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Resenha crítica do texto O que é geografia. MOREIRA, Ruy.

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Goiás, 18 de junho de 2021 
Curso: Licenciatura plena em História 
Disciplina: História do pensamento geográfico 
Docente: Robson de Sousa Moraes 
Discentes: Carlos Vinícius Soares Costa e Larissa Filgueira da Silva 
 
Resenha crítica do texto “O que é geografia”. MOREIRA, Ruy. 
 
“O que é Geografia”, do autor Ruy Moreira irá estar relatando o 
desenvolvimento da geografia desde seu nascimento na antiguidade, até os dias 
atuais. Evidenciando importantes pontos em sua história, como seu caminho para o 
status científico, suas diferentes escolas, seu entrelaçamento histórico com a política 
e a colisão de correntes de pensamento. 
A preocupação do homem em conhecer o meio no qual desenvolve sua vida, é 
antiga, seja impulsionada por fins de sobrevivência, econômicos ou políticos ou até 
mesmo por curiosidade. Essa ambição está associada, especialmente, à necessidade 
de sobrevivência que se faz presente ao longo da história da humanidade. A Geografia 
teve uma gênese grega, ou seja, a primeira civilização a produzir estudos geográficos, 
e uma segunda alemã. Da segunda gênese, resultou a institucionalização da 
Geografia como ciência, e isso não se deu por acaso na Alemanha. Algumas foram 
às condições que propiciaram o surgimento da Geografia moderna na Alemanha: 
primeiro, um território fragmentado em dezenas de pequenos reinos; segundo, o 
desejo de expansão imperialista, constitutivo do capitalismo. 
Em suma, a origem científica da Geografia se deu na Alemanha do século XIX, 
à luz dos trabalhos de Alexander Von Humboldt e Karl Ritter. Com a contribuição 
desses mestres, a Geografia se estabeleceu em bases científicas. Apesar de 
Humboldt não ser geógrafo e tão pouco ter se preocupado em sistematizar seus 
conhecimentos geográficos, por meio de escolas, sua contribuição foi importante para 
a Geografia. Os alemães foram importantes para a consolidação da Geografia 
enquanto ciência, sobretudo, com a contribuição desses intelectuais a Geografia pôde 
se estabelecer sobre fundamentos científicos autênticos e deixar de ser uma simples 
descrição do planeta para se transformar em uma ciência baseada na investigação 
das relações entre natureza e sociedade. 
O autor coloca em pauta que por meio dos conhecimentos geográficos, o 
indivíduo poderia tornar-se consciente da existência do Estado, de sua dimensão de 
suas fronteiras, ou seja, que pertencia a um território, e era o responsável pela sua 
organização e administração, isto é, era um conhecimento de caráter eminentemente 
nacionalista-patriótico, porém, acrítico. Mas, partindo da ideia que o objeto de estudo 
da Geografia é o espaço geográfico, e sendo esse produto da ação humana, onde se 
processa vários fenômenos, podemos concluir que todo estudo de caráter geográfico 
acaba por ser um estudo complexo e desafiador. 
Os elementos presentes em cada momento histórico nos permitem refletir a 
respeito das origens e finalidades de cada corrente de pensamento geográfico. A 
Geografia se preocupa com a localização espacial, com a regionalização e com a 
distribuição das áreas, enfim com os aspectos humanos e físicos que compõem o 
espaço geográfico. 
Outro fator no qual e mencionado no texto e que ela busca também responder 
a questão e a possibilidade de reconhecer uma região sobre a qual vive uma 
população, seu meio de vida, sua cultura e as relações que ocorrem entre os 
diferentes lugares. Não há dúvidas que o desenvolvimento do pensamento geográfico 
ao longo da história sofreu intensas modificações. Desta forma, ao fazermos breves 
considerações sobre isso, temos o intuito de debater as principais correntes de 
pensamento da ciência geográfica, por acreditar que essa revisita contribui 
significativamente para as pesquisas, para o ensino de Geografia e também para um 
melhor entendimento desta ciência. 
