. oportunidade de carreira e treinamento; segurança e confiança na gestão; orgulho do trabalho e da empresa; salários; benefícios; responsabilidade social; clareza e abertura na comunicação interna. segurança e confiança na gestão; camaradagem no ambiente de trabalho; orgulho do trabalho e da empresa; clareza e abertura na comunicação interna; oportunidade de carreira e treinamento; salários; benefícios; responsabilidade social. Fonte: adaptado de: livro-texto. A Segurança no Trabalho estuda diversas disciplinas como: Introdução à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho; Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações; Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração Aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. Segurança no Trabalho: conjuntos de medidas adotadas visando a minimizar acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador O quadro de Segurança no Trabalho de uma empresa se compõe de uma equipe multidisciplinar composta por técnico de Segurança no Trabalho, engenheiro de Segurança no Trabalho, médico do trabalho e enfermeiro do trabalho (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT). Também os empregados da empresa constituem a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A Segurança no Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares. Segurança no Trabalho Acidentes de trabalho: são situações que ocorrem pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, acidente por doença profissional ou do trabalho. Recai sobre o empregador ou o órgão gestor de mão de obra, a responsabilidade pela emissão, em seis vias, da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e o seu envio à Previdência, mesmo que o acidente não justifique afastamento do trabalho e concessão de benefícios. A empresa que não informar acidentes de trabalho está sujeita à multa. Doenças laborais: no caso dos trabalhadores que desenvolvem doenças relacionadas ao trabalho, a empresa deve também emitir a CAT em seis vias e enviar à Previdência. Direitos de quem se acidenta no trabalho Auxílio-doença: é o benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar, devido à doença ou acidente, por mais de 15 dias consecutivos. Os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador. No caso de contribuinte individual (como empresários, profissionais liberais e autônomos), a Previdência paga todo o período da doença ou do acidente (desde que o trabalhador tenha requerido o benefício). Auxílio-acidente: é um benefício concedido, como forma de indenização, ao segurado empregado, ao trabalhador avulso urbano e rural e ao segurado especial quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resulte em sequela definitiva que impeça as atividades laborais. Benefícios pagos pela Previdência Aposentadoria por invalidez: concedida aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar do agravamento da enfermidade. Aposentadoria especial: benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física. Benefícios pagos pela Previdência Encontre a alternativa correta: a) Os resultados que avaliam QVT são amplamente aceitos e realizados nas organizações. b) As práticas americanas podem ser utilizadas na realidade brasileira, uma vez que os fatores envolvidos são os mesmos. c) Atualmente, o salário é o fator motivador principal segundo pesquisas atuais. d) O quadro de Segurança no Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe multidisciplinar composta por técnico Segurança no Trabalho, engenheiro de Segurança no Trabalho, médico do trabalho e enfermeiro do trabalho. e) Atualmente, as empresas agem sabendo que precisam muito dos colaboradores. Interatividade Encontre a alternativa correta: a) Os resultados que avaliam QVT são amplamente aceitos e realizados nas organizações. b) As práticas americanas podem ser utilizadas na realidade brasileira, uma vez que os fatores envolvidos são os mesmos. c) Atualmente, o salário é o fator motivador principal segundo pesquisas atuais. d) O quadro de Segurança no Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe multidisciplinar composta por técnico Segurança no Trabalho, engenheiro de Segurança no Trabalho, médico do trabalho e enfermeiro do trabalho. e) Atualmente, as empresas agem sabendo que precisam muito dos colaboradores. Resposta De acordo com Siqueira Neto (2008), a liberdade sindical e a representação dos trabalhadores nos locais de trabalho nos moldes consagrados pelo Direito Internacional ocupam, indiscutivelmente, um papel determinante na configuração dos sistemas de relações de trabalho nos países de democracia consolidada. As ideias de um sindicalismo livre e sua concepção foram cristalizadas nos países de democracia consolidada e de industrialização avançada no segundo pós-guerra. Liberdade sindical Jogam um papel determinante na configuração orgânica dos sistemas de relações de trabalho nos países de industrialização avançada e de