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Embriologia do sistema urogenital Sistema urogenital Introdução · Descrição 1. O desenvolvimento embrionário do sistema urogenital abrange a formação do sistema urinário e do reprodutor 1. O sistema urinário se desenvolve primeiro e ocorre da mesma forma nos dois sexos, exceto pela uretra. Já o sistema reprodutor forma as mesmas estruturas iniciais, mas a partir da formação das gônadas indiferenciadas, ocorre a diferenciação das genitálias, determinada pelo cromossomo x ou y, mediante principalmente a presença ou não do FDT e da testosterona. 1. Os dois sistemas têm origem da crista urogenital Sistema urinário Desenvolvimento · Cordões nefrogênicos 1. Na 4ª semana o embrião plano inicia os dobramentos lateral e céfalocaudal. 1. No mesoderma ocorre a migração de células para a região ventral de forma longitudinal, enquanto há o dobramento lateral. Essas células formam um elevado bilateral que dão origem a duas cristas urogenitais 1. A partir daí surgem os cordões nefrogênicos, localizados dorsalmente ao intestino anterior e que vão dar origem aos rins e ureter. · Rins 1. Na extremidade cefálica do cordão nefrogênico as células se diferenciam em pronefro. Em seguida, na região mediana, há a diferenciação em mesonefro e, por última, em metanefro. 1. O pronefro surge no início do dobramento e logo se degenera sem adquirir função. 1. Logo após essa degeneração, se diferencia o mesonefro. Este forma um ducto mesonéfrico. No cordão ocorre a diferenciação de uma massa celular em vesícula que se alonga e forma os túbulos mesonéfricos, os quais vão se comunicar com o ducto, havendo a formação dos néfrons primitivos já funcionais, caracterizando os rins temporários. Estes, portanto, já produzem urina e deixam de ser funcionais, regredindo, assim que o metanefro assume essa função. 1. O ducto mesonéfrico regride no embrião feminino e forma estruturas do SR masculino, enquanto o paramesonefro regride no embrião masculino e forma estruturas do SR feminino. 1. No segmento caudal do ducto mesonéfrico forma-se uma projeção na parede ventral, chamada de divertículo metanéfrico ou broto do ureter. Esse divertículo envia sinais para o mesoderma, que se encontra em volta, levando a formação de massas metanéfricas chamada blastema. O divertículo e o blastema são o metanefro. O blastema, então, envia sinais para o divertículo se ramificar, e o divertículo ramificado envia sinais novamente ao blastema para este formar massas celulares que darão origem a vesículas, que se alongam e formam os túbulos e estruturas do rim permanente. O blastema envia sinais de volta para os divertículos se diferenciarem em ducto coletor, papilas renais, cálices e ureter. Enquanto isso os túbulos do blastema vão se diferenciar nos segmentos dos néfrons. 1. A extremidade da porção tubular do blastema se comunica com a extremidade do divertículo originando os néfrons definitivos. 1. O rim possui lobos, devido à ramificação dos divertículos, que se perdem no fim do desenvolvimento fetal. Sendo lisa a superfície dos rins, porém sua organização interna permanece lobular. 1. Nesse momento os rins estão localizados na região ventral da pelve. E mediante sinalizações eles sobem gradualmente acompanhando o desenvolvimento do ureter para assumir sua posição retroperitoneal sobre a parede posterior abdominal no feto. 1. Há também alteração no suporte sanguíneo: na pelve a artéria renal surge das artérias ilíacas e conforme ascende, a artéria renal passa a receber ramos da aorta substituindo a ilíaca. Assim temos os rins permanentes formados e posicionados. 1. A adrenal no feto é muito grande. A porção cortical (mesoderma) tem função importante no momento do parto através da produção de cortisol, por isso é tão grande. Já sua porção medular (crista neural) é pouco desenvolvida, pois produz nora e adrenalina que não são tão úteis para o feto. · Bexiga 1. O seio urogenital, contínuo com o alantoide, é divido em uma parte vesical na região cefálica comunicando com meso e metanefro e que da origem a maior parte da bexiga; uma parte pélvica na região mediana que forma o colo da bexiga e a uretra; e uma parte fálica na região caudal que participa da formação das genitálias, formando o tubérculo comum. 1. A região do alantoide sofre uma constrição e forma uma fibra, chamada cordão úraco, o qual prende a bexiga na região umbilical. 1. A bexiga permanece na região abdominal em posição cefálica até os 6 anos de idade antes de entrar na região pélvica, por isso nesse período há pouco controle de micção. 