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1 CONHEÇA MEU BLOG LEIA O QR-CODE E ACESSE ----------------------------------------------- filosofia ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA FILOSOFIA MEDIEVAL Patrística e Escolástica São temas desta rota de aprendizagem: ● A concepção clássica de homem (socrática, platônica, aristotélica, helenística e cristã); ● O homem no humanismo, racionalismo; ● O antropocentrismo; ● A ilustração; ● Kant e a concepção de homem; ● O idealismo alemão (Heidegger e Dasein); ● Antropologia materialista; ● Antropologia contemporânea e seus principais expoentes; 2 ● Antropologia e educação ambiental. conversa inicial Hoje vamos estudar a concepção do homem cristão. Sabemos da influência do pensamento cristão na sociedade ocidental e, portanto, queremos identificar e compreender os aspectos desta filosofia que modificou o olhar antropológico. Para isso, faremos um breve apanhado histórico, situando o momento histórico em que os primeiros filósofos cristãos se fizeram presente. Neste contexto, queremos compreender o pensamento do primeiro momento da Idade Média, a Patrística e seu principal expoente, Santo Agostinho, o qual apontou para a concepção do homem cristão que põe em dúvida o uso da razão. Por outro lado, no segundo momento da Idade Média, a Escolástica, destacaremos o pensamento de São Tomás de Aquino, o qual, fazendo uso da razão, irá apontar para a possibilidade do homem racional que converge para Deus. Filosofia cristã ❖ Igreja católica ❖ Verdades reveladas ❖ Patrística ➢ Agostinho ❖ Escolástica ➢ Tomás de Aquino >>FILOSOFIA MEDIEVAL E O CRISTIANISMO Por volta do século II d.C., o cristianismo passou a se expressar em contraposição ao pensamento greco-romano. Esse confronto tinha origem no paganismo, que era herança da cultura greco-romana, e no espiritualismo cristão, dois pensamentos que não convergiam. A filosofia antiga, mesmo apresentando respostas à questão do princípio originário, o fazia tendo em vista um reconhecimento puramente intelectual. Já o cristianismo assumia a crença incondicional nas verdades reveladas por Deus aos homens. No século V d.C., o Império Romano do Ocidente sofreu ataques dos povos bárbaros, fazendo emergir uma nova estruturação de vida social europeia. Com o esfacelamento do Império Romano, a Igreja Católica se manteve como instituição social, consolidou-se e difundiu os valores do cristianismo, mantendo aspectos da filosofia antiga, mas dando ênfase a questões teológicas e aos temas religiosos como trindade, salvação e a relação entre fé e razão. Cristianismo vs pensamento greco-romano ❖ Confronto com origem no paganismo. ❖ Fé vs razão - seria a fé ou a razão a grande descobridora da verdade? ❖ Introdução do pensamento cristão - essa “introdução” não foi tranquila. É do conhecimento de todos que os cristão, no começo da igreja, eram perseguidos e mortos pelo estado. ❖ Temas religiosos. 3 ➢ Salvação - a filosofia terá que fundamentá-la. ➢ Trindade - contrapondo todas as leis de Aristóteles. ➢ Fé e razão - tem que de alguma forma conversar. >>A PATRÍSTICA No processo de desenvolvimento do cristianismo, tornou-se necessário explicar seus preceitos e defendê-los perante as autoridades romanas e o povo em geral. A Igreja Católica sabia que esses preceitos não podiam simplesmente ser impostos pela força. Tinham de ser apresentados de maneira convincente, mediante um trabalho de pregação e conquista espiritual. Foi assim que os primeiros padres da Igreja se dedicaram à elaboração de diversos textos sobre a fé e a revelação divina. Esse movimento de construção de textos que visavam defender e assegurar o cristianismo ficou conhecido como Patrística. O movimento da Patrística, que se estendeu do século II ao V d.C., pode ser dividido em dois momentos importantes. O período dos Apologistas, do século II ao IV d.C., e o auge da Patrística, em que se destacam as ideias de Agostinho de Hipona, que posteriormente será chamado Santo Agostinho, nos séculos IV e V. ❖ Movimento para assegurar e garantir o cristianismo - aqui a filosofia será uma ferramenta da teologia. Esta se verá necessitada de fundamentação a esta religião emergente. ❖ Trabalho de pregação e conquista - a figura do apóstolo Paulo será de fundamental importância se formos traçar alguma rota de começo de pregação do evangelho de Jesus. As cartas de Paulo vão percorrer toda a ásia menor, berço da filosofia antiga. ❖ Dois momentos ➢ Apologistas - são aqueles que vendem bem de mais; Tertuliano foi um nome importante deste período. ➢ Agostinho de Hipona >>O NASCIMENTO DO HOMEM CRISTÃO: Agostinho Bebendo da fonte da filosofia platônica, Agostinho (354-430) transforma a filosofia da alma eterna de Platão, retirando seu caráter racional a fim de torná-lo teológico. Esta perspectiva demonstra que Agostinho viveu uma grande crise existencial, uma verdadeira inquietação em busca do sentido da vida, que foi “solucionada” ao assumir a superioridade da alma humana, isto é, a supremacia do espírito sobre o corpo. Porém, para ele, a alma teria sido criada por Deus e, dominando sobre o corpo, servia para dirigi-lo para a prática do bem. Agostinho passa a enfatizar a subjetividade, a interioridade, diferente da filosofia grega, que vinculava o homem enquanto ser social e político. Para Agostinho, o homem possui uma vinculação pessoal com Deus. Com base nesse olhar, entende-se