democracia participativa consolidada: Declaração Universal dos Direitos do Homem, da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1948. Pelos pactos internacionais dela decorrentes, sobre os direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos, ambos de 1966. Instrumentos da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Liberdade sindical Siqueira Neto (2008) afirma que o primeiro ato com repercussões trabalhistas foi a Declaração de Filadélfia, de 1944, que ampliou o campo de ação da OIT. Em seguida, diversos tratados e documentos internacionais versaram sobre a liberdade sindical ou temas a ela ligados. No Brasil, a liberdade sindical foi tratada no art. 8º, da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) de 1988, inserido no Título II, dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo II, Dos Direitos Sociais. Os dispositivos específicos, entretanto, comportam contradições incompatíveis com a liberdade sindical consagrada no Direito Internacional e, por isso,incapazes de gerar um sistema de relações de trabalho realmente harmônico. Liberdade sindical “Art. 8º – É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I. a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; II. é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; III. ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; Pela importância do assunto, achamos oportuno transcrever o art. 8º, da CRFB IV. a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V. ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a sindicato; VI. é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII. o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII.é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.” Pela importância do assunto, achamos oportuno transcrever o art. 8º, da CRFB Pela primeira vez, em 1988, uma Constituição brasileira consagrou a Representação dos Trabalhadores nos Locais de Trabalho. O art. 11, da CFRB, assegura, nas empresas com mais de duzentos empregados, a eleição de um representante deles com a finalidade de promover seu entendimento direto com os empregadores. Trata-se, portanto, de uma representação dos trabalhadores e não representação sindical. A Constituição não assegurou a estabilidade ao representante dos trabalhadores, já que o art. 11 é, quanto a isso, omisso e o inciso VIII, do art. 8º, refere-se apenas a dirigentes e a representantes sindicais. Representação dos trabalhadores Para Siqueira Neto (2008), a relação de trabalho é uma relação de poder e o principal escopo da legislação do trabalho sempre foi – e sempre será – aquele de constituir uma força balanceadora destinada a neutralizar a disparidade contratual imanente dessas relações. O trabalhador individualmente considerado é constrangido a aceitar as condições que o empregador lhe oferece. Para ele, o poder é somente coletivo. O empregador individual, ao contrário, constitui-se em um complexo de recursos materiais e humanos. Socialmente falando, a empresa é em si mesma um “poder coletivo” em tal senso. Relação de trabalho As relações de trabalho somente são equilibradas quando o contrapoder coletivo dos trabalhadores se manifesta. Sem isso, ele se concentra exclusivamente nas mãos do empregador. É certo que o Estado pode impor, como de fato impõe, condições mínimas de trabalho. O equilíbrio do poder nas relações de trabalho, portanto, não vem da lei trabalhista protetiva em si, porém da existência de sindicatos livres, autônomos, atuantes e independentes. A lei trabalhista, sem sindicatos livres, não protege o trabalhador, tampouco limita o poder do empregador. Relação de trabalho Área de RH e sua contribuição: o processo de monitoração visa a saber como os indivíduos executam as atribuições que lhes são confiadas na organização, identificando pontos fortes e fracos. Seu objetivo também é dar subsídio à alta administração para a implementação das políticas de incentivo, treinamento e substituição. Ele é conhecido como auditoria de pessoal ou avaliação de desempenho. Resultados relativos à gestão de pessoas Oliveira et al. (2001) afirmam que, em ambientes competitivos, a gestão de pessoas assume um papel de maior importância em grande parte das organizações. Nesse contexto, a avaliação de resultados de RH se torna primordial para que os administradores possam verificar se os objetivos da gestão de pessoas estão sendo cumpridos e como a área poderia melhorar seu alinhamento com as metas globais da empresa. A área de RH deve assumir o alinhamento das práticas da área com os objetivos globais das empresas, de maneira a explicitar o papel que ela exerce sobre os resultados almejados pelas organizações. Área de RH e sua contribuição A pesquisa comparou os resultados desse público com as percepções dos executivos da área de RH. Abaixo, os resultados: há espaços e necessidade de se promover uma maior integração entre as ações de RH e a estratégia global das empresas; há