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COMPOSTO MERCADOLÓGICO AULA 4 Prof.ª Vanessa Rolon 2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja muito bem-vindo a esta quarta aula de Composto mercadológico! Segundo KOTLER (2000): “Canais de marketing são conjuntos de organizações independentes envolvidos no processo de disponibilização de um produto ou serviço para uso ou consumo”. Podemos assim definir que o “P” de Praça envolve todo o fluxo de produtos ou serviços de um produtor a um consumidor final. Portanto, nesta aula não iremos conversar apenas sobre o ponto de venda de um produto e/ou serviço, mas, sim, sobre toda a logística que une produtores, atacadistas e varejistas para atender o consumidor final. Conforme você já estudou em aulas anteriores, o produto e/ou serviço precisa estar disponível para o consumidor no momento em que a necessidade e, consequentemente, o desejo se manifestarem. Entenda melhor essa questão assistindo ao vídeo da professora Vanessa no seu material digital. CONTEXTUALIZANDO Problematização Imagine que você foi contratado para ser gerente de uma grande confecção de moda feminina que é fornecedora de lojas de departamentos. Você considera a possibilidade de abrir uma rede de lojas de venda direto da fábrica. A distribuição direta de um produto pelo próprio fabricante, sem intermediários, implica em quais situações relacionadas à distribuição? a. Maiores custos e distribuição intensiva. b. Preços maiores e amplos ao consumidor final. c. Contratação de uma nova agencia de propaganda. d. Melhor controle de todos os aspectos do seu marketing. e. Venda em comércio eletrônico de terceiros e terceirização do serviço de entrega. 3 TEMA 1: O PROCESSO DE DISTRIBUIÇÃO – PRAÇA Segundo Dias et al. (2006) a política e o sistema de distribuição visam sempre o longo prazo. O sistema em si tem de ser visto como um compromisso de longo prazo! Nenhuma empresa muda periodicamente a maneira de distribuir seus produtos e serviços. Como a longevidade do sistema é uma praxe, antes de operacionalizá-lo deve-se analisar os seguintes pontos: Quais são os objetivos de penetração e ocupação de mercado? Qual o nível de risco que se tem em mente? Qual o posicionamento desejado para a marca? Como compatibilizar posicionamento com os canais de distribuição? A distribuição será direta ou indireta? Qual o objetivo de prestação de serviços aos clientes? Como será o relacionamento com os fornecedores? Como e quando praticar o trade marketing? Quais serão os critérios para selecionar os clientes? Você se recorda de quando falamos, nas aulas anteriores, sobre a decisão estratégica da empresa e sobre o posicionamento? Pois é a partir desses aspectos que as estratégias de distribuição – assim como foi a de produto e preço – vão ocorrer! Outra questão a ser considerada quando falamos sobre estratégia de distribuição está relacionada ao posicionamento pretendido para a marca. Se o posicionamento para a marca for o de ser uma marca popular que atenda à massa, a distribuição deverá acompanhar essa estratégia para que os produtos estejam disponibilizados em um maior número de locais de vendas possíveis. Porém, se a estratégia for de exclusividade, os produtos e serviços deverão estar disponíveis em pontos exclusivos. Se a estratégia for de penetração de mercado, a empresa deverá desenvolver vários produtos e serviços para penetrar em vários segmentos de 4 mercado. Porém, se a estratégia for de ocupação de mercado, a empresa irá se especializar em um segmento especifico. Essas estratégias irão depender do perfil do empreendedor, pois alguns têm o perfil de ser mais conservadores, outros são mais arrojados e assim podem correr um risco maior. Segundo Parente (2010), o mercado consumidor brasileiro vem atravessando profundas mudanças: aumentou o poder de consumo nas cidades do interior, cresceu a importância econômica das regiões Norte e Centro-Oeste, diminuiu a participação dos jovens e aumentou a participação do segmento da terceira idade, a população mais velha passou a adotar um estilo de vida mais jovial, cresceu o número de domicílios com uma só pessoa, melhorou o padrão educacional da população, aumentou o número de mulheres no mercado de trabalho e os consumidores passaram a prestar mais atenção à saúde, à alimentação e ao condicionamento físico. Portanto, as variáveis que o gestor da área de marketing tem que administrar e gerenciar são muitas e estão em constantes mudanças; assim, as informações são vitais para que estratégias sejam as mais próximas à situação desejada. Leitura obrigatória Para complementar os assuntos deste tema, vamos, agora, fazer a leitura dos capítulos 4 e 5 da obra: REICHELT, Valesca Persch. Fundamentos de Marketing. Curitiba: InterSaberes, 2013. Para saber mais sobre o perfil empreendedor, leia o estudo de caso da Endeavor e analise o dilema de muitos empresários: “investir para crescer ou crescer para investir?”