que a vontade, para Agostinho, é a força que impulsiona a vida, mas não está ligada ao intelecto, como diziam os gregos; a vontade é iluminada por Deus. 4 Santo Agostinho ❖ Fundamenta-se na filosofia platônica - foi Plotino quem vai questionar a filosofia de Platão, propondo um neoplatonismo. Agostinho vai buscar neste neoplatonismo sua forma de buscar. ❖ Vive uma grande crise existencial - durante trinta anos de sua vida ele não se converteu ao cristianismo. Ele, Agostinho, vai reconhecer na razão os limites de Deus. Para Ele, é a razão que vai comunicar com Deus, por que esta O interpreta. ❖ Superioridade da alma - aqui ele bebe de Platão, o mundo das ideias que Platão tanto falou, é a alma para Agostinho. A alma humana, lugar este que o Espírito Santo está é onde fica a verdade. ❖ Subjetividade – relação pessoal com Deus - Santo Agostinho vai reconhecer uma relação do sujeito com Deus, de modo que Ele fale com a pessoa. ❖ Iluminação divina - foi Sto. Ancelmo, que vai começar a trazer este pensamento. Toda verdade só é verdade porque foi revelada, e quem a revela? Deus. Santo Agostinho vai chamar a razão para que o Espírito Santo, uma vez que Ele fala com o homem, consiga franco acesso a uma mente sã. >>A ESCOLÁSTICA No século VIII, Carlos Magno, rei dos francos, organizou e fundou escolas ligadas às instituições católicas. Adotou-se nessas escolas a educação romana, passando, então, o ensino a estar submetido à teologia. Neste ambiente cultural, surge um movimento de produção filosófico- teológica denominado escolástica, em que a perspectiva aristotélica encontrou maior penetração. Neste período, a busca de harmonização entre a fé e a razão manteve-se como problema básico, dividindo-se em três fases. A primeira foi caracterizada pela confiança perfeita na harmonia entre a fé e a razão; a segunda fase, pela harmonização parcial, merecendo destaque as obras de Tomás de Aquino; já a terceira foi marcada por disputas que realçam a diferença entre fé e razão. A escolástica desenvolveu significativos avanços no estudo da lógica, baseados no pensamento de Boécio, que, mesmo tendo vivido no séc. V, é considerado o primeiro escolástico. ❖ Carlos Magno - foi um imperador que instituiu escolas, no séc. VII. ❖ Escolas com ensino submetido à teologia - as escolas que estudavam os fenômenos da natureza, mas esta razão estava subordinada às ideias de Deus. ❖ Perspectiva aristotélica. Lembra Aristóteles dizendo que para chegar ao mundo inteligível é precisopassar pelo sensível. Passo da realidade concreta para ir a Deus. ❖ Três fases. ➢ Harmonia entre fé e razão - a Patrística havia já preparado bastante o terreno. 5 ➢ Harmonia parcial – Tomás de Aquino - aqui, este filósofo vai defender a fé com a razão. ➢ Diferença entre fé e razão - >>SÃO TOMÁS DE AQUINO Tomás de Aquino (século XIII) é considerado um dos maiores filósofos da escolástica medieval. Seus princípios básicos retomam as ideias de Aristóteles sobre o ser. Desta forma, Aquino enfatiza a importância da realidade sensorial e da lógica aristotélica. Ele destaca que o ser é ou não é, não sendo possível a contradição, introduzindo uma distinção entre o ser e a essência, dividindo a metafísica em duas partes: a do ser em geral e a do ser pleno, que é Deus. Para Aquino, todo ser possui duas dimensões, o ato e a potência, sendo o ato a existência atual e a potência, a capacidade de ser. Dessa forma, Deus é o ato puro e, assim sendo, Deus é ser e o mundo tem o ser. Isso quer dizer que, para Tomás de Aquino, é Deus que permite às essências se realizarem em seres existentes. Como introdutor do racionalismo aristotélico ao pensamento cristão, Aquino torna-se importante por propor provas de que Deus existe e é um ser necessário. ❖ Retomada do ser aristotélico -, ele vai retomar o “ser de Aristóteles”, aquele ser que se encontra (aquela relação entre ato e potência). O “eu pleno” para Aquino é o próprio Deus. São Tomás de Aquino vai defender a existência de Deus, usando a lógica. ❖ Importância da realidade sensível - Aquino pode ter notado que a Patrística vai ter deixado a criação um pouco mais distante. O ser ❖ Ser em geral e ser pleno - Afinal, a realidade tem o “ser”, Deus é o ser. ❖ Ato e potência - Deus é ato pleno, e a potência está em nós. ❖ Prova da existência de Deus - sim, ele dá provas racionais da existência de Deus. na prática Que tal refletirmos sobre a relação entre o crer e o entender? Vimos que os pensadores cristãos buscaram harmonizar a fé com a razão, cada um à sua maneira, como Santo Agostinho, ao dizer que é necessário crer para compreender. Pensando desta forma, elabore uma resposta a respeito da seguinte questão: Como é para você? Você precisa primeiro acreditar em algo para conseguir compreendê-lo, ou necessita compreendê-lo para poder acreditar? Construa uma 6 reflexão sobre a diferença entre crer e acreditar, trazendo aspectos da filosofia cristã e, em seguida, discuta com seus colegas sobre suas respostas. ❖ É preciso crer para compreender, ou compreender para crer? ❖ Responda e compare com as perspectivas apresentadas pelos filósofos medievais resumindo ❖ Filosofia medieval ➢ Patrística Santo Agostinho ■ Platonismo ➢ Escolástica São Tomás ■ Aristotelismo 7 referências: CASSIRER, E. Antropologia filosófica: ensaio sobre o homem. São Paulo: Mestre Jou, 1977. VAZ, H. C. de L. Antropologia filosófica I. São Paulo: Loyola, 1991.