necessidade também de se avaliarem os resultados da área de RH. A pesquisa demonstra que a área de RH ainda exerce um alto volume de atividades rotineiras que, embora sejam de importância vital para o dia a dia, não garantem necessariamente melhores resultados, principalmente financeiros. O RH deve contribuir para a realização de ações que contribuam para a diferenciação das empresas em ambientes competitivos. Pesquisa, realizada por Wright et al. (2001) com 14 empresas americanas, analisou a percepção que os executivos de linha (59 entrevistados) tinham sobre a contribuição do RH para os objetivos da empresa Oliveira et al. (2001) dizem que avaliar esses resultados não é uma tarefa simples. Tomando-se os programas de treinamento, desenvolvimento, universidades corporativas, planos de remuneração e de benefícios, programas de QVT, como apenas exemplos das atividades que podem ser desenvolvidas pela área de RH, percebe-se que, muitas vezes, os resultados decorrentes não estão ligados diretamente à obtenção de valores financeiros, contrariamente ao que ocorre com as práticas de vendas de uma empresa (CHIAVENATO, 1996). Existe, conforme afirma Fitz-enz (1995), um mito de que os resultados da área não podem ser avaliados, a não ser muito subjetivamente. Esse mito é uma das causas prováveis da pequena difusão dessa prática de avaliação. Banco de dados é um conjunto de informações relacionadas entre si que se referem ao mesmo assunto, organizadas de uma forma prática para que o usuário possa obter as informações facilmente. O sistema de informação é o gerenciamento do fluxo de dados na organização e tem como objetivo principal auxiliar no planejamento, na implementação e no controle dos processos, no caso específico do trabalho de RH. Nesse sentido, a auditoria é a verificação das políticas e das práticas do pessoal da organização por meio da análise da conformidade delas. Banco de dados e sistema de informação e auditoria de RH Avaliação de desempenho: informações com base nas competências que os cargos exigem: avaliação individual ou geral dos funcionários, armazenamento da série histórica das competências e do desempenho do funcionário. Administração de treinamento: informações das necessidades de treinamentos com base no perfil do cargo. Avaliação e pesquisa: informações da eficácia dos treinamentos com base em pesquisas de opiniões e demonstrações de como se encontra o clima organizacional. Provisão de pessoal: informações que possibilitem a visualização dos currículos cadastrados, possibilidade de triagem de candidatos por perfil estabelecido, agenda de entrevistas e acompanhamento do processo de seleção. As informações que devem conter em um banco de dados para atender aos Recursos Humanos são: 1. dados pessoais sobre cada empregado, formando um cadastro; 2. dados sobre os ocupantes de cada cargo, formando um cadastro; 3. dados sobre os empregados de cada seção, departamento ou divisão,formando um cadastro; 4. dados sobre os salários e os incentivos salariais, formando um cadastro de remunerações; 5. dados sobre os benefícios e os serviços sociais, formando um cadastro de benefícios; 6. dados sobre candidatos (cadastro de candidatos), sobre cursos e atividades de treinamento (cadastro de treinamento). De acordo com Chiavenato (2004), na área de RH, os vários bancos de dados interligados permitem obter e armazenar dados a respeito de diferentes estratos ou níveis de complexidade, como: a. banco de dados de Recursos Humanos; b. recrutamento e seleção de pessoal; c. treinamento e desenvolvimento de pessoal; d. avaliação de desempenho; e. administração de salários; f. higiene e segurança; g. estatísticas de pessoal; h. registros e controles de pessoal, a respeito de faltas, atrasos, disciplina etc. Para Chiavenato (1997, p. 117), um sistema de informações utiliza como fonte de dados elementos fornecidos por: O objetivo final de um sistema de informação é abastecer as gerências de informações sobre seu pessoal. Um sistema de informação é, por definição, um sistema por meio do qual os dados são obtidos, processados e transformados em informações, de forma esquematizada e ordenada, para servirem de subsídio ao processo de tomada de decisão. O quadro demonstra os dados processados e incorporados ao sistema de informações de RH Dados Informações Processamento e memóriaEntradas Saídas Boletim de inclusões de cadastro Boletim de exclusões de cadastro Boletim de alterações de cadastro Cartões de ponto Vales emitidos Plano de contas Programas (softwares) Outras entradas Cadastro de pessoal Cadastro de seções Cadastro de cargos Cadastro de acumulação de dados Banco de dados Folha de pagamento e relatórios Relatórios legais (INSS, IR FGTS etc.) Relatórios do efetivo por seção Relatórios do efetivo por cargo Relatórios de faltas e atrasos e índice de absenteísmo Relatórios de rotação de pessoal e motivos Relatórios de situação de férias por seção Outros relatórios