. https://endeavor.org.br/investir-para-crescer-ou-crescer-para-investir/ Saiba mais Veja como foi a estratégia do Walmart® e da Starbucks® na escolha de sua praça no Brasil: https://endeavor.org.br/investir-para-crescer-ou-crescer-para-investir/ 5 http://www.walmartbrasil.com.br/sobre/walmart-no-brasil/ http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2015/07/03 /O-jeito-discreto-da-Starbucks-no-Brasil.html Como inovar no conceito de praça? Acesse o link abaixo e leia o artigo sobre E-COMMERCE: VENDAS PELA INTERNET https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/1011260193.pdf TEMA 2: CANAIS DE MARKETING E REDES DE VALOR A estratégia de distribuição adotada por uma organização é um processo muito importante, pois o negócio não pode ser desfeito de um dia para o outro, é uma construção baseada no forte relacionamento entre os “players”, pois o fabricante acaba delegando e assim renunciando a uma parte do controle sobre como e para quem os produtos são vendidos. A maioria dos fabricantes depende de intermediários para que seus produtos cheguem até os consumidores finais, esses intermediários constituem o canal de marketing, ou canal de distribuição. Atacadistas e Varejistas, compram, adquirem direitos e revendem os produtos, são chamados de comerciantes, segundo Kotler (2000). Os representantes de vendas negociam em nome do fabricante, são os representantes, portanto não possuem direito sobre os produtos. Transportadoras, armazéns independentes dão apoio ao processo de distribuição são os facilitadores, também não possuem direito sobre os produtos. Quais as vantagens, então, de se utilizar um canal de distribuição? Muitos fabricantes não têm disponibilidade financeira para comercializar seus produtos diretamente com os consumidores finais dos seus produtos. Em casos específicos, a comercialização direta torna-se inviável, imagine um fabricante de lã de aço, como iria ofertar somente esse produto em um ponto comercial? http://www.walmartbrasil.com.br/sobre/walmart-no-brasil/ http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2015/07/03/O-jeito-discreto-da-Starbucks-no-Brasil.html http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2015/07/03/O-jeito-discreto-da-Starbucks-no-Brasil.html https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/1011260193.pdf 6 Por meio de um canal de distribuição, os fabricantes podem atingir mercados maiores, com mais eficiência. QUAL ESCOLHER? Vai depender das características: Classificação dos bens Disponibilidade de recursos Concentração geográfica Necessidade de estoque Complexidade do bem Perecibilidade Portanto, a distribuição será intensiva em caso de produtos voltados para atender às necessidades da massa, por exemplo, a Coca-Cola. Caso o produto seja considerado de compra comparada, como, por exemplo, oseletrodomésticos, roupas, acessórios, entre outros, a distribuição será seletiva, grosso modo, isso significa que você não vai encontrar uma loja de eletrodomésticos na mesma frequência com que encontra uma lanchonete, um bar ou qualquer estabelecimento que venda a Coca-Cola. Se o produto for de especialidade, por exemplo, um relógio Rolex, ou um carro da marca Ferrari, a distribuição será exclusiva, somente em pontos únicos, para atender consumidores únicos. 7 Segundo Kolter e Keller (2006), ao desenvolver o canal de marketing, a empresa deve entender os níveis de produção de serviços desejados pelos clientes-alvo. Os canais produzem cinco níveis de produção de serviços: 1. Tamanho do lote: o número de unidades que o canal permite que um cliente normal compre em determinada ocasião. 2. Tempo de espera: o tempo médio que os clientes esperam para receber as mercadorias. Em geral, os canais de entrega rápida são os preferidos. 3. Conveniência espacial: o grau em que o canal facilita a compra do produto para os clientes. 4. Variedade do produto: normalmente os clientes preferem os canais que oferecem maior variedade de produtos, pois aumenta a chance de encontrar o que necessitam. 