1. A parte fálica forma o falo que se alonga na presença de testosterona. Cobrindo o falo se encontra a ectoderma e suas células se diferenciam e sofrem invaginação na glande até encontrar com a uretra no caso dos homens, pois ela só se desenvolve até a região da glande. Já a uretra feminina é toda de origem de seio urogenital. Sistema reprodutor Introdução · Descrição 1. O sistema genital se diferencia a partir dos ductos mesonéfricos/wolf e paramesonéfricos/ muller mediante a presença ou não de testosterona. 1. Na 7ª semana já está formada a genitália indiferenciada e na 9ª semana surgem diferenciações. 1. Esse sistema é constituído pelas gônadas primitivas, ductos genitais e genitália externa. Desenvolvimento das gônadas · Origem 1. As gônadas têm origem do mesoderma: mesotélio (mais cortical) e mesênquima (mais interno) e das células germinativas primordiais produzidas pela vesícula umbilical e que migram para a crista urogenital, onde recebem estímulos para se diferenciarem na região do mesoderma. Essa diferenciação depende do cromossomo Y. Masculino · Desenvolvimento dos testículos 1. É definido pela presença do cromossomo Y que possui o gene SRY 1. O SRY ativa o FTD que induz a diferenciação do mesoderma em cordões sexuais primários e os condensa, levando a penetração dos mesmos na porção medular do mesoderma formando uma rede testicular. 1. Células da medula do mesoderma se desenvolvem e se diferenciam em células de Sertoli (função hormonal e estrutural), produtoras de hormônio antimulleriano, que induz a regressão dos ductos paramesonefros. Elas envolvem as células germinativas formando os túbulos seminíferos e induzem o desenvolvimento do ducto de wolf. Estes são revestidos pelas células de Leydig, produtora de testosterona, que induzirá a diferenciação do ducto mesonefro em epidídimo, ducto deferente e vesícula seminal. 1. O mesoderma cortical se transforma em tecido conjuntivo formando as túnicas albugínea e vaginal, que envolvem os testículos. · Desenvolvimento dos ductos e glândulas 1. Glândulas/vesículas seminais Ductos de Wolf formam ductos deferentes, nos quais surgem projeções que darão origem a vesícula. 1. Próstata e Glândulas bulbouretrais A porção caudal do seio urogenital forma a uretra prostática, que forma a próstata, e a uretra membranosa, que dá origem às glândulas bulbouretrais. Isso a partir de proliferação de células epiteliais. · Desenvolvimento da genitália externa 1. Na 4ª semana o mesênquima prolIfera e produz o tubérculo genital com as intumecências labioescrotais e pregas urogenitais. Esse tubérculo se alonga e forma o falo primordial. 1. O falo cresce e vai formar a glande, as pregas urogenitais se fundem formando a uretra esponjosa, a rafe peniana e corpo do pênis e as saliências lábio escrotais vão formar a rafe escrotal e saco escrotal. 1. Na 6ª semana há divisão da membrana anal, dorsal e urogenital. · Descida dos testículos 1. O testículo desce para o saco escrotal somente na 26ª semana, com auxílio do gubernáculo, ligamento que mediante a ação da testosterona, guia o testículo pelo canal inguinal. Feminino · Desenvolvimento dos ovários 1. É definido pela ausência do cromossomo Y 1. A falta do FTD leva a não condensação dos cordões primários e eles involuem. Enquanto isso, o mesoderma cortical se desenvolve se projetando para a porção medular onde envolve as células germinativas primordiais e dá origem aos folículos primários. 1. Células do córtex do mesoderma dão origem às células granulosase células da teca · Desenvolvimento do útero e vagina 1. Os ductos de Wolf degeneram na falta de testosterona e os ductos de Muller se desenvolvem e vão para região genitália. 1. A porção caudal dos ductos de Muller se funde dando origem ao útero e parte da vagina interna. A porção que não se funde forma as tubas uterinas. 1. O primórdio uterogenital se une ao seio urogenital formando o tubérculo do seio que forma os bulbos sinovaginais. Estes se fundem dando origem a placa vaginal que formará maior parte da vagina. · Desenvolvimento do hímen 1. Formado pela invaginação da parede posterior do seio urogenital resultante da expansão caudal da vagina · Desenvolvimento da genitália externa 1. O crescimento do falo cessa e forma clitóris. 1. As pregas urogenitais se fundem apenas em uma parte, formando os pequenos lábios e as pregas labioescrotais formam os grandes lábios. · Descida dos ovários 1. Descem de forma não tão evidente da parede abdominal para a pelve e o gubernáculo se transforma nos ligamentos ovariano e redondo.
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