Fonte: adaptado de: livro-texto. Encontre a alternativa correta: a) A liberdade sindical e a representação dos trabalhadores nos locais de trabalho ocupam um papel determinante na configuração dos sistemas de relações de trabalho nos países de democracia consolidada. b) A Constituição da República Federativa do Brasil gera um sistema harmônico de trabalho devido aos dispositivos específicos. c) As relações de trabalho são equilibradas devido à força de cada trabalhador e das leis trabalhistas. d) A área de RH deve atuar com base em seus objetivos próprios. e) Banco de dados é um estoque de informações sobre os funcionários. Interatividade Encontre a alternativa correta: a) A liberdade sindical e a representação dos trabalhadores nos locais de trabalho ocupam um papel determinante na configuração dos sistemas de relações de trabalho nos países de democracia consolidada. b) A Constituição da República Federativa do Brasil gera um sistema harmônico de trabalho devido aos dispositivos específicos. c) As relações de trabalho são equilibradas devido à força de cada trabalhador e das leis trabalhistas. d) A área de RH deve atuar com base em seus objetivos próprios. e) Banco de dados é um estoque de informações sobre os funcionários. Resposta “Exame pericial que segue o desenvolvimento das operações” e que tem por objetivos revisar e controlar o programa em desenvolvimento, analisar as políticas adotadas pela organização e avaliar o seu funcionamento, assim como informar à administração a atual situação dessa perícia, mostrando sua eficiência e eficácia. Chiavenato (1997, p. 124) alega que o “propósito principal da auditoria de recursos humanos é mostrar como o programa está funcionando, localizando práticas e condições que são prejudiciais à organização ou que não estão compensando o seu custo, ou ainda práticas e condições que devem ser acrescentadas”. Auditoria de Recursos Humanos resultados: estão relacionados às realizações, bem como com os problemas existentes; programas: incluem práticas e procedimentos detalhados que compõem o programa; políticas: podem ser tanto as explícitas quanto as implícitas; filosofia: da administração, seus valores, objetivos etc.; teoria: que possa explicar a filosofia, as políticas, as práticas e os contínuos problemas. Segundo Chiavenato (1997, p. 124), a auditoria de RH, dependendo da política da organização, poderá ser bastante profunda, focando em um ou todos os seguintes níveis de profundidades: objetivos e expectativas quanto à administração de RH, em relação à quantidade, à qualidade, ao tempo e ao custo; contribuição do RH aos objetivos e aos resultados da organização; eficiência e eficácia quanto ao treinamento, ao desenvolvimento de pessoas, bem como à remuneração; benefícios sociais, relação sindical, entre outros; clima organizacional; política de RH. Os principais aspectos que a Auditoria de Recursos Humanos (ARH) permite verificar são: mudança nas filosofias e nas teorias administrativas. O empregado passa a ter influências positivas e significativas no incentivo e no êxito da organização; mudança no papel do governo – aumenta a intervenção dele, a fim de propiciar a segurança econômica e o pleno emprego; o governo passa a proteger mais os empregados; expansão dos sindicatos; elevações salariais, aumento dos custos da mão de obra e também maiores oportunidades de vantagem competitiva na administração de pessoal; competência internacional mais agressiva. Yoder apud Chiavenato (1997, p. 127) afirma que as principais mudanças que alteraram o cenário da ARH são: Um indicador de desempenho, de acordo com Meireles (2001), é uma medida que quantifica a forma como a empresa faz alguma transformação. Nesse sentido é um indicador dinâmico. De Paula e Ichikawa (2002): classificação mais comumente utilizada é estabelecida em qualidade e produtividade. Enquanto os indicadores de qualidade estão relacionados à satisfação do cliente, os de produtividade medem o desempenho dos diferentes processos de uma organização e estão relacionados à maneira pela qual são utilizados os recursos disponíveis. Principais indicadores de desempenho relativos à RH a) eles permitem comparar os resultados com padrões previamente estabelecidos; b) avaliam quantitativamente o nível de desempenho de resultados desejados, sejam eles de natureza quantitativa ou qualitativa; c) oferecem a oportunidade de serem tratados como alvo de permanente desafio. Os indicadores de desempenho são úteis por várias razões, conforme defendem Warrack et al. (2001, p. 170): O sistema de indicadores em uma organização é um conjunto articulado de quantificadores de parâmetros referentes às partes interessadas dela, importantes ou potencialmente importantes para o sistema de informações usado para compreendê-la, avaliá-la e administrá-la. Os indicadores existentes em uma organização não só devem capacitar os gerentes e os operadores para que compreendam e avaliem a empresa, como devem possibilitar a gestão dela. E o que é administrar uma organização? Herbert Simon (1965) afirma que “decidir é sinônimo de administrar”. O que são indicadores e para que servem? 