5. Apoio de serviço: os serviços adicionais tais como: crediário, entrega, instalação, reparos entre outros que são oferecidos pelo canal, quanto maior esse apoio, melhor para os clientes. Dessa forma, você consegue identificar que se tratando de canais, a empresa deve ter ciência de qual a sua estratégia de praça e como ela quer chegar ao cliente no momento certo. Leitura obrigatória Complemente seus estudos sobre os assuntos deste tema fazendo a leitura do capítulo 8 do livro Marketing Empreendedor. Aproveite e leia sobre a ZAITT primeira loja 100% autônoma da América Latina. https://www.bing.com/search?q=zaitt&form=EDGTCT&qs=PF&cvid= e0ce87bead13479190f64834128c97a2&refig=d16242311e83430beec22b8ec6f dea8a&cc=BR&setlang=pt-BR E não deixe de ver essa matéria do Jornal da Globo sobre a logística de distribuição! https://www.youtube.com/watch?v=l4ow9uNXv7Y http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Escolha-os-canais-de-distribui%C3%A7%C3%A3o-para-seus-produtos http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Escolha-os-canais-de-distribui%C3%A7%C3%A3o-para-seus-produtos https://www.youtube.com/watch?v=l4ow9uNXv7Y https://www.bing.com/search?q=zaitt&form=EDGTCT&qs=PF&cvid=e0ce87bead13479190f64834128c97a2&refig=d16242311e83430beec22b8ec6fdea8a&cc=BR&setlang=pt-BR 8 TEMA 3: O PAPEL DOS CANAIS DE MARKETING Segundo KOTLER (2000) um canal de marketing transfere as mercadorias dos fabricantes para os consumidores. Ele preenche as lacunas de tempo, local e posse que separam as mercadorias e os serviços daqueles precisam dessas mercadorias ou dos serviços que desejam. O gerenciamento de qualquer atividade de marketing requer que se inicie com a análise do consumidor final, somente após essa compreensão é que o gestor de canal poderá conceber um canal que funcione bem e atenda às demandas. Entenda melhor como um distribuidor reduz o número de transações do canal de marketing. Você deve ter percebido que o papel fundamental do canal de distribuição é o de propiciar que produtos cheguem ao consumidor de forma que gerem valor para os fabricantes e também para o consumidor final, pois há de se levar em consideração as características dos produtos. Um fator importante a considerar é o posicionamento da marca, isso significa transmitir a imagem de que a marca detém uma capacidade superior de desempenhar suas funções como, por exemplo, sendo de alta qualidade. Segundo Coughlan et al. (2011) o fabricante deve prestar atenção especial à imagem ou reputação dos membros do canal que representam a marca porque essa imagem permeará tudo o que o membro do canal vende. Portanto, no caso 9 de posicionamento premium, o fabricante deverá preferir membros do canal que se desatacam por lidar com marcas sofisticadas. É o exemplo do chocolate Godiva® e das canetas Mont Blanc®. A Godiva® e a Mont Blanc® são marcas premium. Dessa forma, o canal de distribuição deve ter cuidado especial ao disponibilizar a marca para os clientes, tanto na questão da exposição em loja até a embalagem, tendo cuidado tanto com a embalagem primária – aquela com o produto – quanto a secundária, que é, por exemplo, a sacola da loja. Por exemplo, se a marca estiver exposta de forma irregular, pode trazer malefícios para a mesma, assim como se a embalagem estiver amassada pode trazer má impressão ao cliente. Segundo Prahalad (2005) é necessário criar a capacidade de consumir, ou seja, para públicos alvo em que sortimento certo e entrega rápida é considerado valor as empresas devem se posicionar próximos a esses consumidores e oferecer produtos em embalagens menores que propiciem o consumo conforme a demanda. Segundo o autor, a base da pirâmide, na qual estão as classes “C” e “D”, tem baixo nível de renda, e, portanto, uma forma de estimular e criar capacidade de consumir é por meio de oferta de pacotes de unidades, muitas empresas estão se adaptando para atender a esse grande mercado da base da pirâmide. Essas empresas ficam na obrigação de inovar e atualizar constantemente seus produtos para que os consumidores não percam o interesse por suas marcas, o que acaba melhorando a qualidade e reduzindo os custos, pois as atividades de distribuição abrangem as funções de gestão e controle de estoque, manuseio de materiais ou produtos acabados, transporte, armazenagem, administração de pedidos, análises de locais e redes de distribuição, entre outras. Os membros do canal de marketing, segundo Kotler (2000), realizam várias funções-chave, dentre as quais: Reunir informações sobre clientes potenciais e regulares, concorrentes e outros participantes. Desenvolver e disseminar mensagens persuasivas para estimular a compra. 