A sociedade nunca está estática, passando sempre por estágios de renovação 
com o passar dos tempos e se desenvolvendo no espaço, modificando-se e 
modificando tudo o que está ao seu redor. Sendo a Geografia uma ciência que tenta 
explicar o retrato da sociedade no espaço e no tempo, ela obrigatoriamente para poder 
cumprir sua função teve que se modernizar passando por vários estágios 
metodológicos e epistemológicos até chegar ao atual. 
O conceito de Geografia Moderna seria a geografia que se modificou e se 
complementou para acompanhar o desenvolvimento da humanidade e suas formas 
de ocupação e interações no espaço. A Geografia Moderna é a geografia que se 
transformou para poder explicar as novas características do mundo, como a 
globalização, a questão ambiental em crise e outros elementos marcantes da 
Modernidade pós-industrial. A própria ciência geográfica constituiu-se porque havia 
necessidade, e uma necessidade histórica que contribuiu na para sua consolidação, 
assim, a Geografia se apresenta como uma possibilidade para um dado momento 
historicamente determinado. 
O tópico a “Geografia Universitária” nos traz a ideia que o surgimento da 
geografia universitária coincide com esse momento da geografia moderna, dando 
privilégio as transformações do conhecimento geográfico na ciência que foi 
desenvolvido pelas sociedades. Tal como acontecera com diferentes campos 
científicos, a etnografia, antropologia e da biologia, ela comporta-se como herdeira da 
cultura da primeira fase das Sociedades Geográficas, surgindo assim diferentes 
contextos nacionais como a Geografia Alemã e a Geografia Francesa. Porém, é na 
Alemanha onde se tem o marco inicial da geografia para a ciência, e juntamente com 
isso, expondo o desenvolvimento do capitalismo, que era um grande problema da 
época, ligada à geografia que nasce na Alemanha com a filosofia crítica, gerada por 
Immanuel Kant (1724-1804) ao qual acreditava que o nosso conhecimento é adquirido 
pelas sensações do corpo, e definia a geografia como a descrição da natureza. 
Os cientistas Humboldt (1769-1859) e Ritter (1779-1859), deram à geografia 
um método de análise tentando estabelecer as relações entre os fenômenos naturais 
com a ação da humanidade, sistematizando o conhecimento geográfico e 
estabelecendo leis. Humboldt via a Geografia com uma ciência de síntese de todos 
os fenômenos da Terra. Então, surge a Geografia Moderna com caráter científico e 
acadêmico, isso apresenta um dos momentos mais ricos e contraditórios do 
pensamento e da história humana, com grandes avanços no campo científico e 
filosófico, sendo produzida e pensada nas universidades. “A geografia universitária, 
tal como acontecera com os outros campos científicos, a exemplo da etnografia, da 
antropologia e da biologia em suas áreas, comporta-se como uma herdeira cultural da 
primeira fase das Sociedades Geográficas, por isso tem a geografia universitária 
acompanhando as Sociedades de Geografia em sua evolução”. MOREIRA, 2009, p.9) 
Adiante no texto o autor discorre que assim como a geografia alemã, a francesa 
também teve seu início com as Sociedades Geográficas. Entretanto, só nas décadas 
finas do século XIX, tem início a fase universitária da geografia na França, tendo como 
seu criador Vidal de La Blache, ao qual tem como papel criar a versão acadêmica da 
geografia francesa. A evolução da geografia francesa e seu destaque que a fez tornar-
se a base da geografia mundial no século XX decorreu da ação dos seguidores de 
Vidal. Vidal de La Blache propõe um novo método à geografia, inserindo uma 
perspectiva histórica e funcional. As relações homem-meio são encaradas, por essa 
ótica, com uma abordagem recíproca e harmônica. Além de receber influências de 
seu ambiente ele se apresenta como fator geográfico, transformando a fisionomia da 
paisagem a partir das possibilidades que cada meio oferece. ‘Enquanto que, para o 
determinismo, o homem era apenas um elemento entre os outros’, com Vidal, ele se 
faz mestre dos outros, pois se adapta à natureza e a transforma em seu próprio 
benefício. Contudo,a história da ciência geográfica está associada as principais 
mudanças ocorridas no modo de produção econômico. Muitas das transformações 
que marcaram a Geografia acompanharam os desdobramentos do sistema capitalista. 