1. Indicadores descritivos de produto (output), isto é, medidas dos produtos finais dos processos: qualidade do produto, prazo de entregas, satisfação do consumidor, defeitos do produto. 2. Indicadores descritivos que fornecem dados sob a forma de medidas de insumos (inputs): qualidade da matéria-prima, índice de defeitos, quantidade de horas paradas. 3. Indicadores de fluxo (throughput): produtividade, redução de custos, tempo de ciclo. Em uma organização, os indicadores podem estar associados a parâmetros descritores de objetos de input, output ou processo. Land (1971) distingueesses três tipos de indicadores: O Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) realizou seu primeiro processo de premiação em 1992, adotando integralmente os critérios do Prêmio Malcolm Baldrige, de 1991. A escolha desse modelo decorreu de amplo estudo dos prêmios existentes no Brasil e no exterior, partindo do precursor de todos, o Deming (1980), do Japão. O modelo Baldrige teve preferência sobre os demais por estabelecer seus critérios de avaliação com base nos referenciais de excelência da Gestão da Qualidade Total. Sem, com isso, prescrever metodologias específicas para sua implementação. Indicadores de desempenho segundo FNPQ auxiliar a melhoria das práticas de desempenho e de capacitação das organizações; facilitar a comunicação e o compartilhamento das melhores práticas entre todos os tipos de organizações; servir como ferramenta de trabalho para entender e pôr em prática a gestão do desempenho, para planejamento, treinamento e avaliação. Os critérios do PNQ formam o embasamento para a premiação e a retroalimentação das empresas candidatas. A isso somam-se três outros importantes papéis no fortalecimento da competitividade: Os critérios de excelência do PNQ nasceram da observação de empresas bem-sucedidas, em meados dos anos 1980. À medida que novos valores de gestão de organizações excelentes são desenvolvidos e identificados, os fundamentos da excelência passam por atualizações. Os critérios estão divididos em 7 grandes grupos, que formam, na verdade, um sistema, que tem como resultado a excelência da empresa, caso sejam todos observados. Modelo de excelência do Prêmio Nacional da Qualidade Uma visão sistêmica da organização Informações e Conhecimento Resultados Clientes PessoasEstratégias e planos Liderança Processos Sociedade Fonte: adaptado de: livro-texto Como são identificados e tratados os perigos e os riscos relacionados à saúde, à segurança e à ergonomia? Como são identificados e tratados os fatores que afetam o bem-estar, a satisfação e a motivação da força de trabalho? Como o clima organizacional é mantido propício ao bem-estar, à satisfação e à motivação das pessoas? Como é verificado se os padrões de trabalho das práticas de gestão relatadas estão sendo cumpridos e como as ações decorrentes são implementadas? Como é feita a avaliação das práticas de gestão e padrões de trabalho desse item? Como as principais inovações ou melhorias decorrentes da avaliação das práticas de gestão e dos respectivos padrões de trabalho são implementadas? Os fatores avaliados pelo prêmio no quesito qualidade de vida são: É importante relembrar a relação que existe entre os programas de desenvolvimento e capacitação e a qualidade de vida, na medida em que aqueles contribuem para o desenvolvimento pessoal e de maneira indireta para a qualidade de vida dos profissionais, como aponta o modelo de Limongi-Franca (1996). Com relação ao aspecto “pessoas”, a FPNQ considera que um determinado conjunto de práticas seja levado a cabo. Tal conjunto propicia a existência de indicadores. Em relação à auditoria de RH é possível afirmar que: a) O propósito principal da auditoria é mostrar quais funcionários fazem o programa funcionar perfeitamente. b) A auditoria permite verificar a contribuição do RH aos objetivos e aos resultados da organização e do clima organizacional. c) O cenário de RH é afetado especialmente pelas práticas internas da organização. d) Indicador de desempenho é o objetivo que se pretende alcançar. e) A auditoria afeta apenas questões técnicas da organização. Interatividade Em relação à auditoria de RH é possível afirmar que: a) O propósito principal da auditoria é mostrar quais funcionários fazem o programa funcionar perfeitamente. b) A auditoria permite verificar a contribuição do RH aos objetivos e aos resultados da organização e do clima organizacional. c) O cenário de RH é afetado especialmente pelas práticas internas da organização. d) Indicador de desempenho é o objetivo que se pretende alcançar. e) A auditoria afeta apenas questões técnicas da organização. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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