10 Entrar em acordo sobre preços e outras condições para que se possa realizar a transferência de propriedade ou posse. Formalizar os pedidos junto aos fabricantes. Levantar os recursos para financiar estoques em diferentes níveis do canal de marketing. Assumir riscos relacionados à operação do canal. Fornecer condições para a armazenagem e a movimentação de produtos físicos. Fornecer condições para o pagamento das faturas dos compradores por meio de bancos e outras instituições financeiras. Supervisionar a transferência real da propriedade de uma organização ou pessoa para outra organização ou pessoa. A logística é um diferencial competitivo para as organizações modernas, pois seu principal objetivo é diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo que os clientes obtenham seus produtos quando e no lugar que quiserem, e na qualidade e condição física que desejarem Ballou (2010) in Gonçalves e Caetano (2012). Leitura obrigatória Para aprofundar seus conhecimentos, você deverá fazer a leitura do capítulo 12 da obra: KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 15ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. 11 Saiba mais Veja esse artigo sobre canais de marketing, valor e estruturas de Governança. http://www.scielo.br/pdf/rae/v42n2/v42n2a04.pdf TEMA 4: DECISÕES DE PROJETO DE CANAL E GERENCIAMENTO Segundo Kotler e Keller (2006) os fabricantes, ao renunciarem a uma parte do controle sobre as vendas, delegando-a a um intermediário, obtêm diversas vantagens, pois muitos fabricantes não dispõem de recursos financeiros para comercializar seus produtos diretamente. Imagine uma empresa que está iniciando suas atividades, geralmente essa empresa começa com uma operação local em um mercado limitado utilizando de intermediários que já atuam no mercado. Esses intermediários podem ser os representantes de venda, varejistas estabelecidos, transportadoras,armazéns, entre outros. O problema para quem está iniciando é o de convencer os intermediários a vender a linha de produtos da empresa iniciante. Projetar um sistema de canal requer analisar as necessidades do cliente, estabelecer os objetivos do canal e identificar e avaliar as principais alternativas do canal. O projeto de canal deve adaptar-se ao ambiente maior, pois quando a situação econômica é de recessão, por exemplo, os fabricantes querem colocar suas mercadorias no mercado utilizando canais menos extensos e desprovidos de serviços que não sejam essenciais, pois esses aumentam o preço final da mercadoria. É importante também que o fabricante, ao optar por determinado canal de distribuição, fique atento aos direitos de responsabilidades dos membros do canal. Kotler e Keller (2006, p. 477) enfatiza os principais elementos do “mix de relações comerciais”: http://www.scielo.br/pdf/rae/v42n2/v42n2a04.pdf 12 Segundo o autor: “Políticas de preços, as condições de venda, os direitos territoriais e os serviços específicos a serem realizados por cada parte”. Assim, o fabricante deve estabelecer uma lista de preços e um programa de descontos que os intermediários consideram justos. As condições de venda referem-se aos termos de pagamento e às garantias do fabricante, a maioria dos produtores oferece descontos aos distribuidores que efetuam pagamento antecipado. Os fabricantes podem também dar garantias aos distribuidores quanto a problemas com os produtos ou quedas no preço. Os direitos territoriais dos distribuidores definem os territórios dos distribuidores e os termos sob os quais o fabricante poderá trabalhar com outros distribuidores. Os serviços e responsabilidades mútuos são condições que devem ser cuidadosamente expressas, principalmente em canais franqueados e exclusivos. Espera-se que os franqueados atendam às normas da empresa no que diz respeito a instalações físicas, que cooperem com novos programas promocionais, que forneçam as informações solicitadas e que comprem de fornecedores certificados. Fonte: KOTLER (2000) 13 O canal de distribuição normal segue o fluxo entre atacadistas e varejistas, para o mercado B2C (Business to Consumer). Porém muitas empresas optam por um sistema vertical de marketing