Assim como disse o geógrafo francês Pierre George (1909-2006) “de uma hora 
para outra o capitalismo descobre que também tem seu problema de ‘unificação 
territorial’ na França. Mas com uma singular peculiaridade. Se para o capitalismo 
francês trata-se de um problema de economia política do espaço, para o capitalismo 
alemão o problema espacial fora de ordem política de constituição do estado”. (pg.28) 
Necessidade, que está visível ao voltar a repensar brevemente à questão da 
Alemanha, ou seja, não se pode reduzir a constituição da ciência geográfica à 
Alemanha atrelando-a somente a questão da fragmentação territorial, uma vez que ao 
se discutir a problemática do espaço, discute-se também poder, não obstante para os 
alemães a questão do espaço era importante. 
Outro pensador de grande expressão dentro da Geografia foi o Friedrich Ratzel, 
que discutiu o determinismo geográfico como parâmetro para entender e habitar o 
espaço geográfico. Sua principal obra se chama Antropogeografia- fundamentos da 
Aplicação da Geografia à História; Nessa obra ele coloca o estudo da influência que 
as condições naturais exercem sobre a humanidade como sendo o objeto da 
geografia. Foi também, grande influenciador no processo de unificação alemã, era 
considerado um homem de viagens, e nesse contexto de unificação ele desenvolveu 
suas teorias, uma delas, a de “espaço vital”, que é um equilíbrio entre uma certa 
população e os recursos disponíveis para suprir suas necessidades. Manteve uma 
visão naturalista, entendendo a geografia como ciência natural. 
Na visão de Karl Marx, a respeito da relação homem-meio tem-se o processo 
de trabalho, como uma ”historicização da natureza e naturização da história”. No 
contexto do capitalismo, o trabalho se define de acordo com a configuração entre si 
no modo da força produtiva, a relação que o homem tem com a natureza a partir dessa 
configuração. O centro geográfico considerado o problema é a relação homem-meio. 
A forma que essa relação existe no espaço. Porém, nas sociedades naturais, a 
comunidade é a forma de organização, o ritmo do trabalho e da vida dos homens 
repete o mesmo ritmo da natureza e o espaço geográfico é o próprio espaço natural. 
De acordo com o autor Ruy Moreira, “assim, a natureza está no homem e o homem 
está na natureza, porque o homem é produto natural e a natureza é condição 
ontológica”. Muitas transformações ocorrem no espaço geográfico [...] “o homem é ele 
próprio natureza e história: natureza hominizada. A transformação da natureza pelo 
trabalho é também autotransformação do próprio do próprio homem, o homem 
transformando-se a si mesmo no mesmo momento em que transforma a natureza”. O 
espaço geográfico é o material do processo de trabalho, é a relação homem meio, é 
o metabolismo do trabalho assim como ele é também em relação ao espaço. Seja em 
qualquer forma, o processo de transformação da natureza é o trabalho, porque o ser 
humano depende da produção para seu consumo, tornando assim a sociedade em 
espaço, pelo fato do homem produzir sua existência ao mesmo tempo produzindo o 
espaço. 
Em virtude dos fatos mencionados conclui-se que o século XIX foi o período de 
criação de várias ciências, entre elas a Geografia, e em meio a uma convulsão de 
ideias e de mudanças significativas na forma de pensar e entender o mundo, bem 
como as relações humanas. O uso do senso comum, fortemente empregado na 
Geografia acabou por abordar tudo em separado, contribuindo inclusive para a divisão 
da Geografia. Sua compartimentação entre física e humana, colaborou para que as 
pesquisas na Geografia ocorressem de modo separado, retirando o homem da 
natureza, por um bom tempo. 
Enfim assim como menciona Ruy Moreira (2009) entendemos que é no cerne 
do desenvolvimento histórico econômico social que as relações humanas ganham 
expressões diferentes. Apreender a realidade dos fenômenos, suas dificuldades, seus 
limites e avanços, consiste em muito mais do que delinear paisagem, mas sim de 
contextualizar/problematizar a fim de produzir algo novo, não necessariamente melhor 
ou pior, mas ao menos significativo. 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
MOREIRA, Ruy. O QUE É GEOGRAFIA. (2ª. Edição, revista e atualizada) – São 
Paulo: Contexto, 2009.

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