em que os membros do canal trabalhem juntos, de maneira unificada, otimizando, assim, os recursos e gerando valor para o sistema. Fonte: KOTLER (2008) Leitura obrigatória Para aprofundar seus conhecimentos, você deverá fazer a leitura do capítulo 12 da obra: KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 15ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. Nesse quadro você poderá analisar os níveis de canal de distribuição ao consumidor final e os níveis de canal para atender ao mercado organizacional, o chamado B2B (Business to Business). Leia mais sobre a importância do canal de distribuição e canal de marketing e seguir: http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/o-canal-de- distribuicao/49668/ http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/o-canal-de-distribuicao/49668/ http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/o-canal-de-distribuicao/49668/ 14 TEMA 5: VAREJO COM LOJA E VAREJO SEM LOJA Você já percebeu como há diferentes tipos de varejo atualmente? Sabe qual o motivo? É que segundo Parente (2010), o varejo, assim como seus produtos, tem um ciclo de vida. Na fase de introdução, o período em que esse novo formato é introduzido no mercado, existem poucos ou nenhum concorrente direto, os investimentos são altos e os lucros são baixos. Um exemplo são as lojas de produtos orgânicos e os food trucks. A fase de crescimento, período em que o modelo alcança aceitação, é um período de expansão dos lucros, pois o mercado já atingiu alto volume, porém, ainda não está saturado. Como exemplo temos as mega livrarias e os novos formatos de padarias com fast food e produtos de conveniência. Na fase de maturidade, período em que a concorrência se torna intensa, há uma tendência para diminuição dos lucros, pois o mercado está saturado. Como exemplo temos os supermercados tradicionais e as lojas de departamentos limitada. Na fase de declínio, período em que as vendas e os lucros começam a declinar, cedendo espaço para os formatos mais ajustados às necessidades do cliente e baseados em estilos de vida e tendências de mercado. Exemplos dessa fase são as lojas especializadas tradicionais e as lanchonetes tradicionais. Você já comprou algum produto pela Internet? Já navegou em algum site de loja virtual? Você já estudou que os profissionais da área de Marketing estão sempre à procura de satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores. Segundo Ferreira Junior e Centa (2014), ao analisarmos o varejo com lojas e o varejo sem lojas percebemos que os diferentes formatos existem justamente para satisfazer as necessidades de pessoas que buscam experiências no ato da compra. Na visita às lojas físicas, os sentidos são 15 estimulados por meio do olfato, tato, audição visão e em lojas de alimentação pelo paladar e sentem confiança caso seja necessário realizar a troca de mercadorias e até a forma de pagamento. O desafio atualmente está no varejo sem lojas, que além da comodidade de o cliente não ter que sair do conforto do lar e enfrentar filas nos fins de semana para estacionar, por exemplo, deve propiciar uma experiência prazerosa para os seus visitantes (internautas). A possibilidade de visualização dos produtos por diversos ângulos, os modelos e a possibilidade de diferentes combinações de roupas e looks, faz com que esse tipo de varejo seja cada vez mais procurado. Portanto, o conceito de multicanal é bastante comum, pois as empresas oferecem a possibilidade de vender por meio de catálogos, TV, televendas, com vendedores porta a porta etc. Enfim, além da loja física, todas essas formas agregam valor para o cliente. Sendo assim, o cliente de hoje também é considerado um cliente multicanal, pois trafega entre os diferentes formatos de varejo. Com base nesse cenário complexo é que o profissional de Marketing deve tomar as decisões sobre a gestão da distribuição. Essa complexidade envolve diferentes modelos de negócios nos quais deve ser analisado não apenas o processo de decisão de compra do consumidor, mas também a estrutura de atendimento da empresa, pois o que você prometer, terá que entregar e da melhor forma possível para encantar o consumidor. Para isso é necessário investir em tecnologia, gestão do conhecimento e em pessoas qualificadas. O varejo evolui à medida que os consumidores mudam de hábito, de estilo de vida e ascendem socialmente e assim, com nível maior de renda, as classes C e D passaram a consumir produtos e serviços que antes eram ofertados somente para as classes mais abastadas. Aos poucos o varejo foi absorvendo funções e ganhando “corpo” para distribuir o maior leque possível de produtos e serviços de forma a atender aos consumidores mais exigentes. Uma série de variáveis contribuíram para esse novo cenário do varejo, algumas delas são: O lançamento cada vez mais intenso de novos produtos. 16 A presença de marcas mundiais. A facilidade de comunicabilidade com mídias globais. Consumidores mais segmentos e críticos. Assim, os ganhos da indústria com o varejo: Tem um representante que conhece bem o mercado onde atua. Oferece informações mais detalhadas e rápidas sobre os consumidores. Permite uma amplitude de cobertura que a indústria sozinha, não conseguiria. Auxilia na criação e lançamento de novos produtos. Os ganhos do mercado com o varejo: Permite uma concentração de produtos e serviços distintos, facilitando a comparação da oferta e ganhos de tempo. Permite uma comodidade de compra. Consegue chegar com produtos mais fragmentados,o que muitas vezes a indústria não consegue oferecer. Confira o papel do varejo dentro do processo de compra: 17 Por meio do gráfico se percebe que há diferença entre shopper e consumidor. O shopper está na loja, compra o produto, mas não é necessariamente quem irá consumir o produto. O gestor do varejo precisa estar atento para entender ambos: shopper e consumidor. Ponto de Compra (PDC) é diferente de Ponto de Venda (PDV). O Ponto de Venda é o lugar onde o mix de produtos de determinado varejista está exposto, já o Ponto de Compra é o local onde o comprador poderá experimentar, cheirar, sentir a textura e até provar os determinados produtos. Leitura obrigatória Agora, você deverá fazer a leitura do capítulo 4 do livro: FERREIRA JUNIOR, A. B.; CENTA, S. A. Supervarejo: uma abordagem prática sobre os mercados de consumo. Curitiba: InterSaberes, 2014. Aproveite e leia o artigo para saber sobre o varejo na China e como ele atende p mercado global. https://exame.abril.com.br/tecnologia/como-a-china-esta-redefinindo-o-varejo/ TROCANDO IDEIAS Situação Problema: Relação entre a distribuição e a imagem da marca Caso Real: Em maio de 2000, o estilista Calvin Klein processou Linda Wachner, presidente executiva da Warnaco Group Inc. por vender seus jeans em pontos de venda do mercado de massa a preços irrisórios. A Warnaco, que tinha licença para fabricar e distribuir os jeans, foi acusada por Calvin Klein de fabricar jeans de má qualidade para essas lojas, prejudicando, assim, sua imagem. As empresas chegaram a um acordo extrajudicial em janeiro de 2001 e declararam que “esperam expandir as vendas de jeans de forma consistente com a imagem e o prestigio dos produtos Calvin Klein”. A Warnaco limitará a distribuição a lojas especializadas e de departamentos. https://www.youtube.com/watch?v=e8ojHk6h86s https://exame.abril.com.br/tecnologia/como-a-china-esta-redefinindo-o-varejo/ 18 Esse caso ilustra as estratégias de distribuição de acordo com o público alvo a ser atendido, ou seja, dependendo do tipo de produto e segmento a ser atendido, assim terá que ser a distribuição. Agora, discuta com seus colegas sobre a estratégia de distribuição alinhada à estratégia organizacional por meio do fórum. NA PRÁTICA A integração dos canais de venda on-line e off-line da empresa Alfa é um dos grandes diferenciais para o sucesso da rede no Brasil, considerada hoje a maior no setor de produtos esportivos da América Latina. Com um sistema de gerenciamento integrado e nova plataforma de e-commerce, os consumidores têm opções de pesquisar na loja física, comprar na virtual e, se preciso, trocar o produto nas lojas instaladas nos shoppings. O formato diferenciado é uma das chaves de sucesso da empresa, segundo a Diretora de Marketing. “A empresa começou em 1981, com uma loja em Belo Horizonte, Minas Gerais, e hoje está em 23 estados do Brasil, e no Distrito Federal, além de contar com loja virtual. Fazemos sempre treinamento em todas as lojas e hoje o consumidor pode transitar entre o on-line e o off- line da forma como quiser.”, diz. O grupo também se equilibra unindo o branding ao retail, que é o trabalho de construção da marca e sua visibilidade no varejo, por intermédio de campanhas e ofertas nos meios de comunicação. Outra aposta da empresa é o patrocínio a eventos esportivos e a atletas. Em 2011, foram 100 ações focadas no esporte. Como estratégia de comunicação e marketing, todas as ações que levem o nome da empresa são contadas por centímetros. Além disso, os consumidores são peças importantes na hora de pensar em novos desafios. “É importante ouvir o cliente; com base em suas opiniões podemos atendê-lo cada vez melhor. Essa troca é muito importante e esse canal de mão dupla também é uma forma muito natural de levar a paixão do esporte a todo brasileiro”, pontua a Diretora de Marketing. 19 Disponível em: http://exame.abril.com.br/marketing/noticias. Acesso em: 10 jul. 2012 (Adaptado - ENADE 2012) Com base na situação descrita, avalie as estratégias adotadas pela empresa com relação aos canais de vendas (on-line versus off-line) e faça uma análise das variáveis que afetam essa tomada de decisão. Protocolo de Resolução da situação proposta 1. Leia atentamente a situação-problema e sublinhe as palavras-chave. Por exemplo: integração dos canais de vendas on-line e off-line, variáveis que afetam a tomada de decisão. 1. Identifique e certifique-se de que você entendeu o que querem que você resolva. 2. Volte ao conteúdo da aula para relembrar a teoria/conteúdo que resolve o problema 3. Se necessário, releia os artigos indicados durante a rota. 4. Apresente a solução que você daria ao caso, sua argumentação deverá estar fundamentada na teoria que trata desse tema. Resposta esperada: Os consumidores brasileiros que optam pela compra on-line de produtos, geralmente exigem que as empresas desenvolvam canais físicos para atendê- los porque, se de um lado, a estabilidade econômica, o aumento do poder aquisitivo das classes sociais, aliadas a um maior acesso à informação – Internet, participação em redes sociais etc. – possibilitam que os consumidores identifiquem a forma mais adequada de atender suas necessidades, de outro, as empresas têm identificado que as mudanças nesses segmentos estão limitadas por aspectos como a falta de confiança nos fornecedores (prazos e entregas), a impossibilidade de troca simplificada de produtos e a segurança nos pagamentos on-line. 20 SÍNTESE Durante esta aula foi possível verificar a importância do “P” de Praça, pois é ele que vai possibilitar que a empresa se torne competitiva ao ofertar os produtos e serviços certos para o público alvo almejado pela empresa. Os parceiros do canal de marketing devem trabalhar de forma que a resposta ao consumidor final seja eficiente. Pode ser o canal de distribuição normal ou o canal vertical de marketing. Vimos também que os principais objetivos dos canais de distribuição são: Reunir informações sobre clientes potenciais e regulares, concorrentes e outros participantes. Desenvolver e disseminar mensagens persuasivas para estimular a compra. Entrar em acordo sobre preços e outras condições para que se possa realizar a transferência de propriedade ou posse. Formalizar os pedidos junto aos fabricantes. Levantar os recursos para financiar estoques em diferentes níveis do canal de marketing. Assumir riscos relacionados à operação do canal. Fornecer condições para a armazenagem e a movimentação de produtos físicos. Fornecer condições para o pagamento das faturas dos compradores por meio de bancos e outras instituições financeiras. Supervisionar a transferência real da propriedade de uma organização ou pessoa para outra organização ou pessoa. A criação de valor para o comprador, que poderá ser o consumidor ou o cliente do produto ou serviço, é um forte indicador para se estabelecer as políticas de distribuição das empresas. 21 REFERÊNCIAS BATISTA J. A.; CENTA, S. Supervarejo: uma abordagem prática sobre os mercados de consumo. Curitiba: Intersaberes, 2014. COUGHLAN, A. T.; ANDERSON, E.; STERN, L. W.; EL ANSARI, A. I. Canais de Marketing e Distribuição. Bookman: Porto Alegre, 2011. DIAS, S. R. et al. Gestão de Marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. KOTLER, P. Administração de Marketing. 10ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 10ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. KOTLER; KELLER K. L. Administração de Marketing. 12ª ed. Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2006. PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2010. PRAHALAD. C. K. A Riqueza na Base da Pirâmide. Como erradicar a pobreza com o lucro. São Paulo: Bookman, 2005. YANAZE, M. H. Gestão de Marketinge Comunicação – avanços e aplicações. São Paulo: Editora Saraiva, 2007.
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